Laguna de Oviedo, República Dominicana

O Mar (nada) Morto da República Dominicana


A solo
Guia Saturnino na margem da Laguna de Oviedo.
Barcos-espelho
Barcos usados na Laguna de Oviedo reflectidos na água lisa e salgada.
Uma lagoa espinhosa
Encosta repleta de cactos, acima do plano salgado da Laguna de Oviedo.
Voo em duo
Flamingos adultos levantam voo da Laguna Oviedo, seu habitat natural.
Iguana saltadora
Iguana regressa à segurança do solo do Cayo Iguana.
Saturnino & Hector
Dois dos guias da Asociación de Guias de la Naturaleza de Oviedo.
Íbises vs Garças
Íbis e garças partilham um ilhéu-aviário da lagoa.
Momento flamingo-balnear
Grupo de flamingos percorre a água salina da Laguna Oviedo.
Recorte da Laguna Oviedo
Litoral recortado, pejado de cactos.
Iguana Ocre
Uma das muitas iguanas que disputam o Cayo Iguana Laguna de Oviedo.
Uma Descolagem abrupta
Garça descola da vegetação de um dos ilhéus da Laguna de Oviedo.
A pente fino
Flamingos vasculham a água rasa e salina da lagoa.
A hipersalinidade da Laguna de Oviedo oscila consoante a evaporação e da água abastecida pela chuva e pelos caudais vindos da serra vizinha de Bahoruco. Os nativos da região estimam que, por norma, tem três vezes o nível de sal do mar. Lá desvendamos colónias prolíficas de flamingos e de iguanas entre tantas outras espécies que integram este que é um dos ecossistemas mais exuberantes da ilha de Hispaniola.

Desde pouco depois das seis da manhã que percorríamos o litoral sudoeste da República Dominicana com partida da Casa Bonita e o Km. 17 da Carretera de la Costa, com paragens sempre que não resistíamos ao encanto dos lugares e das pessoas porque passávamos.

Decorridas duas horas e meia, atingimos as imediações do Centro de Visitantes da Laguna de Oviedo com fome e a precisarmos de renovar energias. Carlos, o condutor e guia seguia em sintonia connosco.

De acordo, em vez de desviar de imediato para a via que lá nos levaria, avançou umas centenas de metros adicionais na ruta 44 e estacionou mesmo à entrada de um negócio de beira de estrada que conhecia de vários anos de visitas à lagoa e de ginjeira. A mercearia da beira da estrada chamava-se colmado Alba. 

Ditou o passar dos anos que os dominicanos adaptassem às pequenas lojas de víveres e outros produtos para a casa, o termo castelhano – e também usado em Espanhacolmado. O vocábulo deriva do verbo colmar, sinónimo de “encher”, “completar” mas também, de um modo mais figurativo, “satisfazer”.

De acordo, Dona Alba, a proprietária, serviu-nos cafés de termo, bem quentes mas muito mais açucarados do que estávamos habituados a saborear. Para o caminho, ainda trouxemos duas Maltas, bebida gaseificada de malte que tínhamos a impressão (não a certeza) que tínhamos bebido a última vez numa longínqua última visita à Venezuela de Outubro de 2013.

Guia, Laguna de Oviedo, República Dominicana

Guia Saturnino na margem da Laguna de Oviedo.

Por Fim, a Chegada à Longínqua Laguna de Oviedo

Carlos termina o café. Remata a empanada da sua satisfação. Despedimo-nos de Alba e do rapaz que a ajudava no estabelecimento. Dali, ao Centro de Visitantes instalado à margem do limiar nordeste da lagoa, não tardaram sequer dois minutos.

Lá nos recebem Saturnino (Nino) Santana e o colega Héctor, de nome oficial Juan Carlos Jiménez. São os dois nativos das redondezas, membros já com historial da Asociación de Guias de la Naturaleza de Oviedo.

Saturnino saúda Carlos com sentimento. Logo, assume o protagonismo do duo. Conduz-nos à frente de um mapa afixado e inaugura as explicações essenciais à exploração e ao conhecimento da laguna em cujas margens ambos cresceram, uma lagoa, há que sublinhá-lo bem sublinhado, mais que incomum, extravagante.

De entre as várias singularidades da Laguna de Oviedo salta à vista, no mapa, a língua de terra longilínea e insignificante que a separa do vasto Mar das Caraíbas. “É essa mesma proximidade que faz a lagoa salgada como é o que lhe dá a cor que tem e a torna especial por várias outras razões. Daqui a nada já vão perceber e sentir aquilo de que estamos a falar.” afiança-nos Saturnino.

Daquele recanto do Centro de Visitantes caminhamos em direcção à margem. Pelo caminho, passamos por uma vara de porcos domésticos entretida a escavar raízes num pedaço de terra ensopada à sombra de coqueiros. O corpo de água esverdeada da lagoa jazia, imóvel, ali ao lado.

Barcos, Laguna de Oviedo, República Dominicana

Barcos usados na Laguna de Oviedo reflectidos na água lisa e salgada.

A Hora Ainda Fresca do Embarque

Subimos a um pequeno molhe de madeira. Logo, a bordo de um de vários pequenos barcos a motor com tejadilho sustido por barras em forma de xis. Durante mais de três horas, esse tejadilho, elementar mas providencial, protegeu-nos do sol inclemente que ali castiga a vegetação e evapora a água pouco profunda (1.5m).

Só quando zarpamos observamos algum movimento na superfície da lagoa. À medida que nela nos internamos, cruzamo-nos com as primeiras aves em voo: Um trio de garças brancas, dois íbis. Ao longe, a silhueta distendida, quase anguina de um flamingo solitário.

Contornamos uma península rochosa. Do lado de lá, a margem mais próxima é promovida a vertente, uma verdadeira encosta forrada de arbustos verdejantes de que se destacam cactos com ramificações intrincadas.

Hector aponta o barco a uma das vinte e quatro ilhotas disseminadas pelos 23km2 da lagoa. À medida que nos aproximamos contraluz, a quantidade de silhuetas de íbis, garças de outras espécies de passarada aumenta. Hector dá a volta ao ilhéu.

Íbises e garças, Laguna de Oviedo, República Dominicana,

Íbis e garças partilham um ilhéu-aviário da lagoa.

Íbis, Garças, Flamingos e Cia.

Aos poucos, as silhuetas transformam-se em imagens perfeitas das aves empoleiradas no cimo dos galhos e cactos que preenchiam aquela intrigante ilha aviário.

Dali, avançamos em direcção a El Salado, uma área subdividida da lagoa, contida por um braço de areia elevado. Saturnino dá-nos indicação para fazermos silêncio e para espreitarmos para lá desse braço, à distância.

A água é ali bem mais rasa que aquela em que navegávamos. Ainda sem brisa, espelhava a vegetação acima em tons viçosos de verde.

Deixamos o barco para um lodaçal típico das áreas de manguezal. Subimos para cima do banco de areia e camuflamo-nos atrás do mato denso e espinhoso que se erguia acima das nossas cinturas.

Através de uma abertura no mato escolhida a dedo, avistamos uma área daquela sub-lagoa salpicada de manchas rosadas que se moviam quase em câmara lenta.

Bando de flamingos, Laguna Oviedo, República Dominicana

Flamingos vasculham a água rasa e salina da lagoa.

Não estávamos sequer na época do ano em que ali afluem em maior número mas, mesmo assim, a Laguna de Oviedo acolhia uma colónia abundante de flamingos migrantes.

Aproximamo-nos o mais possível sem os fazermos debandar. Apreciamos as suas persistentes prospecções dos crustáceos que lhes dão a cor. E, claro está, fotografamo-los. Satisfeitos com a incursão, regressamos ao barco e à companhia de Hector.

Das Aves aos Répteis da Laguna de Oviedo

Havia já algum tempo que a lagoa nos prendava com a sua paisagem e com o avistamento de aves. No percurso seguinte, Saturnino e Hector trataram de quebrar essa falsa monotonia. “Sabem que quando nós éramos miúdos, gostávamos de ir até àquela mesma parte da lagoa, enchíamos os corpos de lama e ficávamos assim por ali a passear, a conversar enquanto a lama nos tratava da pele.

Guias, Laguna de Oviedo, República Dominicana

Dois dos guias da Asociación de Guias de la Naturaleza de Oviedo.

Nessa altura, era mais uma traquinice. Mas, a verdade é que com o passar dos anos e a vinda cá de alguns famosos da República Dominicana, os banhos de lama da Laguna de Oviedo se tornaram populares.

Agora, recebemos grupos que chegam quase mais pelo tratamento de pele que pela fauna e flora.”

Não era de certeza o nosso caso. Saturnino sabia-o. De tal maneira que ele e Hector não tardaram a ancorar o barco num tal de Cayo Iguana. Outra das 24 ilhas da lagoa.

Damos apenas uns dez passos sobre a sua superfície meio terrosa meio rochosa quando confirmamos a lógica do baptismo que recebera. Saturnino tinha arrancado umas cerejas selvagens de uma árvore. Não precisou sequer de as exibir.

Iguana, Laguna de Oviedo, República Dominicana

Uma das muitas iguanas que disputam o Cayo Iguana da Laguna de Oviedo.

Três ou quatro iguanas detectaram a intrusão da comitiva de humanos e apressam-se a estabelecer contacto. Saturnino oferece-lhes as cerejas. Várias mais aparecem, vagarosas, mas nem tanto assim. Surgem do interior do mato, competitivas e ansiosas de devorar um daqueles inesperados petiscos.

A determinada altura, vemo-nos num estranho convívio com iguanas do tipo rinoceronte (cyclura cornuta) e Ricord (cyclura ricordi). A cena faz-nos sentir na já bem velha série televisiva de ficção científica “V”, em que alienígenas humanóides e reptilíneos se infiltram aos poucos e acabam por dominar a Terra.

Iguana em salto, Laguna de Oviedo, República Dominicana

Iguana regressa à segurança do solo do Cayo Iguana.

Regresso Pela Orla Marinha da Lagoa

Por essa altura, tínhamos ultrapassado e de que maneira o tempo previsto para a volta na Laguna de Oviedo. Em vez de se mostrarem importunados, Saturnino e Hector revelam-nos um derradeiro recanto da lagoa, a sua zona de Los Pichiriles. Ali, avistamos novo bando prolífico de flamingos.

Flamingos em voo, Laguna Oviedo, República Dominicana

Flamingos adultos levantam voo da Laguna Oviedo, seu habitat natural.

Admiramo-los na sua elegância pernalta mas também em várias descolagens, momentos de incrível beleza coreográfica quando em duos e trios, sincronizam os seus movimentos e chegam a voar num modo que nos parece clonado.

Em Los Pichiriles, estamos o mais perto do Mar das Caraíbas de todo o itinerário ziguezagueante que havíamos cumprido.

Ali, na iminência do oceano, percebemos melhor que nunca o fenómeno que tinha gerado a hipersalinidade da lagoa. Com o tempo, a barreira de calcário que em tempos manteve a lagoa isolada, cedeu à erosão e tornou-se permeável à entrada de água marinha.

Flamingos, Laguna Oviedo, República Dominicana

Grupo de flamingos percorre a água salina da Laguna Oviedo.

Enquanto o influxo de água salgada oscila sobretudo com as marés e as correntes, a entrada da água doce depende da chuva que cai directa sobre a lagoa e dos caudais que para lá fluem provindos da Serra de Bahoruco. A cor extravagante da lagoa deve-se aos sedimentos arrastados pela entrada subterrânea da água marinha.

Regressamos ao Centro de Visitantes, despedimo-nos dos cicerones e ficamos uma vez mais entregues a Carlos. O regresso iria demorar pelo menos mais duas horas. Com tempo e um sinal de internet que ia e vinha, decidimos investigar o único aspecto da Lagoa de Oviedo que nos continuava a intrigar: o seu nome.

O Porquê Histórico de “Oviedo”

Sabíamos que andávamos em terras do Parque Nacional Jaragua, parte da província de Pedernales que faz fronteira com o sul do Haiti. Num ápice, descobrimos que a pequena cidade que servia a laguna, Oviedo, era a mais austral da República Dominicana.

Litoral da Laguna de Oviedo, República Dominicana.

Litoral recortado, pejado de cactos.

Tanto a lagoa como a província mantêm o baptismo dado em honra de Gonzalo Fernández de Oviedo y Valdez, polígrafo e cronista de Cristóvão Colombo, o incontornável primeiro visitante europeu destas paragens das Américas.

A Oviedo dominicana actual teve como génese um dos mais antigos povoados de Hispaniola. Há que ter, no entanto, em conta que a cidade sofreu um importante translado.

Em 1966, o furacão Inês arrasou-a quase por completo. O presidente dominicano de então, Joaquín Antonio Balaguer decretou que fosse reerguida noutro lugar, mais afastado da Laguna de Oviedo e protegido das fúrias ciclónicas do Caribe.

Mesmo em plena época de furacões desta região, continuávamos bafejados pela sorte. Os que apareciam a Oeste das Antilhas subiam a norte em vez de avançar para Oeste sobre Porto Rico e Hispaniola ou, ainda mais a ocidente, sobre Cuba. Os dias sucediam-se com céu azul, solarengos a condizer.

Pelo menos até às quatro e meia, cinco da tarde, hora em que as nuvens se precipitavam do Mar das Caraíbas sobre a serrania de Bahoruco e ali descarregavam a humidade acumulada durante as horas de sol a pique e calor intenso.

Carlos entregou-nos de volta à Casa Bonita bem antes da chuvarada dessa tarde.

Puerto Plata, República Dominicana

Prata da Casa Dominicana

Puerto Plata resultou do abandono de La Isabela, a segunda tentativa de colónia hispânica das Américas. Quase meio milénio depois do desembarque de Colombo, inaugurou o fenómeno turístico inexorável da nação. Numa passagem-relâmpago pela província, constatamos como o mar, a montanha, as gentes e o sol do Caribe a mantêm a reluzir.
Península de Samaná, PN Los Haitises, República Dominicana

Da Península de Samaná aos Haitises Dominicanos

No recanto nordeste da República Dominicana, onde a natureza caribenha ainda triunfa, enfrentamos um Atlântico bem mais vigoroso que o esperado nestas paragens. Lá cavalgamos em regime comunitário até à famosa cascata Limón, cruzamos a baía de Samaná e nos embrenhamos na “terra das montanhas” remota e exuberante que a encerra.
Mar Morto, Israel

À Tona d'água, nas Profundezas da Terra

É o lugar mais baixo à superfície do planeta e palco de várias narrativas bíblicas. Mas o Mar Morto também é especial pela concentração de sal que inviabiliza a vida mas sustém quem nele se banha.

Nha Trang-Doc Let, Vietname

O Sal da Terra Vietnamita

Em busca de litorais atraentes na velha Indochina, desiludimo-nos com a rudeza balnear de Nha Trang. E é no labor feminino e exótico das salinas de Hon Khoi que encontramos um Vietname mais a gosto.

Passo do Lontra, Miranda, Brasil

O Brasil Alagado a um Passo da Lontra

Estamos no limiar oeste do Mato Grosso do Sul mas mato, por estes lados, é outra coisa. Numa extensão de quase 200.000 km2, o Brasil surge parcialmente submerso, por rios, riachos, lagoas e outras águas dispersas em vastas planícies de aluvião. Nem o calor ofegante da estação seca drena a vida e a biodiversidade de lugares e fazendas pantaneiras como a que nos acolheu às margens do rio Miranda.
Maguri Bill, Índia

Um Pantanal nos Confins do Nordeste Indiano

O Maguri Bill ocupa uma área anfíbia nas imediações assamesas do rio Bramaputra. É louvado como um habitat incrível sobretudo de aves. Quando o navegamos em modo de gôndola, deparamo-nos com muito (mas muito) mais vida que apenas a asada.
Lençois da Bahia, Brasil

A Liberdade Pantanosa do Quilombo do Remanso

Escravos foragidos subsistiram séculos em redor de um pantanal da Chapada Diamantina. Hoje, o quilombo do Remanso é um símbolo da sua união e resistência mas também da exclusão a que foram votados.
Esteros del Iberá, Argentina

O Pantanal das Pampas

No mapa mundo, para sul do famoso pantanal brasileiro, surge uma região alagada pouco conhecida mas quase tão vasta e rica em biodiversidade. A expressão guarani Y berá define-a como “águas brilhantes”. O adjectivo ajusta-se a mais que à sua forte luminância.
Barahona, República Dominicana

A República Dominicana Balnear de Barahona

Sábado após Sábado, o recanto sudoeste da República Dominicana entra em modo de descompressão. Aos poucos, as suas praias e lagoas sedutoras acolhem uma maré de gente eufórica que se entrega a um peculiar rumbear anfíbio.
Laguna Oviedo a Bahia de las Águilas, República Dominicana

Em Busca da Praia Dominicana Imaculada

Contra todas as probabilidades, um dos litorais dominicanos mais intocados também é dos mais remotos. À descoberta da província de Pedernales, deslumbramo-nos com o semi-desértico Parque Nacional Jaragua e com a pureza caribenha da Bahia de las Águilas.
Lago Enriquillo, República Dominicana

Enriquillo: o Grande Lago das Antilhas

Com entre 300 e 400km2, situado a 44 metros abaixo do nível do mar, o Enriquillo é o lago supremo das Antilhas. Mesmo hipersalino e abafado por temperaturas atrozes, não pára de aumentar. Os cientistas têm dificuldade em explicar porquê.
Santo Domingo, República Dominicana

A Mais Longeva Anciã Colonial das Américas

Santo Domingo é a colónia há mais tempo habitada do Novo Mundo. Fundada, em 1498, por Bartolomeu Colombo, a capital da República Dominicana preserva intacto um verdadeiro tesouro de resiliência histórica.
Ilha Saona, República Dominicana

Uma Savona nas Antilhas

Durante a sua segunda viagem às Américas, Colombo desembarcou numa ilha exótica encantadora. Baptizou-a de Savona, em honra de Michele da Cuneo, marinheiro savonês que a percebeu destacada da grande Hispaniola. Hoje tratada por Saona, essa ilha é um dos édenes tropicais idolatrados da República Dominicana.

Montãna Redonda e Rancho Salto Yanigua, República Dominicana

Da Montaña Redonda ao Rancho Salto Yanigua

À descoberta do noroeste dominicano, ascendemos à Montaña Redonda de Miches, recém-transformada num insólito apogeu de evasão. Desse cimo, apontamos à Bahia de Samaná e a Los Haitises, com passagem pelo pitoresco rancho Salto Yanigua.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Jabula Beach, Kwazulu Natal, Africa do Sul
Safari
Santa Lucia, África do Sul

Uma África Tão Selvagem Quanto Zulu

Na eminência do litoral de Moçambique, a província de KwaZulu-Natal abriga uma inesperada África do Sul. Praias desertas repletas de dunas, vastos pântanos estuarinos e colinas cobertas de nevoeiro preenchem esta terra selvagem também banhada pelo oceano Índico. Partilham-na os súbditos da sempre orgulhosa nação zulu e uma das faunas mais prolíficas e diversificadas do continente africano.
Braga ou Braka ou Brakra, no Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
planicie sagrada, Bagan, Myanmar
Arquitectura & Design
Bagan, Myanmar

A Planície dos Pagodes, Templos e Redenções Celestiais

A religiosidade birmanesa sempre assentou num compromisso de redenção. Em Bagan, os crentes endinheirados e receosos continuam a erguer pagodes na esperança de conquistarem a benevolência dos deuses.
Totems, aldeia de Botko, Malekula,Vanuatu
Aventura
Malekula, Vanuatu

Canibalismo de Carne e Osso

Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Cerimónias e Festividades
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Anoitecer no Parque Itzamna, Izamal, México
Cidades
Izamal, México

A Cidade Mexicana, Santa, Bela e Amarela

Até à chegada dos conquistadores espanhóis, Izamal era um polo de adoração do deus Maia supremo Itzamná e Kinich Kakmó, o do sol. Aos poucos, os invasores arrasaram as várias pirâmides dos nativos. No seu lugar, ergueram um grande convento franciscano e um prolífico casario colonial, com o mesmo tom solar em que a cidade hoje católica resplandece.
Cacau, Chocolate, Sao Tome Principe, roça Água Izé
Comida
São Tomé e Príncipe

Roças de Cacau, Corallo e a Fábrica de Chocolate

No início do séc. XX, São Tomé e Príncipe geravam mais cacau que qualquer outro território. Graças à dedicação de alguns empreendedores, a produção subsiste e as duas ilhas sabem ao melhor chocolate.
Igreja Ortodoxa de Bolshoi Zayatski, ilhas Solovetsky, Rússia
Cultura
Bolshoi Zayatsky, Rússia

Misteriosas Babilónias Russas

Um conjunto de labirintos pré-históricos espirais feitos de pedras decoram a ilha Bolshoi Zayatsky, parte do arquipélago Solovetsky. Desprovidos de explicações sobre quando foram erguidos ou do seu significado, os habitantes destes confins setentrionais da Europa, tratam-nos por vavilons.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Desporto
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Alasca, de Homer em Busca de Whittier
Em Viagem
Homer a Whittier, Alasca

Em Busca da Furtiva Whittier

Deixamos Homer, à procura de Whittier, um refúgio erguido na 2ª Guerra Mundial e que abriga duzentas e poucas pessoas, quase todas num único edifício.
Tambores e tatoos
Étnico
Taiti, Polinésia Francesa

Taiti Para lá do Clichê

As vizinhas Bora Bora e Maupiti têm cenários superiores mas o Taiti é há muito conotado com paraíso e há mais vida na maior e mais populosa ilha da Polinésia Francesa, o seu milenar coração cultural.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sinais Exóticos de Vida

Passagem, Tanna, Vanuatu ao Ocidente, Meet the Natives
História
Tanna, Vanuatu

Daqui se Fez Vanuatu ao Ocidente

O programa de TV “Meet the Natives” levou representantes tribais de Tanna a conhecer a Grã-Bretanha e os E.U.A. De visita à sua ilha, percebemos porque nada os entusiasmou mais que o regresso a casa.
Magníficos Dias Atlânticos
Ilhas
Morro de São Paulo, Brasil

Um Litoral Divinal da Bahia

Há três décadas, não passava de uma vila piscatória remota e humilde. Até que algumas comunidades pós-hippies revelaram o retiro do Morro ao mundo e o promoveram a uma espécie de santuário balnear.
Verificação da correspondência
Inverno Branco
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Enseada, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos
Literatura
Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios

Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
Cumbre Vieja, La Palma, erupção, Tsunami,Um Apocalipse Televisionado
Natureza
La Palma, CanáriasEspanha

O Mais Mediático dos Cataclismos por Acontecer

A BBC divulgou que o colapso de uma vertente vulcânica da ilha de La Palma podia gerar um mega-tsunami. Sempre que a actividade vulcânica da zona aumenta, os media aproveitam para apavorar o Mundo.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Dunas da ilha de Bazaruto, Moçambique
Parques Naturais
Bazaruto, Moçambique

A Miragem Invertida de Moçambique

A apenas 30km da costa leste africana, um erg improvável mas imponente desponta do mar translúcido. Bazaruto abriga paisagens e gentes que há muito vivem à parte. Quem desembarca nesta ilha arenosa exuberante depressa se vê numa tempestade de espanto.
Passageira agasalhada-ferry M:S Viking Tor, Aurlandfjord, Noruega
Património Mundial UNESCO
Flam a Balestrand, Noruega

Onde as Montanhas Cedem aos Fiordes

A estação final do Flam Railway, marca o término da descida ferroviária vertiginosa das terras altas de Hallingskarvet às planas de Flam. Nesta povoação demasiado pequena para a sua fama, deixamos o comboio e navegamos pelo fiorde de Aurland abaixo rumo à prodigiosa Balestrand.
Visitantes da casa de Ernest Hemingway, Key West, Florida, Estados Unidos
Personagens
Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
Tombolo e Punta Catedral, Parque Nacional Manuel António, Costa Rica
Praias
PN Manuel António, Costa Rica

O Pequeno-Grande Parque Nacional da Costa Rica

São bem conhecidas as razões para o menor dos 28 parques nacionais costarriquenhos se ter tornado o mais popular. A fauna e flora do PN Manuel António proliferam num retalho ínfimo e excêntrico de selva. Como se não bastasse, limitam-no quatro das melhores praias ticas.
Religião
Circuito Annapurna: 5º - Ngawal a BragaNepal

Rumo a Braga. A Nepalesa.

Passamos nova manhã de meteorologia gloriosa à descoberta de Ngawal. Segue-se um curto trajecto na direcção de Manang, a principal povoação no caminho para o zénite do circuito Annapurna. Ficamo-nos por Braga (Braka). A aldeola não tardaria a provar-se uma das suas mais inolvidáveis escalas.
Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, locomotiva
Sobre Carris
Fianarantsoa-Manakara, Madagáscar

A Bordo do TGV Malgaxe

Partimos de Fianarantsoa às 7a.m. Só às 3 da madrugada seguinte completámos os 170km para Manakara. Os nativos chamam a este comboio quase secular Train Grandes Vibrations. Durante a longa viagem, sentimos, bem fortes, as do coração de Madagáscar.
Amaragem, Vida à Moda Alasca, Talkeetna
Sociedade
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
saksun, Ilhas Faroé, Streymoy, aviso
Vida Quotidiana
Saksun, StreymoyIlhas Faroé

A Aldeia Faroesa que Não Quer ser a Disneylandia

Saksun é uma de várias pequenas povoações deslumbrantes das Ilhas Faroé, que cada vez mais forasteiros visitam. Diferencia-a a aversão aos turistas do seu principal proprietário rural, autor de repetidas antipatias e atentados contra os invasores da sua terra.
Hipopótamo exibe as presas, entre outros
Vida Selvagem
PN Mana Pools, Zimbabwé

O Zambeze no Cimo do Zimbabwé

Passada a época das chuvas, o minguar do grande rio na fronteira com a Zâmbia lega uma série de lagoas que hidratam a fauna durante a seca. O Parque Nacional Mana Pools denomina uma região fluviolacustre vasta, exuberante e disputada por incontáveis espécimes selvagens.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.