Sossusvlei, Namíbia

O Namibe Sem Saída de Sossusvlei


Vestígios de Vegetação
Acácia e arbustos salpicam o solo pedregoso do vale de Sossusvlei.
Acácia sobre Duna
Uma acácia subsiste na vertente arenosa da Duna 45.
Silhuetas em Busca
Rumo aos céus do Namibe
Balão eleva-se acima da estrada que percorre o vale de Sossusvlei.
Esqueletos arbóreos
Troncos mortos e hirtos de acácias que, em tempos, proliferaram em Dead Vlei.
As Acácias e a Sombra
Acácias proliferam no fundo de uma das grandes dunas de Sossusvlei.
Duo das Areias
Caminhantes percorre a crista de uma duna curva de Sossusvlei.
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Sessão de Balão
Um balão ascende enquanto um outro é enchido de hélio por forma a acompanhar o primeiro.
Vale das Acácias Mortas
O fundo de argila salgada que preenche o vale de tempos a tempos alagado de Deadvlei.
Linhas de areia
Composição de Dunas enriquecida pelas sombras do sol ainda baixo sobre o Namibe.
Kulala Lodge
Troncos de acácias em redor do Kulala Eco-Lodge, nas imediações de Sesriem.
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GOPR4007
Caminhada Solitária
Caminhante percorre um trilho já aberto na base da Duna 45.
Quando flui, o rio efémero Tsauchab serpenteia 150km, desde as montanhas de Naukluft. Chegado a Sossusvlei, perde-se num mar de montanhas de areia que disputam o céu. Os nativos e os colonos chamaram-lhe pântano sem retorno. Quem descobre estas paragens inverosímeis da Namíbia, pensa sempre em voltar.

O lodge em que tínhamos dado entrada na noite anterior denominava-se Le Mirage.

Não o conseguíamos ver de outra maneira, perdido como estava na vastidão do Sossus namibiano e na do tempo, numa excentricidade desenquadrada de castelo ou ksar medieval norte-africano, todo ele arredondado, feito de torres cilíndricas agrupadas numa quase circunferência exterior.

Partilhámos o interior empedrado e fortificado com uma comunidade internacional, requintada e endinheirada de exploradores da Namíbia, um deles aniversariante. Voltámos assim a assistir ao cerimonial tão frequente na Namíbia e sul de África, dos empregados  a cantarem os parabéns e a dançarem ao som de tambores na da sala de jantar.

Assim como surgiu do nada, a celebração depressa se dissipou. Não obstante estarem previstos cinco pratos, abreviámos o repasto tanto quanto possível.

Tínhamos imenso trabalho de escritório para resolver para os dias vindouros e, para ajudar à festa, as paredes massivas daquelas quase masmorras barravam o sinal de Wi-Fi do quarto 24 que nos tinha calhado. Resolvemos o que conseguimos do imbróglio.

Extasiados das viagens pelas estradas poeirentas e escorregadias da Namíbia, cedemos ao sono mais cedo do que estávamos a contar. Ainda não foi dessa que recuperámos como devíamos.

Às 4h30, os despertadores soaram em jeito de filme de terror. Meia-hora depois, esforçávamo-nos para tomar o pequeno-almoço de olhos abertos.

Às cinco da manhã, ainda atordoados, saímos à descoberta de Sossusvlei.

A Descoberta Madrugadora de Sossusvlei

Estávamos a pouco mais de 20km de Sesriem, a principal povoação da zona.

Ponto de entrada para o domínio vasto dos seus grandes vleis, o termos empregue pelos colonos afrikaners destas partes para definir os pântanos formados quando a água temporária dos rios se espalha pelos desertos, neste caso, o do Namibe.

O Namibe é tido como o ancião dos desertos. Com mais de 2000 km de extensão de uma faixa atlântica alargada de Angola, da Namíbia e da África do Sul, também é um dos maiores à face da Terra.

Por onde andávamos, estávamos sobre o meio da latitude que ocupa. Não chegamos a aproximar-nos de Sesriem.

Deixamos a estrada namibiana C27 apontados a oeste. Nas imediações de um tal de Kulala Desert Lodge, a via arenosa porque seguíamos alinhou-se com o sulco escavado no deserto por um tal de rio Tsauchab. Sem que então tivéssemos noção, o Tsauchab tem protagonismo em quase todos os cenários que viríamos a desvendar.

De tempos a tempos, raros dias de chuva nas longínquas montanhas Naukluft, cerca de 150km para nordeste, fazem ressuscitar o rio.

Renovam a erosão do solo e a compactação das areias dos fundos do Namibe.

Escavam, assim, mais profunda e definida, a espécie de ponta de seta aluvial, bem visível dos ares ou em imagem de satélite.

Na companhia do caudal ressequido do Tsauchab, sob o olhar desconfiado dos órix residentes, o jipe passa pelos balões de ar que quase salpicam os céus límpidos destes confins.

Enre órix e balões, internamo-nos no vale barrento do Sossusvlei, entre as dunas imponentes que o delimitam a norte e a sul.

E a Conquista Arenosa da Reputada Duna 45

Detemo-nos junto à base da Duna 45. Por uma óbvia razão.

Situada ao quilómetro 45 da estrada que conduz Sesriem a Sossusvlei, esta duna ergue-se a 170 metros de altura, um monstro geológico formado por areia com em redor de cinco milhões de anos.

Estima-se que a do rio Orange, soprada do deserto do Kalahari até à quase orla marinha do Namibe. Encetamos a subida ao cimo, devagar, devagarinho, nem a areia deslizante da sua crista curva permitiria outra coisa.

Primeiro, com o sol a querer espreitar do oriente namibiano.

Logo, nós e o topo das dunas alaranjados pelos raios inaugurais do dia, sobretudo as dunas, feitas de uma areia saturada de ferro e, por isso, já de si ocres, mais ferrosas para o interior do que próximo ao oceano.

Quanto mais ascendíamos, mais abismais se revelavam os ergs alaranjados pela aurora em redor.

E mais se diminuíam as acácias nas bases, naquela altura do ano, carregadas das suas vagens em forma de lua, um dos alimentos preferidos dos elefantes.

À medida que o sol se elevava acima do horizonte e das dunas, apagava as manchas de sombra nas vertentes por iluminar.

Quando esse contraste mágico se desvaneceu em demasia, regressámos ao ponto de partida, prontos a retomar a linha condutora esbranquiçada do Tsauchab.

Seguimos para ocidente, a determinada altura, já sobre o rasto de argila salgada legado pelas torrentes inesperadas, a caminho do limiar em que se some no areal sem fim do Namibe.

O Vale sem Saída e Moribundo de Dead Vlei

Algumas das dunas formam verdadeiros lagos desse sal cozinhado vezes sem conta pelo sol tropical.

Um dos mais famosos, o Dead Vlei, surge na base da Big Daddy, a duna mais elevada de Sossusvlei, com 325 metros, ainda assim, ainda assim abaixo da mais alta da Namíbia, a Dune 7, esta com 383 metros.

Passamos abaixo do limiar setentrional Big Daddy. Do lado oposto da sua crista, damos com a mais exuberante das bacias de argila de Sossusvlei, a Dead Vlei, traduzível como pântano ou charco morto.

Mesmo se agora o comprovamos demasiado ressequido para alojar vida vegetal de grande porte, nem sempre assim foi.

O que torna Dead Vlei um cenário especial é a profusão de esqueletos de acácias, testemunhos hirtos e ramificados de formas caprichosas de tempos em que chuvas fartas – provavelmente a montante do rio – e um caudal significativo do Tsauchab terão concedido outra fertilidade.

O Namibe prova-se, no entanto, um deserto em permanente movimento e mutação.

A dinâmica das areias é alimentada pelo conflito entre o vento prevalente de Sul-Sudoeste que, arrefecido pelas águas gélidas da Corrente de Benguela, gera o nevoeiro denso que envolve a orla do deserto e constitui a sua principal fonte de humidade.

O grande rival deste vento de sul, é conhecido como Berg, provém do deserto do Kalahari e, de acordo, é seco, uma verdadeira fornalha, aliás.  

Balão, Deserto do Namibe, Sossusvlei, Namibia

Balão eleva-se acima da estrada que percorre o vale de Sossusvlei.

O conflito estes dois ventos e suas derivações molda a orientação e a forma das dunas do Namibe e de Sossusvlei.

Terá acontecido que, nesta batalha, entre 500 e 900 anos atrás, alterações na duna Big Daddy e vizinhas bloquearam o fluxo intermitente (dá-se a cada 5 a 10 anos) do Tsauchab para dentro do Dead Vlei.

Desprovidas da água que as irrigava, as acácias quase milenares pereceram.

Os seus troncos e ramos principais resistem. Formam monumentos surreais à aventura e desventura biológica que ali teve lugar.

Por improvável que possa parecer, o Atlântico dista menos de 50km do vale sem saída e morto de Sossusvlei e de Deadvlei.

Ainda assim, nem sequer nas maiores enxurradas já ocorridas, produtos de aberrações meteorológicas, conseguiu o Tsauchab chegar ao oceano como um verdadeiro caudal.

No fim afunilado de Sossusvlei, com a Big Daddy e suas aliadas pela frente, o rio rende-se à imensidão das areias, deixa-se nelas sumir.

Passagem pelo Aperto Fluvial do Estreito de Sesriem

São raros os rios que nunca chegam ao mar.

África tem alguns.

Um outro, esse permanente e abastecido em permanência pelas chuvas do Huambo angolano, espraia-se num pântano verdejante e prolífico mais para o interior de África. Trata-se do Okavango (Cubango).

O sol ergue-se a caminho do seu zénite. De regresso ao carro, descobrimos que temos um furo, por sorte, dos muito lentos. Invertemos caminho.

Temos tempo de atravessar o Desfiladeiro de Sesriem que o Tsauchab atravessa mesmo antes de entrar em Sossusvlei, após deixar de vez, para trás, as montanhas de Naukluft.

Em certos pontos, o desfiladeiro tem meros dois metros de largura, um aperto que sentimos destoar em absoluto com a imensidão inóspita que vínhamos há dias a percorrer.

Raro como é, a estreiteza de Sesriem tem ainda o condão de preservar um reservatório sombrio de água.

É, assim, um ponto de encontro quase obrigatório da fauna do Namibe, dos órix e cabras-de-leque, das avestruzes, dos chacais, hienas e tantos outros.

A Remota Génese Germânica do PN Namibe-Naukluft

Se recuarmos até ao início do século XX, à era colonial do Sudoeste Africano Alemão, constatamos que, mesmo sem verdadeiras intenções de protecção e preservação animal, foram os germânicos que estabeleceram a base do actual Parque Nacional Namibe-Naukluft, considerado o maior parque nacional de África e o quarto maior do mundo.

Em 1907, estabeleceram três grandes Reservas de Caça. A região de Namibe-Naukluft ficou integrada na terceira. Só que os direitos de caça alemães na sua colónia foram perdidos com a derrota do Império Germânico e aliados na 1ª Guerra Mundial.

Em 1915, a administração sul-africana da ex-colónia alemã, validou as Reservas de Caça antes estabelecidas.

Daí em diante, verificaram-se sucessivas alterações.

Quase todas na direcção de aumentar a área do PN Namibe-Naukluft e, desde há já bastante tempo, em vez de promover a caça, como acontece ainda noutras regiões próximas, de proteger os seus animais.

Uma Paragem nas Boxes Forçada

Regressemos à realidade actual em que nos víamos. O furo que nos atormentava agrava-se.

De tal maneira, que nos obrigou a seguir de imediato para Sesriem, a povoação situada a 4km do desfiladeiro.

Mero posto de abastecimento dos veículos e das gentes chegadas em função de Sossusvlei ou a caminho de paragens não tão populares mas de igual modo extraordinárias da Namíbia, Lüderitz, Kolmanskop, Aus.

Como Sesriem, entre as poucas povoações que, por uma razão ou por outra, ousaram desafiar a rudez do deserto.

Paramos na estação de serviço. Um dos funcionários de turno, lava-nos os para-brisas e os vidros laterais. Em boa hora.

Além de areia, o Namibe é feito de poeira que quando se aloja faz questão de resistir.

Atestamos para a viagem longa rumo a Lüderitz.

Após o que o segundo funcionário, aquele que havia assumido o conserto nos dá a novidade: “estão com sorte. Era um prego pequeno.

Não fez grande mossa e consigo remendá-lo só por dentro.

Assim evitam aquela chatice de a empresa de rent-a-car vos querer fazer pagar um pneu novo.”

Agradecemos. Recompensamos-lhe a atenção como a merecia.

O Eco-Refúgio Estrelado do Kulala Desert Lodge

Com o carro operacional e o braseiro do meio da tarde a instalar-se, refugiamo-nos no lodge dessa noite, o tal de Kulala por que tínhamos passado sobre a aurora.

O Kulala Desert Lodge revelou-se outro de vários eco-lodges construídos em madeira, pedra e outros materiais da zona, com recursos mínimos mas uma criatividade do tamanho do Namibe, acolhedor e inspirador a condizer.

Recuperamos o sono que há semanas perdíamos.

Até a hora de jantar justificar um difícil despertar. Com a noite instalada, subimos ao terraço acamado do lodge.

Lá nos dedicamos a contemplar e a fotografar o firmamento híperestrelado, com as suas estrelas e planetas, atrevíamo-nos a dizer que, alguns deles, menos extraterrestres como o Sossusvlei que nos envolvia.

Deserto Namibe, Sossusvlei, Namíbia

Kolmanskop, Namíbia

Gerada pelos Diamantes do Namibe, Abandonada às suas Areias

Foi a descoberta de um campo diamantífero farto, em 1908, que originou a fundação e a opulência surreal de Kolmanskop. Menos de 50 anos depois, as pedras preciosas esgotaram-se. Os habitantes deixaram a povoação ao deserto.
Lüderitz, Namibia

Wilkommen in Afrika

O chanceler Bismarck sempre desdenhou as possessões ultramarinas. Contra a sua vontade e todas as probabilidades, em plena Corrida a África, o mercador Adolf Lüderitz forçou a Alemanha assumir um recanto inóspito do continente. A cidade homónima prosperou e preserva uma das heranças mais excêntricas do império germânico.
Cape Cross, Namíbia

A Mais Tumultuosa das Colónias Africanas

Diogo Cão desembarcou neste cabo de África em 1486, instalou um padrão e fez meia-volta. O litoral imediato a norte e a sul, foi alemão, sul-africano e, por fim, namibiano. Indiferente às sucessivas transferências de nacionalidade, uma das maiores colónias de focas do mundo manteve ali o seu domínio e anima-o com latidos marinhos ensurdecedores e intermináveis embirrações.
Damaraland, Namíbia

Namíbia On the Rocks

Centenas de quilómetros para norte de Swakopmund, muitos mais das dunas emblemáticas de Sossuvlei, Damaraland acolhe desertos entrecortados por colinas de rochas avermelhadas, a maior montanha e a arte rupestre decana da jovem nação. Os colonos sul-africanos baptizaram esta região em função dos Damara, uma das etnias da Namíbia. Só estes e outros habitantes comprovam que fica na Terra.
Fish River Canyon, Namíbia

As Entranhas Namibianas de África

Quando nada o faz prever, uma vasta ravina fluvial esventra o extremo meridional da Namíbia. Com 160km de comprimento, 27km de largura e, a espaços, 550 metros de profundidade, o Fish River Canyon é o Grand Canyon de África. E um dos maiores desfiladeiros à face da Terra.
Robben Island, África do Sul

A Ilha ao Largo do Apartheid

Bartolomeu Dias foi o primeiro europeu a vislumbrar a Robben Island, aquando da sua travessia do Cabo das Tormentas. Com os séculos, os colonos transformaram-na em asilo e prisão. Nelson Mandela deixou-a em 1982, após dezoito anos de pena. Decorridos outros doze, tornou-se o primeiro presidente negro da África do Sul.
Savuti, Botswana

Os Leões Comedores de Elefantes de Savuti

Um retalho do deserto do Kalahari seca ou é irrigado consoante caprichos tectónicos da região. No Savuti, os leões habituaram-se a depender deles próprios e predam os maiores animais da savana.
PN Chobe, Botswana

Chobe: um rio na Fronteira da Vida com a Morte

O Chobe marca a divisão entre o Botswana e três dos países vizinhos, a Zâmbia, o Zimbabwé e a Namíbia. Mas o seu leito caprichoso tem uma função bem mais crucial que esta delimitação política.
Delta do Okavango, Botswana

Nem Todos os Rios Chegam ao Mar

Terceiro rio mais longo do sul de África, o Okavango nasce no planalto angolano do Bié e percorre 1600km para sudeste. Perde-se no deserto do Kalahari onde irriga um pantanal deslumbrante repleto de vida selvagem.
Table Mountain, África do Sul

À Mesa do Adamastor

Dos tempos primordiais das Descobertas à actualidade, a Montanha da Mesa sempre se destacou acima da imensidão sul-africana e dos oceanos em redor. Os séculos passaram e a Cidade do Cabo expandiu-se a seus pés. Tanto os capetonians como os forasteiros de visita se habituaram a contemplar, a ascender e a venerar esta meseta imponente e mítica.
Graaf-Reinet, África do Sul

Uma Lança Bóer na África do Sul

Nos primeiros tempos coloniais, os exploradores e colonos holandeses tinham pavor do Karoo, uma região de grande calor, grande frio, grandes inundações e grandes secas. Até que a Companhia Holandesa das Índias Orientais lá fundou Graaf-Reinet. De então para cá, a quarta cidade mais antiga da nação arco-íris prosperou numa encruzilhada fascinante da sua história.
Santa Lucia, África do Sul

Uma África Tão Selvagem Quanto Zulu

Na eminência do litoral de Moçambique, a província de KwaZulu-Natal abriga uma inesperada África do Sul. Praias desertas repletas de dunas, vastos pântanos estuarinos e colinas cobertas de nevoeiro preenchem esta terra selvagem também banhada pelo oceano Índico. Partilham-na os súbditos da sempre orgulhosa nação zulu e uma das faunas mais prolíficas e diversificadas do continente africano.
Twyfelfontein - Ui Aes, Namíbia

À Descoberta da Namíbia Rupestre

Durante a Idade da Pedra, o vale hoje coberto de feno do rio Aba-Huab, concentrava uma fauna diversificada que ali atraía caçadores. Em tempos mais recentes, peripécias da era colonial coloriram esta zona da Namíbia. Não tanto como os mais de 5000 petróglifos que subsistem em Ui Aes / Twyfelfontein.
Walvis Bay, Namíbia

O Litoral Descomunal de Walvis Bay

Da maior cidade costeira da Namíbia ao limiar do deserto do Namibe de Sandwich Harbour, vai um domínio de oceano, dunas, nevoeiro e vida selvagem sem igual. Desde 1790, que a profícua Walvis Bay lhe serve de portal.
PN Bwabwata, Namíbia

Um Parque Namibiano que Vale por Três

Consolidada a independência da Namíbia, em 1990, para simplificarem a sua gestão, as autoridades agruparam um trio de parques e reservas da faixa de Caprivi. O PN Bwabwata resultante acolhe uma imensidão deslumbrante de ecossistemas e vida selvagem, às margens dos rios Cubango (Okavango) e Cuando.
Spitzkoppe, Damaraland, Namíbia

A Montanha Afiada da Namíbia

Com 1728 metros, o “Matterhorn Namibiano” ergue-se abaixo das dez maiores elevações da Namíbia. Nenhuma delas se compara com a escultura granítica, dramática e emblemática de Spitzkoppe.
PN Etosha, Namíbia

A Vida Exuberante da Namíbia Branca

Um salar vasto rasga o norte namibiano. O Parque Nacional Etosha que o envolve revela-se um habitat árido, mas providencial, de incontáveis espécies selvagens africanas.
Palmwag, Namíbia

Em Busca de Rinocerontes

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Anfitrião Wezi aponta algo na distância
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Curitiba a Morretes, Paraná, Brasil

Paraná Abaixo, a Bordo do Trem Serra do Mar

Durante mais de dois séculos, só uma estrada sinuosa e estreita ligava Curitiba ao litoral. Até que, em 1885, uma empresa francesa inaugurou um caminho-de-ferro com 110 km. Percorremo-lo, até Morretes, a estação, hoje, final para passageiros. A 40km do término original e costeiro de Paranaguá.
Singapura, ilha Sucesso e Monotonia
Sociedade
Singapura

A Ilha do Sucesso e da Monotonia

Habituada a planear e a vencer, Singapura seduz e recruta gente ambiciosa de todo o mundo. Ao mesmo tempo, parece aborrecer de morte alguns dos seus habitantes mais criativos.
Visitantes nas ruínas de Talisay, ilha de Negros, Filipinas
Vida Quotidiana
Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
Devils Marbles, Alice Springs a Darwin, Stuart hwy, Caminho do Top End
Vida Selvagem
Alice Springs a Darwin, Austrália

Estrada Stuart, a Caminho do Top End da Austrália

Do Red Centre ao Top End tropical, a estrada Stuart Highway percorre mais de 1.500km solitários através da Austrália. Nesse trajecto, o Território do Norte muda radicalmente de visual mas mantém-se fiel à sua alma rude.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.