Ilha Ibo, Moçambique

Ilha de um Moçambique Ido


Banco improvisado
Três amigas da ilha descansam numa piroga que a maré-vazia deixou em seco.
Linha de costa de Ibo
Perspectiva do litoral da vila do Ibo com a maré a subir. A Igreja de Nª Srª do Rosário ao fundo com três coqueiros a coroá-la.
Igreja numa ilha do Islão
A igreja de Nª Senhora do Rosário, entre dois dos fortes que em tempos defenderam a ilha Ibo de incursões.
Ilha de tempo
Monumento de rocha-coral legado pela erosão no leito da baía em frente da povoação de Ibo.
Diversão litoral
Crianças brincam junto a vários dhows ancorados no litoral junto ao Forte de São João Baptista.
Pele de Mussiro
Nativa protegida do sol tropical por máscara de mussiro.
Patrulha da maré
Moradores da ilha Ibo vasculham o leito arenoso em frente à povoação homónima em busca de crustáceos e moluscos.
A estranhar a visita
Moradores de uma das aldeias de palhotas e cubatas que abundam nos arredores da vila de Ibo.
Caminhada a 2
Duas mulheres percorrem um trilho de Ibo entre dois embondeiros majestosos.
Lota improvisada
Pescadores ancoram junto ao litoral coralífero aguardados por uma pequena multidão de compradores do seu peixe.
Patrulha da maré Jr.
Miúdos fazem-se ao leito ensopado pelo subir da maré, em frente ao Forte de São João Baptista.
Rota de dhow
Dhow aproxima-se do molhe da aldeia de Ibo, com o sol quase a mergulhar para trás do horizonte.
Patrulha da maré Jr. II
Crianças divertem-se no limiar desenhado pelo subir da maré.
A passar o tempo
Adolescentes jogam um jogo tradicional famoso em Moçambique.
Praia-mar, some a praia
Maré cheia preenche a enseada em frente à aldeia do Ibo, de onde se destaca a Igreja de Nª Senhora do Rosário.
Bando da pescaria
Rapazes pescam à linha a partir da ponta do molhe que serve Ibo.
Moda local II
Mulher de Ibo com o tradicional hijab há muito usado nestas partes do norte de Moçambique
Moda local
Raparigas muçulmanas da ilha do Ibo, onde a população é na sua maioria de fé e costumes islâmicos.
Um trilho na maré
Recuar do mar no Canal de Moçambique deixa um trilho desenhado entre pequenas embarcações.
Prá janta
Peixes frescos comprados a pescadores que ancoram no litoral junto ao forte de São João Baptista.
Foi fortificada, em 1791, pelos portugueses que expulsaram os árabes das Quirimbas e se apoderaram das suas rotas comerciais. Tornou-se o 2º entreposto português da costa oriental de África e, mais tarde, a capital da província de Cabo Delgado, Moçambique. Com o fim do tráfico de escravos na viragem para o século XX e a passagem da capital para Porto Amélia, a ilha Ibo viu-se no fascinante remanso em que se encontra.

De Pemba a Ibo: uma Epopeia de Chapa e de Bote

As Quirimbas e a sua ilha Ibo, em particular, são outros daqueles lugares que receamos difíceis de alcançar mas a que, mais tempo menos tempo, acabamos por chegar sem percalços. Após persistente investigação, tínhamos apurado que os “chapas” saíam de Pemba por volta das quatro da manhã.

Conseguimos convencer Chaga, um dos motoristas, a apanhar-nos às 3h30. Apesar do despertar sofrido, a essa hora estávamos de malas feitas à entrada do hotel. Chaga fez jus ao nome. À hora combinada ainda se debatia com os lençóis. Só conseguiu encher o “chapa” e sair de Pemba por volta das 5h.

Deixámos as voltas pela cidade embalar-nos e dormitámos o mais que pudemos. Decorridas quatro horas e meia por estradas de areia ladeadas de milheirais e mandiocais ressequidos salpicados de embondeiros, esbarrámos com o limiar terrestre da aldeia de Tandanhangue.

Ali, várias embarcações aguardavam que a maré subisse e tornasse os canais do mangal para diante navegáveis. Por volta das onze, um dhow zarpou à pinha de nativos e das suas cargas, enfeitado pelas muitas capulanas, camisas, hijabs e lenços de cabeça das mulheres a bordo.

Pintura de dhow na ilha Ibo, Moçambique

Dono de um dhow renova a pintura da sua embarcação.

Demorava mais duas horas que um pequeno barco a motor alternativo. Metemo-nos, assim, neste último e partilhámos o derradeiro trajecto aquático com dez outros passageiros, entre residentes e visitantes de Ibo.

Desembarcámos à uma da tarde, instalámo-nos no hotel Miti Miwiri, como o nome no dialecto quimuâni traduzia, situado entre duas grandes árvores, em plena Praça dos Trabalhadores, de frente para o depósito de sacas de carvão que servia a ilha.

Carvão na ilha Ibo, Quirimbas Moçambique

Vendedor entre sacas de carvão na Rua da República.

As Primeiras Deambulações por Ibo

O hotel foi reconstruído das ruínas por dois jovens amigos, um alemão e um francês. Jörg, o alemão, tinha-se enamorado por Ibo e por Mãezinha, em tempos, mera empregada, agora, companheira e braço direito do proprietário. O despertar madrugador e a longa viagem levaram-nos todas as energias.

Pouco depois do check in, cedemos ao cansaço. Só acordamos na madrugada seguinte, desejosos de um bom pequeno-almoço e de inaugurarmos a descoberta da ilha.

O seu forte de São João Baptista, em particular, baptizado em honra do santo padroeiro da ilha e representativo do passado colonial português em Moçambique, seduzia-nos.

Encontramo-lo ocupado por um exército de artesãos. Os dedicados à bijuteria de prata e pedras preciosas e semi-preciosas surgem instalados na ala contígua ao portão de entrada. Outros, os prendados na arte maconde da escultura do pau negro e outras madeiras, trabalhavam retirados em salas interiores. Examinamos o seu trabalho minucioso. Em seguida, ascendemos ao nível superior.

Crianças em frente ao forte de São João Baptista, ilha Ibo, Moçambique

Miúdos fazem-se ao leito ensopado pelo subir da maré, em frente ao Forte de São João Baptista.

Grandes nuvens brancas desfilam no céu azulão da época seca. É sob a sua sombra intermitente que percorremos os adarves adaptados à forma poligonal da fortaleza, erguida numa posição que permitia alvejar as embarcações inimigas, obrigadas a contornar o recorte norte da ilha para se aproximarem da sua principal povoação.

A maré está uma vez mais vazia. Para norte, vultos recém-desembarcados atravessavam o lodaçal que precedia o caudal recolhido do Canal de Moçambique, bem mais para norte da ilha Bazaruto que tínhamos explorado alguns dias antes. Contornamos o forte com a ideia de nos aproximarmos.

Quando o fazemos, uma fileira de mulheres com fardos à cabeça surge de entre a colónia de cactos que envolve o monumento e instala-se num dhow que aguarda a subida do mar.

Ascensão e o Súbito Sumiço da História de Moçambique

Até então, era aquele o padrão da vida local que mais se destacava. De 1609 em diante, Ibo teve a sua era de protagonismo, de eventos e de comoções. A partir de 1902, com a passagem da capital da província moçambicana de Cabo Delgado para Porto Amélia (hoje, Pemba), a ilha ficou entregue ao fluir do tempo e das marés.

Do Índico, pouco mais chegavam e chegam que a praia-mar, os pescadores e um ou outro forasteiro, como nós, atraído pelo seu enigmático retiro.

Dhow prestes a ancorar na Ilha Ibo, Quirimbas, Moçambique

Dhow aproxima-se do molhe da aldeia de Ibo, com o sol quase a mergulhar para trás do horizonte.

O forte foi erguido em 1791, quase 300 anos depois da altura em que se diz que Vasco da Gama aportou e repousou na ilha, 270 desde que substituiu o Fortim de São José do Ibo, a sua primeira fortificação. Na eminência do século XVIII, Ibo vivia o apogeu económico, conseguido graças ao profícuo comércio de escravos.

A povoação tinha acabado de ser promovida a vila e, logo, a capital da província de Cabo Delgado. Com o governo residente assistido por uma Câmara Municipal e um tribunal, o reforço da defesa da ilha tornou-se premente. Além do de São João, meio século depois, seria erguido o de Santo António do Ibo.

Do forte de São João Baptista, recuamos até ao molhe principal da povoação, situado à entrada da enseada, aquém do forte de São José e da igreja de pedra coralina e cal de Nª Senhora do Rosário.

igreja de Nª Senhora do Rosário na Ilha Ibo, Quirimbas, Moçambique

A igreja de Nª Senhora do Rosário, entre dois dos fortes que em tempos defenderam a ilha Ibo de incursões

Ibo e as Quirimbas. Uma Vida ao Sabor das Marés

Mais que um embarcadouro, o pontão elevado ora sobre o mar ora sobre o lodo, serve de ponto de repouso e de convívio para uma clientela de moradores que lá se encontram e partilham as raras novidades do dia.

Com a maré no seu auge, grupos de crianças, lá se reunem munidos de linha e anzol e passam o tempo numa sempre útil pesca lúdica.

Pesca à linha na ilha Ibo, Moçambique

Rapazes pescam à linha a partir da ponta do molhe que serve Ibo

Regressamos ao âmago da cidade, entretanto com a companhia de Isufo, um jovem nativo que acabámos por acolher como guia. Juntos, passamos entre a igreja e a pequena estátua de homenagem a Samora Machel.

Quando percorremos a Rua da República, entre os alpendres colunados das velhas moradias, umas restauradas, outras decrépitas e até mesmo em ruína, reparamos que, à esquerda, dela ramificava uma Rua Almirante Reis. Voltamos ao Miti Miwiri e cortamos para a Rua Maria Pia. A familiaridade histórica de Ibo, não cessava de aumentar.

Sr. João Baptista, o Ancião que Resiste do Período Colonial

Nesta via também ela alpendorada damos com a casa do Sr. João Baptista, antigo 3º oficial da administração colonial. Por altura da nossa visita, com 90 anos e há muitos reformado, Sr. João assume-se como conselheiro e historiador da ilha.

Até há algum tempo, uma placa redonda dependurada do seu alpendre, identificava-o como tal. Mal o encontramos, surpreende-nos a forma física, a jovialidade do seu rosto e, em particular, o riso e restantes expressões, levemente infantis e matreiras.

Sr. João Baptista, antigo funcionário do Estado Português, Ilha Ibo, Quirimbas, Mo

Sr. João Baptista, nesta imagem com 90 anos, reformado de muitos anos ao serviço do Estado Português.

Entretanto, abrigado do sol, João Baptista descreve-nos boa parte da sua vida. “Pois, eu fui o primeiro preto a poder frequentar a escola primária local, entre brancos.

Mais tarde, com a educação necessária, entrei ao serviço do estado. Trabalhei na Beira e noutros lugares. Ao fim de muitos anos longe da terra natal, consegui que me transferissem para cá. Durante a guerra da independência, Ibo estava tão longe do continente e dos palcos de guerra que tudo se manteve tranquilo.

Só apanhei um susto quando um independentista, por pura maldade, me acusou de ser colaboracionista e me prenderam. Mas, depois, como não tinham nada a apontar-me, lá me soltaram e deixaram-me em paz.”

A João Baptista agradava tanto a sua história como a de Ibo que, afinal, se entrecruzavam com óbvia frequência. É com prazer que nos resume como se desenvolveu a civilização que nela encontramos. “Na origem, habitavam a ilha e outras das Quirimbas, os pretos e pretas naturais destas paragens.

Moradora da ilha Ibo, Quirimbas, Moçambique

Mulher de Ibo com o tradicional hijab há muito usado nestas partes do norte de Moçambique.

Os árabes foram os primeiros forasteiros a aportar as estas partes setentrionais de Moçambique. Cá fundaram um entreposto comercial fortificado. De cá despachavam, ouro, marfim e escravos para Zanzibar e outros destinos do mundo árabe.

Quando os portugueses chegaram, encontraram uma ilha que, ao contrário do que estavam habituados, tinha vários poços de água bem distribuídos. Chamaram-lhe Ilha Bem Organizada. Dessa qualificação, surgiu o termo IBO.

Encontram ainda população negra indígena, alguma suaíli e árabe. Os árabes centrados na ilha de Quirimba recusaram-se a comerciar com eles. Furiosos, os portugueses incendiaram-lhes a povoação, afundaram-lhes boa parte dos dhows, mataram dezenas de rivais e apoderaram-se das suas mercadorias.

Daí em diante, Ibo e outras Quirimbas foram usadas como escala das suas transacções de marfim e de escravos. Até que os frequentes ataques de corsários e forças holandesas e vindas de Madagáscar os obrigaram a fortificar-se como nunca. Ibo foi dos últimos lugares de África a acatar a imposição britânica do fim do tráfico de escravos.”

Continuámos a falar até repararmos que ocaso se afirmava no horizonte. Interrompemos o encontro com a promessa de que voltaríamos.

O Sr. João despediu-se com a mesma cordialidade com que nos recebera. Vemos o sol afundar-se na floresta anfíbia de mangue que envolvia boa parte da ilha. C

om o escuro instalado, recolhemos ao Miti Miwiri.

Pôr-do-sol sobre a ilha Ibo, Quirimbas, Moçambique

Vulto à beira-mar durante o ocaso sobre o Canal de Moçambique.

Novo dia, a Mesma Ibo Perdida no Tempo

Às 8h da manhã seguinte, Isufo já nos aguardava à porta, disposto a mostrar-nos o âmago de Ibo e alguns dos recantos menos expostos dos seus 10 por 5 km.

Espreitamos o velho cemitério. Nele encontramos um inesperado sortido de sepulturas de portugueses, de iboenses e outros moçambicanos mas também de britânicos e de chineses.

Metemo-nos por caminhos interiores, salpicados por coqueiros e embondeiros.

Cruzamos aldeias que agrupam palhotas ou cubatas de barro, onde as mulheres de mussiros dourados pilam a mandioca e o milho e as maçanicas secam ao sol.

Caminhada a 2As crianças infernizam os adultos com as suas diabruras ao ar livre e recebem-nos com saudações persistentes de muzungo! muzungo! com que nos identificam como brancos, fontes de novidade, de entretenimento, com sorte, também de alguma pequena dádiva.

Regressamos às imediações do forte de São João Baptista. A maré subia já laje de coral acima numa secção da costa onde os pescadores ancoravam os seus dhows e vendiam o pescado da tarde a uma multidão colorida e excitada. Caminhamos para cá e para lá, sobre a pedra marinha afiada, atentos ao desenrolar do reboliço.

Admiramos os afazeres dos pescadores e a ansiedade dos compradores que estranham mas toleram a nossa maçadora acção fotográfica.

Acompanhamos de igual forma o esforço dos homens robustos que carregam dhows maiores que todos os outros com sacas, barris, motas e até frigoríficos.

Pescadores e compradores de peixe, ilha Ibo, Quirimbas, Moçambique

Pescadores ancoram junto ao litoral coralífero aguardados por uma pequena multidão de compradores do seu peixe.

Perguntamos a um dos compradores do peixe entretanto exposto num oleado para onde vão zarpar com tal carga. “Mais logo, saem para o sul da Tanzânia, responde-nos. Há algum movimento de pessoas para cá e para lá.”

À parte da chegada e partida dos visitantes e dos melhoramentos levados a cabo para melhor os receber e impressionar, foi dos poucos sintomas do fim da longa estagnação a que a ilha Ibo se viu votada que pudemos constatar.

Mais informação sobre a Ilha Ibo e as Quirimbas em na página respectiva da UNESCO.

Ilha do Ibo a Ilha QuirimbaMoçambique

Ibo a Quirimba ao Sabor da Maré

Há séculos que os nativos viajam mangal adentro e afora entre a ilha do Ibo e a de Quirimba, no tempo que lhes concede a ida-e-volta avassaladora do oceano Índico. À descoberta da região, intrigados pela excentricidade do percurso, seguimos-lhe os passos anfíbios.
Bazaruto, Moçambique

A Miragem Invertida de Moçambique

A apenas 30km da costa leste africana, um erg improvável mas imponente desponta do mar translúcido. Bazaruto abriga paisagens e gentes que há muito vivem à parte. Quem desembarca nesta ilha arenosa exuberante depressa se vê numa tempestade de espanto.
Ilha de Moçambique, Moçambique  

A Ilha de Ali Musa Bin Bique. Perdão, de Moçambique

Com a chegada de Vasco da Gama ao extremo sudeste de África, os portugueses tomaram uma ilha antes governada por um emir árabe a quem acabaram por adulterar o nome. O emir perdeu o território e o cargo. Moçambique - o nome moldado - perdura na ilha resplandecente em que tudo começou e também baptizou a nação que a colonização lusa acabou por formar.
PN Gorongosa, Moçambique

O Coração da Vida Selvagem de Moçambique dá Sinais de Vida

A Gorongosa abrigava um dos mais exuberantes ecossistemas de África mas, de 1980 a 1992, sucumbiu à Guerra Civil travada entre a FRELIMO e a RENAMO. Greg Carr, o inventor milionário do Voice Mail recebeu a mensagem do embaixador moçambicano na ONU a desafiá-lo a apoiar Moçambique. Para bem do país e da humanidade, Carr comprometeu-se a ressuscitar o parque nacional deslumbrante que o governo colonial português lá criara.
Enxame, Moçambique

Área de Serviço à Moda Moçambicana

Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
Table Mountain, África do Sul

À Mesa do Adamastor

Dos tempos primordiais das Descobertas à actualidade, a Montanha da Mesa sempre se destacou acima da imensidão sul-africana e dos oceanos em redor. Os séculos passaram e a Cidade do Cabo expandiu-se a seus pés. Tanto os capetonians como os forasteiros de visita se habituaram a contemplar, a ascender e a venerar esta meseta imponente e mítica.
Príncipe, São Tomé e Príncipe

Viagem ao Retiro Nobre da Ilha do Príncipe

A 150 km de solidão para norte da matriarca São Tomé, a ilha do Príncipe eleva-se do Atlântico profundo num cenário abrupto e vulcânico de montanha coberta de selva. Há muito encerrada na sua natureza tropical arrebatadora e num passado luso-colonial contido mas comovente, esta pequena ilha africana ainda abriga mais estórias para contar que visitantes para as escutar.
Elmina, Gana

O Primeiro Jackpot dos Descobrimentos Portugueses

No séc. XVI, Mina gerava à Coroa mais de 310 kg de ouro anuais. Este proveito suscitou a cobiça da Holanda e da Inglaterra que se sucederam no lugar dos portugueses e fomentaram o tráfico de escravos para as Américas. A povoação em redor ainda é conhecida por Elmina mas, hoje, o peixe é a sua mais evidente riqueza.
São Tomé e Príncipe

Roças de Cacau, Corallo e a Fábrica de Chocolate

No início do séc. XX, São Tomé e Príncipe geravam mais cacau que qualquer outro território. Graças à dedicação de alguns empreendedores, a produção subsiste e as duas ilhas sabem ao melhor chocolate.
Goa, Índia

Para Goa, Rapidamente e em Força

Uma súbita ânsia por herança tropical indo-portuguesa faz-nos viajar em vários transportes mas quase sem paragens, de Lisboa à famosa praia de Anjuna. Só ali, a muito custo, conseguimos descansar.
Pemba, Moçambique

De Porto Amélia ao Porto de Abrigo de Moçambique

Em Julho de 2017, visitámos Pemba. Dois meses depois, deu-se o primeiro ataque a Mocímboa da Praia. Nem então nos atrevemos a imaginar que a capital tropical e solarenga de Cabo Delgado se tornaria a salvação de milhares de moçambicanos em fuga de um jihadismo aterrorizador.
Ilha de Goa, Ilha de Moçambique, Moçambique

A Ilha que Ilumina a de Moçambique

A pequena ilha de Goa sustenta um farol já secular à entrada da Baía de Mossuril. A sua torre listada sinaliza a primeira escala de um périplo de dhow deslumbrante em redor da velha Ilha de Moçambique.

Machangulo, Moçambique

A Península Dourada de Machangulo

A determinada altura, um braço de mar divide a longa faixa arenosa e repleta de dunas hiperbólicas que delimita a Baía de Maputo. Machangulo, assim se denomina a secção inferior, abriga um dos litorais mais grandiosos de Moçambique.
Vilankulos, Moçambique

Índico vem, Índico Vai

A porta de entrada para o arquipélago de Bazaruto de todos os sonhos, Vilankulos tem os seus próprios encantos. A começar pela linha de costa elevada face ao leito do Canal de Moçambique que, a proveito da comunidade piscatória local, as marés ora inundam, ora descobrem.
Parque Nacional de Maputo, Moçambique

O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
Tofo, Moçambique

Entre o Tofo e o Tofinho por um Litoral em Crescendo

Os 22km entre a cidade de Inhambane e a costa revelam-nos uma imensidão de manguezais e coqueirais, aqui e ali, salpicados de cubatas. A chegada ao Tofo, um cordão de dunas acima de um oceano Índico sedutor e uma povoação humilde em que o modo de vida local há muito se ajusta para acolher vagas de forasteiros deslumbrados.
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Inhambane, Moçambique

A Capital Vigente de uma Terra de Boa Gente

Ficou para a história que um acolhimento generoso assim fez Vasco da Gama elogiar a região. De 1731 em diante, os portugueses desenvolveram Inhambane, até 1975, ano em que a legaram aos moçambicanos. A cidade mantém-se o cerne urbano e histórico de uma das províncias mais reverenciadas de Moçambique.
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Gurué, Moçambique, Parte 2

Em Gurué, entre Encostas de Chá

Após um reconhecimento inicial de Gurué, chega a hora do chá em redor. Em dias sucessivos, partimos do centro da cidade à descoberta das plantações nos sopés e vertentes dos montes Namuli. Menos vastas que até à independência de Moçambique e à debandada dos portugueses, adornam alguns dos cenários mais grandiosos da Zambézia.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

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Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

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A Reanimação Prodigiosa do PN Liwonde

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Seis dias após a partida de Besisahar chegamos por fim a Manang (3519m). Situada no sopé das montanhas Annapurna III e Gangapurna, Manang é a civilização que mima e prepara os caminhantes para a travessia sempre temida do desfiladeiro de Thorong La (5416 m).
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Entre Haciendas e Cenotes, pela História do Iucatão

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Santiago, ilha, Cabo Verde, São Jorge dos Órgãos
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Santiago, Cabo Verde

Santiago de Baixo a Cima

Aterrados na capital cabo-verdiana de Praia, exploramos a sua pioneira antecessora. Da Cidade Velha, percorremos a crista montanhosa e deslumbrante de Santiago, até ao topo desafogado de Tarrafal.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Casinhas miniatura, Chã das Caldeiras, Vulcão Fogo, Cabo Verde
Parques Naturais
Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã “Francês” à Mercê do Fogo

Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    
Skyway cruza o Vale de Jamison
Património Mundial UNESCO
Katoomba, Austrália

As Três Irmãs das Montanhas Azuis

Situadas a oeste de Sydney, as Blue Mountains formam um dos domínios mais procurados pelos ozzies e estrangeiros em busca de evasão. Atrai-os a beleza natural vista de Katoomba, os penhascos afiados das Three Sisters e as cascatas que se despenham sobre o vale de Jamison. À sombra deste frenesim turístico, perdura a habitual marginalização das origens e da cultura aborígene local.
Mascarado de Zorro em exibição num jantar da Pousada Hacienda del Hidalgo, El Fuerte, Sinaloa, México
Personagens
El Fuerte, Sinaloa, México

O Berço de Zorro

El Fuerte é uma cidade colonial do estado mexicano de Sinaloa. Na sua história, estará registado o nascimento de Don Diego de La Vega, diz-se que numa mansão da povoação. Na sua luta contra as injustiças do jugo espanhol, Don Diego transformava-se num mascarado esquivo. Em El Fuerte, o lendário “El Zorro” terá sempre lugar.
Nova Gales do Sul Austrália, Caminhada na praia
Praias
Batemans Bay a Jervis Bay, Austrália

Nova Gales do Sul, de Baía em Baía

Com Sydney para trás, entregamo-nos à “South Coast” australiana. Ao longo de 150km, na companhia de pelicanos, cangurus e outras peculiares criaturas aussie, deixamo-nos perder num litoral recortado entre praias deslumbrantes e eucaliptais sem fim.
Peregrinos no cimo, Monte Sinai, Egipto
Religião
Monte Sinai, Egipto

Força nas Pernas e Fé em Deus

Moisés recebeu os Dez Mandamentos no cume do Monte Sinai e revelou-os ao povo de Israel. Hoje, centenas de peregrinos vencem, todas as noites, os 4000 degraus daquela dolorosa mas mística ascensão.
Trem do Serra do Mar, Paraná, vista arejada
Sobre Carris
Curitiba a Morretes, Paraná, Brasil

Paraná Abaixo, a Bordo do Trem Serra do Mar

Durante mais de dois séculos, só uma estrada sinuosa e estreita ligava Curitiba ao litoral. Até que, em 1885, uma empresa francesa inaugurou um caminho-de-ferro com 110 km. Percorremo-lo, até Morretes, a estação, hoje, final para passageiros. A 40km do término original e costeiro de Paranaguá.
patpong, bar go go, banguecoque, mil e uma noites, tailandia
Sociedade
Banguecoque, Tailândia

Mil e Uma Noites Perdidas

Em 1984, Murray Head cantou a magia e bipolaridade nocturna da capital tailandesa em "One Night in Bangkok". Vários anos, golpes de estado, e manifestações depois, Banguecoque continua sem sono.
Cruzamento movimentado de Tóquio, Japão
Vida Quotidiana
Tóquio, Japão

A Noite Sem Fim da Capital do Sol Nascente

Dizer que Tóquio não dorme é eufemismo. Numa das maiores e mais sofisticadas urbes à face da Terra, o crepúsculo marca apenas o renovar do quotidiano frenético. E são milhões as suas almas que, ou não encontram lugar ao sol, ou fazem mais sentido nos turnos “escuros” e obscuros que se seguem.
Lago Manyara, parque nacional, Ernest Hemingway, girafas
Vida Selvagem
PN Lago Manyara, Tanzânia

África Favorita de Hemingway

Situado no limiar ocidental do vale do Rift, o parque nacional lago Manyara é um dos mais diminutos mas encantadores e ricos em vida selvagem da Tanzânia. Em 1933, entre caça e discussões literárias, Ernest Hemingway dedicou-lhe um mês da sua vida atribulada. Narrou esses dias aventureiros de safari em “As Verdes Colinas de África”.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.