Vale das Furnas, São Miguel

O Calor Açoriano do Vale das Furnas


Nª Srª das Vitórias
A capela neo-gótica mandada erguer por José do Canto, como voto por a sua esposa ter padecido de uma doença grave.
Lagoa Nostra
Banhistas deleitados na água morna da lagoa do Parque Terra Nostra.
Vitórias-Régias
Vitórias-régias resplandecem ao sol em lagos do Parque Terra Nostra.
Arte Rural
Uma espécie de instalação nas imediações da Lagoa das Furnas.
A Vista do Pico do Ferro
Parte da vista do Miradouro do Pico do Ferro, com a Lagoa das Furnas à direita.
Fumo das Fumarolas
Visitantes percorrem os passadiços que revelam as fumarolas e caldeiras das Furnas.
As Tocas dos Cozidos das Furnas
Um dos buracos usado para a cozedura dos cozidos das Furnas fumega.
Lagoa das Furnas
A Lagoa das Furnas vista do Miradouro do Pico do Ferro.
O Enterro dos Cozidos
Funcionário da Povoação tapa um cozido, a partir daí pronto para as cinco horas de cozedura.
Povoado das Furnas
A povoação das Furnas concentrada no âmago do Vale das Furnas.
Uma Ponte Vegetada
Amigas cruzam uma ponte do Parque Terra Nostra, sobre um rio de vegetação.
Capela Nª Srª das Vitórias
A capela neo-gótica mandada erguer por José do Canto, como voto por a sua esposa ter padecido de uma doença grave.
O Forno da Terra
Funcionários da Povoação removem um cozido do seu buraco de cozedura.
Os Esses do Vale
Vacas pastam num pasto do Vale das Furnas.
Kit Cozido das Furnas
Um duo histórico e inseparável do cozido das Furnas.
Vista do Cimo de Ferro
Grupo de visitantes deslumbra-se com a vista do Vale das Furnas a partir do Pico do Ferro.
Mergulho de Açafrão
Banhista mergulha na água ferrosa da lagoa do Parque Terra Nostra.
Vale e Lagoa das Furnas
Parte da vista do Miradouro do Pico do Ferro, com a Lagoa das Furnas à direita.
Casario das Furnas
O aglomerado de edífícios, lares e outros, no coração do Vale das Furnas.
Terra Fervente e Borbulhante
Algumas das pequenas caldeiras nas imediações da lagoa das Furnas.
Surpreendemo-nos, na maior ilha dos Açores, com uma caldeira retalhada por minifúndios agrícolas, massiva e profunda ao ponto de abrigar dois vulcões, uma enorme lagoa e quase dois mil micaelenses. Poucos lugares do arquipélago são, ao mesmo tempo, tão grandiosos e acolhedores como o verdejante e fumegante Vale das Furnas.

Ditou um mero acaso que partíssemos na direcção das Furnas do desvio que surge após a Fábrica de Chá Gorreana, na imediação dos Barreiros.

De um momento para o outro, a estrada impõe-se à ladeira que nos apontava à crista de São Miguel. Damos de caras com uma manada de vacas frísias, embaladas pela descida. Na sua dianteira, um vaqueiro solitário vê-se aflito para controlar duas ou três cabeças em tresmalhe e, para fazer abrandar os carros.

Em vez de nos desesperar, aquele trânsito bovino a preto e branco lança-nos novo desafio. Encostamos o carro à berma, saímos de câmaras preparadas e enfrentamos as vacas.

Dezenas de disparos fotográficos depois, com o vaqueiro atónito pela velocidade da operação, vemos a cauda da manada entrar para um portão com acesso a um pasto.

Conformados, regressamos ao carro. Retomamos a condução.

Numa diagonal sinuosa, a EN2-1A aproxima-se do cimo da ilha, por ali, ora exposto ora semi-velado por sucessivas sebes densas. Uma delas, oculta um campo de golfe já antes anunciado e a indicação de um miradouro, o do Pico do Ferro.

O Deslumbre Inevitável Gerado pelo Vale das Furnas

Por essa altura, estávamos mais que cientes do valor acrescido que estes pontos de observação têm nos Açores. Desviamos sem hesitar. Avançamos por uma alameda sombria, húmida, quase ensopada da névoa nortenha que ali se condensava. Quando o arvoredo abre à claridade, damos connosco num limiar inverosímil.

Num ápice, por diante, sobretudo para baixo, revela-se todo um lado de lá de São Miguel. Próxima e insinuante, uma grande lagoa, ainda mais verde que o verde micaelense em redor.

Na sua extensão, para sudeste, uma manta de retalhos feita de pastos, matas, cabeços, velhas crateras cobertas de vegetação e uma povoação branca aconchegada na vastidão.

Furnas, São Miguel, Açores

A povoação das Furnas concentrada no âmago do Vale das Furnas.

O céu de Estio, azulão, polvilhado de uns poucos novelos que se aventuravam à vertente desfavorável, permitia-nos ainda perceber uma orla florestada de caldeira que só não continha uma curta franja de Atlântico e o firmamento etéreo.

Em São Miguel, quem vem das Sete Cidades, sente-se tentado a pensar que tão cedo não verá igual.

Pois, apenas algumas dezenas de quilómetros para oriente da ilha, ali estava esse igual. Um cenário a que ninguém no seu perfeito juízo se atreveria a colocar defeitos.

Rendidos, apreciamo-lo e fotografamo-lo num silêncio quebrado por cliques, quase cerimonial.

Para não variar, com tanta contemplação, perdemos a noção do tempo.

Cozido das Furnas. Um Velho Ritual Geotermal

Se há hora sagrada no Vale das Furnas, é a de almoço. Não tanto pelo pitéu regional quase pronto em cada lar. Mais pelo que fumega e coze na cozinha ao ar livre entre as caldeiras e a Lagoa das Furnas.

Temos almoço marcado no Hotel Terra Nostra que serve o famoso cozido local. O plano mantinha-se, antes de o devorarmos, vemo-lo a sair da terra.

Ao nosso e a outros, também a serem enterrados, que a quantidade de encomendas, as de restaurantes e as privadas, e as cinco horas de cozedura subterrânea aconselhadas, obrigam a vários turnos. Tínhamos que voar baixinho.

Ora, o que nos faltava de caminho não era propriamente dado a pressas.

Cozido das Furnas, São Miguel, Açores, Portugal

Um duo histórico e inseparável do cozido das Furnas.

A estrada faz-se à orla da Caldeira. Um corrupio de meandros entretém-nos com novas perspectivas, menos panorâmicas à medida que nos acercávamos do fundo.

Logo, uma recta desafogada, ladeada de casinhas brancas com telha portuguesa clássica, aponta-nos ao casario predominante.

Por fim, dávamos entrada nas Furnas. Navegamos o trajecto de um lado ao outro da povoação e disparamos para a lagoa.

Quando estacionamos junto às fumarolas, dois funcionários da Povoação, Rui Pareço e Eduardo Bettencourt, já davam às enxadas.

Receosos de aquelas panelas fossem as últimas do dia, corremos na sua direcção.

“Calma, calma ainda têm bastante que ver, não é preciso essa aflição toda!” sossega-nos Rui Pareço que, logo nos autoriza a seguir-lhes os passos.

Cozido das Furnas, São Miguel, Açores, Portugal

Funcionários da Povoação removem um cozido do seu buraco de cozedura.

Aos poucos, os dois colegas removem mais e mais panelas com o conteúdo já fervente dos buracos. Passam-nas para a caixa da carrinha que conduziam.

Num ápice, voltam a ocupar os buracos vagados com refeições por cozinhar e a cobrir as tampas de madeira com o solo vulcânico abençoado da Terra.

Buracos dos cozidos das Furnas, São Miguel, Açores, Portugal

Um dos buracos usado para a cozedura dos cozidos das Furnas fumega.

O Vulcanismo Potencialmente Destrutivo do Vale das Furnas

Enquanto os cozidos fervilhavam, percorremos os passadiços que revelavam as caldeiras e fumarolas ali ao lado, mais fumegantes e sulfurosas que qualquer panela destapada.

Não obstante a sua aparência idílica, o Vale das Furnas é vulcânico a sério.

Quando dizemos sério, referimo-nos a eruptivo, a potencialmente disruptivo e catastrófico, tendo em conta que vivem quase duas mil pessoas nos 7km de diâmetro da caldeira.

São as próprias autoridades que classificam o estratovulcão das Furnas, (situado a oeste do vulcão da Povoação) como um dos três potencialmente mais activos da ilha de São Miguel.

Lagoa das Furnas, São Miguel, Açores, Portugal

A Lagoa das Furnas vista do Miradouro do Pico do Ferro.

A descoberta de São Miguel deu-se entre 1426 e 1439. A ilha começou a ser povoada em redor de 1444. Estima-se que, apenas quatro anos antes, se verificou uma erupção significativa, a partir de um tal de Pico do Gaspar.

Há ainda a certeza de que, em 1630, ocorreu uma outra ainda mais danosa, com centro eruptivo no sul da grande caldeira, a caldeira, por sua vez, gerada por um evento vulcânico massivo de há cerca de trinta mil anos.

A erupção de 1630 foi condignamente descrita. Por eremitas que se tinham estabelecido no Vale das Furnas, primeiro num quarto cedido pelo donatário Manuel da Câmara.

Mais tarde, em cabanas de taipa improvisadas junto a uma ermida que fundaram, a de Nª Srª da Consolação. E, entretanto, num verdadeiro convento.

Pois, a erupção de 1630 arrasou tudo o que os eremitas haviam edificado.

Essa inesperada destruição forçou-os a instalarem-se noutras paragens, enquanto os povoadores do leste de São Miguel cultivavam um receio místico do vale.

Nem mesmo os pastores lá queriam voltar com o seu gado.

Vacas em pasto do Vale das Furnas, São Miguel, Açores, Portugal

Vacas pastam num pasto do Vale das Furnas.

Com o passar dos anos e o solo re-fertilizado pela erupção, a vegetação recuperava a um ritmo inédito. Sem notarem nova actividade vulcânica, os religiosos regressaram.

Do Abandono à Povoação Ininterrupta e Prolífica das Furnas

Abençoaram, assim, a povoação definitiva das Furnas, como o constatámos do alto do Pico do Ferro, ainda hoje espiritualmente validada por uma igreja de duas torres, a de Nª Srª da Alegria.

Aos poucos, chegaram moradores da Ponta Garça, da Maia, de Povoação, de Vila Franca e de outros lugares.

Por mais que o adiássemos, estava na hora de lhe seguirmos o exemplo.

Inspeccionamos mais uma fumarola dissimulada na beira da lagoa, junto a uma roulotte de comes e bebes que encontrámos cercada por um exército de patos que disputavam ofertas de pão.

Capela de Nossa Senhora das Vitórias. Um Tributo à Fé

Ainda damos uma volta à lagoa de maneira a admirarmos a capela de Nª Srª das Vitórias, mandada erguer em estilo neo-gótico por José do Canto (1820-1898), um grande proprietário e intelectual micaelense, como voto por o ter afligido uma doença grave da esposa.

A capela destaca-se da margem da lagoa e da vegetação acima. Tem a companhia da casa de férias de José do Canto onde o casal se encontra sepultado.

Formam um duo arquitectónico improvável que, sobretudo em dias de nevoeiro, reforça a aura de mistério da lagoa e do vale das Furnas.

Capela Nª Srª Vitórias. Furnas, São Miguel, Açores, Portugal

A capela neo-gótica mandada erguer por José do Canto, como voto por a sua esposa ter padecido de uma doença grave.

Por fim, invertemos rumo para o âmago da vila.

Aterramos, descansados, na sala de refeições do hotel Terra Nostra desejosos de saborearmos o cozido que tínhamos visto enterrar e feito por merecer, um cozido distinto dos do Continente sobretudo pelo ligeiro sabor a enxofre e pela presença de dois ingredientes açorianos: a batata doce e o inhame.

Parque Terra Nostra: Exuberância Botânica e Arquitectónica nas Já Exuberantes Furnas

O hotel Terra Nostra que nos acolhia integra o parque histórico homónimo das Furnas, um reduto luxuriante, em certos trechos, de visual mais tropical que temperado.

Com tempo até ao fim da tarde, caminhamos entre a sua floresta ajardinada, florescida da paixão de um comerciante endinheirado de Boston, Thomas Hicking, pelas Furnas.

Ponte Parque Terra Nostra, Furnas, São Miguel

Amigas cruzam uma ponte do Parque Terra Nostra, sobre um rio de vegetação.

Inteirado da beleza e valor terapêutico da hidrópole do vale, em 1755, Hicking mandou erguer uma casa dotada de um enorme tanque de água com um ilhéu no centro e cercada de árvores.

Baptizou-a de Yankee Hall. Setenta e três anos depois, o influente Visconde da Praia, ilha Terceira, adquiriu a propriedade e ergueu a actual mansão no lugar da Yankee Hall.

A sua esposa, a viscondessa, era adepta de jardinagem. De acordo, o Visconde adicionou dois hectares à propriedade.

Ele próprio e os seus descendentes mandaram-nos preencher com o jardim viçoso e garboso que enche o ar das Furnas de clorofila, um dos jardins mais exuberante dos Açores e, atrevemo-nos a dizê-lo, das ilhas atlânticas.

Parque Terra Nostra, Furnas, São Miguel, Açores, Portugal

Banhistas deleitados na água morna da lagoa do Parque Terra Nostra.

Nos dias que correm, o tanque de Hicking é a grande atracção do Parque Terra Nostra.

Está cheio de uma água termal morna tão ferrosa que, em vez de translúcida é ocre, quando batida pelo sol, quase açafrão.

Atrai uma multidão de visitantes que nele chapinham e nadam em absoluto deleite. O nosso dia de exploração de São Miguel aproximava-se do ocaso.

Estava na hora de nos banharmos na afabilidade geotermal do Vale das Furnas.

São Miguel, Açores

Ilha de São Miguel: Açores Deslumbrantes, Por Natureza

Uma biosfera imaculada que as entranhas da Terra moldam e amornam exibe-se, em São Miguel, em formato panorâmico. São Miguel é a maior das ilhas portuguesas. E é uma obra de arte da Natureza e do Homem no meio do Atlântico Norte plantada.
Ilha do Pico, Açores

Ilha do Pico: o Vulcão dos Açores com o Atlântico aos Pés

Por um mero capricho vulcânico, o mais jovem retalho açoriano projecta-se no apogeu de rocha e lava do território português. A ilha do Pico abriga a sua montanha mais elevada e aguçada. Mas não só. É um testemunho da resiliência e do engenho dos açorianos que domaram esta deslumbrante ilha e o oceano em redor.
Santa Maria, Açores

Santa Maria: Ilha Mãe dos Açores Há Só Uma

Foi a primeira do arquipélago a emergir do fundo dos mares, a primeira a ser descoberta, a primeira e única a receber Cristovão Colombo e um Concorde. Estes são alguns dos atributos que fazem de Santa Maria especial. Quando a visitamos, encontramos muitos mais.
Ilha Terceira, Açores

Ilha Terceira: Viagem por um Arquipélago dos Açores Ímpar

Foi chamada Ilha de Jesus Cristo e irradia, há muito, o culto do Divino Espírito Santo. Abriga Angra do Heroísmo, a cidade mais antiga e esplendorosa do arquipélago. São apenas dois exemplos. Os atributos que fazem da ilha Terceira ímpar não têm conta.
Ilha das Flores, Açores

Os Confins Atlânticos dos Açores e de Portugal

Onde, para oeste, até no mapa as Américas surgem remotas, a Ilha das Flores abriga o derradeiro domínio idílico-dramático açoriano e quase quatro mil florenses rendidos ao fim-do-mundo deslumbrante que os acolheu.
Horta, Açores

A Cidade que Dá o Norte ao Atlântico

A comunidade mundial de velejadores conhece bem o alívio e a felicidade de vislumbrar a montanha do Pico e, logo, o Faial e o acolhimento da baía da Horta e do Peter Café Sport. O regozijo não se fica por aí. Na cidade e em redor, há um casario alvo e uma efusão verdejante e vulcânica que deslumbra quem chegou tão longe.
Vulcão dos Capelinhos, Faial, Açores

Na Pista do Mistério dos Capelinhos

De uma costa da ilha à opostoa, pelas névoas, retalhos de pasto e florestas típicos dos Açores, desvendamos o Faial e o Mistério do seu mais imprevisível vulcão.
Graciosa, Açores

Sua Graça a Graciosa

Por fim, desembarcarmos na Graciosa, a nossa nona ilha dos Açores. Mesmo se menos dramática e verdejante que as suas vizinhas, a Graciosa preserva um encanto atlântico que é só seu. Quem tem o privilégio de o viver, leva desta ilha do grupo central uma estima que fica para sempre.
São Jorge, Açores

De Fajã em Fajã

Abundam, nos Açores, faixas de terra habitável no sopé de grandes falésias. Nenhuma outra ilha tem tantas fajãs como as mais de 70 da esguia e elevada São Jorge. Foi nelas que os jorgenses se instalaram. Nelas assentam as suas atarefadas vidas atlânticas.
Corvo, Açores

O Abrigo Atlântico Inverosímil da Ilha do Corvo

17 km2 de vulcão afundado numa caldeira verdejante. Uma povoação solitária assente numa fajã. Quatrocentas e trinta almas aconchegadas pela pequenez da sua terra e pelo vislumbre da vizinha Flores. Bem-vindo à mais destemida das ilhas açorianas.
Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

A Ponta Leste, algo Extraterrestre da Madeira

Inóspita, de tons ocres e de terra crua, a Ponta de São Lourenço surge, com frequência, como a primeira vista da Madeira. Quando a percorremos, deslumbramo-nos, sobretudo, com o que a mais tropical das ilhas portuguesas não é.
Paul do Mar a Ponta do Pargo a Achadas da Cruz, Madeira, Portugal

À Descoberta da Finisterra Madeirense

Curva atrás de curva, túnel atrás de túnel, chegamos ao sul solarengo e festivo de Paul do Mar. Arrepiamo-nos com a descida ao retiro vertiginoso das Achadas da Cruz. Voltamos a ascender e deslumbramo-nos com o cabo derradeiro de Ponta do Pargo. Tudo isto, nos confins ocidentais da Madeira.
Castro Laboreiro, Portugal  

Do Castro de Laboreiro à Raia da Serra Peneda - Gerês

Chegamos à (i) eminência da Galiza, a 1000m de altitude e até mais. Castro Laboreiro e as aldeias em redor impõem-se à monumentalidade granítica das serras e do Planalto da Peneda e de Laboreiro. Como o fazem as suas gentes resilientes que, entregues ora a Brandas ora a Inverneiras, ainda chamam casa a estas paragens deslumbrantes.
Sistelo, Peneda-Gerês, Portugal

Do "Pequeno Tibete Português" às Fortalezas do Milho

Deixamos as fragas da Srª da Peneda, rumo a Arcos de ValdeVez e às povoações que um imaginário erróneo apelidou de Pequeno Tibete Português. Dessas aldeias socalcadas, passamos por outras famosas por guardarem, como tesouros dourados e sagrados, as espigas que colhem. Caprichoso, o percurso revela-nos a natureza resplandecente e a fertilidade verdejante destas terras da Peneda-Gerês.
Campos de Gerês -Terras de Bouro, Portugal

Pelos Campos do Gerês e as Terras de Bouro

Prosseguimos num périplo longo e ziguezagueante pelos domínios da Peneda-Gerês e de Bouro, dentro e fora do nosso único Parque Nacional. Nesta que é uma das zonas mais idolatradas do norte português.
Montalegre, Portugal

Pelo Alto do Barroso, Cimo de Trás-os-Montes

Mudamo-nos das Terras de Bouro para as do Barroso. Com base em Montalegre, deambulamos à descoberta de Paredes do Rio, Tourém, Pitões das Júnias e o seu mosteiro, povoações deslumbrantes do cimo raiano de Portugal. Se é verdade que o Barroso já teve mais habitantes, visitantes não lhe deviam faltar.
Porto Santo, Portugal

Louvada Seja a Ilha do Porto Santo

Descoberta durante uma volta do mar tempestuosa, Porto Santo mantem-se um abrigo providencial. Inúmeros aviões que a meteorologia desvia da vizinha Madeira garantem lá o seu pouso. Como o fazem, todos os anos, milhares de veraneantes rendidos à suavidade e imensidão da praia dourada e à exuberância dos cenários vulcânicos.
Pico do Arieiro - Pico Ruivo, Madeira, Portugal

Pico Arieiro ao Pico Ruivo, Acima de um Mar de Nuvens

A jornada começa com uma aurora resplandecente aos 1818 m, bem acima do mar de nuvens que aconchega o Atlântico. Segue-se uma caminhada sinuosa e aos altos e baixos que termina sobre o ápice insular exuberante do Pico Ruivo, a 1861 metros.
Vereda Terra Chã e Pico Branco, Porto Santo

Pico Branco, Terra Chã e Outros Caprichos da Ilha Dourada

No seu recanto nordeste, Porto Santo é outra coisa. De costas voltadas para o sul e para a sua grande praia, desvendamos um litoral montanhoso, escarpado e até arborizado, pejado de ilhéus que salpicam um Atlântico ainda mais azul.
Funchal, Madeira

Portal para um Portugal Quase Tropical

A Madeira está situada a menos de 1000km a norte do Trópico de Câncer. E a exuberância luxuriante que lhe granjeou o cognome de ilha jardim do Atlântico desponta em cada recanto da sua íngreme capital.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Hipopótamo move-se na imensidão alagada da Planície dos Elefantes.
Safari
Parque Nacional de Maputo, Moçambique

O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
Caminhantes no trilho do Ice Lake, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 7º - Braga - Ice Lake, Nepal

Circuito Annapurna – A Aclimatização Dolorosa do Ice Lake

Na subida para o povoado de Ghyaru, tivemos uma primeira e inesperada mostra do quão extasiante se pode provar o Circuito Annapurna. Nove quilómetros depois, em Braga, pela necessidade de aclimatizarmos ascendemos dos 3.470m de Braga aos 4.600m do lago de Kicho Tal. Só sentimos algum esperado cansaço e o avolumar do deslumbre pela Cordilheira Annapurna.
Gravuras, Templo Karnak, Luxor, Egipto
Arquitectura & Design
Luxor, Egipto

De Luxor a Tebas: viagem ao Antigo Egipto

Tebas foi erguida como a nova capital suprema do Império Egípcio, o assento de Amon, o Deus dos Deuses. A moderna Luxor herdou o Templo de Karnak e a sua sumptuosidade. Entre uma e a outra fluem o Nilo sagrado e milénios de história deslumbrante.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Aventura
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Cerimónias e Festividades
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Rua de São Pedro Atacama, Chile
Cidades
San Pedro de Atacama, Chile

São Pedro de Atacama: a Vida em Adobe no Mais Árido dos Desertos

Os conquistadores espanhóis tinham partido e o comboio desviou as caravanas de gado e nitrato. San Pedro recuperava a paz mas uma horda de forasteiros à descoberta da América do Sul invadiu o pueblo.
fogon de Lola, comida rica, Costa Rica, Guapiles
Comida
Fogón de Lola, Costa Rica

O Sabor a Costa Rica de El Fogón de Lola

Como o nome deixa perceber, o Fogón de Lola de Guapiles serve pratos confeccionados ao fogão e ao forno, segundo tradição familiar costarricense. Em particular, a família da Tia Lola.
Celebração newar, Bhaktapur, Nepal
Cultura
Bhaktapur, Nepal

As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
Espectador, Melbourne Cricket Ground-Rules footbal, Melbourne, Australia
Desporto
Melbourne, Austrália

O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
Cenário marciano do Deserto Branco, Egipto
Em Viagem
Deserto Branco, Egipto

O Atalho Egípcio para Marte

Numa altura em que a conquista do vizinho do sistema solar se tornou uma obsessão, uma secção do leste do Deserto do Sahara abriga um vasto cenário afim. Em vez dos 150 a 300 dias que se calculam necessários para atingir Marte, descolamos do Cairo e, em pouco mais de três horas, damos os primeiros passos no Oásis de Bahariya. Em redor, quase tudo nos faz sentir sobre o ansiado Planeta Vermelho.
Navala, Viti Levu, Fiji
Étnico
Navala, Fiji

O Urbanismo Tribal de Fiji

Fiji adaptou-se à invasão dos viajantes com hotéis e resorts ocidentalizados. Mas, nas terras altas de Viti Levu, Navala conserva as suas palhotas criteriosamente alinhadas.
Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Portfólio Fotográfico Got2Globe

Dias Como Tantos Outros

Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
História
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Barcos sobre o gelo, ilha de Hailuoto, Finlândia
Ilhas
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
Casal mascarado para a convenção Kitacon.
Inverno Branco
Kemi, Finlândia

Uma Finlândia Pouco Convencional

As próprias autoridades definem Kemi como ”uma pequena cidade ligeiramente aloucada do norte finlandês”. Quando a visitamos, damos connosco numa Lapónia inconformada com os modos tradicionais da região.
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Literatura
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Mar Morto, Tona de água, Lugar Mais Baixo Terra, Israel, repouso
Natureza
Mar Morto, Israel

À Tona d’água, nas Profundezas da Terra

É o lugar mais baixo à superfície do planeta e palco de várias narrativas bíblicas. Mas o Mar Morto também é especial pela concentração de sal que inviabiliza a vida mas sustém quem nele se banha.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Vila Velha Paraná, Rota do Tropeirismo do Paraná
Parques Naturais
Parque Vila Velha a Castro, Paraná

Na Rota do Tropeirismo do Paraná

Entre Ponta Grossa e Castro, viajamos nos Campos Gerais do Paraná e ao longo da sua história. Pelo passado dos colonos e tropeiros que colocaram a região no mapa. Até ao dos imigrantes neerlandeses que, em tempos mais recentes e, entre tantos outros, enriqueceram o sortido étnico deste estado brasileiro.
tarsio, bohol, filipinas, do outro mundo
Património Mundial UNESCO
Bohol, Filipinas

Umas Filipinas do Outro Mundo

O arquipélago filipino estende-se por 300.000 km² de oceano Pacífico. Parte do sub-arquipélago Visayas, Bohol abriga pequenos primatas com aspecto alienígena e as colinas extraterrenas de Chocolate Hills.
Verificação da correspondência
Personagens
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Cabana de Bay Watch, Miami beach, praia, Florida, Estados Unidos,
Praias
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

Poucos litorais concentram, ao mesmo tempo, tanto calor e exibições de fama, de riqueza e de glória. Situada no extremo sudeste dos E.U.A., Miami Beach tem acesso por seis pontes que a ligam ao resto da Florida. É parco para o número de almas que a desejam.
Kirkjubour, Streymoy, Ilhas Faroé
Religião
Kirkjubour, Streymoy, Ilhas Faroé

Onde o Cristianismo Faroense deu à Costa

A um mero ano do primeiro milénio, um missionário viquingue de nome Sigmundur Brestisson levou a fé cristã às ilhas Faroé. Kirkjubour, tornou-se o porto de abrigo e sede episcopal da nova religião.
Executivos dormem assento metro, sono, dormir, metro, comboio, Toquio, Japao
Sobre Carris
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
Bar de Rua, Fremont Street, Las Vegas, Estados Unidos
Sociedade
Las Vegas, E.U.A.

O Berço da Cidade do Pecado

Nem sempre a famosa Strip concentrou a atenção de Las Vegas. Muitos dos seus hotéis e casinos replicaram o glamour de néon da rua que antes mais se destacava, a Fremont Street.
saksun, Ilhas Faroé, Streymoy, aviso
Vida Quotidiana
Saksun, StreymoyIlhas Faroé

A Aldeia Faroesa que Não Quer ser a Disneylandia

Saksun é uma de várias pequenas povoações deslumbrantes das Ilhas Faroé, que cada vez mais forasteiros visitam. Diferencia-a a aversão aos turistas do seu principal proprietário rural, autor de repetidas antipatias e atentados contra os invasores da sua terra.
Rinoceronte, PN Kaziranga, Assam, Índia
Vida Selvagem
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.