Dunhuang, China

Um Oásis na China das Areias


Caminho para o deserto
Alameda que conduz às primeiras dunas encontradas pelo oásis de Dunhuang, na Cidade das Areias.
A mais velha Muralha
Amigas chinesas nas ruínas da secção mais antiga e mais ocidental da Muralha da China, erguida durante a dinastia Han.
Deserto vegetal
Superfície desértica coberta de hortos, conseguida pela irrigação através de canais que distribuem água de rios.
Tudo a postos
Camelos e pequenos carros preparados para conduzir visitantes recém-chegados às dunas de Mingshan.
PUB
Loja decorada com anúncio de um molho culinário chinês.
Yumenguan Pass I
Muralha da fortaleza do desfiladeiro de Yumenguan com as dunas do deserto de Taklamakan em fundo.
Uma bebida para o caminho
Estátua junto à fortaleza de Yumenguan Pass.
Trabalho infantil
Jovens ajudantes de cozinheiros uigures de um restaurante tradicional de Dunhuang.
DEVAGAR !
Sinal impele os condutores dos pequenos veículos de serviço às dunas a conduzirem sem pressas.
Circuito das areias
Caravana de visitantes contorna a base de uma duna de Minghsan.
Yumenguan Pass II
Torre e pórtico da fortaleza medieval do desfiladeiro de Yumenguan.
Acima de tudo
Turistas chinesas apreciam o Lago Crescente.
1 passo em frente, 2 para trás
Visitantes chineses conquistam uma dunas íngremes de Migshan, Cidade das Areias de Dunhuang.
Budismo vs Islão
Cimo da mesquita de Dunhuang visto para lá; de um estendal de candeeiros tradicionais chineses.
Sem dar a cara
Ha Fei Sai, empregada muçulmana de uma loja de tecidos e trajes islâmicos.
Oásis Lunar
O Lago Crescente, alimentado por nascentes subterrâneas abaixo das dunas do deserto de Taklamakan.
Entrada para Mogao
O edifício-pórtico budista do complexo das Grutas de Mogao.
Camelídeos
Decoração de estrada com camelos de argila em corrida.
Caminho para o deserto II
Alameda que conduz às primeiras dunas encontradas pelo oásis de Dunhuang, na Cidade das Areias.
A milhares de quilómetros para oeste de Pequim, a Grande Muralha tem o seu extremo ocidental e a China é outra. Um inesperado salpicado de verde vegetal quebra a vastidão árida em redor. Anuncia Dunhuang, antigo entreposto crucial da Rota da Seda, hoje, uma cidade intrigante na base das maiores dunas da Ásia.

Só um qualquer milagre hídrico poderia justificar o que a moldura oval do avião nos desvenda, lá em baixo. Há horas que sobrevoamos um nenhures seco e terroso, inóspito e desalmado a condizer. Às tantas, esse nada absoluto no sul da vasta província da Mongólia Interior, em domínios da velha Rota da Seda, surge polvilhado de retalhos verdes de Dunhuang que nos parecem hortícolas.

Repetem-se de tal forma que formam uma densa grelha de minifúndios rectangulares, alguns de um verde mais profundo que a água providencial que os irrigava.

Deserto vegetal

Superfície desértica coberta de hortos, conseguida pela irrigação através de canais que distribuem água de rios.

Mal deixamos o ar condicionado do aeroporto, os trinta e muitos graus enxutos que se fazem sentir começam a tostar-nos. Com o vento a soprar dos desertos para leste, a atmosfera mantém-se poeirenta.

Quando as piores tempestades daqui se propagam, são este mesmo vento reforçado e a areia das imediações que chegam até Pequim e tornam o ambiente da capital mais pesado e irrespirável que nunca.

A Modernidade Frutuosa da Rota da Seda

Apercebemo-nos, num ápice, o quanto o perfil e visual histórico de Dunhuang cedera à modernidade Han que, do oceano Pacífico aos confins do Tibete, há muito molda o território chinês. As antigas casas de tijolo de barro deram lugar a prédios pré-fabricados. Alguns têm dois ou três andares. Os dos arredores, até mais que isso.

Uma das ruas da cidade, a Yangguan Dong Lu, alberga o mercado esguio de Shazhou. Quando o investigamos, deparamo-nos com uma esperada mas curiosa relação entre a paisagem predominante e os produtos. Eram, na sua maioria, secos, ou ressequidos de uma forma ainda assim composta e sedutora.

Numa extensão de dezenas de metros, sucedem-se receptáculos quadrados e uma fascinante abundância de avelãs, nozes, amêndoas, amendoins, pinhões, pistachos separados por variedades e calibres.

Frutos secos à venda em Dunhuang

Loja decorada com anúncio de um molho culinário chinês.

Acompanham-nos tâmaras, passas de uva, pêssegos, ameixas, abrunhos, figos e sabemos lá mais o quê, enrugados, caramelizados ou salgados, dita a experiência dos habitantes destas paragens que assim sejam preparados para mais durarem sem perder sabor. Seguem-se ainda especiarias de tons, texturas e aromas mil.

Os frutos e as especiarias sempre marcaram presença na encruzilhada asiática que eternizou estas paragens. E, no entanto, ao longo da história, por aqui foram regateadas mercancias sem conta.

Em tempos conhecida por Shazhou (como o mercado) e por Dukhan, no dialecto uigur, do século VI até ao XII, Dunhuang prosperou na intersecção de duas das ramificações primordiais da Rota da Seda e tornou-se no principal ponto de contacto entre a China e o resto do mundo.

A Passagem Pioneira de Marco Polo e Família

Era uma das principais cidades encontradas pelos mercadores chegados do Oeste. Destes, Marco Polo foi o mais reputado. O seu pai Niccolò e o tio Maffeo viajaram para o Oriente e encontraram-se com Kublai Khan, ainda antes de conhecerem Marco. Em 1269, regressaram com uma carta enviada pelo imperador ao Papa Clemente IV que morrera no ano anterior.

O pai e o tio obtiveram uma missiva de resposta, mas já do Papa Gregório X. Em 1271, partiram uma vez mais para a misteriosa Catai – assim era conhecida a China –  na liderança de uma caravana carregada de bens valiosos. Desta vez, levaram Marco que tinha já dezassete anos e há vários ambicionava essa viagem. Só regressariam vinte e quatro anos depois, estava Veneza em guerra.

Caravana de visitantes na duna de Minghsan, Dunhuang, China

Caravana de visitantes contorna a base de uma duna de Minghsan.

O trio atravessou o Mediterrâneo e o Mar Negro e, a caminho de Bagdade, o Tigres e o Eufrates. Cruzaram o Irão, as montanhas de Pamir e o terrível Deserto de Gobi.

Antes de se reunirem com Kublai Khan, no seu palácio de Verão de Shang Du – actual Mongólia Interior – e inaugurarem uma permanência de dezassete anos ao serviço do imperador, mantiveram-se por um ano em Dunhuang. Lá visitaram as já famosas grutas de Mogao.

Nós, encontramo-las na margem oposta do rio Dachuan, numa falésia esburacada que esconde um complexo sistema de quase quinhentas grutas-templo, átrios e passagens interiores. Uma espécie de pagode convexo de nove andares com varandins que estreitam do chão à cúpula foi adaptado ao paredão de rocha e serve de portal religioso.

Pórtico das Grutas de Mogas em Dunhuang, China

O edifício-pórtico budista do complexo das Grutas de Mogao

A Descoberta Possível das Grutas Budistas de Mogao

É ali que um responsável do governo nos recebe com modos algo snobes, nos explica o contexto histórico de cada gruta e pintura e, mesmo consciente da nossa enorme frustração, se assegura que não as fotografamos nem meia vez: “Esses tempos já passaram.” comunica-nos do cimo da sua altivez Han. “Agora somos protecionistas a sério. Se querem imagens, espreitem a nossa livraria. Em vez das fotos, podem levar uns maravilhosos livros.”

Dunhuang não estava só numa encruzilhada comercial. Com as caravanas, chegavam as várias fés. Por conveniência, o Budismo já lá estava representado. Desde o século IV d.C. que as grutas começaram a ser ocupadas, multiplicadas e pintadas.

Reza a história que um monge de nome Le Zun teve uma visão de mil Budas banhados por luz dourada naquele mesmo sítio e que essa visão o inspirou a construir um pequeno santuário. Outros monges não tardaram a juntar-se-lhe. Aos poucos, a gruta inicial evoluiu para o complexo de hoje.

De início, serviam apenas de retiro ermita. Mais tarde, com o contributo financeiro de crentes chegados via Rota da Seda, foram transformadas nos verdadeiros mosteiros subterrâneos que, salão após salão, nos continuavam a maravilhar.

As pinturas aqui feitas são consideradas uma verdadeira obra-prima do mundo Budista. Pela primeira vez, foram atribuídas faces chinesas, uigures e das outras etnias que por ali passavam a uma religião e ao seu sábio e profeta que, até então, eram visualmente tidos como hindus.

Os Explosivos Rituais Han num Domínio Uigur e Muçulmano

Regressamos ao centro de Dunhuang. Enquanto buscamos um pouso mundano para almoçarmos vemo-nos confrontados com a inauguração explosiva de um novo restaurante familiar. Segundo o ritual Han de bênção pela fortuna, os proprietários fazem rebentar centenas de bombinhas espalhadas à porta e pelo passeio.

Mesquita e lâmpadas chinesas, Dunhuang, China

Cimo da mesquita de Dunhuang visto para lá; de um estendal de candeeiros tradicionais chineses.

Surpreendidos (leia-se, assustados) com os inesperados festejos, nós e outros transeuntes uigures corremos para salvo da cerimónia.

Há muito que a etnia Han controla esta China ocidental. Em 111 a.C., governava-a uma dinastia homónima. Essa dinastia estabeleceu a sua autoridade em Dunhuang, enquanto um de quatro postos avançados contra as incursões da confederação de povos nómadas Xiongnu.

Pórtico de Yumenguan Pass, China

Torre e pórtico da fortaleza medieval do desfiladeiro de Yumenguan.

O nome da cidade traduz-se como “Farol Flamejante”. Ficou assim conhecida devido ao hábito dos guardas imperiais acenderem enormes tochas para alertarem a população desses ataques.

Terá sido, aliás, após uma incursão demolidora dos temíveis Hunos, que, entre 141 e 87 a.C., o imperador Wu ordenou a construção do primeiro segmento da Muralha da China, 1300 anos antes das secções ordenadas pela dinastia Ming.

Breve Expedição ao Deserto de Taklamakan

Num outro dia de exploração, deixamos a cidade bem cedo. Aventuramo-nos pelo Taklamakan com o objectivo de nos confrontarmos com esta mesma Muralha da China, a que estabelece o seu limite oeste.

Mas a muralha primordial foi feita da argila disponível em redor, não de pedra como a restante. Admiramos o pouco que dela encontramos e, a poucos quilómetros, também a fortaleza medieval do desfiladeiro de Yumenguan.

A mais velha Muralha

Amigas chinesas nas ruínas da secção mais antiga e mais ocidental da Muralha da China, erguida durante a dinastia Han.

Regressamos ao asfalto, ainda conduzidos por um motorista que quase fazia o seu velho veículo voar. Cruzamos povoados perdidos na aridez do deserto. Por fim, detemo-nos no Parque Nacional Geológico de Yadan, já em pleno deserto de Gobi.

Ali, admiramos os incontáveis blocos de rocha que formam uma tal de Cidade do Diabo, esculpidos pela erosão com formas caprichosas e disseminados pela areia sem fim.

O vento que desde sempre sopra entre estes obstáculos continua a produzir os mesmos silvados e outros sons misteriosos que assustavam as caravanas receosas de bandidos, no seu caminho para Dunhuang, a cidade-base a que voltamos já bem depois do ocaso.

Muralha da fortaleza do desfiladeiro de Yumenguan, Dunhuang, China

Muralha da fortaleza do desfiladeiro de Yumenguan com as dunas do deserto de Taklamakan em fundo.

Meio à Deriva na muito abafada Dunhuang

O novo dia desperta com a atmosfera desanuviada de poeiras. Aproveitamos para explorar melhor o centro urbano modernizado. Quanto mais investigamos, mais constatamos a dualidade entre a cultura muçulmana uigur e a budista ou ateia dos Han.

Numa rua, um estendal decorativo de grandes candeeiros vermelho-amarelos chineses dependurados mancha a vista do minarete e da cúpula da grande mesquita da cidade. Jovens com penteados e vestes arrojadas dignas dos bairros ocidentalizados de Shangai, exploravam cabeleireiros avant-gard.

Logo ao lado, Ha Fei Sai, uma empregada de loja escondida dentro de um hijab e de um véu meio translúcido subido até aos olhos amendoados, tomava conta duma casa de tecidos e trajes islâmicos.

Ha Fei Sai, empregada de uma loja de Dunhuang, China

Ha Fei Sai, a empregada muçulmana de uma loja de tecidos e trajes islâmicos.

Conversamos um pouco para logo a deixarmos entregue aos seus afazeres. Deixamos também a Dunhuang laboral. Metemo-nos num pequeno autocarro e fazemos uma curta viagem até à sua “Cidade das Areias

Um raro semáforo detém-nos no início de uma alameda. Aproveitamos o interregno e espreitamos pelo vidro frontal. Quando o fazemos, assola-nos uma miragem: uma gigantesca montanha de areia projecta-se do piso de asfalto, afunilada entre as duas sebes arbóreas da alameda.

Entrada para a Cidade das Areias de Dunhuang, China

Alameda que conduz às primeiras dunas encontradas pelo oásis de Dunhuang, na Cidade das Areias.

Na sua base, um portal budista acentua a grandiosidade das dunas introdutórias, chamadas de Montanhas Cantantes de Areia. O oásis de Dunhuang submete-se, ali, à imensidão do deserto. Ansiosos por desvendarmos a sua orla massiva, compramos os bilhetes e atravessamos o pórtico.

A Miragem Surreal das Areias Cantantes de Dunhuang

Do lado de lá, revelam-se-nos mais e mais dunas. E uma espécie de parque de diversões que as autoridades Han prepararam para impressionar os visitantes compatriotas. Não vemos um único estrangeiro em redor.

São apenas chineses quem monta os camelos que o Inverno gélido (têm uma média de – 8º) destas partes torna felpudos, em longas caravanas que sobem ao cume de certas dunas.

Visitantes chineses de Dunhuang, China

Visitantes chineses conquistam uma dunas íngremes de Migshan, Cidade das Areias de Dunhuang.

E, são apenas chineses quem, a pé e em câmara-lenta, conquista outras, vizinhas, não tão imponentes como as cimeiras que chegam aos 1715 metros de altitude.

Enquanto isso, esquadrões de asas delta panorâmicos sobrevoam-nos a todos e ao deserto amarelo para logo voltarem ao solo nas imediações de uma carcaça pretensamente emblemática de avião da Força Aérea chinesa.

Mas, os prodígios geológicos e paisagísticos de Dunhuang não se ficam por aqui. Seguimos um trilho plano. Pouco tempo depois, damos com um lago verdejante alimentado por nascentes subterrâneas e como o baptismo de Crescent Lake deixa adivinhar, com a forma de uma Lua em quarto-crescente. Um pavilhão budista surge na área côncava da Lua.

Turistas chinesas apreciam o Lago Crescente, Dunhuang, China

Turistas chinesas apreciam o Lago Crescente

Confere-lhe algum misticismo e abençoa quem, como nós, por ele passa. Visitamo-lo e vencemos a aresta de uma das dunas com a pressa de chegar ao topo antes que o sol deixasse de iluminar o cenário.

Forçamos o coração e os pulmões a uma imerecida violência. Para compensar, regalamos os olhos e a mente com um descanso algures entre o contemplativo e o mágico, sobre o pôr-do-sol e bem acima do lago.

Dali, China

A China Surrealista de Dali

Encaixada num cenário lacustre mágico, a antiga capital do povo Bai manteve-se, até há algum tempo, um refúgio da comunidade mochileira de viajantes. As mudanças sociais e económicas da China fomentaram a invasão de chineses à descoberta do recanto sudoeste da nação.
Bingling Si, China

O Desfiladeiro dos Mil Budas

Durante mais de um milénio e, pelo menos sete dinastias, devotos chineses exaltaram a sua crença religiosa com o legado de esculturas num estreito remoto do rio Amarelo. Quem desembarca no Desfiladeiro dos Mil Budas, pode não achar todas as esculturas mas encontra um santuário budista deslumbrante.
Lijiang, China

Uma Cidade Cinzenta mas Pouco

Visto ao longe, o seu casario vasto é lúgubre mas as calçadas e canais seculares de Lijiang revelam-se mais folclóricos que nunca. Em tempos, esta cidade resplandeceu como a capital grandiosa do povo Naxi. Hoje, tomam-na de assalto enchentes de visitantes chineses que disputam o quase parque temático em que se tornou.
Longsheng, China

Huang Luo: a Aldeia Chinesa dos Cabelos mais Longos

Numa região multiétnica coberta de arrozais socalcados, as mulheres de Huang Luo renderam-se a uma mesma obsessão capilar. Deixam crescer os cabelos mais longos do mundo, anos a fio, até um comprimento médio de 170 a 200 cm. Por estranho que pareça, para os manterem belos e lustrosos, usam apenas água e arrôz.
Kolmanskop, Namíbia

Gerada pelos Diamantes do Namibe, Abandonada às suas Areias

Foi a descoberta de um campo diamantífero farto, em 1908, que originou a fundação e a opulência surreal de Kolmanskop. Menos de 50 anos depois, as pedras preciosas esgotaram-se. Os habitantes deixaram a povoação ao deserto.
Lüderitz, Namibia

Wilkommen in Afrika

O chanceler Bismarck sempre desdenhou as possessões ultramarinas. Contra a sua vontade e todas as probabilidades, em plena Corrida a África, o mercador Adolf Lüderitz forçou a Alemanha assumir um recanto inóspito do continente. A cidade homónima prosperou e preserva uma das heranças mais excêntricas do império germânico.
Lijiang e Yangshuo, China

Uma China Impressionante

Um dos mais conceituados realizadores asiáticos, Zhang Yimou dedicou-se às grandes produções ao ar livre e foi o co-autor das cerimónias mediáticas dos J.O. de Pequim. Mas Yimou também é responsável por “Impressions”, uma série de encenações não menos polémicas com palco em lugares emblemáticos.
Dali, China

Flash Mob à Moda Chinesa

A hora está marcada e o lugar é conhecido. Quando a música começa a tocar, uma multidão segue a coreografia de forma harmoniosa até que o tempo se esgota e todos regressam às suas vidas.
Lhasa, Tibete

Quando o Budismo se Cansa da Meditação

Nem só com silêncio e retiro espiritual se procura o Nirvana. No Mosteiro de Sera, os jovens monges aperfeiçoam o seu saber budista com acesos confrontos dialécticos e bateres de palmas crepitantes.
Huang Shan, China

Huang Shan: as Montanhas Amarelas dos Picos Flutuantes

Os picos graníticos das montanhas amarelas e flutuantes de Huang Shan, de que brotam pinheiros acrobatas, surgem em ilustrações artísticas da China sem conta. O cenário real, além de remoto, permanece mais de 200 dias escondido acima das nuvens.
Deserto de Atacama, Chile

A Vida nos Limites do Deserto de Atacama

Quando menos se espera, o lugar mais seco do mundo revela novos cenários extraterrestres numa fronteira entre o inóspito e o acolhedor, o estéril e o fértil que os nativos se habituaram a atravessar.
Lhasa, Tibete

Sera, o Mosteiro do Sagrado Debate

Em poucos lugares do mundo se usa um dialecto com tanta veemência como no mosteiro de Sera. Ali, centenas de monges travam, em tibetano, debates intensos e estridentes sobre os ensinamentos de Buda.
Pequim, China

O Coração do Grande Dragão

É o centro histórico incoerente da ideologia maoista-comunista e quase todos os chineses aspiram a visitá-la mas a Praça Tianamen será sempre recordada como um epitáfio macabro das aspirações da nação
Badaling, China

A Invasão Chinesa da Muralha da China

Com a chegada dos dias quentes, hordas de visitantes Han apoderam-se da Muralha da China, a maior estrutura criada pelo homem. Recuam à era das dinastias imperiais e celebram o protagonismo recém-conquistado pela nação.
Guilin, China

O Portal Para o Reino Chinês de Pedra

A imensidão de colinas de calcário afiadas em redor é de tal forma majestosa que as autoridades de Pequim a imprimem no verso das notas de 20 yuans. Quem a explora, passa quase sempre por Guilin. E mesmo se esta cidade da província de Guangxi destoa da natureza exuberante em redor, também lhe achámos os seus encantos.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
O rio Zambeze, PN Mana Poools
Safari
Kanga Pan, Mana Pools NP, Zimbabwe

Um Manancial Perene de Vida Selvagem

Uma depressão situada a 15km para sudeste do rio Zambeze retém água e minerais durante toda a época seca do Zimbabué. A Kanga Pan, como é conhecida, nutre um dos ecossistemas mais prolíficos do imenso e deslumbrante Parque Nacional Mana Pools.
Monte Lamjung Kailas Himal, Nepal, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 2º - Chame a Upper PisangNepal

(I)Eminentes Annapurnas

Despertamos em Chame, ainda abaixo dos 3000m. Lá  avistamos, pela primeira vez, os picos nevados e mais elevados dos Himalaias. De lá partimos para nova caminhada do Circuito Annapurna pelos sopés e encostas da grande cordilheira. Rumo a Upper Pisang.
Arquitectura & Design
Cemitérios

A Última Morada

Dos sepulcros grandiosos de Novodevichy, em Moscovo, às ossadas maias encaixotadas de Pomuch, na província mexicana de Campeche, cada povo ostenta a sua forma de vida. Até na morte.
lagoas e fumarolas, vulcoes, PN tongariro, nova zelandia
Aventura
Tongariro, Nova Zelândia

Os Vulcões de Todas as Discórdias

No final do século XIX, um chefe indígena cedeu os vulcões do PN Tongariro à coroa britânica. Hoje, parte significativa do povo maori reclama aos colonos europeus as suas montanhas de fogo.
bebe entre reis, cavalhadas de pirenopolis, cruzadas, brasil
Cerimónias e Festividades
Pirenópolis, Brasil

Cruzadas à Brasileira

Os exércitos cristãos expulsaram as forças muçulmanas da Península Ibérica no séc. XV mas, em Pirenópolis, estado brasileiro de Goiás, os súbditos sul-americanos de Carlos Magno continuam a triunfar.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Cidades
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.
Comida
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Intersecção
Cultura
Hungduan, Filipinas

Filipinas em Estilo Country

Os GI's partiram com o fim da 2ª Guerra Mundial mas a música do interior dos EUA que ouviam ainda anima a Cordillera de Luzon. É de tricycle e ao seu ritmo que visitamos os terraços de arroz de Hungduan.
Natação, Austrália Ocidental, Estilo Aussie, Sol nascente nos olhos
Desporto
Busselton, Austrália

2000 metros em Estilo Aussie

Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
Chiang Khong a Luang prabang, Laos, Pelo Mekong Abaixo
Em Viagem
Chiang Khong - Luang Prabang, Laos

Barco Lento, Rio Mekong Abaixo

A beleza do Laos e o custo mais baixo são boa razões para navegar entre Chiang Khong e Luang Prabang. Mas esta longa descida do rio Mekong pode ser tão desgastante quanto pitoresca.
Moa numa praia de Rapa Nui/Ilha da Páscoa
Étnico
Ilha da Páscoa, Chile

A Descolagem e a Queda do Culto do Homem-Pássaro

Até ao século XVI, os nativos da Ilha da Páscoa esculpiram e idolatraram enormes deuses de pedra. De um momento para o outro, começaram a derrubar os seus moais. Sucedeu-se a veneração de tangatu manu, um líder meio humano meio sagrado, decretado após uma competição dramática pela conquista de um ovo.
arco-íris no Grand Canyon, um exemplo de luz fotográfica prodigiosa
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 1)

E Fez-se Luz na Terra. Saiba usá-la.

O tema da luz na fotografia é inesgotável. Neste artigo, transmitimos-lhe algumas noções basilares sobre o seu comportamento, para começar, apenas e só face à geolocalização, a altura do dia e do ano.
Willemstad, Curaçao, Punda, Handelskade
História
Willemstad, Curaçao

O Coração Multicultural de Curaçao

Uma colónia holandesa das Caraíbas tornou-se um grande polo esclavagista. Acolheu judeus sefarditas que se haviam refugiado da Inquisição em Amesterdão e Recife e assimilou influências das povoações portuguesas e espanholas com que comerciava. No âmago desta fusão cultural secular esteve sempre a sua velha capital: Willemstad.
Roça Sundy, Ilha do Príncipe, Teoria da Relatividade, Vigia
Ilhas
Roça Sundy, Ilha do Príncipe, São Tomé e Príncipe

A Certeza da Teoria da Relatividade

Em 1919, Arthur Eddington, um astrofísico britânico, escolheu a roça Sundy para comprovar a famosa teoria de Albert Einstein. Decorrido mais de um século, o norte da ilha do Príncipe que o acolheu continua entre os lugares mais deslumbrantes do Universo.
Quebra-Gelo Sampo, Kemi, Finlândia
Inverno Branco
Kemi, Finlândia

Não é Nenhum “Barco do Amor”. Quebra Gelo desde 1961

Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.
Lago Manyara, parque nacional, Ernest Hemingway, girafas
Literatura
PN Lago Manyara, Tanzânia

África Favorita de Hemingway

Situado no limiar ocidental do vale do Rift, o parque nacional lago Manyara é um dos mais diminutos mas encantadores e ricos em vida selvagem da Tanzânia. Em 1933, entre caça e discussões literárias, Ernest Hemingway dedicou-lhe um mês da sua vida atribulada. Narrou esses dias aventureiros de safari em “As Verdes Colinas de África”.
António do Remanso, Comunidade Quilombola Marimbus, Lençóis, Chapada Diamantina
Natureza
Lençois da Bahia, Brasil

A Liberdade Pantanosa do Quilombo do Remanso

Escravos foragidos subsistiram séculos em redor de um pantanal da Chapada Diamantina. Hoje, o quilombo do Remanso é um símbolo da sua união e resistência mas também da exclusão a que foram votados.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
savuti, botswana, leões comedores de elefantes
Parques Naturais
Savuti, Botswana

Os Leões Comedores de Elefantes de Savuti

Um retalho do deserto do Kalahari seca ou é irrigado consoante caprichos tectónicos da região. No Savuti, os leões habituaram-se a depender deles próprios e predam os maiores animais da savana.
Zanzibar, ilhas africanas, especiarias, Tanzania, dhow
Património Mundial UNESCO
Zanzibar, Tanzânia

As Ilhas Africanas das Especiarias

Vasco da Gama abriu o Índico ao império luso. No século XVIII, o arquipélago de Zanzibar tornou-se o maior produtor de cravinho e as especiarias disponíveis diversificaram-se, tal como os povos que as disputaram.
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Personagens
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Cruzeiro Princess Yasawa, Maldivas
Praias
Maldivas

Cruzeiro pelas Maldivas, entre Ilhas e Atóis

Trazido de Fiji para navegar nas Maldivas, o Princess Yasawa adaptou-se bem aos novos mares. Por norma, bastam um ou dois dias de itinerário, para a genuinidade e o deleite da vida a bordo virem à tona.
Camboja, Angkor, Ta Phrom
Religião
Ho Chi-Minh a Angkor, Camboja

O Tortuoso Caminho para Angkor

Do Vietname em diante, as estradas cambojanas desfeitas e os campos de minas remetem-nos para os anos do terror Khmer Vermelho. Sobrevivemos e somos recompensados com a visão do maior templo religioso
De volta ao sol. Cable Cars de São Francisco, Vida Altos e baixos
Sobre Carris
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
Singapura, ilha Sucesso e Monotonia
Sociedade
Singapura

A Ilha do Sucesso e da Monotonia

Habituada a planear e a vencer, Singapura seduz e recruta gente ambiciosa de todo o mundo. Ao mesmo tempo, parece aborrecer de morte alguns dos seus habitantes mais criativos.
manada, febre aftosa, carne fraca, colonia pellegrini, argentina
Vida Quotidiana
Colónia Pellegrini, Argentina

Quando a Carne é Fraca

É conhecido o sabor inconfundível da carne argentina. Mas esta riqueza é mais vulnerável do que se imagina. A ameaça da febre aftosa, em particular, mantém as autoridades e os produtores sobre brasas.
Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, colina Normatior
Vida Selvagem
PN Amboseli, Quénia

Uma Dádiva do Kilimanjaro

O primeiro europeu a aventurar-se nestas paragens masai ficou estupefacto com o que encontrou. E ainda hoje grandes manadas de elefantes e de outros herbívoros vagueiam ao sabor do pasto irrigado pela neve da maior montanha africana.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.