A Praia Dourada de Stavros, no cimo da península de Akrotiri.
Mesquita dos Janízaros
O principal monumento otomano de Chania, destoante face a predominante arquitectura veneziana.
Igreja Amuleto
Miniatura de igreja abençoa uma casa de Chania.
Crepúsculo sobre o Porto Veneziano
Perspectiva do Porto Veneziano de Chania.
Balcão Cretemse
Balcão de um dos muitos restaurantes de Chania.
Prédios Venezianos
Edificios coloridos e com arquitectura veneziana do centro histórico de Chania.
Charrete em Espera
Condutor de charrete aguarda por passageiros junto à Mesquita dos Janízaros.
Chania Crepuscular
Visitantes assistem ao cair da noite sobre o Porto Veneziano de Chania.
Pesca à Sombra
Pescadores no lado sombrio do Porto Veneziano.
O Porto Veneziano
Perspectiva do Porto Veneziano com a Mesquita dos Janízaros em primeiro plano.
Ruas em Grego
Esquina secular da cidade cretense de Chania.
Arquitectura Veneziana
Visitantes descem uma escadaria entre edifícios com arquitectura veneziana de Chania.
Silhuetas do Porto
A noite gera sombras e novos tons sobre o Porto Veneziano.
Último Barco do Dia
Embarcação dá entrada no Porto Veneziano de Chania.
À Varanda
Restaurante instalado num edifício iluminados do Porto Veneziano.
Violoncelo no Porto Veneziano
Violoncelista anima o anoitecer do Porto Veneziano de Chania.
Chania foi minóica, romana, bizantina, árabe, veneziana e otomana. Chegou à actual nação helénica como a cidade mais sedutora de Creta.
Texto: Marco C. Pereira
Imagens: Marco C. Pereira-Sara Wong
Tal como receávamos, as multidões desembarcadas dos cruzeiros e apontadas ao Palácio de Knossos prejudicam-nos.
Estávamos pouco dispostos a visitar e a fotografar um monumento incontornável da civilização minóica e da história helénica a rebentar pelas costuras. Para o evitarmos, madrugamos.
Fazemos as malas necessárias à viagem de Iraklio para Chania que se seguia.
Às oito da manhã em ponto, chegamos à entrada do complexo. Somos os primeiros a entrar. Desvendamos o palácio tal como ele é, banhado por uma luz solar ainda suave, se bem que já não dourada.
A incursão madrugadora deixa-nos extasiados, mas de rastos. Impedidos de dar entrada na casa de Chania até à uma da tarde, resolvemos espreitar algumas das praias no cimo da península de Acrotíri, a nordeste, onde se encaixa o aeroporto da cidade. As do sul de Creta, Elafonisi, por exemplo, ficaram para mais tarde.
Cento e cinquenta quilómetros e duas horas depois, damos connosco na enseada da praia Gold Coast, de frente para a montanha de Zorba que a encerrava.
Por razões que só as marés conhecem, a água mal nos chegava aos joelhos. Tal profundidade dispensava os serviços do salva-vidas. Mantinha-o ausente do posto.
E, a nós, sem motivação para ali mergulharmos, ou para voltarmos ao carro em busca de outra praia. Acabamos por dormir sobre as toalhas, a recuperarmos as horas de sono que as multidões desembarcadas em Iraklio nos haviam furtado.
Para cá e Para lá, pela História de Chania e de Creta
Às duas da tarde, encontramo-nos, por fim, com Yannis e o seu cão Fidel. Instalamo-nos na casa que o anfitrião cretense alugava e que um casal irlandês acabara de vagar. Meia-hora depois, inauguramos a descoberta de Chania.
Abastada e resplandecente, Chania sempre despertou a cobiça dos povos vizinhos. Fortificou-se a condizer.
É ao longo da muralha ocidental da sua fortaleza Firka que nos aproximamos do âmago histórico e urbano da cidade, o seu Porto Veneziano, em tempos a transbordar de navios que sulcavam o Mediterrâneo.
A via faz-nos atravessar a praça de Talos, disposta entre as muralhas e a Baía de Chania. Sem que o esperássemos, a determinada altura, desemboca numa esquina.
Confronta-nos com farol da cidade, erguido na extremidade de uma muralha marinha oposta, dali, apenas acessível por uma caminhada quase circular a toda a volta do porto.
Contornamos o ângulo mais próximo, sob as ameias e a torre da bandeira grega de Firka.
Do lado de lá da fortaleza, espaçados pelos bancos e lampiões parisienses, pescadores mantinham as canas em riste, a passarem o tempo de olho no Mar de Creta.
Transeuntes detinham-se a admirar a elegância de pastel do casario por diante, espartilhado entre os azuis helénicos rivais, o marinho e o celeste.
A Gastronomia Greta e Cretense em Volta do Porto Veneziano
Prosseguimos nessa mesma direcção. O casario de cá está à sombra. Percorrem-no um pelotão de veraneantes chegados do norte da Europa, habituados a jantar cedo e, de acordo, já de olho nos menus dos restaurantes que preenchem a marginal.
O interesse é mútuo. À boa maneira mediterrânica, angariadores dos sucessivos estabelecimentos abordam-nos e tentam seduzi-los com os sabores inconfundíveis da gastronomia local, as saladas dakos de tomate e queijo feta, também servido frito e grelhado.
A beringela, os tomates e as batatas recheados, entradas semi-leves para os pratos a sério que se devem seguir: lula, polvo ou peixe grelhados bem regados de azeite ou, apenas e só para os mais corajosos, moussakas aprimoradas.
Continuamos a calcorrear a marginal Akti Kountorioti.
Passamos pelos principais marcos históricos em seu redor, de tal forma diversificados e até díspares que comprovam, na perfeição, a complexidade e dinâmica civilizacional que deu origem a Chania.
Da Civilização Minoica à Grécia dos Nossos Dias
Umas poucas dezenas de metros para dentro do casario, escondia-se a sinagoga Etz Hayymim, polo religioso dos judeus mizrahim que se creem originários sobretudo de Alexandria e de outras partes do Egipto. A catedral ortodoxa da Apresentação da Virgem Maria dista pouco.
De regresso à baía, já a caminharmos do seu fundo para norte, deparamo-nos com a mesquita Kyuchuk Hassan, conhecida por Mesquita dos Janízaros.
É este o mais destoante dos edifícios do Porto Veneziano, culminado por um cimo abobadado de um tom de argila mal-cozida, um legado fulcral do período otomano da cidade, quando o próprio paxá da ilha de Creta lá residia.
O Otomano é, todavia, apenas o quinto período histórico principal de Chania.
De que existam registos, a génese da urbe foi uma povoação minoica tratada por Cidónia (o marmeleiro). Mais tarde, por volta de 1100 a.C. conquistaram-na os Dóricos.
Num contexto de constantes conflitos entre as cidades-estado vizinhas, em 69 a.C, tomaram-na os Romanos que lhe concederam um estatuto de autonomia.
A Persistência Bizantina
Seguiu-se uma vigência Bizantina e, logo, árabe. Os árabes – que tratavam a cidade por Chania al Hanim (a estalagem) – obrigaram a população cristã a refugiar-se nas montanhas imponentes do centro da ilha, tão elevadas que é normal preservarem cumes nevados em Abril e até por Maio adentro.
Os Bizantinos retomaram a cidade em 961, preservaram-na até 1204 e consolidaram o uso do termo grego Chania. Receosos de nova investida árabe, acrescentaram-lhe as fortificações adicionais que a continuam a envolver.
O espaço entre a mesquita dos Janízaros e o mar, acomoda uma fila de charretes brancas que aguardam por passageiros para as voltas guiadas ao porto e à povoação.
Nas imediações, uma violoncelista instala-se de costas para o ocaso. Ajusta as partituras e oferece a Chania uma banda-sonora clássica alternativa aos acordes do sirtaki que ressoam dos vários restaurantes.
Não tarda, os transeuntes recompensam a música com numerário. Conscientes da vulnerabilidade da rapariga, dois rapazotes mendigos do leste europeu rapam-lhe o lucro da capa do instrumento.
Deixamos a marginal para uma perpendicular que nos conduz ao cimo de um outro ponto fortificado, encaixado entre o casario veneziano do Kastelli, panorâmico como poucos.
Dali, na companhia de pequenos clãs de jovens cretenses, admiramos o cenário da cidade oposto ao inaugural, a baía logo abaixo e estendida a quase 360º, a silhueta solitária do farol, difusa contra o sol não tarda poente.
E as figurinhas de uns poucos visitantes apostados em percorrer a muralha marinha de fio a pavio para assim atingirem a base do pilarete campanulado que nela assenta, com vista para o Mar de Creta e para a Chania integral a sul.
E a Longa Prevalência da História e da Arquitectura Veneziana
É sobretudo veneziana a imagem de marca da cidade, algo que surpreende, se tivermos em conta a forma como os venezianos dela se apoderaram.
Reza a história que, após a quarta Cruzada em que os Cristãos lograram apoderar-se de Constantinopla, à laia de recompensa, Bonifácio de Montferrat, o líder da Cruzada, foi prendado com a ilha de Creta.
Ora, fruto de uma complicada disputa entre os Bizantinos e os Venezianos, este marquês viu-se arredado do título de primeiro imperador do Império Latino.
De maneira a compensar a desfeita, investiu na conquista de Salónica. Ao ver-se dono e senhor da segunda maior cidade bizantina, desprezou Creta.Diz-se que a vendeu aos venezianos por meros cem marcos de prata.
Estes, não se fizeram rogados. Submeteram os cretenses ao seu jugo e edificaram a cidade de forma a servir os propósitos mercantis que há muito os moviam, o comércio de especiarias, de cereais, sedas e outros tecidos, de porcelana, de sal e de escravos.
Hoje, com as suas janelas dotadas de portadas uniformes, a dar para varandas de ferro-forjado, em vez de grego, a capital veneziana de Creta, ostenta um visual italiano.
Vindos de ilhas a norte, de Santorini, Míconos e vizinhas, a maior parte dos visitantes europeus, não se deixa enganar.
A Imposição dos Otomanos e o Legado da Mesquita dos Janízaros
O sol depressa se precipitaria sobre as muralhas a ocidente como, em 1646, ditou o término do período áureo veneziano. Embalados pela expansão do seu império ao longo dos séculos XV e XVI, os Otomanos enfrentaram uma resistência condigna.
Após dois meses de cerco, frustrados pelo sacrifício e pelos custos a que se viram obrigados, irromperam pela cidade sem misericórdia, chacinaram os venezianos que conseguiram capturar e apressaram-se a converter as igrejas locais em mesquitas.
Na derradeira vez nesse dia que passamos pela dos Janízaros, a violoncelista continuava a tocar, conformada com o furto intermitente dos seus proveitos.
Por fim, o aterrar do sol a leste de Creta incendiou a atmosfera a norte do farol e da fortaleza de Firka. Sentamo-nos a pouca distância da instrumentista.
Com os pés quase dentro da água lisa, deixamo-nos hipnotizar pelos movimentos dos vultozinhos negros sobre a muralha marinha e em redor do farol.
Confirmado o escurecer, vemos Chania render-se à invasão internacional de todas as noites. E apreciamos a celebração dos convivas da cidade mais italiana do bastião grego de Creta.
À descoberta do ocidente cretense, deixamos Chania, percorremos a garganta de Topolia e desfiladeiros menos marcados. Alguns quilómetros depois, chegamos a um recanto mediterrânico de aguarela e de sonho, o da ilha de Elafonisi e sua lagoa.
Durante o século XX, Míconos chegou a ser apenas uma ilha pobre mas, por volta de 1960, ventos cicládicos de mudança transformaram-na. Primeiro, no principal abrigo gay do Mediterrâneo. Logo, na feira de vaidades apinhada, cosmopolita e boémia que encontramos quando a visitamos.
Chegamos a Iraklio e, no que diz respeito a grandes cidades, a Grécia fica-se por ali. Já quanto à história e à mitologia, a capital de Creta ramifica sem fim. Minos, filho de Europa, lá teve tanto o seu palácio como o labirinto em que encerrou o minotauro. Passaram por Iraklio os árabes, os bizantinos, os venezianos e os otomanos. Os gregos que a habitam falham em lhe dar o devido valor.
Por volta de 1500 a.C. uma erupção devastadora fez afundar no Mar Egeu boa parte do vulcão-ilha Fira e levou ao colapso a civilização minóica, apontada vezes sem conta como a Atlântida. Seja qual for o passado, 3500 anos volvidos, Thira, a cidade homónima, tem tanto de real como de mítico.
Tinham decorrido cerca de três milénios desde a erupção minóica que desintegrou a maior ilha-vulcão do Egeu. Os habitantes do cimo das falésias observaram terra emergir no centro da caldeira inundada. Nascia Nea Kameni, o coração fumegante de Santorini.
No virar do século XX, Senglea acolhia 8.000 habitantes em 0.2 km2, um recorde europeu, hoje, tem “apenas” 3.000 cristãos bairristas. É a mais diminuta, sobrelotada e genuína das urbes maltesas.
Por altura da sua fundação, a Ordem dos Cavaleiros Hospitalários apodou-a de "a mais humilde". Com o passar dos séculos, o título deixou de lhe servir. Em 2018, Valletta foi a Capital Europeia da Cultura mais exígua de sempre e uma das mais recheadas de história e deslumbrantes de que há memória.
A ilha de Gozo tem um terço do tamanho de Malta mas apenas trinta dos trezentos mil habitantes da pequena nação. Em duo com o recreio balnear de Comino, abriga uma versão mais terra-a-terra e serena da sempre peculiar vida maltesa.
Não é só Chania, a pólis secular, repleta de história mediterrânica, no extremo nordeste de Creta que deslumbra. Refrescam-na e aos seus moradores e visitantes, Balos, Stavros e Seitan, três dos mais exuberantes litorais da Grécia.
Decorridos três milénios e meio, Atenas resiste e prospera. De cidade-estado belicista, tornou-se a capital da vasta nação helénica. Modernizada e sofisticada, preserva, num âmago rochoso, o legado da sua gloriosa Era Clássica.
Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
O primeiro europeu a aventurar-se nestas paragens masai ficou estupefacto com o que encontrou. E ainda hoje grandes manadas de elefantes e de outros herbívoros vagueiam ao sabor do pasto irrigado pela neve da maior montanha africana.
Antes do século XII, Kagbeni já era uma encruzilhada de rotas comerciais na confluência de dois rios e duas cordilheiras em que os reis medievais cobravam impostos. Hoje, integra o famoso Circuito dos Annapurnas. Quando lá chegam, os caminhantes sabem que, mais acima, se esconde um domínio que, até 1992, proibia a entrada de forasteiros.
Na viragem para o século XXI, o bairro Wynwood mantinha-se repleto de fábricas e armazéns abandonados e grafitados. Tony Goldman, um investidor imobiliário astuto, comprou mais de 25 propriedades e fundou um parque mural. Muito mais que ali homenagear o grafiti, Goldman fundou o grande bastião da criatividade de Miami.
Com mais de 500 tribos presentes, o pow wow "Gathering of the Nations" celebra o que de sagrado subsiste das culturas nativo-americanas. Mas também revela os danos infligidos pela civilização colonizadora.
Em 1566, os espanhóis fundaram Iloilo no sul da ilha de Panay e, até à iminência do século XIX, foi capital das imensas Índias Espanholas Orientais. Mesmo se há quase cento e trinta anos filipina, Iloilo conserva-se uma das cidades mais hispânicas da Ásia.
Como o nome deixa perceber, o Fogón de Lola de Guapiles serve pratos confeccionados ao fogão e ao forno, segundo tradição familiar costarricense. Em particular, a família da Tia Lola.
No fim da década de 80, duas multinacionais nipónicas já viam as fotocabines convencionais como peças de museu. Transformaram-nas em máquinas revolucionárias e o Japão rendeu-se ao fenómeno Purikura.
Banidas em grande parte do Primeiro Mundo, as lutas de galos prosperam nas Filipinas onde movem milhões de pessoas e de Pesos. Apesar dos seus eternos problemas é o sabong que mais estimula a nação.
Seis dias após a partida de Besisahar chegamos por fim a Manang (3519m). Situada no sopé das montanhas Annapurna III e Gangapurna, Manang é a civilização que mima e prepara os caminhantes para a travessia sempre temida do desfiladeiro de Thorong La (5416 m).
Maia, mestiça e hispânica, zapatista e turística, campestre e cosmopolita, San Cristobal não tem mãos a medir. Nela, visitantes mochileiros e activistas políticos mexicanos e expatriados partilham uma mesma demanda ideológica.
Bacolod é a capital de Negros, a ilha no centro da produção filipina de cana de açúcar. De viagem pelos confins do Extremo-Oriente e entre a história e a contemporaneidade, saboreamos o âmago fascinante da mais Latina das Ásias.
A Nova Zelândia é um dos países em que descendentes de colonos e nativos mais se respeitam. Ao explorarmos a sua lha do Norte, inteirámo-nos do amadurecimento interétnico desta nação tão da Commonwealth como maori e polinésia.
Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
Vertentes de vulcões e fluxos de lava, glaciares e rios imensos, todos pendem e fluem do interior elevado da Terra do Fogo e Gelo para o oceano frígido e quase sempre irado. Por todas essas e tantas outras razões da Natureza, a Sudurland é a região mais disputada da Islândia.
Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Em 1867, o czar Alexandre II teve que vender o Alasca russo aos Estados Unidos. Na pequena cidade de Sitka, encontramos o legado russo mas também os nativos Tlingit que os combateram.
Formam-se nas grandes latitudes e/ou altitudes. No Alasca ou na Nova Zelândia, na Argentina ou no Chile, os rios de gelo são sempre visões impressionantes de uma Terra tão frígida quanto inóspita.
Apesar da sua notoriedade nos antípodas, Ian Channell, o feiticeiro da Nova Zelândia não conseguiu prever ou evitar vários sismos que assolaram Christchurch. Com 88 anos de idade, após 23 anos de contrato com a cidade, fez afirmações demasiado polémicas e acabou despedido.
Praias escondidas por selva luxuriante, feitas de areia coralífera banhada por um mar turquesa-esmeralda são tudo menos raras no oceano Índico. La Digue recriou-se. Em redor do seu litoral, brotam rochedos massivos que a erosão esculpiu como uma homenagem excêntrica e sólida do tempo à Natureza.
Passamos nova manhã de meteorologia gloriosa à descoberta de Ngawal. Segue-se um curto trajecto na direcção de Manang, a principal povoação no caminho para o zénite do circuito Annapurna. Ficamo-nos por Braga (Braka). A aldeola não tardaria a provar-se uma das suas mais inolvidáveis escalas.
Até 1947, o Tren del Fin del Mundo fez incontáveis viagens para que os condenados do presídio de Ushuaia cortassem lenha. Hoje, os passageiros são outros mas nenhuma outra composição passa mais a Sul.
O Texas até fica do outro lado do mundo mas não faltam vaqueiros no país dos coalas e dos cangurus. Rodeos do Outback recriam a versão original e 8 segundos não duram menos no Faroeste australiano.
De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.
No mapa mundo, para sul do famoso pantanal brasileiro, surge uma região alagada pouco conhecida mas quase tão vasta e rica em biodiversidade. A expressão guarani Y berá define-a como “águas brilhantes”. O adjectivo ajusta-se a mais que à sua forte luminância.
No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.