Nova Sintra, Brava, Cabo Verde

Uma Sintra Crioula, em Vez de Saloia


Ensaios para o Carnaval
Tocadores de tambor e outros participam num ensaios de Carnaval.
Igreja do Nazareno
Uma das várias igrejas de Nova Sintra.
Gerações
Mãe e filho de Nova Brava.
Máscaras Tropicais
Participantes do ensaio de Carnaval de Nova Brava, com máscaras feitas de cocos.
Entre Papaeiras
Morador caminha por uma estrada verdejante da cidade.
Eugénio Tavares
Estátua dourada da personalidade mais famosa de Nova Sintra.
Jovem Bravense
Bravense faz de modelo com uma moldura de porta a condizer.
Pelas Ruas de Nova Sintra
Mota passa por uma casa colonial que até poderia ser de Sintra.
Nova Sintra, Fogo ao Fundo
O casario branco de Nova Sintra.
Calçadão de Nova Sintra
Moradores percorrem uma calçada dos arredores de Nova Sintra.
Rua de Nova Sintra
Uma passadeira sobre o empedrado de Nova Sintra.
A Praça Eugénio Tavares
O coração urbano de Nova Sintra.
Quando os colonos portugueses descobriram a ilha de Brava, repararam no seu clima, muito mais húmido que a maior parte de Cabo Verde. Determinados em manterem ligações com a distante metrópole, chamaram a principal povoação de Nova Sintra.

Sintra. A Nova.

A da ilha mais húmida e verdejante de Cabo Verde que, por estes mesmos atributos, viu o nome original de São João ser mudado para Brava. A ilha da vila, sua maior povoação que, em 2010, se viu promovida a cidade.

Como a Brava em geral, Nova Sintra provou-se, aos seus colonos portugueses, uma espécie de polo magnético da névoa, de tempos a tempos, também da bruma seca que lhe chega do leste, dos domínios ressequidos e fumarentos do Fogo.

A névoa sempre fez parte de ambas. A tal ponto que um escrito de 1988, denominado “Brava, tradicionais festas de Nho Sandjon e do Município.” afirmar que “a origem do povoamento da ilha se perde na névoa do passado. Por isso, cada qual o imagina um tanto ao jeito das suas simpatias”.

Em vez de o imaginarmos, pouco depois de desembarcarmos do ferry provindo de São Filipe, Djar Fogo, dedicamo-nos a cirandar entre os mil oitocentos e poucos moradores da cidade, o mais intrometidos possível nas suas vidas contemporâneas.

O Verde-Húmido que Granjeou à Principal Povoação o Título de Nova Sintra

A meio do século XIX, a Brava  – ainda chamada de ilha de São João – era já, de longe, a ilha mais cultivada de Cabo Verde – contraste absoluto das áridas São Vicente e Sal  repleta de milho, feijão, batata-doce, banana, abóbora, mandioca e até de vinha que dava para “150 pipas de mau vinho.”

Trabalhavam a terra povoadores vindos da metrópole e, a determinada altura, escravos levados para a Brava, eventualmente da Ribeira Grande de Santiago, incumbidos de os servir.

O seu cenário de minifúndios semi-tropicais, das papaeiras e dragoeiros que despontavam das plantações e povoações, feitas de casas caiadas com molduras de cor, tudo irrigado pela névoa alísia residente que até no pino do Verão mantém a temperatura máxima abaixo dos 25º, granjeou-lhe o epíteto de “Cintra de Cabo Verde”.

Contado mais algum tempo, este título oficioso deu azo ao nome oficial da, não tarda, vila solitária da ilha: Nova Sintra.

A vila saloia portuguesa, insinuar-se-ia, sob as duas grafias, onde quer que fôssemos, até em forma de mistério engarrafado.

Buscávamos uma mercearia que nos abastecesse de uns poucos mantimentos de reserva.

Mulata a Brava e a Cerveja que Pensávamos Extinta

Ao passarmos os olhos pelas prateleiras, damos com os rótulos familiares de uma das bebidas que, enquanto durou, mais apreciámos: a Cintra “Mulata”, uma cerveja bronzeada e cremosa, de sabor bem balanceado entre o doce e o amargo, lançada, em 2002, pela empresa do ex-Presidente do Sporting Clube de Portugal José de Souza Cintra e que terá durado, em Portugal, apenas até à falência de 2006.

Não víamos nem provávamos a adorada “Mulata” desde que sumiu do mercado. Pensávamos, aliás, que se tinha extinguido. E, no entanto, ali estava ela, diante de nós, uma Fénix de maltes cuidadosamente seleccionados renascida das cinzas.

Perguntamos ao dono como se explicava que ainda tinha à venda todas aquelas garrafas. “Opá… eu não estou a par do que aconteceu por lá, mas estas nem sequer são muito antigas. Vieram cá fornecê-las faz um mês, ou coisa assim.”

À falta de melhor esclarecimento, concluímos que algum acordo pós-falência teria viabilizado a produção e exportação das cervejas Cintra para Cabo Verde, estimávamos que também para o Brasil, eventualmente outras paragens.

Por via das dúvidas, compramos algumas garrafas, decididos a matar saudades.

Nos bares e esplanadas da Praça Eugénio Tavares, a praça central de Nova Sintra, as “Strella” – mais a branca que a preta ou crioula – continuavam a dominar as preferências, desafiadas pela inevitável concorrente Super Bock.

Constatámo-lo quando procurávamos uma cachupa que nos restabelecesse energias.

Em Busca de Cachupa na Praça Eugénio Tavares

Numa demanda esfomeada pelos quatro ou cinco restaurantes e bares em volta do coreto bicudo, o âmago da povoação, sobre a calçada portuguesa que o reveste num padrão ondulante, não fossem os bravenses esquecerem-se do Atlântico que os encerra e embala.

Por fim, damos com um estabelecimento pronto a servir-nos o pitéu cabo-verdiano, mesmo que na sua versão pobre, não a rica, repleta de vegetais que preferíamos.

Saboreamo-la e a Strellas Crioulas, substitutas condignas da enigmática Cintra Mulata, com os olhos postos na TV e no canal Afromusic, em que, ao som da nova música cabo-verdiana e de outras partes de África, sucessivas mulatas, morenas e mais escuras voluptuosas exibiam e abanavam os rabos, entregues aos kuduros e twerks que estimulam as gerações mais jovens do continente.

Regressamos à praça que homenageia a figura histórica proeminente da cidade, Nho Eugénio, o seu grande político, jornalista, poeta, dramaturgo, músico, compositor de mornas e da alma cabo-verdiana, entre outros ofícios.

Eugénio Tavares o Filho Mulato e Pródigo da Brava

Também Eugénio Tavares era mulato, filho de um pai escalabitano e de uma mãe foguense.

Além do baptismo da praça, Nova Sintra louva-o com uma estátua de bronze em que, Eugénio, sentado, de cabelo que nos parece brilhantinado e longo bigode undante, segura uma das obras que o tornou conceituado.

Suamos a bom suar sobre a Praça Eugénio Tavares. Não devido aos movimentos lascivos na TV. Mais por causa do picante em excesso com que condimentámos a cachupa.

Junto ao coreto, uma inesperada nora quebrava o ímpeto das ondas calçadas. Devolvia-nos e quem por ali passasse à abundância de água doce da ilha e à sua badalada fertilidade.

O Dia 14 de Fevereiro Inusitado, da Brava

Em pleno Dia dos Namorados, Don Juans adolescentes e oportunistas aproveitavam a dos canteiros do jardim.

Disputavam as flores frescas que restavam, com que planeavam encantar as suas donzelas.

Na escadaria do Bar Morabeza, um deles, desembaraçado a dobrar, via-se já prendado com beijos de batom cor-de-rosa.

Se os namoricos são universais, sabíamos bem que o abano do kuduro provinha de Angola e o do twerk, tinha ganho embalo nos Estados Unidos, sobretudo nos canais de maior alcance mundial como a MTV e, claro está, o fulminante Trace.

As inúmeras adulações e tentativas de emulação dos videoclipes norte-americanos que constatávamos no Afromusic, tinham, todavia, uma razão adicional.

Desde os finais do século XVIII, quando uma seca devastadora afligiu a Brava, que o principal destino da enorme diáspora de Cabo Verde (vivem mais cabo-verdianos no estrangeiro que no seu país) têm sido os Estados Unidos.

Ora, se os cabo-verdianos há muito sustentam Cabo Verde com suas frequentes e generosas remessas, também remetem para o arquipélago as influências e modas culturais contagiosas dos E.U.A.

Os Ensaios para o Carnaval Iminente

Caminhamos Rua da Cultura acima. Sem que os esperássemos, ribombam tambores.

De qualquer Dia dos Namorados, vislumbra-se quase sempre o eminente Carnaval, ansiado em Nova Sintra como a festa da brava que é suposto ser.

De acordo, tinham lugar ensaios de uma parada animada por músicos e figurantes com meias cascas de coco ilustradas a fazer de máscara.

Decidimos acompanhar o esboço de desfile.

Quando o fazemos, perguntamos a dois tocadores de tambor em descanso se os podíamos fotografar.

A um deles, mais vaidoso, enchem-se os olhos de brilho. Ajustam-se os dois a uma porta azulada que concordamos que serviria de fundo.

Compõem poses das estrelas que os fotógrafos forasteiros tinham escolhido. Sobre a porta, acima das suas cabeças inchadas de orgulho, reparamos numa matrícula ianque que algum emigrante ali mantinha afixada.

Era de New Hampshire, do ano de 1998. Fechava-a, em jeito de rodapé rodoviário, o mote “Live Free or Die”.

A Fé nas Igrejas dos Bravenses

Em Nova Sintra, a livre profusão de igrejas e fés tem o seu quê de milagrosa.

A Brava é a menor das ilhas habitadas de Cabo Verde. Conta com meros 67km2  a que quase poderíamos chamar “redondos” de tão perfeita que é a circunferência em que a moldou o vulcanismo destas partes do Atlântico.

A capital ocupa apenas uns poucos e abriga menos de dois mil habitantes. Mesmo assim, disputam a sua crença a igreja de São Baptista, católica, a anciã, erguida em 1880.

A Igreja do Nazareno, Protestante. Uma Nova Apostólica. Uma outra Adventista. Uma Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

E, por fim, um Salão do Reino das Testemunhas de Jeová.

Este refúgio na fé dos bravenses já vem de há muito.

De tempos a tempos, a ilha do Fogo vizinha e o seu vulcão monstro homónimo assustam e apoquentam a Brava e, em especial a mais próxima Nova Sintra.

Brava: uma Ilha há muito à Mercê dos Vulcões

Quando não é o Fogo é a própria actividade vulcânica da Brava que faz das suas.

Ficou para a história o susto de 1840, quando o Monte da Cruz do Frade entrou em erupção, com estrondos que ensurdeciam os ilhéus, saídos de uma fornalha que, mesmo amostra da gigantesca no cume do Fogo, todos receavam que pudesse explodir sem aviso.

Seja lenda ou realidade, só a ascensão destemida, ao cimo, de um padre de cruz em riste assegurou o exorcismo do demónio que se havia apoderado do vulcão e a tranquilização da população aflita.

Pelo menos, por algum tempo.

Nem a Brava nem, muito menos, Nova Sintra alguma vez estarão realmente a salvo.

Os cientistas chegaram à conclusão de a ilha Brava é um enorme vulcão.

E que o Fundo Grande em que se instalou a capital, uma espécie de caldeira com cerca de 600 metros de diâmetro, é a sua cratera semi-soterrada.

Daí, gerou-se e popularizou-se a teoria apocalíptica de que a Brava tem a forma de um cálice com uma haste delgada que se poderá quebrar em qualquer altura e causar o afundamento súbito da ilha no Atlântico.

Na Brava e em Nova Sintra, qualquer indício mais brusco de actividade vulcânica faz os bravenses recuar à inquietude sofrida pelos seus antepassados e rogarem, em sussurro, pela clemência de Deus, numa qualquer das suas casas.

Todos sabem que quando o Pai olha pelos bravenses, os mantém aconchegados sob a névoa divinal da ilha.

Brava, Cabo Verde

A Ilha Brava de Cabo Verde

Aquando da colonização, os portugueses deparam-se com uma ilha húmida e viçosa, coisa rara, em Cabo Verde. Brava, a menor das ilhas habitadas e uma das menos visitadas do arquipélago preserva uma genuinidade própria da sua natureza atlântica e vulcânica algo esquiva.
São Nicolau, Cabo Verde

Fotografia dess Nha Terra São Nicolau

A voz da saudosa Cesária Verde cristalizou o sentimento dos cabo-verdianos que se viram forçados a deixar a sua ilha. Quem visita São Nicolau ou, vá lá que seja, admira imagens que a bem ilustrem, percebe porque os seus lhe chamam, para sempre e com orgulho, nha terra.
Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã "Francês" à Mercê do Fogo

Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    
Cidade Velha, Cabo Verde

Cidade Velha: a anciã das Cidades Tropico-Coloniais

Foi a primeira povoação fundada por europeus abaixo do Trópico de Câncer. Em tempos determinante para expansão portuguesa para África e para a América do Sul e para o tráfico negreiro que a acompanhou, a Cidade Velha tornou-se uma herança pungente mas incontornável da génese cabo-verdiana.

Ilha do Sal, Cabo Verde

O Sal da Ilha do Sal

Na iminência do século XIX, Sal mantinha-se carente de água potável e praticamente inabitada. Até que a extracção e exportação do sal lá abundante incentivou uma progressiva povoação. Hoje, o sal e as salinas dão outro sabor à ilha mais visitada de Cabo Verde.
Ilha da Boa Vista, Cabo Verde

Ilha da Boa Vista: Vagas do Atlântico, Dunas do Sara

Boa Vista não é apenas a ilha cabo-verdiana mais próxima do litoral africano e do seu grande deserto. Após umas horas de descoberta, convence-nos de que é um retalho do Sara à deriva no Atlântico do Norte.
Santa Maria, Sal, Cabo Verde

Santa Maria e a Bênção Atlântica do Sal

Santa Maria foi fundada ainda na primeira metade do século XIX, como entreposto de exportação de sal. Hoje, muito graças à providência de Santa Maria, o Sal ilha vale muito que a matéria-prima.
Santo Antão, Cabo Verde

Pela Estrada da Corda Toda

Santo Antão é a mais ocidental das ilhas de Cabo Verde. Lá se situa um limiar Atlântico e rugoso de África, um domínio insular majestoso que começamos por desvendar de uma ponta à outra da sua deslumbrante Estrada da Corda.
Ilha do Fogo, Cabo Verde

À Volta do Fogo

Ditaram o tempo e as leis da geomorfologia que a ilha-vulcão do Fogo se arredondasse como nenhuma outra em Cabo Verde. À descoberta deste arquipélago exuberante da Macaronésia, circundamo-la contra os ponteiros do relógio. Deslumbramo-nos no mesmo sentido.
São Nicolau, Cabo Verde

São Nicolau: Romaria à Terra di Sodade

Partidas forçadas como as que inspiraram a famosa morna “Sodade” deixaram bem vincada a dor de ter que deixar as ilhas de Cabo Verde. À descoberta de Saninclau, entre o encanto e o deslumbre, perseguimos a génese da canção e da melancolia.
Chã das Caldeiras a Mosteiros, Ilha do Fogo, Cabo Verde

Chã das Caldeiras a Mosteiros: descida pelos Confins do Fogo

Com o cimo de Cabo Verde conquistado, dormimos e recuperamos em Chã das Caldeiras, em comunhão com algumas das vidas à mercê do vulcão. Na manhã seguinte, iniciamos o regresso à capital São Filipe, 11 km de caminho para Mosteiros abaixo.
Santiago, Cabo Verde

Santiago de Baixo a Cima

Aterrados na capital cabo-verdiana de Praia, exploramos a sua pioneira antecessora. Da Cidade Velha, percorremos a crista montanhosa e deslumbrante de Santiago, até ao topo desafogado de Tarrafal.
Santo Antão, Cabo Verde

Porto Novo a Ribeira Grande pelo Caminho do Mar

Desembarcados e instalados em Porto Novo de Santo Antão, depressa constatamos duas rotas para chegar à segunda maior povoação da ilha. Já rendidos ao sobe-e-desce monumental da Estrada da Corda, deslumbramo-nos com o dramatismo vulcânico e atlântico da alternativa costeira.
Ponta do Sol a Fontainhas, Santo Antão, Cabo Verde

Uma Viagem Vertiginosa a Partir da Ponta do Sol

Atingimos o limiar norte de Santo Antão e de Cabo Verde. Em nova tarde de luz radiosa, acompanhamos a azáfama atlântica dos pescadores e o dia-a-dia menos litoral da vila. Com o ocaso iminente, inauguramos uma demanda sombria e intimidante do povoado das Fontainhas.
Mindelo, São Vicente, Cabo Verde

O Milagre de São Vicente

São Vicente sempre foi árida e inóspita a condizer. A colonização desafiante da ilha submeteu os colonos a sucessivas agruras. Até que, por fim, a sua providencial baía de águas profundas viabilizou o Mindelo, a urbe mais cosmopolita e a capital cultural de Cabo Verde.
Tarrafal, Santiago, Cabo Verde

O Tarrafal da Liberdade e da Vida Lenta

A vila de Tarrafal delimita um recanto privilegiado da ilha de Santiago, com as suas poucas praias de areia branca. Quem por lá se encanta tem ainda mais dificuldade em entender a atrocidade colonial do vizinho campo prisional.
Ribeira Grande, Santo AntãoCabo Verde

Santo Antão, Ribeira Grande Acima

Na origem, uma Povoação diminuta, a Ribeira Grande seguiu o curso da sua história. Passou a vila, mais tarde, a cidade. Tornou-se um entroncamento excêntrico e incontornável da  ilha de Santo Antão.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Esteros del Iberá, Pantanal Argentina, Jacaré
Safari
Esteros del Iberá, Argentina

O Pantanal das Pampas

No mapa mundo, para sul do famoso pantanal brasileiro, surge uma região alagada pouco conhecida mas quase tão vasta e rica em biodiversidade. A expressão guarani Y berá define-a como “águas brilhantes”. O adjectivo ajusta-se a mais que à sua forte luminância.
Yak Kharka a Thorong Phedi, Circuito Annapurna, Nepal, iaques
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 11º: Yak Karkha a Thorong Phedi, Nepal

A Chegada ao Sopé do Desfiladeiro

Num pouco mais de 6km, subimos dos 4018m aos 4450m, na base do desfiladeiro de Thorong La. Pelo caminho, questionamos se o que sentíamos seriam os primeiros problemas de Mal de Altitude. Nunca passou de falso alarme.
Pela sombra
Arquitectura & Design
Miami, E.U.A.

Uma Obra-Prima da Reabilitação Urbana

Na viragem para o século XXI, o bairro Wynwood mantinha-se repleto de fábricas e armazéns abandonados e grafitados. Tony Goldman, um investidor imobiliário astuto, comprou mais de 25 propriedades e fundou um parque mural. Muito mais que ali homenagear o grafiti, Goldman fundou o grande bastião da criatividade de Miami.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Aventura
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.
Corrida de camelos, Festival do Deserto, Sam Sam Dunes, Rajastão, Índia
Cerimónias e Festividades
Jaisalmer, Índia

Há Festa no Deserto do Thar

Mal o curto Inverno parte, Jaisalmer entrega-se a desfiles, a corridas de camelos e a competições de turbantes e de bigodes. As suas muralhas, ruelas e as dunas em redor ganham mais cor que nunca. Durante os três dias do evento, nativos e forasteiros assistem, deslumbrados, a como o vasto e inóspito Thar resplandece afinal de vida.
muralha da fortaleza de Novgorod e da Catedral Ortodoxa de Santa Sofia, Rússia
Cidades
Novgorod, Rússia

A Avó Viking da Mãe Rússia

Durante quase todo o século que passou, as autoridades da U.R.S.S. omitiram parte das origens do povo russo. Mas a história não deixa lugar para dúvidas. Muito antes da ascensão e supremacia dos czares e dos sovietes, os primeiros colonos escandinavos fundaram, em Novgorod, a sua poderosa nação.
Cacau, Chocolate, Sao Tome Principe, roça Água Izé
Comida
São Tomé e Príncipe

Roças de Cacau, Corallo e a Fábrica de Chocolate

No início do séc. XX, São Tomé e Príncipe geravam mais cacau que qualquer outro território. Graças à dedicação de alguns empreendedores, a produção subsiste e as duas ilhas sabem ao melhor chocolate.
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O Parlamento Babel da Nação Sami

A Nação sami integra quatro países, que ingerem nas vidas dos seus povos. No parlamento de Inari, em vários dialectos, os sami governam-se como podem.
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Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
Alasca, de Homer em Busca de Whittier
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Deixamos Homer, à procura de Whittier, um refúgio erguido na 2ª Guerra Mundial e que abriga duzentas e poucas pessoas, quase todas num único edifício.
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Uma Tabanca na Guiné dos Meandros sem Fim

São incontáveis os afluentes e canais que, a norte do grande rio Cacheu, serpenteiam entre manguezais e encharcam terras firmes. Contra todas as dificuldades, gentes felupes lá se instalaram e mantêm povoações prolíficas que envolveram de arrozais. Elalab, uma delas, tornou-se uma das tabancas mais naturais e exuberantes da Guiné Bissau.
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Dias Como Tantos Outros

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À Mesa do Adamastor

Dos tempos primordiais das Descobertas à actualidade, a Montanha da Mesa sempre se destacou acima da imensidão sul-africana e dos oceanos em redor. Os séculos passaram e a Cidade do Cabo expandiu-se a seus pés. Tanto os capetonians como os forasteiros de visita se habituaram a contemplar, a ascender e a venerar esta meseta imponente e mítica.
Bonaire, ilha, Antilhas Holandesas, ABC, Caraíbas, Rincon
Ilhas
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O Recanto Pioneiro das Antilhas Holandesas

Pouco depois da chegada de Colombo às Américas, os castelhanos descobriram uma ilha caribenha a que chamaram Brasil. Receosos da ameaça pirata, esconderam a primeira povoação num vale. Decorrido um século, os holandeses apoderaram-se dessa ilha e rebaptizaram-na de Bonaire. Não apagaram o nome despretensioso da colónia precursora: Rincon.
Maksim, povo Sami, Inari, Finlandia-2
Inverno Branco
Inari, Finlândia

Os Guardiães da Europa Boreal

Há muito discriminado pelos colonos escandinavos, finlandeses e russos, o povo Sami recupera a sua autonomia e orgulha-se da sua nacionalidade.
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Literatura
Saudade, São Tomé, São Tomé e Príncipe

Almada Negreiros: da Saudade à Eternidade

Almada Negreiros nasceu, em Abril de 1893, numa roça do interior de São Tomé. À descoberta das suas origens, estimamos que a exuberância luxuriante em que começou a crescer lhe tenha oxigenado a profícua criatividade.
Tambores e tatoos
Natureza
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Taiti Para lá do Clichê

As vizinhas Bora Bora e Maupiti têm cenários superiores mas o Taiti é há muito conotado com paraíso e há mais vida na maior e mais populosa ilha da Polinésia Francesa, o seu milenar coração cultural.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
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Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Parques Naturais
Estradas Imperdíveis

Grandes Percursos, Grandes Viagens

Com nomes pomposos ou meros códigos rodoviários, certas estradas percorrem cenários realmente sublimes. Da Road 66 à Great Ocean Road, são, todas elas, aventuras imperdíveis ao volante.
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Vegueta, Gran Canária, Canárias

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O velho e majestoso bairro Vegueta de Las Palmas destaca-se na longa e complexa hispanização das Canárias. Findo um longo período de expedições senhoriais, lá teve início a derradeira conquista da Gran Canária e das restantes ilhas do arquipélago, sob comando dos monarcas de Castela e Aragão.
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Personagens
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
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Praias
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De Volta aos Braços Tropicais de Montezuma

Passaram 18 anos desde que nos deslumbrámos com este que é um dos litorais abençoados da Costa Rica. Há apenas dois meses, reencontrámo-lo. Tão aconchegante como o  tínhamos conhecido.
Camponesa, Majuli, Assam, India
Religião
Majuli, Índia

Uma Ilha em Contagem Decrescente

Majuli é a maior ilha fluvial da Índia e seria ainda uma das maiores à face da Terra não fosse a erosão do rio Bramaputra que há séculos a faz diminuir. Se, como se teme, ficar submersa dentro de vinte anos, mais que uma ilha, desaparecerá um reduto cultural e paisagístico realmente místico do Subcontinente.
Trem do Serra do Mar, Paraná, vista arejada
Sobre Carris
Curitiba a Morretes, Paraná, Brasil

Paraná Abaixo, a Bordo do Trem Serra do Mar

Durante mais de dois séculos, só uma estrada sinuosa e estreita ligava Curitiba ao litoral. Até que, em 1885, uma empresa francesa inaugurou um caminho-de-ferro com 110 km. Percorremo-lo, até Morretes, a estação, hoje, final para passageiros. A 40km do término original e costeiro de Paranaguá.
Tombola, bingo de rua-Campeche, Mexico
Sociedade
Campeche, México

Há 200 Anos a Brincar com a Sorte

No fim do século XVIII, os campechanos renderam-se a um jogo introduzido para esfriar a febre das cartas a dinheiro. Hoje, jogada quase só por abuelitas, a loteria local pouco passa de uma diversão.
Cruzamento movimentado de Tóquio, Japão
Vida Quotidiana
Tóquio, Japão

A Noite Sem Fim da Capital do Sol Nascente

Dizer que Tóquio não dorme é eufemismo. Numa das maiores e mais sofisticadas urbes à face da Terra, o crepúsculo marca apenas o renovar do quotidiano frenético. E são milhões as suas almas que, ou não encontram lugar ao sol, ou fazem mais sentido nos turnos “escuros” e obscuros que se seguem.
Leões juvenis num braço arenoso do rio Chire
Vida Selvagem
PN Liwonde, Malawi

A Reanimação Prodigiosa do PN Liwonde

Durante largo tempo, a incúria generalizada e o alastrar da caça furtiva vitimaram esta reserva animal. Em 2015, a African Parks entrou em cena. Em pouco tempo, também beneficiário da água abundante do lago Malombe e do rio Chire, o Parque Nacional Liwonde tornou-se um dos mais vivos e exuberantes do Malawi.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.