El Fuerte, Sinaloa, México

O Berço de Zorro


El Fuerte e o Oásis do Fuerte
Lançamento Enevoado
El Zorro
El Fuerte das Alturas
Quinceñera Nallely no Forte
El Fuerte de todas as Cores
Deco Colonial II
O Âmago Musical
El Fuerte metido no Oásis
Vaqueros Cristanos
Palácio vs Igreja
O Palácio e o Jardim
El Zorro, Miguel Àngel León
Jovens Católicos
Fiéis na Iglésia de Las Dolores
Viva México
Abençoada Viagem
Quinceñera Nallely e Amiga
Passeio Solitário
Muralhas de El Fuerte
El Fuerte é uma cidade colonial do estado mexicano de Sinaloa. Na sua história, estará registado o nascimento de Don Diego de La Vega, diz-se que numa mansão da povoação. Na sua luta contra as injustiças do jugo espanhol, Don Diego transformava-se num mascarado esquivo. Em El Fuerte, o lendário “El Zorro” terá sempre lugar.

Tínhamos terminado uma viagem ferroviária com que há muito sonhávamos, a bordo do tren El Chepe (Ferrocarril Chihuauha al Pacífico), entre Creel e Los Mochis, através das Barrancas del Cobre, das terras planas e semi-desérticas de Sinaloa.

Despertados em Los Mochis, vemo-nos a braços com a indefinição do que faríamos em seguida. Prolonga-se para lá de uma hora de check out que fizemos esticar.

Regressamos de um almoço de burritos, almoçado a pouca distância da casa em que o líder do cartel de Sinaloa, El Chapo, foi capturado.

Ao reentrarmos no Hotel Balderrama de Los Mochis, cruzamo-nos com Bernardo Balderrama, o dono da cadeia, que nos lembrávamos de nos ter abordado, dias antes, numa feira turística. “Esperem lá… nós conhecemo-nos, certo?” questiona-nos.

Pensamos um pouco para termos a certeza e confirmamo-lo. “Ah, sim, já me lembro. Então gostaram do nosso hotel lá nas Barrancas del Cobre? E da viagem de comboio? É incrível, não é?”

Conversa puxa conversa, quando lhe explicamos o impasse em que estávamos, convida-nos para passarmos umas noites num outro hotel Balderrama, o de El Fuerte.

Tínhamos por lá passado, no quase fim do percurso sobre carris do comboio El Chepe.

Sabíamos que muitos passageiros escolhiam lá começar ou terminar a viagem, para ficarem a conhecer a cidade, colonial, elegante e com uma história prolífica.

Aceitamos de imediato.

Às quatro e meia, entramos numa carrinha. Guiava-a um funcionário de nome Salvador.

Cumprimos boa parte do percurso já de noite, com a companhia de dois polícias de trânsito a que Salvador se viu forçado a dar boleia.

A Pousada Hacienda del Hidalgo, Portal Histórico para El Fuerte

Damos entrada em El Fuerte e na Posada Hacienda del Hidalgo já depois das seis da tarde. Jantamos, investigamos o centro histórico, que encontramos mais escuro do que estávamos a contar.

Num estado mexicano de cartéis e inúmeros sucedidos à margem da lei, depressa regressamos à segurança da Posada e nos entregamos a tarefas de escritório.

Novo dia. Pelas 10h, toca-nos à porta Miguel Ángel León, gerente da posada. Miguel dá-nos as boas-vindas.

Tinha que sair dentro em pouco. No tempo que lhe sobrava, faz questão de nos mostrar o que a Posada Hacienda del Hidalgo tinha de especial, além da sua surreal beleza colonial.

Ao passarmos para o jardim para que dava o quarto, reparamos, de imediato numa estátua de bronze, de chapéu a cobrir quase toda a cara e uma espada em riste. “Zorro? Porque é que aqui têm uma estátua dele?”

Ah, vocês ainda não sabem? Já vos explico tudo.

E, ao jantar, levem as câmaras, para fotografarem e filmarem.

Daquela surpresa e incredulidade, aos poucos, rendemo-nos à cada vez mais estranha realidade.

“Sigam-me! Vou-vos mostrar o nosso quarto mais importante, o 46.” Instantes depois, examinávamos uns aposentos que Miguel afiançava serem onde tinha nascido Diego de la Vega, o “Zorro” não disfarçado de Zorro.

Já atrasado, Miguel deixa-nos ao cuidado de uma empregada.

Continuamos a cirandar pela hacienda, maravilhados com a sua combinação de arquitectura e decoração, uma espécie de quimera colonial convertida, ajustada e aprimorada desde a génese militar da propriedade, datada do século XVII.

Uma de tantas outras haciendas exuberantes que continuam a embelezar o México.

A Fundação da Predecessora da Cidade, há quase Meio-Milénio

A povoação colonial pioneira surgiu um bom tempo antes, em 1563.

Fundou-a, baptizada de Villa de San Juan Bautista de Carapoa, Francisco Ibarra, conquistador basco, o primeiro europeu a aventurar-se pelas montanhas da Sierra Madre Ocidental. Também fundador de Durango e governador de Chihuahua.

Por volta de 1610, a povoação mantinha-se vulnerável aos ataques constantes dos indígenas Zuaque e Tehueco que durante séculos dominaram aquelas terras, que deixaram inúmeros registos rupestres.

Que estão presentes, em termos genéticos em boa parte dos habitantes mestiços da região

Ibarra ordenou a construção de um forte à beira do rio Fuerte.

Esse forte – El Fuerte de Montesclaros – congregou os colonos em redor da sua protecção e do sustento que o rio Fuerte garantia.

Com o decorrer dos anos, tornou-se o mais importante entreposto agrícola e comercial do imenso Noroeste Mexicano.

E, em 1824, capital do estado de Sonora y Sinaloa.

O termo simplificado El Fuerte, passou a ser o usado, em vez dos mais longos anteriores.

Diego de La Vega. Filho de Alejandro de La Vega. E de El Fuerte

Diego de La Vega surge neste contexto. O seu pai, Alejandro de La Vega, filho de espanhóis, já nascido no México, era casado com uma mestiça (meio espanhola, meio indígena).

Dessa relação, em 1795, nasceu o filho Diego. Alejandro de La Vega tinha transformado, na mansão da família, uma velha guarnição na colina de Garapoa que as autoridades espanholas haviam abandonado.

O parto terá, supostamente, acontecido no quarto 46 que nos mostrara Miguel Ángel.

Fluem nove anos da vida de Diego de La Vega em El Fuerte. A sua mãe falece. A mineração em que o pai Alejandro tinha investido deixa-os a ambos em apuros.

Desiludido com o que o destino lhe reservava na povoação, Alejandro muda-se para Los Angeles, cidade da então província mexicana da Alta Califórnia.

El Fuerte deixou de ter novidades dos De La Vega. Décadas depois, chegaram relatos. De tal forma espantosos que justificaram a estátua no jardim em frente ao quarto. E muito mais.

À Descoberta de El Fuerte

Saímos para o cerne histórico da povoação.

Encontramos a praça central a que os mexicanos chamam Zócalo, disposta em redor de um jardim desafogado, à boa maneira colonial mexicana, dotado de um coreto.

Despontam palmeiras imperiais portentosas, com copas verdejantes que contrastam com o ocre dos tijolos do imenso Palácio Municipal, onde a cidade é gerida.

Serve El Fuerte um trenzito turístico que leva famílias e namorados a conhecerem a cidade.

Vemo-lo passar e soar a sua melodia contagiante, enquanto subimos a ladeira da Pousada Hidalgo, a caminho do antigo forte militar.

O Velho Forte que Inspirou o Baptismo

Foi esta a estrutura que inspirou o nome do pueblo.

Hoje, acolhe um museu histórico cuidado, disposto sob adarves com vistas desafogadas.

Do seu cimo, admiramos o rio Fuerte, logo em frente, a serpentear num oásis imenso.

Na direcção da costa do Pacífico, para lá da mancha verdejante, vemos ainda o deserto plano.

Na direção oposta, temos o vislumbre das encostas da Sierra Madre Ocidental.

Tão fotogénico como histórico, o forte serve de cenário aos mais distintos propósitos.

Guarnece uma aturada sessão de fotos de Nallely, uma quinceñera bonita e orgulhosa.

As amigas compõem-lhe o vestido roxo, o bouquet de flores e a tiara que a coroa.

Fotografam-na diante das muralhas, de um grande cacto saguaro, e em trajes de vaqueira, sobre um cavalo irrequieto.

Naquele deambular, voltamos a passar pelo Zócalo.

A igreja de Dolores acolhe uma qualquer cerimónia católica.

Familiares e convidados chegam nos seus melhores trajes.

Fazem fila diante da porta.

Nas arcadas opostas, uns poucos forasteiros, mexicanos e gringos, conversam, massajados pelo sol invernal.

Não tarda, anoitece. Regressamos à Posada Hacienda del Hidalgo.

A Reaparição Teatral de El Zorro na Hacienda que o viu Nascer

Sobre a hora marcada, sentamo-nos numa mesa em redor da piscina, a jantar. A meio da refeição, sem aviso, irrompe um vulto trajado e mascarado de negro.

Como tinha prenunciado Miguel Ángel, irrompe El Zorro, de espada em riste, munido de um lote de piadas e de um charme namoradeiro que dedica às mulheres presentes, ao ponto de raptar para a cena, duas hóspedes solteiras.

A Hacienda del Hidalgo celebrava, assim, a sua relevância numa personagem que conquistou notoriedade mundial. Cabe-nos explicar de que forma.

Ora, na vida adulta passada na Alta Califórnia, Diego de La Vega tornou-se um justiceiro anónimo.

Quando as autoridades espanholas e, mais tarde, mexicanas, oprimiam e abusavam dos súbditos pobres e indefesos, atacava, roubava os responsáveis, repunha a justiça e a sua dignidade.

El Zorro: da Alta Califórnia para os Livros, os Ecrãs e o Mundo

Com o tempo, a personagem de El Zorro tornou-se lendária. Deu origem a obras literárias. A primeira aparição do mascarado do Z deu-se no romance “O Sinal do Zorro” do norte-americano Johnston McCulley, de 1919.

No ano seguinte, o sucesso do filme mudo que adaptou a história fez com que o realizador convencesse McCulley a escrever mais e mais aventuras. McCulley prolongou a vida a El Zorro por mais de quarenta anos, divididos por cinco séries principais e cinquenta e sete contos e episódios.

De 1919 em diante, surgiram várias outras obras literárias, incluindo BD, peças de teatro e séries de rádio. Um dos romances mais eloquentes a que a lenda deu origem foi “Zorro: começa a lenda” de Isabel Allende.

Estrearam-se ainda 40 filmes em torno de El Zorro.

Representaram-no estrelas como Alain Delon, Anthony Hopkins e António Banderas, os dois últimos, em “A Máscara do Zorro”, de 1998.

Noite após noite, Miguel Ángel León, também gerente, empenhava-se para cativar os hóspedes e manter vivo o papel da Posada Hacienda del Hidalgo na lenda.

De uma coisa estamos certos: conquistadas, agarradas e beijocadas a fingir pelo enigmático filho da casa, as mulheres presentes nunca mais se esquecerão.

Nem de El Fuerte nem do seu Zorro regressado a casa.

Chihuahua, México

¡ Ay Chihuahua !

Os mexicanos adaptaram a expressão como uma das suas preferidas manifestações de surpresa. À descoberta da capital do estado homónimo do Noroeste, exclamamo-la amiúde.
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Real de Catorce, San Luís Potosi, México

De Filão da Nova Espanha a Pueblo Mágico Mexicano

No início do século XIX, era uma das povoações mineiras que mais prata garantia à Coroa Espanhola. Um século depois, a prata tinha-se desvalorizado de tal maneira que Real de Catorce se viu abandonada. A sua história e os cenários peculiares filmados por Hollywood, cotaram-na uma das aldeias preciosas do México.
Sósias, actores e figurantes

Estrelas do Faz de Conta

Protagonizam eventos ou são empresários de rua. Encarnam personagens incontornáveis, representam classes sociais ou épocas. Mesmo a milhas de Hollywood, sem eles, o Mundo seria mais aborrecido.
Guanajuato, México

A Cidade que Brilha de Todas as Cores

Durante o século XVIII, foi a cidade que mais prata produziu no mundo e uma das mais opulentas do México e da Espanha colonial. Várias das suas minas continuam activas mas a riqueza de Guanuajuato que impressiona está na excentricidade multicolor da sua história e património secular.
Barrancas del Cobre, Chihuahua, México

O México Profundo das Barrancas del Cobre

Sem aviso, as terras altas de Chihuahua dão lugar a ravinas sem fim. Sessenta milhões de anos geológicos sulcaram-nas e tornaram-nas inóspitas. Os indígenas Rarámuri continuam a chamar-lhes casa.
Iucatão, México

Entre Haciendas e Cenotes, pela História do Iucatão

Em redor da capital Mérida, para cada velha hacienda henequenera colonial há pelo menos um cenote. Com frequência, coexistem e, como aconteceu com a semi-recuperada Hacienda Mucuyché, em duo, resultam nalguns dos lugares mais sublimes do sudeste mexicano.

Real de Catorce, San Luís Potosi, México

A Depreciação da Prata que Levou à do Pueblo (Parte II)

Com a viragem para o século XX, o valor do metal precioso bateu no fundo. De povoação prodigiosa, Real de Catorce passou a fantasma. Ainda à descoberta, exploramos as ruínas das minas na sua origem e o encanto do Pueblo ressuscitado.
San Cristóbal de Las Casas, México

O Lar Doce Lar da Consciência Social Mexicana

Maia, mestiça e hispânica, zapatista e turística, campestre e cosmopolita, San Cristobal não tem mãos a medir. Nela, visitantes mochileiros e activistas políticos mexicanos e expatriados partilham uma mesma demanda ideológica.
Campeche, México

Campeche Sobre Can Pech

Como aconteceu por todo o México, os conquistadores chegaram, viram e venceram. Can Pech, a povoação maia, contava com quase 40 mil habitantes, palácios, pirâmides e uma arquitetura urbana exuberante, mas, em 1540, subsistiam menos de 6 mil nativos. Sobre as ruínas, os espanhóis ergueram Campeche, uma das mais imponentes cidades coloniais das Américas.
Izamal, México

A Cidade Mexicana, Santa, Bela e Amarela

Até à chegada dos conquistadores espanhóis, Izamal era um polo de adoração do deus Maia supremo Itzamná e Kinich Kakmó, o do sol. Aos poucos, os invasores arrasaram as várias pirâmides dos nativos. No seu lugar, ergueram um grande convento franciscano e um prolífico casario colonial, com o mesmo tom solar em que a cidade hoje católica resplandece.
Tulum, México

A Mais Caribenha das Ruínas Maias

Erguida à beira-mar como entreposto excepcional decisivo para a prosperidade da nação Maia, Tulum foi uma das suas últimas cidades a sucumbir à ocupação hispânica. No final do século XVI, os seus habitantes abandonaram-na ao tempo e a um litoral irrepreensível da península do Iucatão.
Mérida, México

A Mais Exuberante das Méridas

Em 25 a.C, os romanos fundaram Emerita Augusta, capital da Lusitânia. A expansão espanhola gerou três outras Méridas no mundo. Das quatro, a capital do Iucatão é a mais colorida e animada, resplandecente de herança colonial hispânica e vida multiétnica.
Cobá a Pac Chen, México

Das Ruínas aos Lares Maias

Na Península de Iucatão, a história do segundo maior povo indígena mexicano confunde-se com o seu dia-a-dia e funde-se com a modernidade. Em Cobá, passámos do cimo de uma das suas pirâmides milenares para o coração de uma povoação dos nossos tempos.
Campeche, México

Um Bingo tão lúdico que se joga com bonecos

Nas noites de sextas um grupo de senhoras ocupam mesas do Parque Independencia e apostam ninharias. Os prémios ínfimos saem-lhes em combinações de gatos, corações, cometas, maracas e outros ícones.

Cidade do México, México

Alma Mexicana

Com mais de 20 milhões de habitantes numa vasta área metropolitana, esta megalópole marca, a partir do seu cerne de zócalo, o pulsar espiritual de uma nação desde sempre vulnerável e dramática.

Champotón, México

Rodeo Debaixo de Sombreros

Champoton, em Campeche, acolhe uma feira honra da Virgén de La Concepción. O rodeo mexicano sob sombreros local revela a elegância e perícia dos vaqueiros da região.
San Cristobal de las Casas a Campeche, México

Uma Estafeta de Fé

Equivalente católica da Nª Sra. de Fátima, a Nossa Senhora de Guadalupe move e comove o México. Os seus fiéis cruzam-se nas estradas do país, determinados em levar a prova da sua fé à patrona das Américas.
Campeche, México

Há 200 Anos a Brincar com a Sorte

No fim do século XVIII, os campechanos renderam-se a um jogo introduzido para esfriar a febre das cartas a dinheiro. Hoje, jogada quase só por abuelitas, a loteria local pouco passa de uma diversão.
Iucatão, México

O Fim do Fim do Mundo

O dia anunciado passou mas o Fim do Mundo teimou em não chegar. Na América Central, os Maias da actualidade observaram e aturaram, incrédulos, toda a histeria em redor do seu calendário.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Rinoceronte, PN Kaziranga, Assam, Índia
Safari
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
Braga ou Braka ou Brakra, no Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
Visitantes nas ruínas de Talisay, ilha de Negros, Filipinas
Arquitectura & Design
Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
Barcos sobre o gelo, ilha de Hailuoto, Finlândia
Aventura
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
Corrida de camelos, Festival do Deserto, Sam Sam Dunes, Rajastão, Índia
Cerimónias e Festividades
Jaisalmer, Índia

Há Festa no Deserto do Thar

Mal o curto Inverno parte, Jaisalmer entrega-se a desfiles, a corridas de camelos e a competições de turbantes e de bigodes. As suas muralhas, ruelas e as dunas em redor ganham mais cor que nunca. Durante os três dias do evento, nativos e forasteiros assistem, deslumbrados, a como o vasto e inóspito Thar resplandece afinal de vida.
MAL(E)divas
Cidades
Malé, Maldivas

As Maldivas a Sério

Contemplada do ar, Malé, a capital das Maldivas, pouco mais parece que uma amostra de ilha atafulhada. Quem a visita, não encontra coqueiros deitados, praias de sonho, SPAs ou piscinas infinitas. Deslumbra-se com o dia-a-dia maldivano  genuíno que as brochuras turísticas omitem.
Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.
Comida
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Verificação da correspondência
Cultura
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Caiaquer no lago Sinclair, Cradle Mountain - Lake Sinclair National Park, Tasmania, Austrália
Em Viagem
À Descoberta de Tassie, Parte 4 -  Devonport a Strahan, Austrália

Pelo Oeste Selvagem da Tasmânia

Se a quase antípoda Tazzie já é um mundo australiano à parte, o que dizer então da sua inóspita região ocidental. Entre Devonport e Strahan, florestas densas, rios esquivos e um litoral rude batido por um oceano Índico quase Antárctico geram enigma e respeito.
Skyway cruza o Vale de Jamison
Étnico
Katoomba, Austrália

As Três Irmãs das Montanhas Azuis

Situadas a oeste de Sydney, as Blue Mountains formam um dos domínios mais procurados pelos ozzies e estrangeiros em busca de evasão. Atrai-os a beleza natural vista de Katoomba, os penhascos afiados das Three Sisters e as cascatas que se despenham sobre o vale de Jamison. À sombra deste frenesim turístico, perdura a habitual marginalização das origens e da cultura aborígene local.
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

Uma Cidade Perdida e Achada
História
Machu Picchu, Peru

A Cidade Perdida em Mistério dos Incas

Ao deambularmos por Machu Picchu, encontramos sentido nas explicações mais aceites para a sua fundação e abandono. Mas, sempre que o complexo é encerrado, as ruínas ficam entregues aos seus enigmas.
Totems, aldeia de Botko, Malekula,Vanuatu
Ilhas
Malekula, Vanuatu

Canibalismo de Carne e Osso

Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.
costa, fiorde, Seydisfjordur, Islandia
Inverno Branco
Seydisfjordur, Islândia

Da Arte da Pesca à Pesca da Arte

Quando armadores de Reiquejavique compraram a frota pesqueira de Seydisfjordur, a povoação teve que se adaptar. Hoje, captura discípulos da arte de Dieter Roth e outras almas boémias e criativas.
Baie d'Oro, Île des Pins, Nova Caledonia
Literatura
Île-des-Pins, Nova Caledónia

A Ilha que se Encostou ao Paraíso

Em 1964, Katsura Morimura deliciou o Japão com um romance-turquesa passado em Ouvéa. Mas a vizinha Île-des-Pins apoderou-se do título "A Ilha mais próxima do Paraíso" e extasia os seus visitantes.
Sé Catedral, Funchal, Madeira
Natureza
Funchal, Madeira

Portal para um Portugal Quase Tropical

A Madeira está situada a menos de 1000km a norte do Trópico de Câncer. E a exuberância luxuriante que lhe granjeou o cognome de ilha jardim do Atlântico desponta em cada recanto da sua íngreme capital.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Maria Jacarés, Pantanal Brasil
Parques Naturais
Miranda, Brasil

Maria dos Jacarés: o Pantanal abriga criaturas assim

Eurides Fátima de Barros nasceu no interior da região de Miranda. Há 38 anos, instalou-se e a um pequeno negócio à beira da BR262 que atravessa o Pantanal e ganhou afinidade com os jacarés que viviam à sua porta. Desgostosa por, em tempos, as criaturas ali serem abatidas, passou a tomar conta delas. Hoje conhecida por Maria dos Jacarés, deu nome de jogador ou treinador de futebol a cada um dos bichos. Também garante que reconhecem os seus chamamentos.
Moradores de Iloilo em frente a uma das suas várias igrejas
Património Mundial UNESCO
Iloilo, Filipinas

A Cidade Muy Leal y Noble das Filipinas

Em 1566, os espanhóis fundaram Iloilo no sul da ilha de Panay e, até à iminência do século XIX, foi capital das imensas Índias Espanholas Orientais. Mesmo se há quase cento e trinta anos filipina, Iloilo conserva-se uma das cidades mais hispânicas da Ásia.
Sósias dos irmãos Earp e amigo Doc Holliday em Tombstone, Estados Unidos da América
Personagens
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Teleférico que liga Puerto Plata ao cimo do PN Isabel de Torres
Praias
Puerto Plata, República Dominicana

Prata da Casa Dominicana

Puerto Plata resultou do abandono de La Isabela, a segunda tentativa de colónia hispânica das Américas. Quase meio milénio depois do desembarque de Colombo, inaugurou o fenómeno turístico inexorável da nação. Numa passagem-relâmpago pela província, constatamos como o mar, a montanha, as gentes e o sol do Caribe a mantêm a reluzir.
Aurora ilumina o vale de Pisang, Nepal.
Religião
Circuito Annapurna: 3º- Upper Pisang, Nepal

Uma Inesperada Aurora Nevada

Aos primeiros laivos de luz, a visão do manto branco que cobrira a povoação durante a noite deslumbra-nos. Com uma das caminhadas mais duras do Circuito Annapurna pela frente, adiamos a partida tanto quanto possível. Contrariados, deixamos Upper Pisang rumo a Ngawal quando a derradeira neve se desvanecia.
Trem do Serra do Mar, Paraná, vista arejada
Sobre Carris
Curitiba a Morretes, Paraná, Brasil

Paraná Abaixo, a Bordo do Trem Serra do Mar

Durante mais de dois séculos, só uma estrada sinuosa e estreita ligava Curitiba ao litoral. Até que, em 1885, uma empresa francesa inaugurou um caminho-de-ferro com 110 km. Percorremo-lo, até Morretes, a estação, hoje, final para passageiros. A 40km do término original e costeiro de Paranaguá.
Vulcão ijen, Escravos do Enxofre, Java, Indonesia
Sociedade
Vulcão Ijen, Indonésia

Os Escravos do Enxofre do Vulcão Ijen

Centenas de javaneses entregam-se ao vulcão Ijen onde são consumidos por gases venenosos e cargas que lhes deformam os ombros. Cada turno rende-lhes menos de 30€ mas todos agradecem o martírio.
Amaragem, Vida à Moda Alasca, Talkeetna
Vida Quotidiana
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
Parque Nacional Everglades, Florida, Estados Unidos, voo sobre os canais dos Everglades
Vida Selvagem
Parque Nacional Everglades, Flórida, E.U.A.

O Grande Rio Ervado da Flórida

Quem sobrevoa o sul do 27º estado espanta-se com a vastidão verde, lisa e ensopada que contrasta com os tons oceânicos em redor. Este ecossistema de pântano-pradaria único nos EUA abriga uma fauna prolífica dominada por 200 mil dos 1.25 milhões de jacarés da Flórida.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.