Gurué, Moçambique, Parte 2

Em Gurué, entre Encostas de Chá


Vastidão da Zambézia II
Vista do relevo da Zambézia, visto duma encosta dos Montes Namuli
UP4
A velha Unidade de Produção 4, entre o rio Licungo e os Montes Namuli
As Professoras
Professoras da escola da UP4 de Gurué
Vida no Rio Licungo
Lavadeiras e crianças no rio Namuli, orla de Gurué
Logo abaixo das Quedas
Cenário das plantações de chá e montes Namuli, nos arredores de Gurué
Quedas para o Chá
Queda d'água entre chá numa encosta dos Montes Namuli
Homens do Musseque
Moradores de um bairro entre Gurué e os Montes Namuli
Casa do Chá
Casa isolada na vastidão de uma plantação de chá
Sombrinhas
Mulheres e recém-nascido à sombra do sol tropical de Gurué
Apanhadores
Apanhadores de chá carregados, acima do rio Licungo
Em plena apanha
Apanhadores de chá trabalham numa plantação junto à UP4
Casa dos Noivos
Ruínas da Casa dos Noivos, abandonada numa encosta dos Montes Namuli
gurue-mocambique-criancada-fila
Crianças dum musseque da orla de Gurué
Aldeia na Encosta
Aldeia na encosta dos Montes Namuli, Gurué
Ntchuva de Chão
Moradores de musseque jogam num jogo ntchuva desenhado no chão.
Vale de Chá
Panorama no vale Licungo e sua plantação de chá
Casal Carregado
Camponeses num caminho abaixo da Casa dos Noivos
Chá acima do Licungo
Trabalhadores apanham chá numa vertente íngreme acima do Rio Licungo
Moça de Gurué
Rapariga carregada, acima da UP4 de Gurué
Cascata da Santinha
Cascada cai ao lado da Santinha na orla de Gurué
Após um reconhecimento inicial de Gurué, chega a hora do chá em redor. Em dias sucessivos, partimos do centro da cidade à descoberta das plantações nos sopés e vertentes dos montes Namuli. Menos vastas que até à independência de Moçambique e à debandada dos portugueses, adornam alguns dos cenários mais grandiosos da Zambézia.

Ainda nos faltava perceber onde encontrar o chá que subsidiou o desenvolvimento da povoação.

Deixamos a Galp, retornamos à frente do hospital, onde pedimos direcções. Dizem-nos para seguirmos um caminho enlameado, repleto de poças alagadas.

Afastamo-nos da secção colonial e mais antiga da cidade, entre casas e lojas abarracadas que, às tantas, dão lugar a um musseque de tijolos, barro e chapa.

Por ali, duas equipas de jovens irrequietos disputam uma pelada sobre um aterro. Olga Veloso e o companheiro defrontam-se num tabuleiro de ntchuva desenhado na terra vermelha em frente à sua casa.

Moradores de musseque jogam num jogo ntchuva desenhado no chão.

Moradores de musseque jogam num jogo ntchuva desenhado no chão.

Teresa, uma vizinha, lava roupa, acocorada sobre um balde de um amarelo-torrado bem menos garrido que a blusa e o véu hijab escarlate que usava.

Detemo-nos à conversa. “Boas festas” deseja-nos Teresa. “Boas festas, porquê?” indagamo-la. “Ah, não sabem? Hoje é Dia da Mulher Moçambicana.”

A Visão Inaugural do Chá de Gurué

Devolvemos-lhe os votos. Enquanto tagarelamos, aproximamo-nos do limiar do seu quintal.

Por diante, estendia-se um panorama de montanha grandioso.

Teresa lava roupa na sua casa na orla de Gurué, com vista dos Montes Namuli.

Teresa lava roupa na sua casa na orla de Gurué, com vista dos Montes Namuli.

Num plano mais próximo, uma lomba de um verde resplandecente, forrada, sobretudo, de plantas de chá recém-colhidas. Detectamos vários sulcos abertos nessa lomba.

Faltava-nos saber como ir até lá e como poderíamos, de lá, ascender na cordilheira Namuli.

Nesse hiato, à boa moda maneira africana, cerca-nos um grupo de catraios curiosos. Entusiasmados pela intrusão dos mzungos, oferecem-se para nos explicarem o caminho.

Sem que com isso contássemos, acompanham-nos doze ou treze miúdos, decididos a nos escoltarem serra acima.

Crianças dum musseque da orla de Gurué

Crianças dum musseque da orla de Gurué

Transmitimos aos mais velhos que só precisavam de ir até à crista da lomba. Que, daí, nós continuaríamos e eles deviam regressar. Lá nos explicam, o melhor que sabem, onde começava a subida.

Duas miúdas afiançam-nos que íamos passar por uma Santinha.

Decorridos vinte minutos de ascensão improvisada por novos sulcos no chá, livramo-nos do mato para a traseira de uma casa. Aparece um homem. “Vocês gostam de fazer as coisas difíceis! Então porque é que não subiram pelo caminho normal?”

Quem nos interrogava era o sr. Gonçalves “Macobo”, mais conhecido por Gonzo. Gonçalves habitava aquela casa fazia dezasseis anos. Era responsável pelo chá em volta, com quatro outros vigias a seu mando. Falamos um pouco.

O possível, tendo em conta que Gonçalves tinha a visita de um casal que não queria deixar pendurado. “Agora só têm que seguir este caminho mais largo. Não se ponham a inventar!”

Assim fazemos.

Cascada cai ao lado da Santinha na orla de Gurué

Cascada cai ao lado da Santinha na orla de Gurué

Montes Namuli Acima, até à velha Casa dos Noivos

Adiante, damos com uma pequena queda d’água. À esquerda, encontramos um nicho encrustado na rocha.

E, no interior, uma estatueta alva da Virgem Maria.

Era a Santinha a que se referiam as miúdas.

Santinha: Nª Senhora num nicho ao lado de uma cascata na encosta dos Montes Namuli

Santinha: Nª Senhora num nicho ao lado de uma cascata na encosta dos Montes Namuli

Continuamos.

Sobrevoam-nos, de árvore em árvore, turacos, a ave nacional da Suazilândia.

À medida que o caminho sobe e ziguezagueia, prenda-nos com vistas desafogadas na savana.

Do casario de Gurué e dos musseques em volta. Da vastidão da Zambézia virada a noroeste, de que despontavam mesetas e picos.

Vista do relevo da Zambézia, visto duma encosta dos Montes Namuli

Vista do relevo da Zambézia, visto duma encosta dos Montes Namuli

Uns ermos, outros alinhados e com formas sortidas.

Tínhamos como derradeiro objectivo uma tal de Casa dos Noivos de que nos haviam também falado no musseque e que de lá não víamos por estar no fundo de um eucaliptal.

Andamos a bom andar.

Por duas vezes, cruzamo-nos com camponeses carregados que nos dizem que era só continuarmos.

Ruínas da Casa dos Noivos, abandonada numa encosta dos Montes Namuli

Ruínas da Casa dos Noivos, abandonada numa encosta dos Montes Namuli

Até que damos com o eucaliptal e, após lhe circundarmos a base, dissimuladas num mato crescido, com as ruínas da Casa dos Noivos da Companhia Zambézia, uma antiga propriedade colonial com vistas impressionantes que conquistou o seu epíteto por ser uma das preferidas da região para luas-de-mel e afins.

Escurece a olhos vistos. Ataca-nos uma frota de melgas sedentas de sangue. Deixam-nos apreensivos com possíveis malárias.

Ditamos a retirada.

De Volta a Gurué, na Noite da Mulher Moçambicana

Quase a corrermos caminho abaixo, mas com incontáveis pausas para fotos de cada vez que o crepúsculo nos implorava por atenção para os cenários da Zambézia, ainda mais irresistíveis que na subida.

Reentramos em Gurué uma hora depois do escurecer. Derreados e extasiados.

Por ser Domingo, Dia da Mulher Moçambicana e véspera de uma ponte-feriado, encontramos a cidade numa festa que irradiava do Jardim Municipal.

Grupo de mulheres na noite do Dia da Mulher Moçambicana

Grupo de mulheres na noite do Dia da Mulher Moçambicana

Incluindo  o bar-restaurante “Arina”, à pinha de convivas nos seus melhores trajes domingueiros. Por novo favor especial da Dª Lídia, é lá que jantamos.

Despertamos moídos de tanto calcorrear, mas prontos para mais.

Retínhamos a existência de umas poucas UPs (Unidades de Produção) erguidas pelos portugueses para processamento do chá e legadas a Gurué.

Mulheres e recém-nascido à sombra do sol tropical de Gurué

Mulheres e recém-nascido à sombra do sol tropical de Gurué

Pedimos a um motoboy o Justino e a um colega que nos explicassem onde ficava cada qual e como operavam.

Visita Frustrada à Unidade de Produção 5

Decidimo-nos por apontar à UP5. Dois motoboys conduzem-nos N103 abaixo. Logo, pelo desvio de terra batida que, entre arvoredo, conduz à fábrica.

Um funcionário que controla a cancela da Chazeira de Moçambique detém-nos.

Uma das unidades de produção de chá activas de Gurué

Uma das unidades de produção de chá activas de Gurué

Lamenta, mas não nos pode deixar passar sem permissão do patrão. “O patrão deve estar a chegar, já fala com vocês!”

Dá-nos passagem para uns escritórios que podíamos jurar que se mantinham os deixados pelos portugueses. O patrão – dizem-nos que um moçambicano de etnia chinesa vindo da Beira – tarda em aparecer.

Em vez, surge um subchefe, indiano de Kerala. “… aqui raramente damos acesso a fotógrafos sem um pedido e permissão prévios” comunica-nos. “Então e quanto tempo é necessário?” retorquimos. “Depende, três dias, pode ser cinco ou até mais.”

Frustramo-nos.

Não seria a primeira unidade processadora de chá que visitávamos, longe disso. Seria, sim, a primeira em Gurué e com uma génese colonial que queríamos documentar.

Rapariga carregada, acima da UP4 de Gurué

Rapariga carregada, acima da UP4 de Gurué

Desistimos.

Chamamos Justino. Ao se inteirar, explica-nos que estes bloqueios estavam sempre a acontecer. “Contaram-me que, quando entram pessoas e fotografam os trabalhadores, eles levantam problemas aos capatazes e ao patrão.

Pedem dinheiro. Ao que parece, o “boss” fartou-se!”.

A UP4 e o Caminho Divinal de Chá paras as Quedas

Pedimos a Justino para nos levarem às quedas d’água mais famosas e fotogénicas da região. O caminho pedregoso massacra-nos.

Deixa-lhes as motas a perder óleo e a fumegar. Mas renova-nos o deslumbre do dia anterior.

Panorama no vale Licungo e sua plantação de chá

Panorama no vale Licungo e sua plantação de chá

O caminho serpenteava por um vale fluvial com encostas abruptas.

Emulava o trajecto de um rio esguio no seu fundo. Esse rio, o Licungo nascia mais acima, sobre os 2000m de altitude dos montes Namuli.

Deu o nome a um dos chás mais emblemáticos e exportados alguma vez produzido por Portugal.

Ora, as quedas em que os motoboys nos deixam, faziam parte do Licungo mas pareciam mergulhar no mar de chá legado pelos portugueses.

Queda d'água entre chá numa encosta dos Montes Namuli

Queda d’água entre chá numa encosta dos Montes Namuli

Fotografamo-las e às plantações, entusiasmados, por demasiado tempo.

Depois, encetamos a descida na direcção da UP4 que já tínhamos atravessado, pelo meio de plantações e de cenários de uma beleza sem igual.

Cruzamo-nos com nativos que ascendem de Gurué e da UP4 rumo às suas casas nas terras mais altas da cordilheira.

Camponeses num caminho abaixo da Casa dos Noivos

Camponeses num caminho abaixo da Casa dos Noivos

Como nós, também o sol desce.

Aos poucos, doura as falésias, gera silhuetas de árvores africanas que sublinham o garrido dos tons.

Reentramos no domínio da UP4, já com a sombra a instalar-se em volta e uma luminosidade fulminante a destacar os socalcos de chá que almejavam as alturas dos Namuli.

A velha Unidade de Produção 4, entre o rio Licungo e os Montes Namuli

A velha Unidade de Produção 4, entre o rio Licungo e os Montes Namuli

Com a noite a cair, o lugar parece-nos demasiado sublime para nos contentarmos.

Na manhã seguinte, regressamos.

A tempo da apanha do chá, que decorre, aliás, em mais que uma área das plantações. Como alvitrado por Justino, a nossa presença levanta uma insatisfação que se alastra.

Apanhadores de chá carregados, acima do rio Licungo

Apanhadores de chá carregados, acima do rio Licungo

Obriga-nos a muita conversa sensibilizadora e a um pagamento comunitário que, tendo em conta a quantidade de trabalhadores, se prova curto e suscita focos de indignação.

Agradecemos o melhor que podemos.

E despedimo-nos, decididos a espreitarmos a UP4. Ao contrário da UP5, esta unidade de produção estava inactiva no que dizia respeito ao processamento de chá.

Em vez, tinha sido transformada numa embaladora de águas e refrigerantes que aproveitava as nascentes e fluxos originados nos Namuli.

Professoras da escola da UP4 de Gurué

Professoras da escola da UP4 de Gurué

À entrada do complexo, numa escola espartana, Tânia e Fátima, duas jovens professoras formavam boa parte da criançada que morava em redor.

O Rio Licungo. Epónimo do Famoso Chá Licungo

Outra parte, encontramo-la quando atravessamos a ponte sobre o Licungo e o acesso à cidade.

Num frenesim multicolor de mulheres, roupa e de miúdos que se serviam do rio para lavagens e secagens, para banhos, tropelias, tarefas maternais e agrícolas, num caudal de vida que nos volta a reter e a fazer perder noção do tempo.

Lavadeiras e crianças no rio Namuli, orla de Gurué

Lavadeiras e crianças no rio Namuli, orla de Gurué

Ao vermos o sol cair para trás de um pico rochoso, resolvemos voltar à cidade a pé.

A decisão revela-se uma vez mais enriquecedora. Ainda no trecho plano do caminho, com o monte Murresse a insinuar-se na distância, percebemos que uns poucos bandos de aves voavam e grasnavam na nossa direcção.

Acompanhamo-las com o olhar.

Sem que o esperássemos, pousam nas copas de uns eucaliptos seculares projectados bem acima estrada. Quando apontamos as teleobjectivas, percebemos que eram calaus bicórnios, uma subespécie exuberante e esquiva, que não contávamos ver por aqueles lados, muito menos que se instalasse por ali.

Escurece. Ao ponto de só o luar nos revelar o cimo arredondado do Muresse. Quando reentramos, a cidade já se havia recomposto do fim-de-semana prolongado.

Estávamos há sete dias em Gurué. Mais do que tínhamos planeado. Bem menos do que Gurué merecia.

Na manhã seguinte apanhamos um chapa para Mocuba. Com a companhia do sr. José Marques Santos e da esposa, portugueses octagenários, de Celorico da Beira.

Desde 1950 que viviam em Ile, a uns poucos quilómetros de Gurué. Nem as guerras nem ninguém os tinham convencido a voltarem a Portugal.

 

COMO IR

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Ilha Ibo, Moçambique

Ilha de um Moçambique Ido

Foi fortificada, em 1791, pelos portugueses que expulsaram os árabes das Quirimbas e se apoderaram das suas rotas comerciais. Tornou-se o 2º entreposto português da costa oriental de África e, mais tarde, a capital da província de Cabo Delgado, Moçambique. Com o fim do tráfico de escravos na viragem para o século XX e a passagem da capital para Porto Amélia, a ilha Ibo viu-se no fascinante remanso em que se encontra.
Bazaruto, Moçambique

A Miragem Invertida de Moçambique

A apenas 30km da costa leste africana, um erg improvável mas imponente desponta do mar translúcido. Bazaruto abriga paisagens e gentes que há muito vivem à parte. Quem desembarca nesta ilha arenosa exuberante depressa se vê numa tempestade de espanto.
Ilha de Moçambique, Moçambique  

A Ilha de Ali Musa Bin Bique. Perdão, de Moçambique

Com a chegada de Vasco da Gama ao extremo sudeste de África, os portugueses tomaram uma ilha antes governada por um emir árabe a quem acabaram por adulterar o nome. O emir perdeu o território e o cargo. Moçambique - o nome moldado - perdura na ilha resplandecente em que tudo começou e também baptizou a nação que a colonização lusa acabou por formar.
PN Gorongosa, Moçambique

O Coração da Vida Selvagem de Moçambique dá Sinais de Vida

A Gorongosa abrigava um dos mais exuberantes ecossistemas de África mas, de 1980 a 1992, sucumbiu à Guerra Civil travada entre a FRELIMO e a RENAMO. Greg Carr, o inventor milionário do Voice Mail recebeu a mensagem do embaixador moçambicano na ONU a desafiá-lo a apoiar Moçambique. Para bem do país e da humanidade, Carr comprometeu-se a ressuscitar o parque nacional deslumbrante que o governo colonial português lá criara.
Enxame, Moçambique

Área de Serviço à Moda Moçambicana

Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
Ilha do Ibo a Ilha QuirimbaMoçambique

Ibo a Quirimba ao Sabor da Maré

Há séculos que os nativos viajam mangal adentro e afora entre a ilha do Ibo e a de Quirimba, no tempo que lhes concede a ida-e-volta avassaladora do oceano Índico. À descoberta da região, intrigados pela excentricidade do percurso, seguimos-lhe os passos anfíbios.
Pemba, Moçambique

De Porto Amélia ao Porto de Abrigo de Moçambique

Em Julho de 2017, visitámos Pemba. Dois meses depois, deu-se o primeiro ataque a Mocímboa da Praia. Nem então nos atrevemos a imaginar que a capital tropical e solarenga de Cabo Delgado se tornaria a salvação de milhares de moçambicanos em fuga de um jihadismo aterrorizador.
Ilha de Goa, Ilha de Moçambique, Moçambique

A Ilha que Ilumina a de Moçambique

A pequena ilha de Goa sustenta um farol já secular à entrada da Baía de Mossuril. A sua torre listada sinaliza a primeira escala de um périplo de dhow deslumbrante em redor da velha Ilha de Moçambique.

Machangulo, Moçambique

A Península Dourada de Machangulo

A determinada altura, um braço de mar divide a longa faixa arenosa e repleta de dunas hiperbólicas que delimita a Baía de Maputo. Machangulo, assim se denomina a secção inferior, abriga um dos litorais mais grandiosos de Moçambique.
Vilankulos, Moçambique

Índico vem, Índico Vai

A porta de entrada para o arquipélago de Bazaruto de todos os sonhos, Vilankulos tem os seus próprios encantos. A começar pela linha de costa elevada face ao leito do Canal de Moçambique que, a proveito da comunidade piscatória local, as marés ora inundam, ora descobrem.
Parque Nacional de Maputo, Moçambique

O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
Tofo, Moçambique

Entre o Tofo e o Tofinho por um Litoral em Crescendo

Os 22km entre a cidade de Inhambane e a costa revelam-nos uma imensidão de manguezais e coqueirais, aqui e ali, salpicados de cubatas. A chegada ao Tofo, um cordão de dunas acima de um oceano Índico sedutor e uma povoação humilde em que o modo de vida local há muito se ajusta para acolher vagas de forasteiros deslumbrados.
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Inhambane, Moçambique

A Capital Vigente de uma Terra de Boa Gente

Ficou para a história que um acolhimento generoso assim fez Vasco da Gama elogiar a região. De 1731 em diante, os portugueses desenvolveram Inhambane, até 1975, ano em que a legaram aos moçambicanos. A cidade mantém-se o cerne urbano e histórico de uma das províncias mais reverenciadas de Moçambique.
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
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O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

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Ilha da Boa Vista, Cabo Verde

Ilha da Boa Vista: Vagas do Atlântico, Dunas do Sara

Boa Vista não é apenas a ilha cabo-verdiana mais próxima do litoral africano e do seu grande deserto. Após umas horas de descoberta, convence-nos de que é um retalho do Sara à deriva no Atlântico do Norte.
Rebanho em Manang, Circuito Annapurna, Nepal
Religião
Circuito Annapurna: 8º Manang, Nepal

Manang: a Derradeira Aclimatização em Civilização

Seis dias após a partida de Besisahar chegamos por fim a Manang (3519m). Situada no sopé das montanhas Annapurna III e Gangapurna, Manang é a civilização que mima e prepara os caminhantes para a travessia sempre temida do desfiladeiro de Thorong La (5416 m).
A Toy Train story
Sobre Carris
Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
Walter Peak, Queenstown, Nova Zelandia
Sociedade
Nova Zelândia  

Quando Contar Ovelhas Tira o Sono

Há 20 anos, a Nova Zelândia tinha 18 ovinos por cada habitante. Por questões políticas e económicas, a média baixou para metade. Nos antípodas, muitos criadores estão preocupados com o seu futuro.
Vida Quotidiana
Profissões Árduas

O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
Pesca, Caño Negro, Costa Rica
Vida Selvagem
Caño Negro, Costa Rica

Uma Vida à Pesca entre a Vida Selvagem

Uma das zonas húmidas mais importantes da Costa Rica e do Mundo, Caño Negro deslumbra pelo seu ecossistema exuberante. Não só. Remota, isolada por rios, pântanos e estradas sofríveis, os seus habitantes encontraram na pesca um meio embarcado de fortalecerem os laços da sua comunidade.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.