St. Francisville, Luisiana, Estados Unidos

Um Santuário Antebellum, Assombrado do Luisiana


A Anfitriã
Guia da Casa da Antiga Plantação Oakley, agora parte do Audubon State Park do Luisiana
Casa da Antiga Plantação Oakley II
Frente da casa da antiga Plantação Oakley, agora parte do Audubon State Park.
Eliza Pirrie
Retrato iluminado na mansão da Myrtles Plantation, St. Francisville
Casa da Antiga Plantação Oakley
Frente da casa da antiga Plantação Oakley, agora parte do Audubon State Park.
Igreja United-Methodist
Igreja de madeira United Methodist; St-Francisville, Luisiana
Oficial Confederado
Estátua de um oficial confederado, em St. Francisville
A Grace Church
A Grace Church de St. Francisville, Luisiana
Cemitério da Grace Church
O cemitério da Grace Church de St. Francisville
Memória de Liquén
Estátua do cemitério da Grace Church, St-Francisville, Luisiana.
Boneca Assombrada
Boneca da mansão da Myrtles Plantation, St. Francisville
A Mansão da Myrtles Plantation
Mansão da Myrtles Plantation, St. Francisville, Luisiana
Família Pirries
Retratos da mansão da antiga Plantação Oakley, agora parte do Audubon State Park.
Mansão de St. Francisville
Uma das dezenas de mansões de St. Francisville, Luisiana
Quarto da Antiga Plantação Oakley
Quarto da antiga Plantação Oakley, agora parte do Audubon State Park.
Um Celeiro
Edifício da antiga Plantação Oakley, agora parte do Audubon State Park.
Guia McKenzie
Guia McKenzie num tour de fantasmas, ansão da Myrtles Plantation, St. Francisville, Luisiana
West Feliciana estende-se no interior do Bayou State que, em tempos, acolheu o maior porto do rio Mississípi e o naturalista John Audubon. Em Francisville e em redor, a região preserva 150 edifícios erguidos pelos produtores abastados de algodão, antes da Guerra Civil Americana. Muitos deles, abrigam alegadamente fantasmas.

Longe do que esperávamos, despedimo-nos de Baton Rouge com um périplo pelo Rural Life Museum local. Entre velhos tractores, charruas e edifícios de madeira recuperados de antigas fazendas algodoeiras.

Por volta das onze da manhã, saímos disparados rumo a norte e às profundezas rurais do estado do Luisiana. Após uma rota urbana inicial, passamos para uma tal de Blues Highway.

Seguimo-la por uma imensidão de pantanais e plantações. Aqui e ali, sobre os riachos, canais e bayous que encharcam o 18º estado dos E.U.A. O Missíssipi, o grande rio americano que acolhe Baton Rouge e a antiga capital Nova Orleães, ziguezagueia, logo ali a oeste, a espaços, tão largo que contempla ilhas fluviais.

A Blues Highway flecte para Ocidente. Com St. Francisville na iminência, desviamos na direção contrária. Sem aviso, embrenhamo-nos numa floresta repleta de faias e carvalhos ancestrais, boa parte deles, com bárbaras-de-velho pendentes.

A Antiga Plantação Oakley, no actual Audubon State Park

Estacionamos no exterior de uma casa de campo erguida em tábua branca, cercada por uma tradicional “white picket fence”. Não sopra sequer uma brisa. Num ápice, o bafo estival húmido do sudeste dos Estados Unidos volta a anestesiar-nos.

Entramos. “Bem-vindos ao Audubon State Historic Park!” saúda-nos uma jovem anfitriã, que ia receber outros visitantes, pelo que devíamos terminar a nossa volta antes que aparecessem.

Guia da Casa da Antiga Plantação Oakley, agora parte do Audubon State Park do Luisiana

Guia da Casa da Antiga Plantação Oakley, agora parte do Audubon State Park do Luisiana

A Aventura Transatlântica de Jean-Jacques Audubon

Duas ou três salas e explicações aturadas depois, confirmamos que a notoriedade do parque e da fazenda no seu âmago emanavam de uma personagem histórica bastante mais famosa que o lugar: John James Audubon.

Audubon nasceu no actual Haiti, filho de um bretão tornado fazendeiro colonial, em simultâneo, oficial da Marinha francesa e, pasmemo-nos, até corsário.

Em 1803, contava Jean-Jacques Audubon já dezoito anos, o progenitor decidiu salvá-lo de uma morte mais que provável na campanha imperialista de Napoleão Bonaparte.

Um passaporte falso viabilizou-lhe uma viagem transatlântica com término em Mill Grove, uma propriedade que o pai tinha comprado, nos arredores de Filadélfia, e onde contava desenvolver uma promissora mineração de chumbo.

Por forma a se integrar na sociedade norte-americana, Jean-Jacques anglicizou o nome para John James Audubon.

E a Nova vida Norte-Americana de John James Audubon

Enquanto recuperava de febre amarela, aprendeu a louvar o Éden em que se situava a imensa propriedade. Intensificou os estudos e a documentação ilustrada, sobretudo de aves que encontrava, a toda a hora, distintas das de França.

Decorrido algum tempo, John Audubon concluiu que havia um sério risco de o  projecto mineiro falhar. Vendeu parte de Mill Grove.

Daí em diante, dedicou-se em pleno à documentação e catalogação da Natureza, ao ponto de erguer um seu próprio museu naturalista, influenciado por outro já existente em Filadélfia.

Audubon casou-se. Mudou-se com a esposa para o Kentucky. O museu e sucessivos bloqueios britânicos de produtos que a família se decidira a lá comerciar, contribuíram para um preocupante declínio financeiro.

Mesmo sem riqueza, o casal Audubon e os dois filhos entregaram-se de corpo e alma ao Naturalismo.

Frente da casa da antiga Plantação Oakley, agora parte do Audubon State Park.

Frente da casa da antiga Plantação Oakley, agora parte do Audubon State Park.

Essa entrega justificou sucessivas deambulações.

Ora, a casa de que a guia nos mostrava foi um dos lugares em que John Audubon se deteve.

Passamos ao piso superior. Apreciamos os quartos.

Segundo a guia, assombrados, claro está. Nem esperávamos outra coisa no pleniparanormal Luisiana.

Quarto da antiga Plantação Oakley, agora parte do Audubon State Park.

Quarto da antiga Plantação Oakley, Audubon State Park.

A Passagem de Audubon pela Plantação Oakley

Espreitamos a varanda desafogada sobre o jardim.

E a floresta que Audubon explorou durante quatro meses do Verão de 1821.

O casal proprietário da então Plantação Oakley prosperava da venda de algodão trabalhado por escravos, às margens do Mississipi.

James e Lucretia Pirrie – assim se chamavam – decidiram patrocinar o aperfeiçoamento na arte de ilustrar da filha adolescente Eliza.

Retratos da mansão da antiga Plantação Oakley, agora parte do Audubon State Park.

Retratos da mansão da antiga Plantação Oakley, actual Audubon State Park.

John Audubon não teve como recusar a missão. Honorários à parte, sabia que a fazenda se situava numa zona distinta de Filadélfia e do Kentucky. Revelava-se uma oportunidade imperdível de encontrar e documentar novas espécies animais.

Na plantação de Oakley, entre os ensinamentos a Eliza e incontáveis caminhadas, terá finalizado trinta e duas das pinturas de aves eternizadas no livro que viria a publicar “As Aves da América”.

Com o tempo, o trabalho pioneiro de John James Audubon, tornou-o um naturalista e artista mundialmente aclamado.

Mesmo se reduzida a um quadrimestre, a passagem pela Plantação Oakley, justificou a sua conversão no lugar histórico oficial do Luisiana que, já por nossa conta, entre celeiros e antigos aposentos espartanos de escravos, continuamos a explorar.

Até às três da tarde.

Edifício da antiga Plantação Oakley, agora parte do Audubon State Park.

Edifício da antiga Plantação Oakley.

Por fim, apontamos a St. Francisville. A génese e razão de ser da vila depressa se provam óbvias.

St. Francisville, Luisiana: a Povoação acima das Plantações

Muitos dos fazendeiros esclavagistas que fizeram expandir as plantações de algodão a partir das margens do Mississipi, privilegiaram para as suas casas, um lugar sobranceiro, em boa parte, com panorâmicas a perder de vista, sobre a planície fluvial plantada.

Uma das dezenas de mansões de St. Francisville, Luisiana

Uma das mansões seculares de Saint Francisville, Luisiana

Esse lugar revelou-se uma crista a norte de um dos meandros mais pronunciados do rio.

Entre 1773 e 1785, esse alto acolheu um mosteiro espanhol. Em 1807, decorridos quatro anos da Compra do Luisiana pelos Estados Unidos aos franceses, instalou-se no cimo um primeiro fazendeiro.

Seguiram-no outros, numa rivalidade pelo fausto e ostentação que se intensificou.

Enquanto cruzamos St. Francisville, admiramos as mansões e casas mais humildes que se sucederam.

Cerca de cento e cinquenta são anteriores à Guerra da Secessão, o conflito que ditou a união dos E.U.A. e o fim da escravatura na parte Confederada da jovem nação.

Estátua de um oficial confederado, em St. Francisville

Estátua altamente controversa louva os soldados e a bandeira confederada, em frente do tribunal de St. Francisville

Os americanos classificam-nos como antebellum. 

Num domínio fortemente conservador dos Estados Unidos, além das mansões, as autoridades de St. Francisville parecem dispostas a conservar uma estátua que louva as forças confederadas defensoras da perpetuação da escravatura, afinal, uma das questões na génese da Guerra Civil Americana.

Esta estátua destacada em frente ao tribunal da povoação mantém-se um dos seus patrimónios fracturantes.

Percebemos a configuração que granjeou à povoação o epíteto de “vila de duas milhas de comprimento e duas jardas de largura”, a determinada altura, o polo habitacional e administrativo da vastidão plantada abaixo.

St. Francisville tem, agora, quase 1600 habitantes abençoados por mais de dez igrejas cristãs.

Igreja de madeira United Methodist; St-Francisville, Luisiana

Igreja de madeira United Methodist – St-Francisville, Luisiana

Devido à sua sumptuosidade e ao exotismo lítico e de barba-de-velho do cemitério contíguo, dedicamo-nos sobretudo à Grace Church de West Feliciana.

A Grace Church de St. Francisville, Luisiana

A Grace Church de St. Francisville, Luisiana

Por lá cirandamos.

Entre lápides e monumentos fúnebres afins.

O cemitério da Grace Church de St. Francisville

O cemitério da Grace Church de St. Francisville

De Entrada na antiga Myrtes Plantation, ainda em St. Francisville, Luisiana

Chegam as cinco da tarde. Damos entrada na Myrtles, uma antiga plantação convertida em hotel.

Recuperamos do desgaste gerado pelo calor. Em seguida, saímos à descoberta da propriedade.

Mansão da Myrtles Plantation, St. Francisville, Luisiana

Mansão da Myrtles Plantation, St. Francisville, Luisiana

Às sete em ponto, comparecemos para um tour nocturno.

No sempre fantasmagórico Luisiana, sabíamos ao que íamos. Mckenzie, a guia, dá as boas-vindas a um grupo entusiasmado.

Logo, inaugura uma volta pela casa e introduz o grupo ao drama que, assim afiança, continua a atormentar a mansão.

O Passado Esclavagista e o Presente Assombrado de Myrtles

Para começar, o de Chloe, uma escrava que tinha o hábito de ouvir conversas atrás das portas. Numa ocasião, alguém abriu a porta a que se encostava sem aviso. Chloe caiu para dentro da sala, à frente dos senhores. Para a castigar, o seu dono cortou-lhe uma orelha.

Chloe trabalhou na mansão por mais dois anos, despromovida para a cozinha. Por ocasião do aniversário dos dois filhos mais velhos da família, fez um bolo. Como vingança, juntou-lhe folhas venenosas.

Os aniversariantes morreram. Sobreviveu uma filha ainda bebé que não comia sólidos. O pai da família estava fora. Quando chegou, os restantes escravos acusaram Chloe. Chloe foi executada, no Mississipi.

Guia McKenzie num tour de fantasmas, ansão da Myrtles Plantation, St. Francisville, Luisiana

Guia McKenzie num tour de fantasmas, ansão da Myrtles Plantation, St. Francisville, Luisiana

Por essa altura, estávamos de acordo que Mckenzie, a guia, tinha ela própria visual de boneca atraente e assassina, de um filme de terror.

Mckenzie continua a exibir provas do longo enredo e assombramento.

Uma boneca que ficava com os olhos borrados porque Chloe costumava com ela brincar.

Boneca da mansão da Myrtles Plantation, St. Francisville

Boneca da mansão da Myrtles Plantation, St. Francisville

Uma cadeira em que a escrava se sentava e sob a qual, o soalho aparecia marcado. Mostra ainda uma foto tirada por um hóspede, numa esquina da mansão, com três vultos, um dos quais com uma cabeça maior. “Diz-se que são os dois aniversariantes envenenados.

E a Chloe, que passou a usar turbante para disfarçar a falta da orelha.” Mckenzie garante-nos que todos os quartos de Myrtles abrigavam fantasmas resultantes desse e dos dramas subsequentes. O do dono da plantação, morto na casa, com cinco tiros, sem nunca se ter apurado por quem.

O da esposa, falecida passados outros sete anos, devido aos sucessivos desgostos.

O da filha que sobreviveu ao envenenamento de Chloe. Que, mais tarde, a febre amarela vitimou.

Devíamos, assim, estar precavidos para eventos nocturnos paranormais. Nos quartos. Ou na sala, onde os espíritos dos filhos envenenados se habituaram a brincar pendurados nos candelabros.

Tão séria como sinistra, McKenzie conta-nos que, após ali se ter tornado guia, passou a ter pesadelos noite após noite. “Uma médium disse-me que todos os guias os teriam. É normal, os espíritos não querem visitas de grupos na casa deles.”

Estátua do cemitério da Grace Church, St-Francisville, Luisiana.

Estátua do cemitério da Grace Church, St-Francisville, Luisiana.

Jantamos.

Recolhemos ao quarto. Decidimos rever um velho episódio de “Weeds”, até para descontrairmos da pressão paranormal a que nos  tinham submetido.

Adormecemos, extenuados, com o terceiro episódio já a meio. Se apareceram fantasmas? Mesmo sem sinal deles, quem éramos nós para contrariar a bela mas sinistra boneca humana McKenzie?

COMO IR

Reserve o voo Lisboa – Miami (Flórida), Estados Unidos, com a TAP: flytap.com por a partir de 820€. De Miami, poderá cumprir a ligação para Baton Rouge (2h) por, a partir de 150€, ida-e-volta e, daí, conduzir até St. Francisville.

Florida Keys, E.U.A.

A Alpondra Caribenha dos E.U.A.

Os Estados Unidos continentais parecem encerrar-se, a sul, na sua caprichosa península da Flórida. Não se ficam por aí. Mais de cem ilhas de coral, areia e mangal formam uma excêntrica extensão tropical que há muito seduz os veraneantes norte-americanos.
Miami, E.U.A.

Uma Obra-Prima da Reabilitação Urbana

Na viragem para o século XXI, o bairro Wynwood mantinha-se repleto de fábricas e armazéns abandonados e grafitados. Tony Goldman, um investidor imobiliário astuto, comprou mais de 25 propriedades e fundou um parque mural. Muito mais que ali homenagear o grafiti, Goldman fundou o grande bastião da criatividade de Miami.
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

Poucos litorais concentram, ao mesmo tempo, tanto calor e exibições de fama, de riqueza e de glória. Situada no extremo sudeste dos E.U.A., Miami Beach tem acesso por seis pontes que a ligam ao resto da Florida. É parco para o número de almas que a desejam.
Little Havana, E.U.A.

A Pequena Havana dos Inconformados

Ao longo das décadas e até aos dias de hoje, milhares de cubanos cruzaram o estreito da Florida em busca da terra da liberdade e da oportunidade. Com os E.U.A. ali a meros 145 km, muitos não foram mais longe. A sua Little Havana de Miami é, hoje, o bairro mais emblemático da diáspora cubana.
Grand Canyon, E.U.A.

Viagem pela América do Norte Abismal

O rio Colorado e tributários começaram a fluir no planalto homónimo há 17 milhões de anos e expuseram metade do passado geológico da Terra. Também esculpiram uma das suas mais deslumbrantes entranhas.
Monte Denali, Alasca

O Tecto Sagrado da América do Norte

Os indígenas Athabascan chamaram-no Denali, ou o Grande e reverenciam a sua altivez. Esta montanha deslumbrante suscitou a cobiça dos montanhistas e uma longa sucessão de ascensões recordistas.
Juneau, Alasca

A Pequena Capital do Grande Alasca

De Junho a Agosto, Juneau desaparece por detrás dos navios de cruzeiro que atracam na sua doca-marginal. Ainda assim, é nesta pequena capital que se decidem os destinos do 49º estado norte-americano.
Monument Valley, E.U.A.

Índios ou cowboys?

Realizadores de Westerns emblemáticos como John Ford imortalizaram aquele que é o maior território indígena dos Estados Unidos. Hoje, na Nação Navajo, os navajo também vivem na pele dos velhos inimigos.
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
Las Vegas, E.U.A.

Onde o Pecado tem Sempre Perdão

Projectada do Deserto Mojave como uma miragem de néon, a capital norte-americana do jogo e do espectáculo é vivida como uma aposta no escuro. Exuberante e viciante, Vegas nem aprende nem se arrepende.
Navajo Nation, E.U.A.

Por Terras da Nação Navajo

De Kayenta a Page, com passagem pelo Marble Canyon, exploramos o sul do Planalto do Colorado. Dramáticos e desérticos, os cenários deste domínio indígena recortado no Arizona revelam-se esplendorosos.
Vale da Morte, E.U.A.

O Ressuscitar do Lugar Mais Quente

Desde 1921 que Al Aziziyah, na Líbia, era considerado o lugar mais quente do Planeta. Mas a polémica em redor dos 58º ali medidos fez com que, 99 anos depois, o título fosse devolvido ao Vale da Morte.
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
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Mauna Kea: um Vulcão de Olho no Espaço

O tecto do Havai era interdito aos nativos por abrigar divindades benevolentes. Mas, a partir de 1968 várias nações sacrificaram a paz dos deuses e ergueram a maior estação astronómica à face da Terra
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O Dia em que o Japão foi Longe Demais

Em 7 de Dezembro de 1941, o Japão atacou a base militar de Pearl Harbor. Hoje, partes do Havai parecem colónias nipónicas mas os EUA nunca esquecerão a afronta.
PN Katmai, Alasca

Nos Passos do Grizzly Man

Timothy Treadwell conviveu Verões a fio com os ursos de Katmai. Em viagem pelo Alasca, seguimos alguns dos seus trilhos mas, ao contrário do protector tresloucado da espécie, nunca fomos longe demais.
Valdez, Alasca

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Em 1989, o petroleiro Exxon Valdez provocou um enorme desastre ambientai. A embarcação deixou de sulcar os mares mas a cidade vitimada que lhe deu o nome continua no rumo do crude do oceano Árctico.
Skagway, Alasca

Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
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Órfãos do Verão do Amor

O inconformismo e a criatividade ainda estão presentes no antigo bairro Flower Power. Mas, quase 50 anos depois, a geração hippie deu lugar a uma juventude sem-abrigo, descontrolada e até agressiva.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
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Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Jabula Beach, Kwazulu Natal, Africa do Sul
Safari
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Uma África Tão Selvagem Quanto Zulu

Na eminência do litoral de Moçambique, a província de KwaZulu-Natal abriga uma inesperada África do Sul. Praias desertas repletas de dunas, vastos pântanos estuarinos e colinas cobertas de nevoeiro preenchem esta terra selvagem também banhada pelo oceano Índico. Partilham-na os súbditos da sempre orgulhosa nação zulu e uma das faunas mais prolíficas e diversificadas do continente africano.
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Circuito Annapurna 15º - Kagbeni, Nepal

Às Portas do ex-Reino do Alto Mustang

Antes do século XII, Kagbeni já era uma encruzilhada de rotas comerciais na confluência de dois rios e duas cordilheiras em que os reis medievais cobravam impostos. Hoje, integra o famoso Circuito dos Annapurnas. Quando lá chegam, os caminhantes sabem que, mais acima, se esconde um domínio que, até 1992, proibia a entrada de forasteiros.
Arquitectura & Design
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A Última Morada

Dos sepulcros grandiosos de Novodevichy, em Moscovo, às ossadas maias encaixotadas de Pomuch, na província mexicana de Campeche, cada povo ostenta a sua forma de vida. Até na morte.
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No final do século XIX, um chefe indígena cedeu os vulcões do PN Tongariro à coroa britânica. Hoje, parte significativa do povo maori reclama aos colonos europeus as suas montanhas de fogo.
Sombra de sucesso
Cerimónias e Festividades
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Rodeo Debaixo de Sombreros

Champoton, em Campeche, acolhe uma feira honra da Virgén de La Concepción. O rodeo mexicano sob sombreros local revela a elegância e perícia dos vaqueiros da região.
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Cidades
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PN Serengeti, Tanzânia

A Grande Migração da Savana Sem Fim

Nestas pradarias que o povo Masai diz siringet (correrem para sempre), milhões de gnus e outros herbívoros perseguem as chuvas. Para os predadores, a sua chegada e a da monção são uma mesma salvação.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.