Bridgetown, Barbados

Canhões e Corridas de Cavalos na Velha Savannah Barbadiana


Monumento da Independência
Bandeira de Barbados ondula acima do centro da Savannah.
Torre da Main Guard
A torre da antiga Main Guard colonial da Garrison, em Bridgetown
Homem da Bandeira
Funcionário do Barbados Turf Club segura uma bandeira usada durante as corridas de cavalos
A Casa de George Washington
A casa em que George Washington viveu, aos seus 19 anos, durante uma visita a Barbados com o seu irmão
Portão de Partida
Espectador em frente ao portão de partida das corridas de cavalos da Savannah
Corrida contra a Chuva
Jóqueis e cavalos agrupados com nuvens bem carregadas em fundo
Canhões de Barbados
Sequência de canhões dispostos na Savannah, Garrisonn de Bridgtown
Galopada II
Jóqueis a galope, apontados à linha de chegada, na Savannah da Garrison
A Postos
Jóqueis e cavalos a postos no portão de partida da Savannah
Partida Colorida
Momento de partida de uma das corridas organizadas pelo Barbados Turf Club
Galopada
Jóqueis comandam os seus cavalos durante uma das corridas organizadas pelo Barbados Turf Club
Pré-Corrida
Jóqueis e cavalos pouco antes de nova corrida da Savannah
Posto de Vigia
Torre de observação das corridas de cavalos realizadas na Savannah
Nos séculos XVIII e XIX, Bridgetown acolheu o Quartel-General do Exército e da Marinha da Grã-Bretanha para as Índias Ocidentais. Em 1966, após 300 anos, Barbados conquistou a sua independência. A Garrison e, em particular, o relvado-hipódromo no seu âmago exaltam o vigor da jovem nação.

O relógio da torre da Main Guard da St. Ann Garrison marca as três e um quarto.

Por fim, o calor tropical começa a ceder. Uma armada de nuvens plúmbeas geradas acima do Atlântico quase caribenho anuncia-se, à distância.

Num sábado, Bridgetown tem a maior parte dos seus estabelecimentos fechados. Em comparação com o cenário normal de um dia de semana, poderíamos declarar a cidade deserta.

Excepção feita para o domínio oval, imenso e verdejante no limiar leste da sua área histórica.

Acentua-se uma confusão de veículos e pedestres para ali atraídos numa confluência de ansiedade e entusiasmo.

Aos poucos, ocupam a orla da Savannah. Instalam-se à sombra das árvores frondosas que a delimitam, diríamos mangueiras, em qualquer caso, de copas bem arredondadas.

Quando nos acercamos, confirmamos que estão prestes a realizar-se as derradeiras provas do dia do Barbados Turf Club, a organização que regula e promove as corridas de cavalos na ilha, fundada, em 1905, pelos colonos então súbditos do rei Eduardo VII.

Intensificam-se as movimentações de jóqueis, cavalos, tratadores, treinadores e, claro está, de apostadores. Cientes de que, pela tarde fora, teriam lugar várias corridas, buscamos um edifício em particular da emblemática Garrison.

Passamos para as traseiras da Main Guard.

A torre da antiga Main Guard colonial da Garrison, em Bridgetown

A torre da antiga Main Guard colonial da Garrison, em Bridgetown

Percorremos umas dezenas de metros da Garrison Road, até cruzarmos a perpendicular Bush Hill Rd. Do lado de lá, damos com um jardim desafogado e composto, encerrado por uma floresta urbana das mais densas que subsistem em Bridgetown.

Tropical, como a latitude e o clima, salpicada de palmeiras e, pouco ou nada nos surpreenderia, habitada ou, pelo menos, visitada por macacos, como acontece com frequência em Barbados, onde os símios se habituaram a roubar fruta e outros petiscos aos homo sapiens incautos.

A Polémica George Washington House de Bridgetown

Passamos um café esplanada. À esquerda de um relvado rectangular, insinua-se uma mansão.

É bela e amarela, em vez de grená, branca e verde, a combinação de cores predominante nos edifícios em redor da Savannah.

A casa em que George Washington viveu, aos seus 19 anos, durante uma visita a Barbados com o seu irmão

A casa em que George Washington viveu, aos seus 19 anos, durante uma visita a Barbados com o seu irmão

Apontamos à recepção, animados pela relevância histórica do lugar.

“Boa tarde. Mas, disseram-vos para cá vir hoje?” responde-nos uma funcionária, visivelmente atrapalhada. “É que hoje temos uma festa privada. Não é possível visitarem, lamento.”

Em vez de nos desiludirmos, apreciamos o casarão, por fora, em volta do jardim.

Mesmo se o tema se mantem controverso, aquela mansão peculiar, adornada por um alpendre contido, persianas e telheiros tabuados verdes a protegerem janelas de guilhotina é conhecida como Casa George Washington.

Em 1751, apenas com 19 anos, o futuro presidente dos Estados Unidos viajou para Barbados com o seu meio-irmão Lawrence, na altura, tuberculoso. Nessa mesma viagem, estima-se que a única de George Washington para fora do território actual dos E.U.A., ele próprio contraiu varíola.

Teve cuidados médicos que lhe permitiram recuperar. A questão debatida está onde os recebeu exactamente. Investigadores locais e estrangeiros da história dos Founding Fathers dos Estados Unidos suscitaram dúvidas quanto a se poderia ser aquela a casa acolhedora.

Sublinham, sobretudo, a disparidade da sua arquitectura face à típica de Bridgetown, durante o século XVIII. Reforçam a inverosimilidade com a baixa probabilidade de aquela mansão ter resistido, sem danos de monta, aos furacões que fustigaram Barbados em 1780 e 1831.

Seja como for, estimamos que por benefício diplomático, a Casa Branca optou por reconhecer e louvar o monumento. Em 1997, durante uma visita oficial do ex-presidente Bill Clinton a Barbados, a ex-primeira-dama Hillary Clinton desvelou uma placa oferecida à nação barbadiana.

A placa reconhecia que George Washington ali teria, de facto, vivido. Decorridos quatro anos, a mansão foi incluída no conjunto da Bridgetown e Garrison Históricas reconhecidas pela UNESCO como Património Mundial.

Incursão à Velha e Vasta Garrison da Capital de Barbados

Instantes depois, retomamos a exploração da estranha Guarnição, em torno da Savannah, da competição e comoção equina que por lá perdurava.

Num determinado ponto, ainda próximos da Main Guard, pasmamo-nos com uma longa sequência de peças de artilharia de ferro fundido, com formas e calibres díspares e denominador comum no seu tom de chumbo gasto.

Sequência de canhões dispostos na Savannah, Garrisonn de Bridgtown

Sequência de canhões dispostos na Savannah, Garrisonn de Bridgtown

Favorecido pela humidade, um feto atrevido desponta debaixo do cano curto e largo do primeiro canhão na linha. Inusitada, a sequência depressa se prova uma mera amostra na profusão de armas de fogo portentosas disseminadas sobre o relvado e, apuramos, entretanto, um pouco por toda a ilha.

O facto de, a partir de 1705, Barbados ter servido de principal base militar britânica para as Índias Ocidentais levou a uma produção intensa de canhões e outras armas, essenciais à supremacia da Grã-Bretanha num universo caribenho híper-disputado pelas potências coloniais europeias.

De tal maneira que, umas poucas Pequenas Antilhas a norte,  Antígua, os britânicos contavam com o apoio naval da Nelson’s Dockyard, uma base naval protegida pelo recorte da enseada English Harbour.

Um militar fascinado pela abundância de engenhos de guerra, o Major Michael Hartland, nascido na Índia, mas, a partir de 1980, radicado em Barbados, assumiu a criação do arsenal nacional da nação bajan.

Ao longo dos anos, a sua equipa encontrou e desenterrou mais de 400 canhões de lugares distintos da ilha: quintais, praias, caves, jardins, florestas e outros. Para cima de metade, tinham sido moldados no século XVII, o mais antigo, em 1620, o mais recente, fabricado em 1870.

Nem todos eram britânicos. Na panóplia catalogada, surgem peças holandesas, espanholas e suecas, provavelmente capturadas em batalhas contra os rivais.

Vemos os canhões apontados ao centro da Savannah, a mesma planura ervada, repleta de túneis subterrâneos secretos, em que os antigos colonos realizavam paradas militares aturadas, celebrações coreográficas e coloridas do poderio global de Sua Majestade.

Torre de observação das corridas de cavalos realizadas na Savannah

Torre de observação das corridas de cavalos realizadas na Savannah

Os usos da Savannah ao Longo dos Tempos

As paradas britânicas tinham, claro está, os seus dias. Desde o século XIX que a Savannah era – como víamos ser – palco de corridas de cavalos.

Não só.

Durante algum tempo, a Savannah recebeu partidas de cricket, algumas, precoces e internacionais, como foi o caso do confronto inaugural contra a Guiana, de 1865.

Com o tempo, o recinto em que as gentes de Barbados se habituaram a apoiar a equipa multinacional das Índias Ocidentais tornou-se o Pickwick Cricket Club, actual Kensington Oval, situado no cerne histórico de Bridgetown, a menos de 1km da casa humilde em que nasceu, em 1988, Robyn Rihanna Fenty, mais conhecida como Rihanna.

O cricket libertou, assim a Savannah. Se o surgimento do Barbados Turf Club substanciou o seu uso enquanto hipódromo britânico, a Independência de Barbados limitou-se a transferi-la para uma gestão barbadiana.

Em modos muito semelhantes aos coloniais, não fosse Barbados uma das nações das Antilhas mais desenvolvidas, malgrado a ancestralidade afro-caribenha de cerca de 90% da população, mais ajustadas aos modos e trejeitos british da Commonwealth.

Jóqueis e cavalos pouco antes de nova corrida da Savannah

Jóqueis e cavalos pouco antes de nova corrida da Savannah

As Corridas de Cavalos realizadas na Savannah pelo Secular Barbados Turf Club

As corridas de cavalos prosseguem, tarde fora. Antes de cada, os treinadores fazem passear cavalos já montados por jóqueis enfiados em uniformes coloridos.

São, quase sem excepção, barbadianos ou caribenhos baixos, magros e ágeis, como há muito exige o desporto.

Cumprido o período de preparação, jóqueis e cavalos encaixam-se num portão de partida numerado de 1 a 12, identificado como do Barbados Turf Club.

Jóqueis e cavalos a postos no portão de partida da Savannah

Jóqueis e cavalos a postos no portão de partida da Savannah

Por essa altura, todas as apostas deram entrada.

Nas bancadas, em volta da Savannah, o público aguarda, nervoso, o desenrolar das galopadas no sentido dos ponteiros do relógio, mais ou menos longas consoante o número de furlongs (200 metros) designados para cada prova, entre os cinco e os onze.

A Sandy Lane Gold Cup, por exemplo, a competição suprema do calendário das Caraíbas, é disputada em 8.95 furlongs, 1800 metros.

Um oficial do Barbados Turf Club carrega num botão e abre as grelhas do portão de partida.

Com recurso às esporas e chicotes, os jóqueis fazem disparar os cavalos para uma disputa pelo interior da pista.

Momento de partida de uma das corridas organizadas pelo Barbados Turf Club

Momento de partida de uma das corridas organizadas pelo Barbados Turf Club

Apreciamos como empregam a perícia de largos anos de treino e dedicação.

Em diversos pontos da oval, enquadramos a dianteira da corrida com os edifícios grenás e brancos da Garrison em fundo, aquém do limbo arbóreo.

Jóqueis e cavalos agrupados com nuvens bem carregadas em fundo

Jóqueis e cavalos agrupados com nuvens bem carregadas em fundo

As sucessivas voltas têm centro no Monumento da Independência de Barbados da Savannah, uma espécie de pódio redondo dotado de um relógio de sol e de um tridente negro quebrado que simboliza a emancipação do jugo britânico.

Ao sabor dos Alísios de nordeste, uma versão estampada desse tridente oscila, destacada sobre o amarelo médio da bandeira barbadiana.

Bandeira de Barbados ondula acima do centro da Savannah.

Bandeira de Barbados ondula acima do centro da Savannah.

A derradeira corrida termina, com os habituais rejúbilos e desilusões.

A tarde de sábado segue o mesmo caminho. No tempo das várias galopadas, os Alísios tinham empurrado a armada de nuvens sobre a Garrison, a Savanah e Bridgetown.

Funcionário do Barbados Turf Club segura uma bandeira usada durante as corridas de cavalos

Bandeireiro do Barbados Turf Club entre corridas de cavalos da Savannah

Jóqueis e cavalos retiram-se para os bastidores do hipódromo.

Nós, refugiamo-nos na esplanada coberta, próxima da casa que terá (ou não) abrigado George Washington.

Até a bátega nos conceder tréguas. E uma retirada condigna.

 

Como Ir

Reserve o voo Lisboa – Miami (Flórida), Estados Unidos, com a TAP: flytap.com por a partir de 820€. De Miami, poderá cumprir a ligação para Bridgetown, por exemplo, com a American Airlines.

El Calafate, Argentina

Os Novos Gaúchos da Patagónia

Em redor de El Calafate, em vez dos habituais pastores a cavalo, cruzamo-nos com gaúchos criadores equestres e com outros que exibem para gáudio dos visitantes, a vida tradicional das pampas douradas.
Pirenópolis, Brasil

Cruzadas à Brasileira

Os exércitos cristãos expulsaram as forças muçulmanas da Península Ibérica no séc. XV mas, em Pirenópolis, estado brasileiro de Goiás, os súbditos sul-americanos de Carlos Magno continuam a triunfar.
Pirenópolis, Brasil

Cavalgada de Fé

Introduzida, em 1819, por padres portugueses, a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis agrega uma complexa rede de celebrações religiosas e pagãs. Dura mais de 20 dias, passados, em grande parte, sobre a sela.
Jaisalmer, Índia

Há Festa no Deserto do Thar

Mal o curto Inverno parte, Jaisalmer entrega-se a desfiles, a corridas de camelos e a competições de turbantes e de bigodes. As suas muralhas, ruelas e as dunas em redor ganham mais cor que nunca. Durante os três dias do evento, nativos e forasteiros assistem, deslumbrados, a como o vasto e inóspito Thar resplandece afinal de vida.
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã "Francês" à Mercê do Fogo

Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    
Passo do Lontra, Miranda, Brasil

O Brasil Alagado a um Passo da Lontra

Estamos no limiar oeste do Mato Grosso do Sul mas mato, por estes lados, é outra coisa. Numa extensão de quase 200.000 km2, o Brasil surge parcialmente submerso, por rios, riachos, lagoas e outras águas dispersas em vastas planícies de aluvião. Nem o calor ofegante da estação seca drena a vida e a biodiversidade de lugares e fazendas pantaneiras como a que nos acolheu às margens do rio Miranda.
Castro Laboreiro, Portugal  

Do Castro de Laboreiro à Raia da Serra Peneda - Gerês

Chegamos à (i) eminência da Galiza, a 1000m de altitude e até mais. Castro Laboreiro e as aldeias em redor impõem-se à monumentalidade granítica das serras e do Planalto da Peneda e de Laboreiro. Como o fazem as suas gentes resilientes que, entregues ora a Brandas ora a Inverneiras, ainda chamam casa a estas paragens deslumbrantes.
Grande Zimbabwe

Grande Zimbabué, Mistério sem Fim

Entre os séculos XI e XIV, povos Bantu ergueram aquela que se tornou a maior cidade medieval da África sub-saariana. De 1500 em diante, à passagem dos primeiros exploradores portugueses chegados de Moçambique, a cidade estava já em declínio. As suas ruínas que inspiraram o nome da actual nação zimbabweana encerram inúmeras questões por responder.  
Izamal, México

A Cidade Mexicana, Santa, Bela e Amarela

Até à chegada dos conquistadores espanhóis, Izamal era um polo de adoração do deus Maia supremo Itzamná e Kinich Kakmó, o do sol. Aos poucos, os invasores arrasaram as várias pirâmides dos nativos. No seu lugar, ergueram um grande convento franciscano e um prolífico casario colonial, com o mesmo tom solar em que a cidade hoje católica resplandece.
Cape Coast, Gana

O Festival da Divina Purificação

Reza a história que, em tempos, uma praga devastou a população da Cape Coast do actual Gana. Só as preces dos sobreviventes e a limpeza do mal levada a cabo pelos deuses terão posto cobro ao flagelo. Desde então, os nativos retribuem a bênção das 77 divindades da região tradicional Oguaa com o frenético festival Fetu Afahye.
Fish River Canyon, Namíbia

As Entranhas Namibianas de África

Quando nada o faz prever, uma vasta ravina fluvial esventra o extremo meridional da Namíbia. Com 160km de comprimento, 27km de largura e, a espaços, 550 metros de profundidade, o Fish River Canyon é o Grand Canyon de África. E um dos maiores desfiladeiros à face da Terra.
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Circuito Annapurna: 2º - Chame a Upper PisangNepal

(I)Eminentes Annapurnas

Despertamos em Chame, ainda abaixo dos 3000m. Lá  avistamos, pela primeira vez, os picos nevados e mais elevados dos Himalaias. De lá partimos para nova caminhada do Circuito Annapurna pelos sopés e encostas da grande cordilheira. Rumo a Upper Pisang.
Usbequistão

Viagem Pelo Pseudo-Alcatrão do Usbequistão

Os séculos passaram. As velhas e degradadas estradas soviéticas sulcam os desertos e oásis antes atravessados pelas caravanas da Rota da Seda. Sujeitos ao seu jugo durante uma semana, vivemos cada paragem e incursão nos lugares e cenários usbeques como recompensas rodoviárias históricas.
Table Mountain, África do Sul

À Mesa do Adamastor

Dos tempos primordiais das Descobertas à actualidade, a Montanha da Mesa sempre se destacou acima da imensidão sul-africana e dos oceanos em redor. Os séculos passaram e a Cidade do Cabo expandiu-se a seus pés. Tanto os capetonians como os forasteiros de visita se habituaram a contemplar, a ascender e a venerar esta meseta imponente e mítica.
Florida Keys, E.U.A.

A Alpondra Caribenha dos E.U.A.

Os Estados Unidos continentais parecem encerrar-se, a sul, na sua caprichosa península da Flórida. Não se ficam por aí. Mais de cem ilhas de coral, areia e mangal formam uma excêntrica extensão tropical que há muito seduz os veraneantes norte-americanos.
Dali, China

A China Surrealista de Dali

Encaixada num cenário lacustre mágico, a antiga capital do povo Bai manteve-se, até há algum tempo, um refúgio da comunidade mochileira de viajantes. As mudanças sociais e económicas da China fomentaram a invasão de chineses à descoberta do recanto sudoeste da nação.
Bhaktapur, Nepal

As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Leão, elefantes, PN Hwange, Zimbabwe
Safari
PN Hwange, Zimbabwé

O Legado do Saudoso Leão Cecil

No dia 1 de Julho de 2015, Walter Palmer, um dentista e caçador de trofeus do Minnesota matou Cecil, o leão mais famoso do Zimbabué. O abate gerou uma onda viral de indignação. Como constatamos no PN Hwange, quase dois anos volvidos, os descendentes de Cecil prosperam.
Braga ou Braka ou Brakra, no Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
Competição do Alaskan Lumberjack Show, Ketchikan, Alasca, EUA
Arquitectura & Design
Ketchikan, Alasca

Aqui Começa o Alasca

A realidade passa despercebida a boa parte do mundo, mas existem dois Alascas. Em termos urbanos, o estado é inaugurado no sul do seu oculto cabo de frigideira, uma faixa de terra separada dos restantes E.U.A. pelo litoral oeste do Canadá. Ketchikan, é a mais meridional das cidades alasquenses, a sua Capital da Chuva e a Capital Mundial do Salmão.
Totems, aldeia de Botko, Malekula,Vanuatu
Aventura
Malekula, Vanuatu

Canibalismo de Carne e Osso

Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.
Bertie em calhambeque, Napier, Nova Zelândia
Cerimónias e Festividades
Napier, Nova Zelândia

De Volta aos Anos 30

Devastada por um sismo, Napier foi reconstruida num Art Deco quase térreo e vive a fazer de conta que parou nos Anos Trinta. Os seus visitantes rendem-se à atmosfera Great Gatsby que a cidade encena.
Dotonbori, Osaka, Japão
Cidades
Osaka, Japão

O Japão Urbano-Jovial de Osaka

Terceira cidade mais populosa do Japão e uma das mais antigas, Osaka não perde demasiado tempo com formalidades e cerimónias. A capital da região do Kansai é famosa pelas suas gentes extrovertidas sempre prontas a celebrar a vida.
Máquinas Bebidas, Japão
Comida
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
Cabine Saphire, Purikura, Tóquio, Japão
Cultura
Tóquio, Japão

Fotografia Tipo-Passe à Japonesa

No fim da década de 80, duas multinacionais nipónicas já viam as fotocabines convencionais como peças de museu. Transformaram-nas em máquinas revolucionárias e o Japão rendeu-se ao fenómeno Purikura.
arbitro de combate, luta de galos, filipinas
Desporto
Filipinas

Quando só as Lutas de Galos Despertam as Filipinas

Banidas em grande parte do Primeiro Mundo, as lutas de galos prosperam nas Filipinas onde movem milhões de pessoas e de Pesos. Apesar dos seus eternos problemas é o sabong que mais estimula a nação.
jet lag evitar voo, jetlag, turbulência
Em Viagem
Jet Lag (Parte 1)

Evite a Turbulência do Pós Voo

Quando voamos através de mais que 3 fusos horários, o relógio interno que regula o nosso organismo confunde-se. O máximo que podemos fazer é aliviar o mal-estar que sentimos até se voltar a acertar.
Encontro das águas, Manaus, Amazonas, Brasil
Étnico
Manaus, Brasil

Ao Encontro do Encontro das Águas

O fenómeno não é único mas, em Manaus, reveste-se de uma beleza e solenidade especial. A determinada altura, os rios Negro e Solimões convergem num mesmo leito do Amazonas mas, em vez de logo se misturarem, ambos os caudais prosseguem lado a lado. Enquanto exploramos estas partes da Amazónia, testemunhamos o insólito confronto do Encontro das Águas.
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

Torshavn, Ilhas Faroe, remo
História
Tórshavn, Ilhas Faroé

O Porto Faroês de Thor

É a principal povoação das ilhas Faroé desde, pelo menos, 850 d.C., ano em que os colonos viquingues lá estabeleceram um parlamento. Tórshavn mantém-se uma das capitais mais diminutas da Europa e o abrigo divinal de cerca de um terço da população faroense.
Ovelhas e caminhantes em Mykines, ilhas Faroé
Ilhas
Mykines, Ilhas Faroé

No Faroeste das Faroé

Mykines estabelece o limiar ocidental do arquipélago Faroé. Chegou a albergar 179 pessoas mas a dureza do retiro levou a melhor. Hoje, só lá resistem nove almas. Quando a visitamos, encontramos a ilha entregue aos seus mil ovinos e às colónias irrequietas de papagaios-do-mar.
Oulu Finlândia, Passagem do Tempo
Inverno Branco
Oulu, Finlândia

Oulu: uma Ode ao Inverno

Situada no cimo nordeste do Golfo de Bótnia, Oulu é uma das cidades mais antigas da Finlândia e a sua capital setentrional. A meros 220km do Círculo Polar Árctico, até nos meses mais frígidos concede uma vida ao ar livre prodigiosa.
Enseada, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos
Literatura
Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios

Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
Parque Nacional Cahuita, Costa Rica, Caribe, Punta Cahuita vista aérea
Natureza
Cahuita, Costa Rica

Uma Costa Rica de Rastas

Em viagem pela América Central, exploramos um litoral da Costa Rica tão afro quanto das Caraíbas. Em Cahuita, a Pura Vida inspira-se numa fé excêntrica em Jah e numa devoção alucinante pela cannabis.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Parques Naturais
Vulcões

Montanhas de Fogo

Rupturas mais ou menos proeminentes da crosta terrestre, os vulcões podem revelar-se tão exuberantes quanto caprichosos. Algumas das suas erupções são gentis, outras provam-se aniquiladoras.
Uma Cidade Perdida e Achada
Património Mundial UNESCO
Machu Picchu, Peru

A Cidade Perdida em Mistério dos Incas

Ao deambularmos por Machu Picchu, encontramos sentido nas explicações mais aceites para a sua fundação e abandono. Mas, sempre que o complexo é encerrado, as ruínas ficam entregues aos seus enigmas.
Em quimono de elevador, Osaka, Japão
Personagens
Osaka, Japão

Na Companhia de Mayu

A noite japonesa é um negócio bilionário e multifacetado. Em Osaka, acolhe-nos uma anfitriã de couchsurfing enigmática, algures entre a gueixa e a acompanhante de luxo.
Tambores e tatoos
Praias
Taiti, Polinésia Francesa

Taiti Para lá do Clichê

As vizinhas Bora Bora e Maupiti têm cenários superiores mas o Taiti é há muito conotado com paraíso e há mais vida na maior e mais populosa ilha da Polinésia Francesa, o seu milenar coração cultural.
Arménia Berço Cristianismo, Monte Aratat
Religião
Arménia

O Berço do Cristianismo Oficial

Apenas 268 anos após a morte de Jesus, uma nação ter-se-á tornado a primeira a acolher a fé cristã por decreto real. Essa nação preserva, ainda hoje, a sua própria Igreja Apostólica e alguns dos templos cristãos mais antigos do Mundo. Em viagem pelo Cáucaso, visitamo-los nos passos de Gregório o Iluminador, o patriarca que inspira a vida espiritual da Arménia.
white pass yukon train, Skagway, Rota do ouro, Alasca, EUA
Sobre Carris
Skagway, Alasca

Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
Creel, Chihuahua, Carlos Venzor, coleccionador, museu
Sociedade
Chihuahua a Creel, Chihuahua, México

A Caminho de Creel

Com Chihuahua para trás, apontamos a sudoeste e a terras ainda mais elevadas do norte mexicano. Junto a Ciudad Cuauhtémoc, visitamos um ancião menonita. Em redor de Creel, convivemos, pela primeira vez, com a comunidade indígena Rarámuri da Serra de Tarahumara.
saksun, Ilhas Faroé, Streymoy, aviso
Vida Quotidiana
Saksun, StreymoyIlhas Faroé

A Aldeia Faroesa que Não Quer ser a Disneylandia

Saksun é uma de várias pequenas povoações deslumbrantes das Ilhas Faroé, que cada vez mais forasteiros visitam. Diferencia-a a aversão aos turistas do seu principal proprietário rural, autor de repetidas antipatias e atentados contra os invasores da sua terra.
Leões juvenis num braço arenoso do rio Chire
Vida Selvagem
PN Liwonde, Malawi

A Reanimação Prodigiosa do PN Liwonde

Durante largo tempo, a incúria generalizada e o alastrar da caça furtiva vitimaram esta reserva animal. Em 2015, a African Parks entrou em cena. Em pouco tempo, também beneficiário da água abundante do lago Malombe e do rio Chire, o Parque Nacional Liwonde tornou-se um dos mais vivos e exuberantes do Malawi.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.