Monument Valley, E.U.A.

Índios ou cowboys?


Trailer park
Acampamento de atrelados e afins sobre a vastidão avermelhada do Monument Valley.
Pura aridez
Arbusto do deserto prolifera no ambiente inóspito do Monument Valley, situado em pleno Planalto do Colorado
Nação Navajo II
Bandeira alusiva à Navajo Nation esvoaça acima de uma das Mittens.
Nação Navajo II
Bandeira alusiva à Navajo Nation esvoaçaa acima de uma das Mittens
Domínio equino
Adrian faz empinar Pistol, o seu cavalo negro.
John Ford Point II
Um dos pontos de vista mais emblemáticos - e explorados por John Ford- do Monument Valley.
John Ford Point
Placa sinaliza um dos lugares favoritos do realizador John Ford, que incluiu como plano dos vários Westerns que filmou no Monument Valley.
Merrick Butte
A agulha destacada da Merrick Butte, uma das formações caprichosas do Monument Valley.
Erosão
Formação circular do Monument Valley esculpida pelo vento e pela ocasional chuva.
Monument Air Valley
Formações geológicas do Monument Valley, vistas do ar.
Navajo acoboiado
Kenan Chico a postos no estabulo que os navajo mantêm na proximidade do John Ford Point
Jovens navajo
Kenan Chico e dois navajos mais novos junto ao estabulo do John Ford Point.
Margaret B.
Margaret B. Gray, uma indígena navajo vendedora de artesanato
Navajo ou cowboy ?
Adrian, um dos indigenas Navajo que desempenham o papel de cowboys no John Ford Point, para satisfação dos admiradores de Westerns.
The Mittens
Uma das formações mais emblemáticas do Monument Valley.
Merrick Butte
A agulha destacada da Merrick Butte, uma das formações caprichosas do Monument Valley.
Monument Valley Monumental
Vastidão desértica do Monument Valley, parte da vasta Nação Navajo.
Realizadores de Westerns emblemáticos como John Ford imortalizaram aquele que é o maior território indígena dos Estados Unidos. Hoje, na Nação Navajo, os navajo também vivem na pele dos velhos inimigos.

A tarde já vai no fim quando nos fazemos à estrada de terra que dá a volta ao parque nacional Monument Valley.

Admiramos as formações geológicas Mittens e Merrick Butte, depois Elephant Butte e as Three Sisters. Ao longe, entre as duas últimas, vislumbramos também o que parece ser um cowboy a fazer empinar um cavalo no limite de um precipício.

Vista do John Ford Point, Monument Valley, Nacao Navajo, Estados Unidos

Um dos pontos de vista mais emblemáticos – e explorados por John Ford- do Monument Valley.

Deparamo-nos, então, com o John Ford Point, um dos pontos de vista preferidos do realizador que filmou “Cavalgada Heróica” e seis outros dos seus clássicos do Oeste no Monument Valley.

Logo ao lado, jovens guias de etnia navajo tomam conta de um estábulo e dos cavalos que usam nas montadas que organizam.

Os Índios Navajo que Ganham a Vida como Cowboys

Kenan Chico aborda-nos. Veste uma camisa axadrezada, lenço ao pescoço, chapéu de abas negro e mantém uma postura firme que condiz com a do Duke.

Ganhamos coragem para lhe fazer a pergunta que se impõe e a resposta, pausada e ponderada, justifica o visual cowboy do índio: “esses tempos passaram há muito e as culturas misturaram-se.

Uma boa parte dos navajos usa roupa de vaqueiro: os jeans e as botas de montar etc. etc.

Nativos navajo, Monument Valley, Nação Navajo, Estados Unidos

Kenan Chico e dois navajos mais novos junto ao estabulo do John Ford Point.

Não quer dizer que não preservemos a nossa identidade. Além disso, nós aqui não temos outra hipótese. Quem chega ao John Ford Point quer ver cowboys e calhou-nos a nós desempenhar o papel. O maior de todos ainda é ali o Adrian. Se tivesse vivido na época certa, o John Ford tinha-o filmado era a ele.” remata com um humor tímido.

O Enquadramento Monumental do John Ford Point

Chega ao promontório um grupo de turistas coreanos. Adrian dá início a novo take. Avança até ao limite da meseta e volta a fazer empinar Pistol, o seu cavalo negro. A acrobacia deixa os visitantes a suspirar pelos Westerns grandiosos.

Adrien cowboy Navajo, Monument Valley, Nacao Navajo, Estados unidos

Adrian faz empinar Pistol, o seu cavalo negro.

Fechada a cena, o jovem navajo regressa ao convívio com os amigos e exclama: “estes são os que vibram mais. Estes e os japoneses entram mesmo em êxtase!”.

Ainda íamos a meio do itinerário de 27 km e a tarde aproximava-se do fim. Retomamos, assim, o circuito e a identificação das restantes formações.

Encontramos as Three Sisters, a Camel Butte, e o exuberante Totem no seu equilíbrio quase religioso.

Procuramos rastos de víboras nas ondas das Sand Springs e examinamos o Artists’ Point, de onde se observa uma nova composição criativa de pequenas mesetas e pináculos.

Merrick butte, John Ford Point, Monument Valley-nacao navajo, Estados unidos

A agulha destacada da Merrick Butte, uma das formações caprichosas do Monument Valley.

A North Window sugere um enquadramento semelhante mas mais contido e, como o nome indica, The Thumb, um polegar que aponta para o firmamento escurecido em que aparecem os primeiros astros.

Instalamo-nos em frente das Mittens e admiramos os diferentes tons com que o crepúsculo tingia aquele Arizona navajo, cowboy e monumental.

The Mittens, Monument Valley-nacao navajo, Estados Unidos

Uma das formações mais emblemáticas do Monument Valley.

Por Terras da Nação Navajo

No dia seguinte, dedicamos algum tempo a Kayenta, a estranha porta de entrada para o Monument Valley.

Segundo o dialecto diné (os navajos chamam a si próprios Diné, ou povo Diné), Kayenta significa buraco pantanoso.

Mesmo se o lugar é, hoje, sobretudo seco, subsiste isolado à entrada de uma das áreas geológicas, étnicas e cinéfilas nobres dos Estados Unidos e retém os visitantes como se de um pântano se tratasse.

Com 5300 habitantes, Kayenta não forma uma cidade, nem sequer o equivalente ao que poderíamos considerar uma vila. Consiste num aglomerado de negócios tipicamente americanos – incluindo os mais populares – instalados entre um ou outro hotel, estações de serviço, e trailers distribuídos ao longo da junção das highways 160 e 163.

Acampamento, Monument Valley, Nacao Navajo, Estados unidos

Acampamento de atrelados e afins sobre a vastidão avermelhada do Monument Valley.

Apesar deste estranho perfil, e do logótipo McDonalds destacado nas alturas, Kayenta é a única povoação governada em jeito municipal da Nação Navajo, o maior território indígena semi-autónomo dos E.U.A. (71.000 km²) de Arizona, Utah e Novo México) que abriga mais de 300.000 habitantes.

A Nação Navajo: uma Sobrevivência Bipolar

Tanto Kayenta como a Nação Navajo, em geral, suscitam sensações dispares.

A figura sobranceira de John Wayne a cavalgar num desfiladeiro exuberante ao pôr-do-sol e o Marlboro Man que contempla um horizonte de penhascos imponentes são imagens produzidas in loco que encheram muitos milhões de ecrãs e enriqueceram o imaginário cowboy partilhado pelo mundo.

Mas a Nação Navajo também preserva a condenação de um povo que foi vencido pelos colonos brancos e viu a sua civilização ceder sem apelo.

Navajo Adrian, Monument Valley, Nação Navajo, Estados Unidos

Adrian, um dos indigenas Navajo que desempenham o papel de cowboys no John Ford Point, para satisfação dos admiradores de Westerns.

A par do significado icónico e do valor histórico dos cenários, detectamos em Kayenta evidências da pobreza, da depressão, da má alimentação (culpa da fast food que até ali chegou) e do alcoolismo que hoje assolam todas as comunidades nativas dos Estados Unidos.

No tempo que lá passamos, a busca de uma alimentação menos danosa acaba por nos proporcionar experiências curiosas. Quando procurávamos escapar ao cerco dos piores restaurantes franchisados, demos por nós no supermercado escondido e mal fornecido da terra, os únicos forasteiros a fazer compras entre uma multidão de navajos que abasteciam os seus lares.

Mais tarde, almoçamos num pequeno restaurante chinês e devoramos chop sueys entre índios obesos com visuais orgulhosos de vaqueiros.

Margaret B. – Uma Anciã Navajo Carismática

Ainda na proximidade do Monument Valley Park, paramos numa loja de beira de estrada para apreciarmos a arte navajo e acabamos a tentar dialogar com Margaret B.Gray, uma matriarca índia de porte altivo que, apesar do nome, só articula umas poucas palavras inglesas.

Anciã Navajo, Monument Valley, Nação Navajo, Estados Unidos

Margaret B. Gray, uma indígena navajo vendedora de artesanato

Com o aumento gradual dos visitantes, a venda de artesanato nativo provou-se um negócio atractivo e mais de 60% das famílias da nação têm pelo menos um elemento que o produz. Algumas conseguem vender os seus bens em lojas privilegiadas como a do Centro de Visitantes.

Outros, em tendas montadas junto às principais formações geológicas do parque.

Outros ainda apostaram em negócios distintos. Ignoraram a antiga inimizade com os usurpadores das terras indígenas e, como Kenan Chicko e Adrian, ganham a vida nas suas peles. 

Da Tundra Alasquense à Integração da Nação Navajo nos E.U.A.

Crê-se que as tribos Athabaskan que deram origem aos navajos migraram para o sudoeste dos E.U.A. em 1400 d.C. vindas do leste do Alasca e do noroeste do Canada. Ao entrarem em contacto com a civilização Puebla, adoptaram as suas técnicas de cultivo e as produções agrícolas.

Dos colonizadores espanhóis – que lhes chamaram pela primeira vez navajos – assimilaram o hábito de criar animais em manadas e rebanhos para alimentação e para trocar por outros géneros. Seguiu-se a aprendizagem da tecelagem e da produção de roupas e mantas.

Por volta de 1860, os espanhóis perceberam que os navajos possuíam milhares de cabeças de gado, vastas áreas cultivadas e um passado de expansão territorial, de redefinição da sua identidade e da ligação com os vizinhos Pueblos, Apaches, Utes e Comanches que oscilava entre as incursões bélicas e o comércio.

Mas os apaches estavam também no caminho dos conquistadores. Cumprindo a tradição, estes, inauguraram um longo período de ataques e pilhagens aos índios.

Alguns anos mais tarde, os Estados Unidos expulsaram os espanhóis e os mexicanos da zona.

Assumiram a anexação do território navajo com recurso a uma rede estratégica de fortes. Irados devido à construção de caminhos de ferro, à exploração mineira e à invasão, em geral, os navajo retaliaram como nunca.

Bandeira, Monument Valley, Nacao Navajo, Estados unidos

Bandeira alusiva à Navajo Nation esvoaçaa acima de uma das Mittens

Em simultâneo com a carnificina da Guerra Civil Norte-Americana, os anos de 1860-61, revelaram-se de tal maneira castigadores para os colonos e militares que ficaram conhecidos como “The Fearing Time”.

A Tortura Infame da Long Walk

A reacção não se fez esperar. Com base no Novo México, as forças da União comandadas por Kit Carson queimaram sistematicamente os cultivos dos navajo e levaram-nos primeiro à rendição e logo à condenação da Long Walk.

A Long Walk redundou numa deportação infame em que cerca de 9.000 homens, mulheres e crianças tiveram que caminhar no deserto durante quase 500 km até Fort Summer, onde o governo dos Estados Unidos tinha instalado Bosque Redondo, a primeira grande reserva índia. Após 18 dias de marcha, contaram-se mais de 200 mortos.

Daí em diante, as autoridades militares conseguiram manter e controlar os navajos nessa e noutras reservas que aumentaram de dimensão até ao seu território original.

Muitos nativos foram integrados no exército como batedores mas as permanentes agressões dos colonos civis e o preconceito impediram um melhor relacionamento entre os dois povos.

Nos dias que correm, esse fosso étnico e cultural continua por resolver.

Bandeira EUA, Nação Navajo-Monument Valley-nacao navajo, Estados Unidos

Bandeira alusiva à Navajo Nation esvoaça acima de uma das Mittens.

A Relação Complexa dos Navajo com os Soberanos Estados Unidos da América

Como parte da Nação Navajo, o Monument Valley Navajo Tribal Park nunca foi integrado na rede norte-americana de National Parks.

De acordo, todos os dez dólares pagos pelos visitantes revertem para o sustento do povo navajo que, após uma longa disputa com os governos federais, conquistou igualmente uma legislação (assente no código tribal), um Conselho e Tribunal Supremo próprios – instalados na capital Window Rock – bem como o direito de dispor de forças de autoridade autónomas.

Malgrado a relação bipolar que os nativos norte-americanos sempre mantiveram com Washington, os navajo conquistaram, aliás, uma curiosa reputação militar.

São famosos os seus code talkers recrutados pelos Marines durante a 2ª Guerra Mundial  para o teatro do Pacífico, com o fim de transmitirem mensagens tácticas secretas via telefone ou rádio, com base nos dialectos indígenas.

Para muitos nativos, esta e outras colaborações nunca tiveram a recompensa devida. Alguns anos antes, os Estados Unidos tinham negado aos Navajo assistência social porque os indígenas viviam numa sociedade comunal.

Mais recentemente, o financiamento federal da sub-nação indígena tem-se provado insuficiente para suprir a interioridade e as lacunas que a vitimam.

Durante a segunda metade do século XX, a mineração de urânio e de carvão representaram uma fonte de rendimentos significativa.

A procura de urânio diminuiu e, mais grave que isso, a população navajo desinformada acerca dos malefícios da radioactividade sofreu graves danos ecológicos e biológicos que, em 2005, levaram ao cancelamento da extracção.

Monument Valley do ar, Nação Navajo, Estados Unidos

Formações geológicas do Monument Valley, vistas do ar.

Sabe-se, hoje, que as terras ocre da Nação Navajo abrigam os recursos minerais mais importantes de todos os domínios nativos dos Estados Unidos mas os navajos continuam a depender de outras actividades.

O artesanato e o turismo complementaram-se e se muitas famílias contam com artesãos, alguns dos seus elementos também se vestem de cowboys para representarem os protagonistas em falta.

Key West, E.U.A.

O Faroeste Tropical dos E.U.A.

Chegamos ao fim da Overseas Highway e ao derradeiro reduto das propagadas Florida Keys. Os Estados Unidos continentais entregam-se, aqui, a uma deslumbrante vastidão marinha esmeralda-turquesa. E a um devaneio meridional alentado por uma espécie de feitiço caribenho.
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Grand Canyon, E.U.A.

Viagem pela América do Norte Abismal

O rio Colorado e tributários começaram a fluir no planalto homónimo há 17 milhões de anos e expuseram metade do passado geológico da Terra. Também esculpiram uma das suas mais deslumbrantes entranhas.
Espectáculos

O Mundo em Cena

Um pouco por todo o Mundo, cada nação, região ou povoação e até bairro tem a sua cultura. Em viagem, nada é mais recompensador do que admirar, ao vivo e in loco, o que as torna únicas.
Sainte-Luce, Martinica

Um Projeccionista Saudoso

De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.
Navajo Nation, E.U.A.

Por Terras da Nação Navajo

De Kayenta a Page, com passagem pelo Marble Canyon, exploramos o sul do Planalto do Colorado. Dramáticos e desérticos, os cenários deste domínio indígena recortado no Arizona revelam-se esplendorosos.
Vale da Morte, E.U.A.

O Ressuscitar do Lugar Mais Quente

Desde 1921 que Al Aziziyah, na Líbia, era considerado o lugar mais quente do Planeta. Mas a polémica em redor dos 58º ali medidos fez com que, 99 anos depois, o título fosse devolvido ao Vale da Morte.
Perth, Austrália

Cowboys da Oceania

O Texas até fica do outro lado do mundo mas não faltam vaqueiros no país dos coalas e dos cangurus. Rodeos do Outback recriam a versão original e 8 segundos não duram menos no Faroeste australiano.
Albuquerque, E.U.A.

Soam os Tambores, Resistem os Índios

Com mais de 500 tribos presentes, o pow wow "Gathering of the Nations" celebra o que de sagrado subsiste das culturas nativo-americanas. Mas também revela os danos infligidos pela civilização colonizadora.
Florida Keys, E.U.A.

A Alpondra Caribenha dos E.U.A.

Os Estados Unidos continentais parecem encerrar-se, a sul, na sua caprichosa península da Flórida. Não se ficam por aí. Mais de cem ilhas de coral, areia e mangal formam uma excêntrica extensão tropical que há muito seduz os veraneantes norte-americanos.
Miami, E.U.A.

Uma Obra-Prima da Reabilitação Urbana

Na viragem para o século XXI, o bairro Wynwood mantinha-se repleto de fábricas e armazéns abandonados e grafitados. Tony Goldman, um investidor imobiliário astuto, comprou mais de 25 propriedades e fundou um parque mural. Muito mais que ali homenagear o grafiti, Goldman fundou o grande bastião da criatividade de Miami.
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

Poucos litorais concentram, ao mesmo tempo, tanto calor e exibições de fama, de riqueza e de glória. Situada no extremo sudeste dos E.U.A., Miami Beach tem acesso por seis pontes que a ligam ao resto da Florida. É parco para o número de almas que a desejam.
Little Havana, E.U.A.

A Pequena Havana dos Inconformados

Ao longo das décadas e até aos dias de hoje, milhares de cubanos cruzaram o estreito da Florida em busca da terra da liberdade e da oportunidade. Com os E.U.A. ali a meros 145 km, muitos não foram mais longe. A sua Little Havana de Miami é, hoje, o bairro mais emblemático da diáspora cubana.
Monte Denali, Alasca

O Tecto Sagrado da América do Norte

Os indígenas Athabascan chamaram-no Denali, ou o Grande e reverenciam a sua altivez. Esta montanha deslumbrante suscitou a cobiça dos montanhistas e uma longa sucessão de ascensões recordistas.
Juneau, Alasca

A Pequena Capital do Grande Alasca

De Junho a Agosto, Juneau desaparece por detrás dos navios de cruzeiro que atracam na sua doca-marginal. Ainda assim, é nesta pequena capital que se decidem os destinos do 49º estado norte-americano.
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
Las Vegas, E.U.A.

Onde o Pecado tem Sempre Perdão

Projectada do Deserto Mojave como uma miragem de néon, a capital norte-americana do jogo e do espectáculo é vivida como uma aposta no escuro. Exuberante e viciante, Vegas nem aprende nem se arrepende.
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
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Mauna Kea: um Vulcão de Olho no Espaço

O tecto do Havai era interdito aos nativos por abrigar divindades benevolentes. Mas, a partir de 1968 várias nações sacrificaram a paz dos deuses e ergueram a maior estação astronómica à face da Terra
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O Dia em que o Japão foi Longe Demais

Em 7 de Dezembro de 1941, o Japão atacou a base militar de Pearl Harbor. Hoje, partes do Havai parecem colónias nipónicas mas os EUA nunca esquecerão a afronta.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
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Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
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Safari
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O Pantanal das Pampas

No mapa mundo, para sul do famoso pantanal brasileiro, surge uma região alagada pouco conhecida mas quase tão vasta e rica em biodiversidade. A expressão guarani Y berá define-a como “águas brilhantes”. O adjectivo ajusta-se a mais que à sua forte luminância.
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Rumo a Braga. A Nepalesa.

Passamos nova manhã de meteorologia gloriosa à descoberta de Ngawal. Segue-se um curto trajecto na direcção de Manang, a principal povoação no caminho para o zénite do circuito Annapurna. Ficamo-nos por Braga (Braka). A aldeola não tardaria a provar-se uma das suas mais inolvidáveis escalas.
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O Grande Porto Hanseático da Noruega

Já povoada no início do século XI, Bergen chegou a capital, monopolizou o comércio do norte norueguês e, até 1830, manteve-se uma das maiores cidades da Escandinávia. Hoje, Oslo lidera a nação. Bergen continua a destacar-se pela sua exuberância arquitectónica, urbanística e histórica.
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Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.
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As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
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Ficou para a história que um acolhimento generoso assim fez Vasco da Gama elogiar a região. De 1731 em diante, os portugueses desenvolveram Inhambane, até 1975, ano em que a legaram aos moçambicanos. A cidade mantém-se o cerne urbano e histórico de uma das províncias mais reverenciadas de Moçambique.
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O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
khinalik, Azerbaijão aldeia Cáucaso, Khinalig
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Khinalig, Azerbaijão

A Aldeia no Cimo do Azerbaijão

Instalado aos 2300 metros rugosos e gélidos do Grande Cáucaso, o povo Khinalig é apenas uma de várias minorias da região. Manteve-se isolado durante milénios. Até que, em 2006, uma estrada o tornou acessível aos velhos Ladas soviéticos.
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Desporto
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O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Em Viagem
Morondava, Avenida dos Baobás, Madagáscar

O Caminho Malgaxe para o Deslumbre

Saída do nada, uma colónia de embondeiros com 30 metros de altura e 800 anos ladeia uma secção da estrada argilosa e ocre paralela ao Canal de Moçambique e ao litoral piscatório de Morondava. Os nativos consideram estas árvores colossais as mães da sua floresta. Os viajantes veneram-nas como uma espécie de corredor iniciático.
Sombra de sucesso
Étnico
Champotón, México

Rodeo Debaixo de Sombreros

Champoton, em Campeche, acolhe uma feira honra da Virgén de La Concepción. O rodeo mexicano sob sombreros local revela a elegância e perícia dos vaqueiros da região.
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

Barco no rio Amarelo, Gansu, China
História
Bingling Si, China

O Desfiladeiro dos Mil Budas

Durante mais de um milénio e, pelo menos sete dinastias, devotos chineses exaltaram a sua crença religiosa com o legado de esculturas num estreito remoto do rio Amarelo. Quem desembarca no Desfiladeiro dos Mil Budas, pode não achar todas as esculturas mas encontra um santuário budista deslumbrante.
Lifou, Ilhas Lealdade, Nova Caledónia, Mme Moline popinée
Ilhas
Lifou, Ilhas Lealdade

A Maior das Lealdades

Lifou é a ilha do meio das três que formam o arquipélago semi-francófono ao largo da Nova Caledónia. Dentro de algum tempo, os nativos kanak decidirão se querem o seu paraíso independente da longínqua metrópole.
Verificação da correspondência
Inverno Branco
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Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Recompensa Kukenam
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Viagem No Tempo ao Mundo Perdido do Monte Roraima

Perduram no cimo do Monte Roraima cenários extraterrestres que resistiram a milhões de anos de erosão. Conan Doyle criou, em "O Mundo Perdido", uma ficção inspirada no lugar mas nunca o chegou a pisar.
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Um Pantanal nos Confins do Nordeste Indiano

O Maguri Bill ocupa uma área anfíbia nas imediações assamesas do rio Bramaputra. É louvado como um habitat incrível sobretudo de aves. Quando o navegamos em modo de gôndola, deparamo-nos com muito (mas muito) mais vida que apenas a asada.
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Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
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Parques Naturais
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Quem sobrevoa o sul do 27º estado espanta-se com a vastidão verde, lisa e ensopada que contrasta com os tons oceânicos em redor. Este ecossistema de pântano-pradaria único nos EUA abriga uma fauna prolífica dominada por 200 mil dos 1.25 milhões de jacarés da Flórida.
Santo Sepulcro, Jerusalém, igrejas cristãs, sacerdote com insensário
Património Mundial UNESCO
Basílica Santo Sepúlcro, Jerusalém, Israel

O Templo Supremo das Velhas Igrejas Cristãs

Foi mandada construir pelo imperador Constantino, no lugar da Crucificação e Ressurreição de Jesus e de um antigo templo de Vénus. Na génese, uma obra Bizantina, a Basílica do Santo Sepúlcro é, hoje, partilhada e disputada por várias denominações cristãs como o grande edifício unificador do Cristianismo.
femea e cria, passos grizzly, parque nacional katmai, alasca
Personagens
PN Katmai, Alasca

Nos Passos do Grizzly Man

Timothy Treadwell conviveu Verões a fio com os ursos de Katmai. Em viagem pelo Alasca, seguimos alguns dos seus trilhos mas, ao contrário do protector tresloucado da espécie, nunca fomos longe demais.
Barco e timoneiro, Cayo Los Pájaros, Los Haitises, República Dominicana
Praias
Península de Samaná, PN Los Haitises, República Dominicana

Da Península de Samaná aos Haitises Dominicanos

No recanto nordeste da República Dominicana, onde a natureza caribenha ainda triunfa, enfrentamos um Atlântico bem mais vigoroso que o esperado nestas paragens. Lá cavalgamos em regime comunitário até à famosa cascata Limón, cruzamos a baía de Samaná e nos embrenhamos na “terra das montanhas” remota e exuberante que a encerra.
Queima de preces, Festival de Ohitaki, templo de fushimi, quioto, japao
Religião
Quioto, Japão

Uma Fé Combustível

Durante a celebração xintoísta de Ohitaki são reunidas no templo de Fushimi preces inscritas em tabuínhas pelos fiéis nipónicos. Ali, enquanto é consumida por enormes fogueiras, a sua crença renova-se.
Composição Flam Railway abaixo de uma queda d'água, Noruega
Sobre Carris
Nesbyen a Flam, Noruega

Flam Railway: Noruega Sublime da Primeira à Última Estação

Por estrada e a bordo do Flam Railway, num dos itinerários ferroviários mais íngremes do mundo, chegamos a Flam e à entrada do Sognefjord, o maior, mais profundo e reverenciado dos fiordes da Escandinávia. Do ponto de partida à derradeira estação, confirma-se monumental esta Noruega que desvendamos.
Mulheres com cabelos longos de Huang Luo, Guangxi, China
Sociedade
Longsheng, China

Huang Luo: a Aldeia Chinesa dos Cabelos mais Longos

Numa região multiétnica coberta de arrozais socalcados, as mulheres de Huang Luo renderam-se a uma mesma obsessão capilar. Deixam crescer os cabelos mais longos do mundo, anos a fio, até um comprimento médio de 170 a 200 cm. Por estranho que pareça, para os manterem belos e lustrosos, usam apenas água e arrôz.
Cruzamento movimentado de Tóquio, Japão
Vida Quotidiana
Tóquio, Japão

A Noite Sem Fim da Capital do Sol Nascente

Dizer que Tóquio não dorme é eufemismo. Numa das maiores e mais sofisticadas urbes à face da Terra, o crepúsculo marca apenas o renovar do quotidiano frenético. E são milhões as suas almas que, ou não encontram lugar ao sol, ou fazem mais sentido nos turnos “escuros” e obscuros que se seguem.
Duo de girafas cruzadas acima da savana, com os montes Libombo em fundo
Vida Selvagem
Reserva de KaMsholo, eSwatini

Entre as Girafas de KaMsholo e Cia

Situada a leste da cordilheira de Libombo, a fronteira natural entre eSwatini, Moçambique e a África do Sul, KaMsholo conta com 700 hectares de savana pejada de acácias e um lago, habitats de uma fauna prolífica. Entre outras explorações e incursões, lá interagimos com a mais alta das espécies.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.