Goiás Velho, Brasil

Vida e Obra de uma Escritora à Margem


A rua de Cora
Rua Dom Cândido, a via histórica de Goiás que conduz a casa em que viveu Cora Coralina.
Silhueta e poema
Morador de Goiás Velho repousa num banco em frente à casa-museu de Cora Coralina.
A Cozinha dos Doces
Os grandes tachos e panelas usados por Cora Coralina para a confecção de doces que a sustentou durante algum tempo em Goiás Velho.
Memórias de Goiás
Parede decorada da casa de Goiás Velho de Cora Coralina.
Capoeira Iluminada
Crianças praticam capoeira à luz de um dos lampiões antigos de Goiás Velho.
Cora e Jorge Amado
Fotografia de Cora Coralina visitada pelo escritor baiano Jorge Amado.
A Secretária de Cora
Cora Coralina aprendeu a dactilografar aos 70 anos.
Percurso nos Séculos
Rua colonial de Goiás Velho, com as casas que os mineiros foram construindo à medida que ganhavam dinheiro com mineração do ouro.
Notas da Vida
Manuscrito de Cora Coralina exibido na casa-museu de Goiás Velho.
Quarto de Cora
Quarto de Cora Coralina com vários dos seus vestidos e artefactos religiosos.
Imagem da juventude
Fotografia antiga de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas.
Uma Caminhada de Fachada
Transeunte desde uma das várias rua de todas as cores que atravessam Goiás Velho.
Fotografia & Muleta
Uma fotografia de Cora Coralina já idosa, sentada na sua cadeira da casa de Goiás Velho.
Quimera do Ouro
Palmeiras buriti criam silhuetas contra o sol que se põe a oeste da velha Goiás.
Nascida em Goiás, Ana Lins Bretas passou a maior parte da vida longe da família castradora e da cidade. Regressada às origens, continuou a retratar a mentalidade preconceituosa do interior brasileiro

Deixamos para trás um ensaio de dança regional goiana, em busca do lar-museu da escritora Cora Coralina.

Descemos o calçadão irregular em direcção à Praça do Rosário. Um varredor empoeirado, algo fantasmagórico, caminha com uma vassoura de palha ao ombro indeciso sobre onde mais varrer e acossado pela passagem demasiado frequente dos fuscas coloridos que parecem patrulhar a velha cidade colonial.

Damos com montras improvisadas em janelas do casario. Entramos num dos estabelecimentos para espreitar a mercadoria. A empregada rechonchuda abandona a moldura em que apreciava a acção na rua.

Dá-nos umas boas-vindas efusivas. Logo, guia-nos ao longo da profusão de fruta cristalizada, adocicada e em bagaço, entre empadões dourados e outras especialidades do cerrado circundante, confeccionadas com dedicação nos fogões decanos dela e de amigas dela.

Durante muitos anos, Aninha da Ponte da Lapa, assim era conhecida Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas – destacou-se do lote destas confeiteiras virtuosas.

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Os grandes tachos e panelas usados por Cora Coralina para a confecção de doces que a sustentou durante algum tempo em Goiás Velho.

Goiás Velho. O Lar Doce Lar de Cora Coralina

Aos 67 anos, viúva e com quatro filhos do casal, retornou à casa da sua família de solteira, uma das mais antigas de Goiás, assente na margem do rio Vermelho desde o século XVIII.

Voltou a suscitar intrigas e cochichos mas passou a ser apreciada pelas mentes mais abertas da cidade também pela excelência dos doces que confeccionava e vendia.

Damos com o seu domicílio verde-branco encantador no fim da rua Dom Cândido, na iminência da ponte de madeira que cruza o caudal abaixo. Examinamos a inscrição sobre uma placa de acrílico que cita a antiga moradora “… Gente que passa indiferente, olha de longe, na dobra das esquinas, as traves que despencam. Que vale para eles o sobrado? …

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Morador de Goiás Velho repousa num banco em frente à casa-museu de Cora Coralina.

Sentimos a observação bater ao lado mas, intrigados, entramos na agora casa-museu com o propósito de melhor conhecermos a sua eterna dona.

Passado o espaço da recepção, o interior parece ter-se mantido tal qual o deixou Ana da Ponte. Um retrato em postura de leitura surge colocado atrás de uma cadeira. A cadeira suporta uma muleta sugere inclusive a sua presença na sala simples, a tender para o espartano.

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Uma fotografia de Cora Coralina já idosa, sentada na sua cadeira da casa de Goiás Velho.

Na cozinha, enormes panelas de cobre dispostos de forma organizada comprovam o tempo dedicado por Ana da Ponte à culinária.

Já no quarto exíguo decorado apenas com vestidos leves e simples, uma máquina de escrever (Ana, aprendeu a dactilografar aos 70 anos) e vários manuscritos comprovam a sua paixão quase religiosa pela leitura, pela criação de prosa e poesia.

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Cora Coralina aprendeu a dactilografar aos 70 anos.

O Passado Pouco Académico mas Muito Literário de Cora Coralina

Apesar da sua curta escolaridade – frequentou apenas quatro anos, todos com a Mestra-escola Silvina Xavier de Brito – Ana Lins começou a escrever os primeiros textos com 14 anos.

Pouco depois assumiu o pseudónimo que manteve até ao fim da vida: Cora Coralina.

Publicava os seus escritos nos jornais e revistas da Villa Boa de Goyaz e de outras cidades deste estado e também do Rio de Janeiro. Em 1907, ela e três amigas dirigiam já “A Rosa” um jornal literário que contava regularmente com trabalhos seus.

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Manuscrito de Cora Coralina exibido na casa-museu de Goiás Velho.

Por essa altura, Ana Lins passou a frequentar as tertúlias do “Clube Literário Goiano” com sede num dos salões do sobrado de Dona Virgínia da Luz Vieira. O lugar haveria de lhe inspirar o poema “Velho Sobrado”.

Descendente de uma família com tradição, a jovem escritora empregava a sua expressão fácil e impulsiva para defender as classes desfavorecidas da sociedade em que crescera.

Tanto com a sua prosa como em poesia, defendeu o valor das lavadeiras, mulheres da rua entre outros.

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Fotografia antiga de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas.

Em “Becos de Goiás” denuncia a atitude repressiva da polícia e dos homens da cidade face às prostitutas e chegou a acusar directamente responsáveis da cidade pelo abuso desmedido do seu poder.

Em “Coisas de Goiás” considera e promove Maria Grampinho a símbolo das mulheres classificadas entre as “pessoas de bem” como doidas.

Ana Lins – ou, podemos usar também o seu pseudónimo – Cora Coralina – preocupava-se e, de certa maneira, identificava-se com a marginalidade daquelas personagens.

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Fotografia de Cora Coralina visitada pelo escritor baiano Jorge Amado.

Cora Coralina: à Margem da Sua Família. À Margem da Sociedade de Goiás Velho

À frente do tempo em que vivia, sempre se sentiu mal-amada pela mãe e pelas irmãs. Não tardaria a ser ostracizada por parte da sociedade vilaboense e a a sentir na pele o desconforto da sua opressão.

Tudo se precipitou quando tinha 20 anos e se envolveu com o advogado Cantídio Tolentino de Figueiredo Bretas, um homem previamente casado, com filhos em São Paulo, o novo Chefe de Polícia de Goiás.

Após vários encontros nas tertúlias literárias e outros, mais íntimos, Ana Lins engravidou. A sua mãe tentou impedir o romance. Proibiu-a de se encontrar com Cantídio.

Inconformada como sempre, Ana Lins pediu a ajuda de Maria Grampinho que facilitou a fuga do casal para o estado de São Paulo.

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Parede decorada da casa de Goiás Velho de Cora Coralina.

Viveram nos municípios de Avaré; e Jabotical durante 45 anos. Nesse período, tiveram seis filhos. Dois deles morreram pouco depois do nascimento.

Pouco depois de se mudar para São Paulo o casal foi apanhado pela revolução paulista. Viu-se obrigado a passar algumas semanas fechado num hotel.

A determinação de participar nos destinos políticos estavam nos genes de Ana Lins.

Oito anos mais tarde, alistou-se como enfermeira, a forma mais honesta e prática que encontrou de participar na Revolução Constitucionalista de 1932, despoletada durante a primeira presidência de Getúlio Vargas.

A Difícil Viuvez de Cora Coralina e o Regresso à Goiás Velho

Dois anos depois, o seu marido Cantídio Vargas faleceu. Ana Lins teve que recorrer a uma série de iniciativas comerciais para sobreviver: vendeu livros de porta em porta, abriu uma pensão e uma casa de retalhos.

Como conta a neta Ana Maria Tahan “Já em Andradina, inaugurou a Casa Borboleta que vendia um pouco de tudo para mulheres. “ Por essa altura, subia em palanques para apelar ao foto na UDN (União Democrática Nacional), um movimento político com origem e alma académica.

Em 1956, com os filhos criados, decidiu regressar a Goiás, também porque precisava de recuperar a posse legal da casa da ponte, de que um sobrinho estaria prestes a apoderar-se por usucapião.

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Quarto de Cora Coralina com vários dos seus vestidos e artefactos religiosos.

Quando o conseguiu, Ana Lins habitou-a com a companhia de “Seu Vicente” um nordestino analfabeto mas dócil, dedicado e faz-tudo que, assim narra também a neta, “se embebedava até com guaraná”.

Foi só quando se aproximava dos noventa anos que o Brasil a descobriu como a escritora desafiadora dos preconceitos da vida do interior que encantou Carlos Drummond de Andrade e Jorge Amado.

No interior da casa da ponte encontramos a imagem do escritor baiano de visita a Cora Coralina. E a citação de uma das cartas que Drummond de Andrade lhe havia enviado: “(…) Admiro e amo você como alguém que vive em estado de graça com a poesia. Seu livro [Poemas dos Becos de Goiás e outras histórias mais] um encanto, seu lirismo tem a força e a delicadeza das coisas naturais (..).

Cora Coralina faleceu em 1985. Em pouco tempo, a autora e a sua casa tornaram-se fortes referências culturais goianas e brasileiras.

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Rua Dom Cândido, a via histórica de Goiás que conduz a casa em que viveu Cora Coralina.

Para a visitar, cruzam a ponte da Lapa incontáveis excursões de estudantes irrequietos e visitantes individuais.

Alguns viajam de tão longe como São Paulo, o Rio de Janeiro.

Ou, como nós, do outro lado do Atlântico.

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Crianças praticam capoeira à luz de um dos lampiões antigos de Goiás Velho.

Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
Passo do Lontra, Miranda, Brasil

O Brasil Alagado a um Passo da Lontra

Estamos no limiar oeste do Mato Grosso do Sul mas mato, por estes lados, é outra coisa. Numa extensão de quase 200.000 km2, o Brasil surge parcialmente submerso, por rios, riachos, lagoas e outras águas dispersas em vastas planícies de aluvião. Nem o calor ofegante da estação seca drena a vida e a biodiversidade de lugares e fazendas pantaneiras como a que nos acolheu às margens do rio Miranda.
PN Lago Manyara, Tanzânia

África Favorita de Hemingway

Situado no limiar ocidental do vale do Rift, o parque nacional lago Manyara é um dos mais diminutos mas encantadores e ricos em vida selvagem da Tanzânia. Em 1933, entre caça e discussões literárias, Ernest Hemingway dedicou-lhe um mês da sua vida atribulada. Narrou esses dias aventureiros de safari em “As Verdes Colinas de África”.
Manaus, Brasil

Os Saltos e Sobressaltos da ex-Capital Mundial da Borracha

De 1879 a 1912, só a bacia do rio Amazonas gerava o latex de que, de um momento para o outro, o mundo precisou e, do nada, Manaus tornou-se uma das cidades mais avançadas à face da Terra. Mas um explorador inglês levou a árvore para o sudeste asiático e arruinou a produção pioneira. Manaus voltou a provar a sua elasticidade. É a maior cidade da Amazónia e a sétima do Brasil.
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Goiás Velho, Brasil

Um Legado da Febre do Ouro

Dois séculos após o apogeu da prospecção, perdida no tempo e na vastidão do Planalto Central, Goiás estima a sua admirável arquitectura colonial, a riqueza supreendente que ali continua por descobrir.
Lençois da Bahia, Brasil

Lençois da Bahia: nem os Diamantes São Eternos

No século XIX, Lençóis tornou-se na maior fornecedora mundial de diamantes. Mas o comércio das gemas não durou o que se esperava. Hoje, a arquitectura colonial que herdou é o seu bem mais precioso.
São Petersburgo, Rússia

Na Pista de "Crime e Castigo"

Em São Petersburgo, não resistimos a investigar a inspiração para as personagens vis do romance mais famoso de Fiódor Dostoiévski: as suas próprias lástimas e as misérias de certos concidadãos.
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Miranda, Brasil

Maria dos Jacarés: o Pantanal abriga criaturas assim

Eurides Fátima de Barros nasceu no interior da região de Miranda. Há 38 anos, instalou-se e a um pequeno negócio à beira da BR262 que atravessa o Pantanal e ganhou afinidade com os jacarés que viviam à sua porta. Desgostosa por, em tempos, as criaturas ali serem abatidas, passou a tomar conta delas. Hoje conhecida por Maria dos Jacarés, deu nome de jogador ou treinador de futebol a cada um dos bichos. Também garante que reconhecem os seus chamamentos.
Curitiba, Brasil

A Vida Elevada de Curitiba

Não é só a altitude de quase 1000 metros a que a cidade se situa. Cosmopolita e multicultural, a capital paranaense tem uma qualidade de vida e rating de desenvolvimento humano que a tornam um caso à parte no Brasil.

Florianópolis, Brasil

O Legado Açoriano do Atlântico Sul

Durante o século XVIII, milhares de ilhéus portugueses perseguiram vidas melhores nos confins meridionais do Brasil. Nas povoações que fundaram, abundam os vestígios de afinidade com as origens.

Morro de São Paulo, Brasil

Um Litoral Divinal da Bahia

Há três décadas, não passava de uma vila piscatória remota e humilde. Até que algumas comunidades pós-hippies revelaram o retiro do Morro ao mundo e o promoveram a uma espécie de santuário balnear.
Lençois da Bahia, Brasil

A Liberdade Pantanosa do Quilombo do Remanso

Escravos foragidos subsistiram séculos em redor de um pantanal da Chapada Diamantina. Hoje, o quilombo do Remanso é um símbolo da sua união e resistência mas também da exclusão a que foram votados.
Ilhabela, Brasil

Ilhabela: Depois do Horror, a Beleza Atlântica

Nocenta por cento de Mata Atlântica preservada, cachoeiras idílicas e praias gentis e selvagens fazem-lhe jus ao nome. Mas, se recuarmos no tempo, também desvendamos a faceta histórica horrífica de Ilhabela.
Ilhabela, Brasil

Em Ilhabela, a Caminho de Bonete

Uma comunidade de caiçaras descendentes de piratas fundou uma povoação num recanto da Ilhabela. Apesar do acesso difícil, Bonete foi descoberta e considerada uma das dez melhores praias do Brasil.
Brasília, Brasil

Brasília: da Utopia à Capital e Arena Política do Brasil

Desde os tempos do Marquês de Pombal que se falava da transferência da capital para o interior. Hoje, a cidade quimera continua a parecer surreal mas dita as regras do desenvolvimento brasileiro.
Hidroeléctrica Binacional de Itaipu, Brasil

HidroElétrica Binacional do Itaipu: a Febre do Watt

Em 1974, milhares de brasileiros e paraguaios confluíram para a zona de construção da então maior barragem do Mundo. 30 anos após a conclusão, Itaipu gera 90% da energia paraguaia e 20% da do Brasil.
Ilha do Marajó, Brasil

A Ilha dos Búfalos

Uma embarcação que transportava búfalos da Índia terá naufragado na foz do rio Amazonas. Hoje, a ilha de Marajó que os acolheu tem uma das maiores manadas do mundo e o Brasil já não passa sem estes bovídeos.
Cataratas Iguaçu/Iguazu, Brasil/Argentina

O Troar da Grande Água

Após um longo percurso tropical, o rio Iguaçu dá o mergulho dos mergulhos. Ali, na fronteira entre o Brasil e a Argentina, formam-se as cataratas maiores e mais impressionantes à face da Terra.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Serengeti, Grande Migração Savana, Tanzania, gnus no rio
Safari
PN Serengeti, Tanzânia

A Grande Migração da Savana Sem Fim

Nestas pradarias que o povo Masai diz siringet (correrem para sempre), milhões de gnus e outros herbívoros perseguem as chuvas. Para os predadores, a sua chegada e a da monção são uma mesma salvação.
Braga ou Braka ou Brakra, no Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
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Arquitectura & Design
Seydisfjordur, Islândia

Da Arte da Pesca à Pesca da Arte

Quando armadores de Reiquejavique compraram a frota pesqueira de Seydisfjordur, a povoação teve que se adaptar. Hoje, captura discípulos da arte de Dieter Roth e outras almas boémias e criativas.
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Aventura
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Cerimónias e Festividades
Sósias, actores e figurantes

Estrelas do Faz de Conta

Protagonizam eventos ou são empresários de rua. Encarnam personagens incontornáveis, representam classes sociais ou épocas. Mesmo a milhas de Hollywood, sem eles, o Mundo seria mais aborrecido.
Executivos dormem assento metro, sono, dormir, metro, comboio, Toquio, Japao
Cidades
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
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Comida
Vale de Fergana, Usbequistão

Uzbequistão, a Nação a Que Não Falta o Pão

Poucos países empregam os cereais como o Usbequistão. Nesta república da Ásia Central, o pão tem um papel vital e social. Os Uzbeques produzem-no e consomem-no com devoção e em abundância.
Ooty, Tamil Nadu, cenário de Bollywood, Olhar de galã
Cultura
Ooty, Índia

No Cenário Quase Ideal de Bollywood

O conflito com o Paquistão e a ameaça do terrorismo tornaram as filmagens em Caxemira e Uttar Pradesh um drama. Em Ooty, constatamos como esta antiga estação colonial britânica assumia o protagonismo.
Natação, Austrália Ocidental, Estilo Aussie, Sol nascente nos olhos
Desporto
Busselton, Austrália

2000 metros em Estilo Aussie

Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, locomotiva
Em Viagem
Fianarantsoa-Manakara, Madagáscar

A Bordo do TGV Malgaxe

Partimos de Fianarantsoa às 7a.m. Só às 3 da madrugada seguinte completámos os 170km para Manakara. Os nativos chamam a este comboio quase secular Train Grandes Vibrations. Durante a longa viagem, sentimos, bem fortes, as do coração de Madagáscar.
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Grande ZimbabuéZimbabué

Grande Zimbabwe, Pequena Dança Bira

Nativos de etnia Karanga da aldeia KwaNemamwa exibem as danças tradicionais Bira aos visitantes privilegiados das ruínas do Grande Zimbabwe. o lugar mais emblemático do Zimbabwe, aquele que, decretada a independência da Rodésia colonial, inspirou o nome da nova e problemática nação.  
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Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 2)

Um Sol, tantas Luzes

A maior parte das fotografias em viagem são tiradas com luz solar. A luz solar e a meteorologia formam uma interacção caprichosa. Saiba como a prever, detectar e usar no seu melhor.
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O Estilhaço de Terra Divinal da Península de Banks

Vista do ar, a mais óbvia protuberância da costa leste da Ilha do Sul parece ter implodido vezes sem conta. Vulcânica mas verdejante e bucólica, a Península de Banks confina na sua geomorfologia de quase roda-dentada a essência da sempre invejável vida neozelandesa.
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O Paraná Adocicado da Ilha do Mel

Situada à entrada da vasta Baía de Paranaguá, a ilha do Mel é louvada pela sua reserva natural e pelas melhores praias do estado brasileiro do Paraná. Numa delas, uma fortaleza mandada erguer por D. José I resiste ao tempo e às marés.
Verificação da correspondência
Inverno Branco
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Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Enseada, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos
Literatura
Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios

Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
Geotermia, Calor da Islândia, Terra do Gelo, Geotérmico, Lagoa Azul
Natureza
Islândia

O Aconchego Geotérmico da Ilha do Gelo

A maior parte dos visitantes valoriza os cenários vulcânicos da Islândia pela sua beleza. Os islandeses também deles retiram calor e energia cruciais para a vida que levam às portas do Árctico.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Terraços de Sistelo, Serra do Soajo, Arcos de Valdevez, Minho, Portugal
Parques Naturais
Sistelo, Peneda-Gerês, Portugal

Do “Pequeno Tibete Português” às Fortalezas do Milho

Deixamos as fragas da Srª da Peneda, rumo a Arcos de ValdeVez e às povoações que um imaginário erróneo apelidou de Pequeno Tibete Português. Dessas aldeias socalcadas, passamos por outras famosas por guardarem, como tesouros dourados e sagrados, as espigas que colhem. Caprichoso, o percurso revela-nos a natureza resplandecente e a fertilidade verdejante destas terras da Peneda-Gerês.
Composição sobre Nine Arches Bridge, Ella, Sri Lanka
Património Mundial UNESCO
PN Yala-Ella-Candia, Sri Lanka

Jornada Pelo Âmago de Chá do Sri Lanka

Deixamos a orla marinha do PN Yala rumo a Ella. A caminho de Nanu Oya, serpenteamos sobre carris pela selva, entre plantações do famoso Ceilão. Três horas depois, uma vez mais de carro, damos entrada em Kandy, a capital budista que os portugueses nunca conseguiram dominar.
ora de cima escadote, feiticeiro da nova zelandia, Christchurch, Nova Zelandia
Personagens
Christchurch, Nova Zelândia

O Feiticeiro Amaldiçoado da Nova Zelândia

Apesar da sua notoriedade nos antípodas, Ian Channell, o feiticeiro da Nova Zelândia não conseguiu prever ou evitar vários sismos que assolaram Christchurch. Com 88 anos de idade, após 23 anos de contrato com a cidade, fez afirmações demasiado polémicas e acabou despedido.
Magníficos Dias Atlânticos
Praias
Morro de São Paulo, Brasil

Um Litoral Divinal da Bahia

Há três décadas, não passava de uma vila piscatória remota e humilde. Até que algumas comunidades pós-hippies revelaram o retiro do Morro ao mundo e o promoveram a uma espécie de santuário balnear.
Peregrinos no cimo, Monte Sinai, Egipto
Religião
Monte Sinai, Egipto

Força nas Pernas e Fé em Deus

Moisés recebeu os Dez Mandamentos no cume do Monte Sinai e revelou-os ao povo de Israel. Hoje, centenas de peregrinos vencem, todas as noites, os 4000 degraus daquela dolorosa mas mística ascensão.
Trem do Serra do Mar, Paraná, vista arejada
Sobre Carris
Curitiba a Morretes, Paraná, Brasil

Paraná Abaixo, a Bordo do Trem Serra do Mar

Durante mais de dois séculos, só uma estrada sinuosa e estreita ligava Curitiba ao litoral. Até que, em 1885, uma empresa francesa inaugurou um caminho-de-ferro com 110 km. Percorremo-lo, até Morretes, a estação, hoje, final para passageiros. A 40km do término original e costeiro de Paranaguá.
Graffiti deusa creepy, Haight Ashbury, Sao Francisco, EUA, Estados Unidos America
Sociedade
The Haight, São Francisco, E.U.A.

Órfãos do Verão do Amor

O inconformismo e a criatividade ainda estão presentes no antigo bairro Flower Power. Mas, quase 50 anos depois, a geração hippie deu lugar a uma juventude sem-abrigo, descontrolada e até agressiva.
Mulheres com cabelos longos de Huang Luo, Guangxi, China
Vida Quotidiana
Longsheng, China

Huang Luo: a Aldeia Chinesa dos Cabelos mais Longos

Numa região multiétnica coberta de arrozais socalcados, as mulheres de Huang Luo renderam-se a uma mesma obsessão capilar. Deixam crescer os cabelos mais longos do mundo, anos a fio, até um comprimento médio de 170 a 200 cm. Por estranho que pareça, para os manterem belos e lustrosos, usam apenas água e arrôz.
Gandoca Manzanillo Refúgio, Baía
Vida Selvagem
Gandoca-Manzanillo (Refúgio de Vida Selvagem), Costa Rica

O Refúgio Caribenho de Gandoca-Manzanillo

No fundo do seu litoral sudeste, na iminência do Panamá, a nação “tica” protege um retalho de selva, de pântano e de Mar das Caraíbas. Além de um refúgio de vida selvagem providencial, Gandoca-Manzanillo revela-se um deslumbrante éden tropical.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.