Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios


Belavista
Mulher admira uma enseada arenosa, a partir de um miradouro do Big Sur.
Bixby Bridge
A ponte de Bixby, que dá continuidade à Highway One sobre um desfiladeiro profundo.
Big Sur Inn
Entrada do Big Sur Inn, uma pousada à beira da Highway 1, Califórnia
Pacífico mas pouco
Mar revolto agita uma enseada do Big Sur.
O conflito do costume
Leões-marinhos conflituosos num areal do Big Sur.
O veículo ideal
Uma roulotte estacionada numa zona de dunas do Big Sur.
Oceano Branco
Névoa cobre todo o cenário oceânico ao largo do Big Sur.
Vida de roedor
Um esquilo analisa as oportunidades.
Doce acrescento
Fio de água doce mergulha numa enseada banhada pelo oceano Pacífico.
Oceano de Névoa
Nevoeiro característico da região do Big Sur preenche as enseadas acima do oceano Pacífico.
Manada organizada
Manada de vacas percorre uma encosta despida e quente nos cimos do Big Sur.
Correio Inn
Caixas de correio do Big Sur Inn, à beira da Highway One.
Maré de alvura
Névoa acima do oceano Pacífico preenche sucessivas enseadas ao longo da Highway One.
Conforto marinho
Uma foca elefante recostada num areal frio do Big Sur.
Bixby Bridge 1932
A ponte de Bixby, acrescentada à Highway One em 1932.
Ocaso ao acaso
Sol quase a pôr-se sobre o oceano Pacífico a ocidente do continente americano.
Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.

Los Angeles ficou há muito para sul, como San Simeon, a última povoação digna de registo, só porque o magnata da imprensa William Hearst ali mandou erguer uma mansão impressionante com 165 quartos que a sua corporação homónima doou mais tarde ao estado da Califórnia.

Aos poucos, a Highway 1 rende-se ao cerco concertado entre a cordilheira de Santa Lucia e o oceano Pacífico.

Passa a ziguezaguear acima e abaixo de encostas e vales que se lançam sobre uma costa pré-histórica e selvagem, “o encontro da terra e água mais grandioso do mundo”, assim se habituou a classifica-lo a vasta  comunidade de artistas admiradores do lugar.

Enseada, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

Mar revolto agita uma enseada do Big Sur.

O Magnetismo Natural do Big Sur

Todos os anos, são mais de três milhões os visitantes que se cruzam nas curvas caprichosas do percurso ou nas pontes em arco que atravessam os vários desfiladeiros.

Após o pôr-do-sol, não se vislumbram luzes em postes eléctricos ou sequer de habitações. Só os rastos longínquos deixados pelos carros que ainda circulam mancham aquele domínio, na sua quase totalidade por colonizar.

Visitante em miradouro, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

Mulher admira uma enseada arenosa, a partir de um miradouro do Big Sur.

Remoto, isolado e profundamente natural, o Big Sur emana uma forte geo-espiritualidade que não passa despercebida. Alguns mosteiros instalaram-se nas suas elevações para que as comunidades residentes de religiosos dela pudessem comungar.

Com ou sem fé, a sensação de se estar num santuário prevalece declive atrás de declive, reforçada sempre que o manto infindável de nevoeiro vela o Pacífico frígido e afaga as línguas de terra mais quentes como um incenso meteorológico.

Nevoeiro pairante, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

Névoa acima do oceano Pacífico preenche sucessivas enseadas ao longo da Highway One.

Uns poucos milhares de almas desenquadradas ou eremitas espalharam-se também por 400 km2 daquelas paragens na esperança de beneficiarem da purificação. Algumas mantêm-se ao longo do resto das suas vidas. Outras, vergam-se sob o peso da solidão e, mais cedo ou mais tarde, desistem dos votos de recolhimento.

A Viagem de Refúgio de Jack Kerouac

Nos anos 60, Jack Kerouac tornou-se na personalidade mais famosa a responder ao apelo da costa de todos os refúgios. No romance autobiográfico “Big Sur” – que terá escrito em apenas dez dias – Kerouac passa para a pele de Jack Duluouz e narra a sua degradação física e mental, agravada pela crescente pressão dos fãs de que se procura abstrair consumindo álcool em quantidade proporcional.

No livro, a determinada altura, Duluouz cede à sua fraqueza e a um primeiro refúgio da cena Beat devoradora de São Francisco na cabana do poeta amigo de Kerouac, Lawrence Ferlinghetti, situada em Bixby Canyon.

Bixby bridge, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

A ponte de Bixby, que dá continuidade à Highway One sobre um desfiladeiro profundo.

Mas, Duluouz lida tão mal com a as exigências da sociedade libertina de Frisco como com o isolamento confrangedor da beira-mar ou a morte do seu gato Tyke.

De forma tão súbita como tinha chegado, regressa à cidade. Mas continua a procurar a bênção do Big Sur, mais tarde, atormentado pela exigência do amor de Billie – a personagem da amante de Neal Cassady, um outro poeta Beat influente –  que reclama a Jack que se case com ela.

A Fuga Sem Saída de Kerouac

Duluouz, ou Kerouac, como preferirmos, rejeita o compromisso e volta a render-se ao chamamento da bebida e da vida boémia. Nem o Big Sur nem o destino o salvam.

Névoa, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

Névoa cobre todo o cenário oceânico ao largo do Big Sur.

Dai em diante, o verdadeiro Jack entra numa espiral de declínio que só termina, em Outubro de 1969, com a sua morte, causada por uma hemorragia na sequência de uma cirrose agravada.

Do topo de um de tantos penhascos assustadores, temos mais uma das visões que Kerouac admirava e temia em simultâneo, por alguma razão frequentemente baptizadas de Puerta del Diablo, outras de Devils Canyon e com nomes obscuros afins.

Queda de água, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

Fio de água doce mergulha numa enseada banhada pelo oceano Pacífico.

O abismo cru da rocha pré-histórica, os ramos distorcidos dos ciprestes, a beleza subtil da salva e de outros arbustos e arranjos florais espontâneos antecipando-se a longas quedas de água que se fundem com uma rebentação inclemente.

Inebriado, paranóico e temeroso, Jack sentia nestes cenários vertiginosos do Big Sur uma ameaça semelhante à das realidades e pessoas que o acossavam.

A Inspiração Desvendada por Kerouac do Big Sur

No entanto, tal como as lontras, as focas, e elefantes-marinhos nadam por entre colónias estranguladoras de limos e algas e manipulam o poder avassalador das ondas, também outros autores da Beat Generation se inspiraram com o assédio permanente de admiradores e prosperaram em termos criativos apesar da hipocrisia que começara a grassar no âmago do seu recém-gerado movimento.

Leões marinhos, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

Leões-marinhos conflituosos num areal do Big Sur.

Kerouac não parou de produzir. As suas criações deixam, no entanto, transparecer a intensificação de um sentimento de intimidação e pequenez perante o Mundo. De volta ao Big Sur, impressionado pelo bruar e explodir permanente do oceano contra o continente americano, o escritor chegou a “Mar”, um poema de 22 páginas em que anotou as suas variações e contrastes.

A Realidade Natural e Literária do Big Sur

A água marítima do Big Sur é gélida e nenhum banhista nela se aventura. Ao largo, nem veleiros nem o esperado petroleiro ou cargueiro sulca o mar selvagem, apenas, de tempos a tempos, a ocasional baleia em migração.

Para o interior, nos vales mais recônditos da cordilheira, a temperatura pode cair 10º nuns meros minutos. No Inverno, chega a valores negativos, um frio que a forte humidade potencia. Nos meses mais quentes do Verão, os incêndios provocados por relâmpagos assumem proporções dantescas e geram um efeito contrário.

Vacas, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

Manada de vacas percorre uma encosta despida e quente nos cimos do Big Sur.

Este contraste e a dureza da vida na Cordilheira de Santa Lucia era bem conhecido pelos percursores de Kerouac, os primeiros artistas que se mudaram e assentaram o seu dia-a-dia na fiabilidade de candeeiros a óleo e em fogareiros.

Robinson Jeffers, nos anos 20, foi o primeiro. A sua poesia deu origem ao imaginário romântico do Big Sur que atraiu seguidores. Henry Miller habitou na cordilheira de 1944 até praticamente à altura em que Jack Kerouac a visitou.

O seu ensaio/romance “Big Sur e as Laranjas de Hieronimous Bosch” aborda os prazeres e sofrimento decorrentes de “escapar do pesadelo de ar condicionado” da vida moderna.

Henri Miller, Orson Wells e os Outros

Miller também fez saber que, numa determinada ocasião, um viajante lhe bateu à porta à procura “do culto do sexo e da anarquia” e que regressou a casa, desiludido, por não ter encontrado nada do que buscava.

A presença de Miller surge ainda referenciada na obra de Richard Brautigan “Um General Confederado de Big Sur” em que uma dupla de jovens homens lá tentam a vida idílica que outros autores tinham promovido, erguendo pequenas barracas em que são molestados por pragas de moscas e outros insectos, pelos tectos baixos, pela visita de homens de negócios em colapso nervoso e pelo coaxar de milhares de sapos que os impediam de pôr o sono em dia.

Levado pela literatura e conversa nos bares e cafés de Haight, Castro e outros bairros de São Francisco, o Big Sur acabou por chegar também a Los Angeles e a Hollywood.

Big Sur inn-Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

Entrada do Big Sur Inn, uma pousada à beira da Highway 1, Califórnia

Em 1944, durante uma viagem em que percorreram a zona, Orson Wells e a esposa Rita Hayworth ficaram tão impressionados com a paisagem que, por impulso, compraram uma cabana. Nunca lá chegaram a passar uma noite que fosse.

Mais tarde, a habitação deu lugar a um restaurante, o Nepenthe, por ironia, o nome grego de um medicamento ancestral para o desgosto, uma espécie de anti-depressivo clássico-helénico.

Em 1965, Richard Burton e Elisabeth Taylor protagonizaram o clássico The Sandpiper, um dos poucos filmes rodados em Big Sur e a assumir os seus panoramas enquanto cenários reais.

As equipas de filmagem chegaram e logo partiram. O Big Sur passou nos ecrãs de cinema e de TV mas pouco ou nada mudou.

As cinzas de Henry Miller ainda por lá repousam e, como resumiu o escritor a propósito da fidelidade àquele lugar mágico, as únicas pessoas que se afeiçoam ao ponto de ficarem de vez são “almas engenhosas e auto-suficientes” e essa é uma combinação rara.

Encontra-se, entre os pintores e poetas das novas gerações. Mesmo esses, em maior número, convivem cada vez mais entre si para evitarem serem esmagados pela superioridade do céu, da terra e do mar, das forças eternas em disputa no grande Big Sur.

Por do sol, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

Sol quase a pôr-se sobre o oceano Pacífico a ocidente do continente americano.

Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Key West, E.U.A.

O Faroeste Tropical dos E.U.A.

Chegamos ao fim da Overseas Highway e ao derradeiro reduto das propagadas Florida Keys. Os Estados Unidos continentais entregam-se, aqui, a uma deslumbrante vastidão marinha esmeralda-turquesa. E a um devaneio meridional alentado por uma espécie de feitiço caribenho.
Volta ao Mundo - Parte 1

Viajar Traz Sabedoria. Saiba como dar a Volta ao Mundo.

A Terra gira sobre si própria todos os dias. Nesta série de artigos, encontra esclarecimentos e conselhos indispensáveis a quem faz questão de a circundar pelo menos uma vez na vida.
Florida Keys, E.U.A.

A Alpondra Caribenha dos E.U.A.

Os Estados Unidos continentais parecem encerrar-se, a sul, na sua caprichosa península da Flórida. Não se ficam por aí. Mais de cem ilhas de coral, areia e mangal formam uma excêntrica extensão tropical que há muito seduz os veraneantes norte-americanos.
São Petersburgo, Rússia

Na Pista de "Crime e Castigo"

Em São Petersburgo, não resistimos a investigar a inspiração para as personagens vis do romance mais famoso de Fiódor Dostoiévski: as suas próprias lástimas e as misérias de certos concidadãos.
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Anchorage a Homer, E.U.A.

Viagem ao Fim da Estrada Alasquense

Se Anchorage se tornou a grande cidade do 49º estado dos E.U.A., Homer, a 350km, é a sua mais famosa estrada sem saída. Os veteranos destas paragens consideram esta estranha língua de terra solo sagrado. Também veneram o facto de, dali, não poderem continuar para lado nenhum.
Estradas Imperdíveis

Grandes Percursos, Grandes Viagens

Com nomes pomposos ou meros códigos rodoviários, certas estradas percorrem cenários realmente sublimes. Da Road 66 à Great Ocean Road, são, todas elas, aventuras imperdíveis ao volante.
Great Ocean Road, Austrália

Oceano Fora, pelo Grande Sul Australiano

Uma das evasões preferidas dos habitantes do estado australiano de Victoria, a via B100 desvenda um litoral sublime que o oceano moldou. Bastaram-nos uns quilómetros para percebermos porque foi baptizada de The Great Ocean Road.
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
The Haight, São Francisco, E.U.A.

Órfãos do Verão do Amor

O inconformismo e a criatividade ainda estão presentes no antigo bairro Flower Power. Mas, quase 50 anos depois, a geração hippie deu lugar a uma juventude sem-abrigo, descontrolada e até agressiva.
Miami, E.U.A.

Uma Obra-Prima da Reabilitação Urbana

Na viragem para o século XXI, o bairro Wynwood mantinha-se repleto de fábricas e armazéns abandonados e grafitados. Tony Goldman, um investidor imobiliário astuto, comprou mais de 25 propriedades e fundou um parque mural. Muito mais que ali homenagear o grafiti, Goldman fundou o grande bastião da criatividade de Miami.
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

Poucos litorais concentram, ao mesmo tempo, tanto calor e exibições de fama, de riqueza e de glória. Situada no extremo sudeste dos E.U.A., Miami Beach tem acesso por seis pontes que a ligam ao resto da Florida. É parco para o número de almas que a desejam.
Little Havana, E.U.A.

A Pequena Havana dos Inconformados

Ao longo das décadas e até aos dias de hoje, milhares de cubanos cruzaram o estreito da Florida em busca da terra da liberdade e da oportunidade. Com os E.U.A. ali a meros 145 km, muitos não foram mais longe. A sua Little Havana de Miami é, hoje, o bairro mais emblemático da diáspora cubana.
Grand Canyon, E.U.A.

Viagem pela América do Norte Abismal

O rio Colorado e tributários começaram a fluir no planalto homónimo há 17 milhões de anos e expuseram metade do passado geológico da Terra. Também esculpiram uma das suas mais deslumbrantes entranhas.
Monte Denali, Alasca

O Tecto Sagrado da América do Norte

Os indígenas Athabascan chamaram-no Denali, ou o Grande e reverenciam a sua altivez. Esta montanha deslumbrante suscitou a cobiça dos montanhistas e uma longa sucessão de ascensões recordistas.
Juneau, Alasca

A Pequena Capital do Grande Alasca

De Junho a Agosto, Juneau desaparece por detrás dos navios de cruzeiro que atracam na sua doca-marginal. Ainda assim, é nesta pequena capital que se decidem os destinos do 49º estado norte-americano.
Monument Valley, E.U.A.

Índios ou cowboys?

Realizadores de Westerns emblemáticos como John Ford imortalizaram aquele que é o maior território indígena dos Estados Unidos. Hoje, na Nação Navajo, os navajo também vivem na pele dos velhos inimigos.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Leões juvenis num braço arenoso do rio Chire
Safari
PN Liwonde, Malawi

A Reanimação Prodigiosa do PN Liwonde

Durante largo tempo, a incúria generalizada e o alastrar da caça furtiva vitimaram esta reserva animal. Em 2015, a African Parks entrou em cena. Em pouco tempo, também beneficiário da água abundante do lago Malombe e do rio Chire, o Parque Nacional Liwonde tornou-se um dos mais vivos e exuberantes do Malawi.
Fiel em frente à gompa A gompa Kag Chode Thupten Samphel Ling.
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 15º - Kagbeni, Nepal

Às Portas do ex-Reino do Alto Mustang

Antes do século XII, Kagbeni já era uma encruzilhada de rotas comerciais na confluência de dois rios e duas cordilheiras em que os reis medievais cobravam impostos. Hoje, integra o famoso Circuito dos Annapurnas. Quando lá chegam, os caminhantes sabem que, mais acima, se esconde um domínio que, até 1992, proibia a entrada de forasteiros.
A pequena-grande Senglea II
Arquitectura & Design
Senglea, Malta

A Cidade Maltesa com Mais Malta

No virar do século XX, Senglea acolhia 8.000 habitantes em 0.2 km2, um recorde europeu, hoje, tem “apenas” 3.000 cristãos bairristas. É a mais diminuta, sobrelotada e genuína das urbes maltesas.
Aventura
Viagens de Barco

Para Quem Só Enjoa de Navegar na Net

Embarque e deixe-se levar em viagens de barco imperdíveis como o arquipélago filipino de Bacuit e o mar gelado do Golfo finlandês de Bótnia.
Hinduismo Balinês, Lombok, Indonésia, templo Batu Bolong, vulcão Agung em fundo
Cerimónias e Festividades
Lombok, Indonésia

Lombok: Hinduísmo Balinês Numa Ilha do Islão

A fundação da Indonésia assentou na crença num Deus único. Este princípio ambíguo sempre gerou polémica entre nacionalistas e islamistas mas, em Lombok, os balineses levam a liberdade de culto a peito
Kronstadt Rússia Outono, dona do Bouquet
Cidades
Kronstadt, Rússia

O Outono da Ilha-Cidade Russa de Todas as Encruzilhadas

Fundada por Pedro o Grande, tornou-se o porto e base naval que protegem São Petersburgo e o norte da grande Rússia. Em Março de 1921, rebelou-se contra os Bolcheviques que apoiara na Revolução de Outubro. Neste Outubro que atravessamos, Kronstadt volta a cobrir-se do mesmo amarelo exuberante da incerteza.
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Comida
Vale de Fergana, Usbequistão

Uzbequistão, a Nação a Que Não Falta o Pão

Poucos países empregam os cereais como o Usbequistão. Nesta república da Ásia Central, o pão tem um papel vital e social. Os Uzbeques produzem-no e consomem-no com devoção e em abundância.
Festival MassKara, cidade de Bacolod, Filipinas
Cultura
Bacolod, Filipinas

Um Festival para Rir da Tragédia

Por volta de 1980, o valor do açúcar, uma importante fonte de riqueza da ilha filipina de Negros caia a pique e o ferry “Don Juan” que a servia afundou e tirou a vida a mais de 176 passageiros, grande parte negrenses. A comunidade local resolveu reagir à depressão gerada por estes dramas. Assim surgiu o MassKara, uma festa apostada em recuperar os sorrisos da população.
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Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
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Em Viagem
Perth a Albany, Austrália

Pelos Confins do Faroeste Australiano

Poucos povos veneram a evasão como os aussies. Com o Verão meridional em pleno e o fim-de-semana à porta, os habitantes de Perth refugiam-se da rotina urbana no recanto sudoeste da nação. Pela nossa parte, sem compromissos, exploramos a infindável Austrália Ocidental até ao seu limite sul.
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Étnico
Batad, Filipinas

Os Socalcos que Sustentam as Filipinas

Há mais de 2000 anos, inspirado pelo seu deus do arroz, o povo Ifugao esquartejou as encostas de Luzon. O cereal que os indígenas ali cultivam ainda nutre parte significativa do país.
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Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

O Terreno e o Celestial

muralha da fortaleza de Novgorod e da Catedral Ortodoxa de Santa Sofia, Rússia
História
Novgorod, Rússia

A Avó Viking da Mãe Rússia

Durante quase todo o século que passou, as autoridades da U.R.S.S. omitiram parte das origens do povo russo. Mas a história não deixa lugar para dúvidas. Muito antes da ascensão e supremacia dos czares e dos sovietes, os primeiros colonos escandinavos fundaram, em Novgorod, a sua poderosa nação.
Elafonisi, Creta, Grécia
Ilhas
Chania a Elafonisi, Creta, Grécia

Ida à Praia à Moda de Creta

À descoberta do ocidente cretense, deixamos Chania, percorremos a garganta de Topolia e desfiladeiros menos marcados. Alguns quilómetros depois, chegamos a um recanto mediterrânico de aguarela e de sonho, o da ilha de Elafonisi e sua lagoa.
Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo
Inverno Branco
Lapónia, Finlândia

Em Busca da Raposa de Fogo

São exclusivas dos píncaros da Terra as auroras boreais ou austrais, fenómenos de luz gerados por explosões solares. Os nativos Sami da Lapónia acreditavam tratar-se de uma raposa ardente que espalhava brilhos no céu. Sejam o que forem, nem os quase 30º abaixo de zero que se faziam sentir no extremo norte da Finlândia nos demoveram de as admirar.
Sombra vs Luz
Literatura
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Skyway cruza o Vale de Jamison
Natureza
Katoomba, Austrália

As Três Irmãs das Montanhas Azuis

Situadas a oeste de Sydney, as Blue Mountains formam um dos domínios mais procurados pelos ozzies e estrangeiros em busca de evasão. Atrai-os a beleza natural vista de Katoomba, os penhascos afiados das Three Sisters e as cascatas que se despenham sobre o vale de Jamison. À sombra deste frenesim turístico, perdura a habitual marginalização das origens e da cultura aborígene local.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Merida a Los Nevados confins dos Andes, Venezuela
Parques Naturais
Mérida, Venezuela

Mérida a Los Nevados: nos Confins Andinos da Venezuela

Nos anos 40 e 50, a Venezuela atraiu 400 mil portugueses mas só metade ficou em Caracas. Em Mérida, encontramos lugares mais semelhantes às origens e a geladaria excêntrica dum portista imigrado.
Ilha de São Miguel, Acores Deslumbrantes por Natureza
Património Mundial UNESCO
São Miguel, Açores

Ilha de São Miguel: Açores Deslumbrantes, Por Natureza

Uma biosfera imaculada que as entranhas da Terra moldam e amornam exibe-se, em São Miguel, em formato panorâmico. São Miguel é a maior das ilhas portuguesas. E é uma obra de arte da Natureza e do Homem no meio do Atlântico Norte plantada.
Em quimono de elevador, Osaka, Japão
Personagens
Osaka, Japão

Na Companhia de Mayu

A noite japonesa é um negócio bilionário e multifacetado. Em Osaka, acolhe-nos uma anfitriã de couchsurfing enigmática, algures entre a gueixa e a acompanhante de luxo.
Praia Balandra, México, Baja Califórnia, vista aérea
Praias
Playas Balandra e El Tecolote, Baja California Sur, México

Tesouros Balneares do Mar de Cortés

Proclamada, amiúde, a praia mais bonita do México, encontramos na enseada recortada de playa Balandra um caso sério de exotismo paisagístico. Em duo com a vizinha playa Tecolote, revela-se uma das beira-mares realmente imperdíveis da vasta Baixa Califórnia.
Santo Sepulcro, Jerusalém, igrejas cristãs, sacerdote com insensário
Religião
Basílica Santo Sepúlcro, Jerusalém, Israel

O Templo Supremo das Velhas Igrejas Cristãs

Foi mandada construir pelo imperador Constantino, no lugar da Crucificação e Ressurreição de Jesus e de um antigo templo de Vénus. Na génese, uma obra Bizantina, a Basílica do Santo Sepúlcro é, hoje, partilhada e disputada por várias denominações cristãs como o grande edifício unificador do Cristianismo.
Trem do Serra do Mar, Paraná, vista arejada
Sobre Carris
Curitiba a Morretes, Paraná, Brasil

Paraná Abaixo, a Bordo do Trem Serra do Mar

Durante mais de dois séculos, só uma estrada sinuosa e estreita ligava Curitiba ao litoral. Até que, em 1885, uma empresa francesa inaugurou um caminho-de-ferro com 110 km. Percorremo-lo, até Morretes, a estação, hoje, final para passageiros. A 40km do término original e costeiro de Paranaguá.
religiosos militares, muro das lamentacoes, juramento bandeira IDF, Jerusalem, Israel
Sociedade
Jerusalém, Israel

Em Festa no Muro das Lamentações

Nem só a preces e orações atende o lugar mais sagrado do judaísmo. As suas pedras milenares testemunham, há décadas, o juramento dos novos recrutas das IDF e ecoam os gritos eufóricos que se seguem.
Visitantes nas ruínas de Talisay, ilha de Negros, Filipinas
Vida Quotidiana
Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
Rottnest Island, Wadjemup, Australia, Quokkas
Vida Selvagem
Wadjemup, Rottnest Island, Austrália

Entre Quokkas e outros Espíritos Aborígenes

No século XVII, um capitão holandês apelidou esta ilha envolta de um oceano Índico turquesa, de “Rottnest, um ninho de ratos”. Os quokkas que o iludiram sempre foram, todavia, marsupiais, considerados sagrados pelos aborígenes Whadjuk Noongar da Austrália Ocidental. Como a ilha edénica em que os colonos britânicos os martirizaram.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.