Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios


Belavista
Mulher admira uma enseada arenosa, a partir de um miradouro do Big Sur.
Bixby Bridge
A ponte de Bixby, que dá continuidade à Highway One sobre um desfiladeiro profundo.
Big Sur Inn
Entrada do Big Sur Inn, uma pousada à beira da Highway 1, Califórnia
Pacífico mas pouco
Mar revolto agita uma enseada do Big Sur.
O conflito do costume
Leões-marinhos conflituosos num areal do Big Sur.
O veículo ideal
Uma roulotte estacionada numa zona de dunas do Big Sur.
Oceano Branco
Névoa cobre todo o cenário oceânico ao largo do Big Sur.
Vida de roedor
Um esquilo analisa as oportunidades.
Doce acrescento
Fio de água doce mergulha numa enseada banhada pelo oceano Pacífico.
Oceano de Névoa
Nevoeiro característico da região do Big Sur preenche as enseadas acima do oceano Pacífico.
Manada organizada
Manada de vacas percorre uma encosta despida e quente nos cimos do Big Sur.
Correio Inn
Caixas de correio do Big Sur Inn, à beira da Highway One.
Maré de alvura
Névoa acima do oceano Pacífico preenche sucessivas enseadas ao longo da Highway One.
Conforto marinho
Uma foca elefante recostada num areal frio do Big Sur.
Bixby Bridge 1932
A ponte de Bixby, acrescentada à Highway One em 1932.
Ocaso ao acaso
Sol quase a pôr-se sobre o oceano Pacífico a ocidente do continente americano.
Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.

Los Angeles ficou há muito para sul, como San Simeon, a última povoação digna de registo, só porque o magnata da imprensa William Hearst ali mandou erguer uma mansão impressionante com 165 quartos que a sua corporação homónima doou mais tarde ao estado da Califórnia.

Aos poucos, a Highway 1 rende-se ao cerco concertado entre a cordilheira de Santa Lucia e o oceano Pacífico.

Passa a ziguezaguear acima e abaixo de encostas e vales que se lançam sobre uma costa pré-histórica e selvagem, “o encontro da terra e água mais grandioso do mundo”, assim se habituou a classifica-lo a vasta  comunidade de artistas admiradores do lugar.

Enseada, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

Mar revolto agita uma enseada do Big Sur.

O Magnetismo Natural do Big Sur

Todos os anos, são mais de três milhões os visitantes que se cruzam nas curvas caprichosas do percurso ou nas pontes em arco que atravessam os vários desfiladeiros.

Após o pôr-do-sol, não se vislumbram luzes em postes eléctricos ou sequer de habitações. Só os rastos longínquos deixados pelos carros que ainda circulam mancham aquele domínio, na sua quase totalidade por colonizar.

Visitante em miradouro, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

Mulher admira uma enseada arenosa, a partir de um miradouro do Big Sur.

Remoto, isolado e profundamente natural, o Big Sur emana uma forte geo-espiritualidade que não passa despercebida. Alguns mosteiros instalaram-se nas suas elevações para que as comunidades residentes de religiosos dela pudessem comungar.

Com ou sem fé, a sensação de se estar num santuário prevalece declive atrás de declive, reforçada sempre que o manto infindável de nevoeiro vela o Pacífico frígido e afaga as línguas de terra mais quentes como um incenso meteorológico.

Nevoeiro pairante, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

Névoa acima do oceano Pacífico preenche sucessivas enseadas ao longo da Highway One.

Uns poucos milhares de almas desenquadradas ou eremitas espalharam-se também por 400 km2 daquelas paragens na esperança de beneficiarem da purificação. Algumas mantêm-se ao longo do resto das suas vidas. Outras, vergam-se sob o peso da solidão e, mais cedo ou mais tarde, desistem dos votos de recolhimento.

A Viagem de Refúgio de Jack Kerouac

Nos anos 60, Jack Kerouac tornou-se na personalidade mais famosa a responder ao apelo da costa de todos os refúgios. No romance autobiográfico “Big Sur” – que terá escrito em apenas dez dias – Kerouac passa para a pele de Jack Duluouz e narra a sua degradação física e mental, agravada pela crescente pressão dos fãs de que se procura abstrair consumindo álcool em quantidade proporcional.

No livro, a determinada altura, Duluouz cede à sua fraqueza e a um primeiro refúgio da cena Beat devoradora de São Francisco na cabana do poeta amigo de Kerouac, Lawrence Ferlinghetti, situada em Bixby Canyon.

Bixby bridge, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

A ponte de Bixby, que dá continuidade à Highway One sobre um desfiladeiro profundo.

Mas, Duluouz lida tão mal com a as exigências da sociedade libertina de Frisco como com o isolamento confrangedor da beira-mar ou a morte do seu gato Tyke.

De forma tão súbita como tinha chegado, regressa à cidade. Mas continua a procurar a bênção do Big Sur, mais tarde, atormentado pela exigência do amor de Billie – a personagem da amante de Neal Cassady, um outro poeta Beat influente –  que reclama a Jack que se case com ela.

A Fuga Sem Saída de Kerouac

Duluouz, ou Kerouac, como preferirmos, rejeita o compromisso e volta a render-se ao chamamento da bebida e da vida boémia. Nem o Big Sur nem o destino o salvam.

Névoa, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

Névoa cobre todo o cenário oceânico ao largo do Big Sur.

Dai em diante, o verdadeiro Jack entra numa espiral de declínio que só termina, em Outubro de 1969, com a sua morte, causada por uma hemorragia na sequência de uma cirrose agravada.

Do topo de um de tantos penhascos assustadores, temos mais uma das visões que Kerouac admirava e temia em simultâneo, por alguma razão frequentemente baptizadas de Puerta del Diablo, outras de Devils Canyon e com nomes obscuros afins.

Queda de água, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

Fio de água doce mergulha numa enseada banhada pelo oceano Pacífico.

O abismo cru da rocha pré-histórica, os ramos distorcidos dos ciprestes, a beleza subtil da salva e de outros arbustos e arranjos florais espontâneos antecipando-se a longas quedas de água que se fundem com uma rebentação inclemente.

Inebriado, paranóico e temeroso, Jack sentia nestes cenários vertiginosos do Big Sur uma ameaça semelhante à das realidades e pessoas que o acossavam.

A Inspiração Desvendada por Kerouac do Big Sur

No entanto, tal como as lontras, as focas, e elefantes-marinhos nadam por entre colónias estranguladoras de limos e algas e manipulam o poder avassalador das ondas, também outros autores da Beat Generation se inspiraram com o assédio permanente de admiradores e prosperaram em termos criativos apesar da hipocrisia que começara a grassar no âmago do seu recém-gerado movimento.

Leões marinhos, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

Leões-marinhos conflituosos num areal do Big Sur.

Kerouac não parou de produzir. As suas criações deixam, no entanto, transparecer a intensificação de um sentimento de intimidação e pequenez perante o Mundo. De volta ao Big Sur, impressionado pelo bruar e explodir permanente do oceano contra o continente americano, o escritor chegou a “Mar”, um poema de 22 páginas em que anotou as suas variações e contrastes.

A Realidade Natural e Literária do Big Sur

A água marítima do Big Sur é gélida e nenhum banhista nela se aventura. Ao largo, nem veleiros nem o esperado petroleiro ou cargueiro sulca o mar selvagem, apenas, de tempos a tempos, a ocasional baleia em migração.

Para o interior, nos vales mais recônditos da cordilheira, a temperatura pode cair 10º nuns meros minutos. No Inverno, chega a valores negativos, um frio que a forte humidade potencia. Nos meses mais quentes do Verão, os incêndios provocados por relâmpagos assumem proporções dantescas e geram um efeito contrário.

Vacas, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

Manada de vacas percorre uma encosta despida e quente nos cimos do Big Sur.

Este contraste e a dureza da vida na Cordilheira de Santa Lucia era bem conhecido pelos percursores de Kerouac, os primeiros artistas que se mudaram e assentaram o seu dia-a-dia na fiabilidade de candeeiros a óleo e em fogareiros.

Robinson Jeffers, nos anos 20, foi o primeiro. A sua poesia deu origem ao imaginário romântico do Big Sur que atraiu seguidores. Henry Miller habitou na cordilheira de 1944 até praticamente à altura em que Jack Kerouac a visitou.

O seu ensaio/romance “Big Sur e as Laranjas de Hieronimous Bosch” aborda os prazeres e sofrimento decorrentes de “escapar do pesadelo de ar condicionado” da vida moderna.

Henri Miller, Orson Wells e os Outros

Miller também fez saber que, numa determinada ocasião, um viajante lhe bateu à porta à procura “do culto do sexo e da anarquia” e que regressou a casa, desiludido, por não ter encontrado nada do que buscava.

A presença de Miller surge ainda referenciada na obra de Richard Brautigan “Um General Confederado de Big Sur” em que uma dupla de jovens homens lá tentam a vida idílica que outros autores tinham promovido, erguendo pequenas barracas em que são molestados por pragas de moscas e outros insectos, pelos tectos baixos, pela visita de homens de negócios em colapso nervoso e pelo coaxar de milhares de sapos que os impediam de pôr o sono em dia.

Levado pela literatura e conversa nos bares e cafés de Haight, Castro e outros bairros de São Francisco, o Big Sur acabou por chegar também a Los Angeles e a Hollywood.

Big Sur inn-Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

Entrada do Big Sur Inn, uma pousada à beira da Highway 1, Califórnia

Em 1944, durante uma viagem em que percorreram a zona, Orson Wells e a esposa Rita Hayworth ficaram tão impressionados com a paisagem que, por impulso, compraram uma cabana. Nunca lá chegaram a passar uma noite que fosse.

Mais tarde, a habitação deu lugar a um restaurante, o Nepenthe, por ironia, o nome grego de um medicamento ancestral para o desgosto, uma espécie de anti-depressivo clássico-helénico.

Em 1965, Richard Burton e Elisabeth Taylor protagonizaram o clássico The Sandpiper, um dos poucos filmes rodados em Big Sur e a assumir os seus panoramas enquanto cenários reais.

As equipas de filmagem chegaram e logo partiram. O Big Sur passou nos ecrãs de cinema e de TV mas pouco ou nada mudou.

As cinzas de Henry Miller ainda por lá repousam e, como resumiu o escritor a propósito da fidelidade àquele lugar mágico, as únicas pessoas que se afeiçoam ao ponto de ficarem de vez são “almas engenhosas e auto-suficientes” e essa é uma combinação rara.

Encontra-se, entre os pintores e poetas das novas gerações. Mesmo esses, em maior número, convivem cada vez mais entre si para evitarem serem esmagados pela superioridade do céu, da terra e do mar, das forças eternas em disputa no grande Big Sur.

Por do sol, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

Sol quase a pôr-se sobre o oceano Pacífico a ocidente do continente americano.

Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Key West, E.U.A.

O Faroeste Tropical dos E.U.A.

Chegamos ao fim da Overseas Highway e ao derradeiro reduto das propagadas Florida Keys. Os Estados Unidos continentais entregam-se, aqui, a uma deslumbrante vastidão marinha esmeralda-turquesa. E a um devaneio meridional alentado por uma espécie de feitiço caribenho.
Volta ao Mundo - Parte 1

Viajar Traz Sabedoria. Saiba como dar a Volta ao Mundo.

A Terra gira sobre si própria todos os dias. Nesta série de artigos, encontra esclarecimentos e conselhos indispensáveis a quem faz questão de a circundar pelo menos uma vez na vida.
Florida Keys, E.U.A.

A Alpondra Caribenha dos E.U.A.

Os Estados Unidos continentais parecem encerrar-se, a sul, na sua caprichosa península da Flórida. Não se ficam por aí. Mais de cem ilhas de coral, areia e mangal formam uma excêntrica extensão tropical que há muito seduz os veraneantes norte-americanos.
São Petersburgo, Rússia

Na Pista de "Crime e Castigo"

Em São Petersburgo, não resistimos a investigar a inspiração para as personagens vis do romance mais famoso de Fiódor Dostoiévski: as suas próprias lástimas e as misérias de certos concidadãos.
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Anchorage a Homer, E.U.A.

Viagem ao Fim da Estrada Alasquense

Se Anchorage se tornou a grande cidade do 49º estado dos E.U.A., Homer, a 350km, é a sua mais famosa estrada sem saída. Os veteranos destas paragens consideram esta estranha língua de terra solo sagrado. Também veneram o facto de, dali, não poderem continuar para lado nenhum.
Estradas Imperdíveis

Grandes Percursos, Grandes Viagens

Com nomes pomposos ou meros códigos rodoviários, certas estradas percorrem cenários realmente sublimes. Da Road 66 à Great Ocean Road, são, todas elas, aventuras imperdíveis ao volante.
Great Ocean Road, Austrália

Oceano Fora, pelo Grande Sul Australiano

Uma das evasões preferidas dos habitantes do estado australiano de Victoria, a via B100 desvenda um litoral sublime que o oceano moldou. Bastaram-nos uns quilómetros para percebermos porque foi baptizada de The Great Ocean Road.
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
The Haight, São Francisco, E.U.A.

Órfãos do Verão do Amor

O inconformismo e a criatividade ainda estão presentes no antigo bairro Flower Power. Mas, quase 50 anos depois, a geração hippie deu lugar a uma juventude sem-abrigo, descontrolada e até agressiva.
Miami, E.U.A.

Uma Obra-Prima da Reabilitação Urbana

Na viragem para o século XXI, o bairro Wynwood mantinha-se repleto de fábricas e armazéns abandonados e grafitados. Tony Goldman, um investidor imobiliário astuto, comprou mais de 25 propriedades e fundou um parque mural. Muito mais que ali homenagear o grafiti, Goldman fundou o grande bastião da criatividade de Miami.
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

Poucos litorais concentram, ao mesmo tempo, tanto calor e exibições de fama, de riqueza e de glória. Situada no extremo sudeste dos E.U.A., Miami Beach tem acesso por seis pontes que a ligam ao resto da Florida. É parco para o número de almas que a desejam.
Little Havana, E.U.A.

A Pequena Havana dos Inconformados

Ao longo das décadas e até aos dias de hoje, milhares de cubanos cruzaram o estreito da Florida em busca da terra da liberdade e da oportunidade. Com os E.U.A. ali a meros 145 km, muitos não foram mais longe. A sua Little Havana de Miami é, hoje, o bairro mais emblemático da diáspora cubana.
Grand Canyon, E.U.A.

Viagem pela América do Norte Abismal

O rio Colorado e tributários começaram a fluir no planalto homónimo há 17 milhões de anos e expuseram metade do passado geológico da Terra. Também esculpiram uma das suas mais deslumbrantes entranhas.
Monte Denali, Alasca

O Tecto Sagrado da América do Norte

Os indígenas Athabascan chamaram-no Denali, ou o Grande e reverenciam a sua altivez. Esta montanha deslumbrante suscitou a cobiça dos montanhistas e uma longa sucessão de ascensões recordistas.
Juneau, Alasca

A Pequena Capital do Grande Alasca

De Junho a Agosto, Juneau desaparece por detrás dos navios de cruzeiro que atracam na sua doca-marginal. Ainda assim, é nesta pequena capital que se decidem os destinos do 49º estado norte-americano.
Monument Valley, E.U.A.

Índios ou cowboys?

Realizadores de Westerns emblemáticos como John Ford imortalizaram aquele que é o maior território indígena dos Estados Unidos. Hoje, na Nação Navajo, os navajo também vivem na pele dos velhos inimigos.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Leões juvenis num braço arenoso do rio Chire
Safari
PN Liwonde, Malawi

A Reanimação Prodigiosa do PN Liwonde

Durante largo tempo, a incúria generalizada e o alastrar da caça furtiva vitimaram esta reserva animal. Em 2015, a African Parks entrou em cena. Em pouco tempo, também beneficiário da água abundante do lago Malombe e do rio Chire, o Parque Nacional Liwonde tornou-se um dos mais vivos e exuberantes do Malawi.
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 5º - Ngawal a BragaNepal

Rumo a Braga. A Nepalesa.

Passamos nova manhã de meteorologia gloriosa à descoberta de Ngawal. Segue-se um curto trajecto na direcção de Manang, a principal povoação no caminho para o zénite do circuito Annapurna. Ficamo-nos por Braga (Braka). A aldeola não tardaria a provar-se uma das suas mais inolvidáveis escalas.
Gravuras, Templo Karnak, Luxor, Egipto
Arquitectura & Design
Luxor, Egipto

De Luxor a Tebas: viagem ao Antigo Egipto

Tebas foi erguida como a nova capital suprema do Império Egípcio, o assento de Amon, o Deus dos Deuses. A moderna Luxor herdou o Templo de Karnak e a sua sumptuosidade. Entre uma e a outra fluem o Nilo sagrado e milénios de história deslumbrante.
Barcos sobre o gelo, ilha de Hailuoto, Finlândia
Aventura
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
Desfile de nativos-mericanos, Pow Pow, Albuquerque, Novo México, Estados Unidos
Cerimónias e Festividades
Albuquerque, E.U.A.

Soam os Tambores, Resistem os Índios

Com mais de 500 tribos presentes, o pow wow "Gathering of the Nations" celebra o que de sagrado subsiste das culturas nativo-americanas. Mas também revela os danos infligidos pela civilização colonizadora.
Palácio Gyeongbokgung, Seul, Viagem Coreia, Manobras a cores
Cidades
Seul, Coreia do Sul

Um Vislumbre da Coreia Medieval

O Palácio de Gyeongbokgung resiste protegido por guardiães em trajes sedosos. Em conjunto, formam um símbolo da identidade sul-coreana. Sem o esperarmos, acabamos por nos ver na era imperial destas paragens asiáticas.
Comida
Comida do Mundo

Gastronomia Sem Fronteiras nem Preconceitos

Cada povo, suas receitas e iguarias. Em certos casos, as mesmas que deliciam nações inteiras repugnam muitas outras. Para quem viaja pelo mundo, o ingrediente mais importante é uma mente bem aberta.
Kiomizudera, Quioto, um Japão Milenar quase perdido
Cultura
Quioto, Japão

Um Japão Milenar Quase Perdido

Quioto esteve na lista de alvos das bombas atómicas dos E.U.A. e foi mais que um capricho do destino que a preservou. Salva por um Secretário de Guerra norte-americano apaixonado pela sua riqueza histórico-cultural e sumptuosidade oriental, a cidade foi substituída à última da hora por Nagasaki no sacrifício atroz do segundo cataclismo nuclear.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Namibe, Angola, Gruta, Parque Iona
Em Viagem
Namibe, Angola

Incursão ao Namibe Angolano

À descoberta do sul de Angola, deixamos Moçâmedes para o interior da província desértica. Ao longo de milhares de quilómetros sobre terra e areia, a rudeza dos cenários só reforça o assombro da sua vastidão.
San Cristobal de Las Casas, Chiapas, Zapatismo, México, Catedral San Nicolau
Étnico
San Cristóbal de Las Casas, México

O Lar Doce Lar da Consciência Social Mexicana

Maia, mestiça e hispânica, zapatista e turística, campestre e cosmopolita, San Cristobal não tem mãos a medir. Nela, visitantes mochileiros e activistas políticos mexicanos e expatriados partilham uma mesma demanda ideológica.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sinais Exóticos de Vida

white pass yukon train, Skagway, Rota do ouro, Alasca, EUA
História
Skagway, Alasca

Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
Gran Canária, ilha, Canárias, Espanha, La Tejeda
Ilhas
Gran Canária, Canárias

Gran (diosas) Canária (s)

É apenas a terceira maior ilha do arquipélago. Impressionou tanto os navegadores e colonos europeus que estes se habituaram a tratá-la como a suprema.
Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo
Inverno Branco
Lapónia, Finlândia

Em Busca da Raposa de Fogo

São exclusivas dos píncaros da Terra as auroras boreais ou austrais, fenómenos de luz gerados por explosões solares. Os nativos Sami da Lapónia acreditavam tratar-se de uma raposa ardente que espalhava brilhos no céu. Sejam o que forem, nem os quase 30º abaixo de zero que se faziam sentir no extremo norte da Finlândia nos demoveram de as admirar.
Sombra vs Luz
Literatura
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Jipe cruza Damaraland, Namíbia
Natureza
Damaraland, Namíbia

Namíbia On the Rocks

Centenas de quilómetros para norte de Swakopmund, muitos mais das dunas emblemáticas de Sossuvlei, Damaraland acolhe desertos entrecortados por colinas de rochas avermelhadas, a maior montanha e a arte rupestre decana da jovem nação. Os colonos sul-africanos baptizaram esta região em função dos Damara, uma das etnias da Namíbia. Só estes e outros habitantes comprovam que fica na Terra.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Fuga de Seljalandsfoss
Parques Naturais
Islândia

Ilha de Fogo, Gelo, Cascatas e Quedas de Água

A cascata suprema da Europa precipita-se na Islândia. Mas não é a única. Nesta ilha boreal, com chuva ou neve constantes e em plena batalha entre vulcões e glaciares, despenham-se torrentes sem fim.
Hiroxima, cidade rendida à paz, Japão
Património Mundial UNESCO
Hiroxima, Japão

Hiroxima: uma Cidade Rendida à Paz

Em 6 de Agosto de 1945, Hiroxima sucumbiu à explosão da primeira bomba atómica usada em guerra. Volvidos 70 anos, a cidade luta pela memória da tragédia e para que as armas nucleares sejam erradicadas até 2020.
Sósias dos irmãos Earp e amigo Doc Holliday em Tombstone, Estados Unidos da América
Personagens
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Vista da Casa Iguana, Corn islands, puro caribe, nicaragua
Praias
Corn Islands-Ilhas do Milho, Nicarágua

Puro Caribe

Cenários tropicais perfeitos e a vida genuína dos habitantes são os únicos luxos disponíveis nas também chamadas Corn Islands ou Ilhas do Milho, um arquipélago perdido nos confins centro-americanos do Mar das Caraíbas.
Camponesa, Majuli, Assam, India
Religião
Majuli, Índia

Uma Ilha em Contagem Decrescente

Majuli é a maior ilha fluvial da Índia e seria ainda uma das maiores à face da Terra não fosse a erosão do rio Bramaputra que há séculos a faz diminuir. Se, como se teme, ficar submersa dentro de vinte anos, mais que uma ilha, desaparecerá um reduto cultural e paisagístico realmente místico do Subcontinente.
Chepe Express, Ferrovia Chihuahua Al Pacifico
Sobre Carris
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Tabatô, Guiné Bissau, tabanca músicos mandingas. Baidi
Sociedade
Tabatô, Guiné Bissau

A Tabanca dos Músicos Poetas Mandingas

Em 1870, uma comunidade de músicos mandingas em itinerância, instalou-se junto à actual cidade de Bafatá. A partir da Tabatô que fundaram, a sua cultura e, em particular, os seus balafonistas prodigiosos, deslumbram o Mundo.
Visitantes nas ruínas de Talisay, ilha de Negros, Filipinas
Vida Quotidiana
Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
Cabo da Cruz, colónia focas, cape cross focas, Namíbia
Vida Selvagem
Cape Cross, Namíbia

A Mais Tumultuosa das Colónias Africanas

Diogo Cão desembarcou neste cabo de África em 1486, instalou um padrão e fez meia-volta. O litoral imediato a norte e a sul, foi alemão, sul-africano e, por fim, namibiano. Indiferente às sucessivas transferências de nacionalidade, uma das maiores colónias de focas do mundo manteve ali o seu domínio e anima-o com latidos marinhos ensurdecedores e intermináveis embirrações.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.