Zanzibar, Tanzânia

As Ilhas Africanas das Especiarias


Vela ao vento
Dhow (barco típico da costa ocidental do Índico) navega junto ao norte de Unguja.
Passatempo milenar
Nativos jogam uma partida de bao, um jogo de estratégia tradicional africano.
A caminho do continente
Passageiros aguardam o embarque num ferry destinado à capital da Tanzânia Dar-es-Salam, em frente ao edifício histórico da velha farmácia da cidade de Zanzibar.
Índico Raso
Um banco de areia destaca-se do azul-esverdeado do oceano Índico pouco profundo em redor do arquipélago de Zanzibar.
Ashura
Nativa de Anguja em trajes tradicionais coloridos na sombra de uma das entrada do velho Forte Árabe.
Diferentes épocas, diferentes estilos
A Casa das Maravilhas - o maior edifício de Zanzibar - destacado detrás do Forte Árabe que foi erguido no local em que existia uma capela portuguesa.
Fardas de Alá
Jovens estudantes de Zanzibar percorrem uma ruela da Cidade de Pedra, nos seus uniformes tradicionais islamitas.
Macacos colobus
Os habitantes mais sociáveis da floresta de Jozani investigam a chegada de novos visitantes humanos.
Arte balnear
Vendedor de pinturas instalado à sombra de um coqueiro no litoral de Nungwi, na costa norte de Unguja, a maior ilha de Zanzibar.
Longe do Sol
Hassam, guia de Jozani, instalado sobre as raízes fortes do manguezal no limiar da floresta tropical.
Especiaria fresca
Anfitrião de uma pequena granja de especiarias mostra uma noz moscada recentemente aberta.
África agrilhoada
Pormenor do memorial ao esclavagismo no exterior da igreja anglicana, em plena Cidade da Pedra.
Dhow sem vela
Um dhow navega a motor com o sol a cair sobre o horizonte em frente a Nungwi, na extremidade norte da ilha de Anguja.
Peixaria Darajani
Vendedores agrupados no sector de peixe do velho mercado de Darajani, à entrada da Cidade de Pedra.
Negócio (muito) registado
Transeunte passa em frente a uma loja famosa da Cidade de Pedra, repleta de matrículas.
Expressões do Islamismo
Mulheres de diferente facções islamitas - uma mais radical que a outra - passam num largo da Cidade de Pedra da Cidade de Zanzibar.
Repouso em tons de azul
Ali, um morador da Cidade de Pedra junto aos banhos persas de Hamamni.
Destinos opostos
Dhows cruzam-se na costa norte da ilha de Anguja, com o sol a pôr-se a grande velocidade.
Só para homens
Moradores da Cidade de Pedra jogam e confraternizam numa praceta animada da cidadela.
Fim do dia, meio do turno
Segurança de um hotel no seu posto de trabalho à beira-mar com o sol quase a pôr-se sobre o oceano Índico.
Vasco da Gama abriu o Índico ao império luso. No século XVIII, o arquipélago de Zanzibar tornou-se o maior produtor de cravinho e as especiarias disponíveis diversificaram-se, tal como os povos que as disputaram.

A determinada altura da conversa, Othamn Masoud inaugura uma lição de gentílicos em suaíli: “inglês dizemos Kiingereza, francês é Kifaransa.

Portugal?? Portugal é Ureno e português é Kireno! Não vos sei explicar o porquê” confessa-nos o adolescente quanto tentamos perceber a discrepância fonética do termo.

O mistério intriga-nos.

Entretanto, passados vastos arrozais ressequidos que aguardavam as monções, chegamos à floresta verdejante de Jozani. Recebe-nos Hassan.

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Hassam, guia de Jozani, instalado sobre as raízes fortes do manguezal no limiar da floresta tropical.

Apresenta-se trajado de acordo com a sua religião e o ofício.

A Fauna Excêntrica da Floresta de Jozani

Traz uma kofia – barrete islamita em estilo do sudeste africano – e galochas de borracha.

Sobre os trilhos apertados, revela-nos um raro musaranho saltador antes de seguirmos para o reduto da espécie menos tímida e, por isso, mais ameaçada de extinção daquele ecossistema exíguo: o macaco colobus.

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Os habitantes mais sociáveis da floresta de Jozani investigam a chegada de novos visitantes humanos.

Em três tempos, dezenas de espécimes felpudos e listados, brancos e negros, descem das copas das árvores para a proximidade do vasto manguezal e concedem-nos um curioso convívio investigativo.

Como o dia ainda ia a meio, aproveitámos para passar por uma das várias granjas de especiarias que coexistem em Anguja, a maior ilha de Zanzibar.

Conduziu-nos, nesta ocasião, Abdallah Rasih, um guia nativo experiente com vozeirão e porte a condizer.

Pelo que percebemos, desenvolveu-se com o passar do tempo um estilo muito próprio de apresentação destas granjas e das plantas aos visitantes.

Uma Incursão pelas Especiarias Abundantes de Zanzibar

O seu ingrediente fulcral era a total ausência de expressividade facial e o suspense. “já viram estas folhas, indaga-nos Ysuf, um anfitrião da granja? Esta textura, conhecem?

E este cheiro? Se calhar, pelo cheiro já vão lá? E se esmagar as folhas assim?

Assim já sabem o que é ? Muito bem, é citronela!” confirma-nos.

Depois de termos passado por rituais mais ou menos exaustivos para o cravinho a canela, a noz moscada, a pimenta e por aí fora.

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Anfitrião de uma pequena granja de especiarias mostra uma noz moscada recentemente aberta.

O Pequeno Forte Português e a Razão de Ser do Termo Ureno

A explicação para a sua presença tão distante da origem geográfica estava associada ao mistério de “Ureno”. Não tardámos a desvendá-lo.

“Bom, já que vimos uma das vossas heranças e estamos aqui tão perto, vamos espreitar o sítio onde se crê em que os navegadores portugueses primeiro ancoraram”.

Seguimos de carro até Fukuchani. Ali, Abdallah mostra-nos as ruínas de um edifício que se acreditou durante muito tempo ter servido de fortificação aos primeiros descobridores a desembarcar naquelas paragens.

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As ruínas do forte que os portugueses ergueram em Fukuchani

A passagem de Vasco da Gama pelo arquipélago ditou a sua incorporação na província de Arábia e Etiópia do reino de Portugal, que então se expandia a forte ritmo num império.

Segundo apurámos na Internet e nos pareceu fazer todo o sentido, Ureno, o tal gentílico suaíli derivou de os portugueses terem sido conotados como o povo do Reino.

Também foram eles os responsáveis por as especiarias se terem disseminado pelo leste de África.

A Bordo do Dala Dal (autocarro) 117, Rumo à Cidade de Pedra

Num novo dia, solarengo como todos, deixamos o acolhedor Mapenzi, avançamos até à estrada que percorre a costa leste da ilha e aguardamos que passe o primeiro dala dala (autocarro à moda local) apontado à cidade de Zanzibar, a capital da ilha.

Não esperamos cinco minutos quando apareceu o 117, proveniente de Kiwenga e à pinha. O motorista intui lucro adicional. Faz-nos seguir ao seu lado em vez de na cabine sobrelotada. Cobra-nos o dobro.

Por um lado, furta-nos a eventual interacção com os outros passageiros mas, pelo outro, apreciamos melhor o caminho.

O dala dala pára a todos os momentos e em todos os lugares  instruído por nativos que saem do nada ou pelos passageiros em frequentes disputas verbais.

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Nativos jogam uma partida de bao, um jogo de estratégia tradicional africano.

Passa por motoretas, bicicletas, carros de bois e pedestres que se adensa à entrada das povoações, perdidas entre colónias densas de coqueiros e bananais.

Abundam as escolas, fáceis de identificar àquela hora da manhã pelos inúmeros grupos de jovens em uniformes, ainda mais quando avistávamos longas procissões de raparigas todas cobertas por jilbabs ou combinações de hijabs com túnicas.

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Jovens estudantes de Zanzibar percorrem uma ruela da Cidade de Pedra, nos seus uniformes tradicionais islamitas.

São apertadas as bermas da estrada mas a população parece já se ter habituado a levar a sua vida em sincronia e até em função do trânsito.

dala dala  número 117 passa por uma vivenda que apuramos ter sido domicílio do explorador escocês David Livingstone.

Ao lado, vários masais trabalham na construção.

À Deriva pelas Ruas e Ruelas da Cidade de Pedra, Capital de Zanzibar

Logo, embrenha-se na orla da cidade de Zanzibar e na estação de dala dalas do mercado de Darajani.

Esta zona da cidade transborda de gente. Inunda-nos os sentidos de movimentos, das cores, dos cheiros e dos sons da miríade de produtos e transacções que ali têm lugar.

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Vendedores agrupados no sector de peixe do velho mercado de Darajani, à entrada da Cidade de Pedra.

Exploramo-lo com o fascínio que qualquer mercado genuíno de uma cidade africana secular nos desperta.

Perdidos naquele labirinto sobrelotado, recorremos a um mapa e fazemo-nos ao que pensamos ser uma entrada viável da Cidade de Pedra, a cidade velha com arquitectura predominante do século XIX que a UNESCO classificou, em 2000, de Património Mundial.

Sobretudo, devido à incrível mistura de influências de elementos árabes, persas, indianos e europeus, meia centena de mesquitas, seis templos hindus e duas igrejas católicas subjacentes à cultura agregadora suaíli.

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Ali, um morador da Cidade de Pedra junto aos banhos persas de Hamamni.

Caminhamos com a orientação única do mar pelas ruelas ora sombrias ora solarengas, raramente desertas. Grande parte dos edifícios que as delimitam estão degradados ou em ruína.

Preservam um encanto decadente.

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Transeunte passa em frente a uma loja famosa da Cidade de Pedra, repleta de matrículas.

É o caso do Forte Árabe que foi erguido como defesa pelos ocupantes de Omã, em 1780, no lugar em que existia uma capela portuguesa.

Acolhe, em Fevereiro, o Sauti za Busara, Festival de Música de Zanzibar, um dos maiores eventos de música étnica do Mundo.

A Origem Zanzibarita de Farouk Bulsara, Mais Conhecido por Freddy Mercury

A Cidade da Pedra tem uma outra relação fascinante com a música.

Foi na rua Kenyatta que também percorremos que nasceu, em 1946, Farrokh Bulsara, filho de pais parses e zoroástricos indianos.

Antigo lar da família de Farou Boulsara, famoso como Freddy Mercury.

Farouk viveu em Zanzibar até aos nove anos até que a família se mudou para a Índia. Em 1970, chegou a Londres. Já na capital inglesa, sob o pseudónimo de Freddie Mercury, liderou uma banda que poucos leitores desconhecerão, de nome Queen.

Regressamos atrás no tempo e à frente marítima da Cidade de Pedra.

Mesmo ao lado do Forte Árabe, destaca-se pela sua dimensão suprema, o Beit-el-Ajaib ou a Casa das Maravilhas. Um sultão mandou erguê-la em 1883.

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A Casa das Maravilhas – o maior edifício de Zanzibar – destacado detrás do Forte Árabe que foi erguido no local em que existia uma capela portuguesa.

Conquistou o título por ter sido o primeiro edifício da ilha dotado de iluminação eléctrica e o primeiro da África Oriental equipado com elevador movido a electricidade.

Nos dias que correm, o acesso ao interior está interdito. A grande torre do relógio parado dá horas falsas.

Nas imediações, a antiga casa do zanzibarita Tippu Tip é considerada uma das ruínas mais majestosas de África.

Tippu Tip, terá ganho o seu nome pelo som que as muitas armas ao seu dispor faziam nas incursões negreiras que liderava ao interior de África com o fim de capturar escravos para as suas plantações de cravinho e para as de outros proprietários.

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Pormenor do memorial ao esclavagismo no exterior da igreja anglicana, em plena Cidade da Pedra.

Então, as embarcações a que se socorria partiam da marginal onde nos sentamos a apreciar os dhows (barcos árabes de vela triangular) e outros na sua azáfama turística ou pesqueira.

Aos dhows em particular, haveríamos de os voltar a ver passar com grande frequência a partir das areias de pó-de-talco ao largo da ponta norte de Anguja, a ilha principal de Zanzibar.

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Trabalhadoras em trajes tradicionais apanham pedras numa praia de Nungwi no extremo norte de Unguja, a principal ilha do arquipélago de Zanzibar.

Durante o dia, os barcos velozes sulcavam as águas azul-turquesa do oceano cálido em que nos banhávamos.

Com o sol a pôr-se, transformavam-se em silhuetas geométricas que íamos acompanhando até ao anoitecer.

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Um dhow navega a motor com o sol a cair sobre o horizonte em frente a Nungwi, na extremidade norte da ilha de Anguja.

Morondava, Avenida dos Baobás, Madagáscar

O Caminho Malgaxe para o Deslumbre

Saída do nada, uma colónia de embondeiros com 30 metros de altura e 800 anos ladeia uma secção da estrada argilosa e ocre paralela ao Canal de Moçambique e ao litoral piscatório de Morondava. Os nativos consideram estas árvores colossais as mães da sua floresta. Os viajantes veneram-nas como uma espécie de corredor iniciático.
La Digue, Seicheles

Monumental Granito Tropical

Praias escondidas por selva luxuriante, feitas de areia coralífera banhada por um mar turquesa-esmeralda são tudo menos raras no oceano Índico. La Digue recriou-se. Em redor do seu litoral, brotam rochedos massivos que a erosão esculpiu como uma homenagem excêntrica e sólida do tempo à Natureza.
Malé, Maldivas

As Maldivas a Sério

Contemplada do ar, Malé, a capital das Maldivas, pouco mais parece que uma amostra de ilha atafulhada. Quem a visita, não encontra coqueiros deitados, praias de sonho, SPAs ou piscinas infinitas. Deslumbra-se com o dia-a-dia maldivano  genuíno que as brochuras turísticas omitem.
Bazaruto, Moçambique

A Miragem Invertida de Moçambique

A apenas 30km da costa leste africana, um erg improvável mas imponente desponta do mar translúcido. Bazaruto abriga paisagens e gentes que há muito vivem à parte. Quem desembarca nesta ilha arenosa exuberante depressa se vê numa tempestade de espanto.
Ilha de Moçambique, Moçambique  

A Ilha de Ali Musa Bin Bique. Perdão, de Moçambique

Com a chegada de Vasco da Gama ao extremo sudeste de África, os portugueses tomaram uma ilha antes governada por um emir árabe a quem acabaram por adulterar o nome. O emir perdeu o território e o cargo. Moçambique - o nome moldado - perdura na ilha resplandecente em que tudo começou e também baptizou a nação que a colonização lusa acabou por formar.
PN Gorongosa, Moçambique

O Coração da Vida Selvagem de Moçambique dá Sinais de Vida

A Gorongosa abrigava um dos mais exuberantes ecossistemas de África mas, de 1980 a 1992, sucumbiu à Guerra Civil travada entre a FRELIMO e a RENAMO. Greg Carr, o inventor milionário do Voice Mail recebeu a mensagem do embaixador moçambicano na ONU a desafiá-lo a apoiar Moçambique. Para bem do país e da humanidade, Carr comprometeu-se a ressuscitar o parque nacional deslumbrante que o governo colonial português lá criara.
Ilha Ibo, Moçambique

Ilha de um Moçambique Ido

Foi fortificada, em 1791, pelos portugueses que expulsaram os árabes das Quirimbas e se apoderaram das suas rotas comerciais. Tornou-se o 2º entreposto português da costa oriental de África e, mais tarde, a capital da província de Cabo Delgado, Moçambique. Com o fim do tráfico de escravos na viragem para o século XX e a passagem da capital para Porto Amélia, a ilha Ibo viu-se no fascinante remanso em que se encontra.
Maurícias

Uma Míni Índia nos Fundos do Índico

No século XIX, franceses e britânicos disputaram um arquipélago a leste de Madagáscar antes descoberto pelos portugueses. Os britânicos triunfaram, re-colonizaram as ilhas com cortadores de cana-de-açúcar do subcontinente e ambos admitiram a língua, lei e modos francófonos precedentes. Desta mixagem, surgiu a exótica Maurícia.
Enxame, Moçambique

Área de Serviço à Moda Moçambicana

Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
Ilha do Ibo a Ilha QuirimbaMoçambique

Ibo a Quirimba ao Sabor da Maré

Há séculos que os nativos viajam mangal adentro e afora entre a ilha do Ibo e a de Quirimba, no tempo que lhes concede a ida-e-volta avassaladora do oceano Índico. À descoberta da região, intrigados pela excentricidade do percurso, seguimos-lhe os passos anfíbios.
PN Lago Manyara, Tanzânia

África Favorita de Hemingway

Situado no limiar ocidental do vale do Rift, o parque nacional lago Manyara é um dos mais diminutos mas encantadores e ricos em vida selvagem da Tanzânia. Em 1933, entre caça e discussões literárias, Ernest Hemingway dedicou-lhe um mês da sua vida atribulada. Narrou esses dias aventureiros de safari em “As Verdes Colinas de África”.
Fianarantsoa-Manakara, Madagáscar

A Bordo do TGV Malgaxe

Partimos de Fianarantsoa às 7a.m. Só às 3 da madrugada seguinte completámos os 170km para Manakara. Os nativos chamam a este comboio quase secular Train Grandes Vibrations. Durante a longa viagem, sentimos, bem fortes, as do coração de Madagáscar.
PN Serengeti, Tanzânia

A Grande Migração da Savana Sem Fim

Nestas pradarias que o povo Masai diz siringet (correrem para sempre), milhões de gnus e outros herbívoros perseguem as chuvas. Para os predadores, a sua chegada e a da monção são uma mesma salvação.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Leões juvenis num braço arenoso do rio Chire
Safari
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A Reanimação Prodigiosa do PN Liwonde

Durante largo tempo, a incúria generalizada e o alastrar da caça furtiva vitimaram esta reserva animal. Em 2015, a African Parks entrou em cena. Em pouco tempo, também beneficiário da água abundante do lago Malombe e do rio Chire, o Parque Nacional Liwonde tornou-se um dos mais vivos e exuberantes do Malawi.
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Rumo a Braga. A Nepalesa.

Passamos nova manhã de meteorologia gloriosa à descoberta de Ngawal. Segue-se um curto trajecto na direcção de Manang, a principal povoação no caminho para o zénite do circuito Annapurna. Ficamo-nos por Braga (Braka). A aldeola não tardaria a provar-se uma das suas mais inolvidáveis escalas.
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Sob ameaça dos inimigos desde os confins dos tempos, os líderes de povoações e de nações ergueram castelos e fortalezas. Um pouco por todo o lado, monumentos militares como estes continuam a resistir.
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Em viagem, acontece vermo-nos confrontados com a falta de tempo para explorar um lugar tão imperdível como elevado. Ditam a medicina e as experiências prévias com o Mal de Altitude que não devemos arriscar subir à pressa.
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Cavalgada de Fé

Introduzida, em 1819, por padres portugueses, a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis agrega uma complexa rede de celebrações religiosas e pagãs. Dura mais de 20 dias, passados, em grande parte, sobre a sela.
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O velho e majestoso bairro Vegueta de Las Palmas destaca-se na longa e complexa hispanização das Canárias. Findo um longo período de expedições senhoriais, lá teve início a derradeira conquista da Gran Canária e das restantes ilhas do arquipélago, sob comando dos monarcas de Castela e Aragão.
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Poucos países empregam os cereais como o Usbequistão. Nesta república da Ásia Central, o pão tem um papel vital e social. Os Uzbeques produzem-no e consomem-no com devoção e em abundância.
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Centenas de quilómetros para norte de Swakopmund, muitos mais das dunas emblemáticas de Sossuvlei, Damaraland acolhe desertos entrecortados por colinas de rochas avermelhadas, a maior montanha e a arte rupestre decana da jovem nação. Os colonos sul-africanos baptizaram esta região em função dos Damara, uma das etnias da Namíbia. Só estes e outros habitantes comprovam que fica na Terra.
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Étnico
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sinais Exóticos de Vida

Península Iucatão, Cidade Mérida, México, Cabildo
História
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A Mais Exuberante das Méridas

Em 25 a.C, os romanos fundaram Emerita Augusta, capital da Lusitânia. A expansão espanhola gerou três outras Méridas no mundo. Das quatro, a capital do Iucatão é a mais colorida e animada, resplandecente de herança colonial hispânica e vida multiétnica.
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Sob o Olhar dos Moais

Rapa Nui foi descoberta pelos europeus no dia de Páscoa de 1722. Mas, se o nome cristão ilha da Páscoa faz todo o sentido, a civilização que a colonizou de moais observadores permanece envolta em mistério.
Quebra-Gelo Sampo, Kemi, Finlândia
Inverno Branco
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Não é Nenhum “Barco do Amor”. Quebra Gelo desde 1961

Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.
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A Ilha que se Encostou ao Paraíso

Em 1964, Katsura Morimura deliciou o Japão com um romance-turquesa passado em Ouvéa. Mas a vizinha Île-des-Pins apoderou-se do título "A Ilha mais próxima do Paraíso" e extasia os seus visitantes.
Tambores e tatoos
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Taiti Para lá do Clichê

As vizinhas Bora Bora e Maupiti têm cenários superiores mas o Taiti é há muito conotado com paraíso e há mais vida na maior e mais populosa ilha da Polinésia Francesa, o seu milenar coração cultural.
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Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Cavalgada em tons de Dourado
Parques Naturais
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Os Novos Gaúchos da Patagónia

Em redor de El Calafate, em vez dos habituais pastores a cavalo, cruzamo-nos com gaúchos criadores equestres e com outros que exibem para gáudio dos visitantes, a vida tradicional das pampas douradas.
Remadores Intha num canal do Lago Inlé
Património Mundial UNESCO
Lago Inle, Myanmar

A Deslumbrante Birmânia Lacustre

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O Último Estertor do Surreal Mugabué

Em 2015, a primeira-dama do Zimbabué Grace Mugabe afirmou que o presidente, então com 91 anos, governaria até aos 100, numa cadeira-de-rodas especial. Pouco depois, começou a insinuar-se à sua sucessão. Mas, nos últimos dias, os generais precipitaram, por fim, a remoção de Robert Mugabe que substituiram pelo antigo vice-presidente Emmerson Mnangagwa.
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A Irmã Polinésia que Qualquer Ilha Gostaria de Ter

A meros 17km de Taiti, Moorea não conta com uma única cidade e abriga um décimo dos habitantes. Há muito que os taitianos veem o sol pôr-se e transformar a ilha ao lado numa silhueta enevoada para, horas depois, lhe devolver as cores e formas exuberantes. Para quem visita estas paragens longínquas do Pacífico, conhecer também Moorea é um privilégio a dobrar.
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Chegada a Semana Santa, Helsínquia exibe a sua crença. Apesar do frio de congelar, actores pouco vestidos protagonizam uma re-encenação sofisticada da Via Crucis por ruas repletas de espectadores.
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Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
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Ronronares Descartáveis

Tóquio é a maior das metrópoles mas, nos seus apartamentos exíguos, não há lugar para mascotes. Empresários nipónicos detectaram a lacuna e lançaram "gatis" em que os afectos felinos se pagam à hora.
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Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
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Maria dos Jacarés: o Pantanal abriga criaturas assim

Eurides Fátima de Barros nasceu no interior da região de Miranda. Há 38 anos, instalou-se e a um pequeno negócio à beira da BR262 que atravessa o Pantanal e ganhou afinidade com os jacarés que viviam à sua porta. Desgostosa por, em tempos, as criaturas ali serem abatidas, passou a tomar conta delas. Hoje conhecida por Maria dos Jacarés, deu nome de jogador ou treinador de futebol a cada um dos bichos. Também garante que reconhecem os seus chamamentos.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.