Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios


Belavista
Mulher admira uma enseada arenosa, a partir de um miradouro do Big Sur.
Bixby Bridge
A ponte de Bixby, que dá continuidade à Highway One sobre um desfiladeiro profundo.
Big Sur Inn
Entrada do Big Sur Inn, uma pousada à beira da Highway 1, Califórnia
Pacífico mas pouco
Mar revolto agita uma enseada do Big Sur.
O conflito do costume
Leões-marinhos conflituosos num areal do Big Sur.
O veículo ideal
Uma roulotte estacionada numa zona de dunas do Big Sur.
Oceano Branco
Névoa cobre todo o cenário oceânico ao largo do Big Sur.
Vida de roedor
Um esquilo analisa as oportunidades.
Doce acrescento
Fio de água doce mergulha numa enseada banhada pelo oceano Pacífico.
Oceano de Névoa
Nevoeiro característico da região do Big Sur preenche as enseadas acima do oceano Pacífico.
Manada organizada
Manada de vacas percorre uma encosta despida e quente nos cimos do Big Sur.
Correio Inn
Caixas de correio do Big Sur Inn, à beira da Highway One.
Maré de alvura
Névoa acima do oceano Pacífico preenche sucessivas enseadas ao longo da Highway One.
Conforto marinho
Uma foca elefante recostada num areal frio do Big Sur.
Bixby Bridge 1932
A ponte de Bixby, acrescentada à Highway One em 1932.
Ocaso ao acaso
Sol quase a pôr-se sobre o oceano Pacífico a ocidente do continente americano.
Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.

Los Angeles ficou há muito para sul, como San Simeon, a última povoação digna de registo, só porque o magnata da imprensa William Hearst ali mandou erguer uma mansão impressionante com 165 quartos que a sua corporação homónima doou mais tarde ao estado da Califórnia.

Aos poucos, a Highway 1 rende-se ao cerco concertado entre a cordilheira de Santa Lucia e o oceano Pacífico.

Passa a ziguezaguear acima e abaixo de encostas e vales que se lançam sobre uma costa pré-histórica e selvagem, “o encontro da terra e água mais grandioso do mundo”, assim se habituou a classifica-lo a vasta  comunidade de artistas admiradores do lugar.

Enseada, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

Mar revolto agita uma enseada do Big Sur.

O Magnetismo Natural do Big Sur

Todos os anos, são mais de três milhões os visitantes que se cruzam nas curvas caprichosas do percurso ou nas pontes em arco que atravessam os vários desfiladeiros.

Após o pôr-do-sol, não se vislumbram luzes em postes eléctricos ou sequer de habitações. Só os rastos longínquos deixados pelos carros que ainda circulam mancham aquele domínio, na sua quase totalidade por colonizar.

Visitante em miradouro, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

Mulher admira uma enseada arenosa, a partir de um miradouro do Big Sur.

Remoto, isolado e profundamente natural, o Big Sur emana uma forte geo-espiritualidade que não passa despercebida. Alguns mosteiros instalaram-se nas suas elevações para que as comunidades residentes de religiosos dela pudessem comungar.

Com ou sem fé, a sensação de se estar num santuário prevalece declive atrás de declive, reforçada sempre que o manto infindável de nevoeiro vela o Pacífico frígido e afaga as línguas de terra mais quentes como um incenso meteorológico.

Nevoeiro pairante, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

Névoa acima do oceano Pacífico preenche sucessivas enseadas ao longo da Highway One.

Uns poucos milhares de almas desenquadradas ou eremitas espalharam-se também por 400 km2 daquelas paragens na esperança de beneficiarem da purificação. Algumas mantêm-se ao longo do resto das suas vidas. Outras, vergam-se sob o peso da solidão e, mais cedo ou mais tarde, desistem dos votos de recolhimento.

A Viagem de Refúgio de Jack Kerouac

Nos anos 60, Jack Kerouac tornou-se na personalidade mais famosa a responder ao apelo da costa de todos os refúgios. No romance autobiográfico “Big Sur” – que terá escrito em apenas dez dias – Kerouac passa para a pele de Jack Duluouz e narra a sua degradação física e mental, agravada pela crescente pressão dos fãs de que se procura abstrair consumindo álcool em quantidade proporcional.

No livro, a determinada altura, Duluouz cede à sua fraqueza e a um primeiro refúgio da cena Beat devoradora de São Francisco na cabana do poeta amigo de Kerouac, Lawrence Ferlinghetti, situada em Bixby Canyon.

Bixby bridge, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

A ponte de Bixby, que dá continuidade à Highway One sobre um desfiladeiro profundo.

Mas, Duluouz lida tão mal com a as exigências da sociedade libertina de Frisco como com o isolamento confrangedor da beira-mar ou a morte do seu gato Tyke.

De forma tão súbita como tinha chegado, regressa à cidade. Mas continua a procurar a bênção do Big Sur, mais tarde, atormentado pela exigência do amor de Billie – a personagem da amante de Neal Cassady, um outro poeta Beat influente –  que reclama a Jack que se case com ela.

A Fuga Sem Saída de Kerouac

Duluouz, ou Kerouac, como preferirmos, rejeita o compromisso e volta a render-se ao chamamento da bebida e da vida boémia. Nem o Big Sur nem o destino o salvam.

Névoa, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

Névoa cobre todo o cenário oceânico ao largo do Big Sur.

Dai em diante, o verdadeiro Jack entra numa espiral de declínio que só termina, em Outubro de 1969, com a sua morte, causada por uma hemorragia na sequência de uma cirrose agravada.

Do topo de um de tantos penhascos assustadores, temos mais uma das visões que Kerouac admirava e temia em simultâneo, por alguma razão frequentemente baptizadas de Puerta del Diablo, outras de Devils Canyon e com nomes obscuros afins.

Queda de água, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

Fio de água doce mergulha numa enseada banhada pelo oceano Pacífico.

O abismo cru da rocha pré-histórica, os ramos distorcidos dos ciprestes, a beleza subtil da salva e de outros arbustos e arranjos florais espontâneos antecipando-se a longas quedas de água que se fundem com uma rebentação inclemente.

Inebriado, paranóico e temeroso, Jack sentia nestes cenários vertiginosos do Big Sur uma ameaça semelhante à das realidades e pessoas que o acossavam.

A Inspiração Desvendada por Kerouac do Big Sur

No entanto, tal como as lontras, as focas, e elefantes-marinhos nadam por entre colónias estranguladoras de limos e algas e manipulam o poder avassalador das ondas, também outros autores da Beat Generation se inspiraram com o assédio permanente de admiradores e prosperaram em termos criativos apesar da hipocrisia que começara a grassar no âmago do seu recém-gerado movimento.

Leões marinhos, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

Leões-marinhos conflituosos num areal do Big Sur.

Kerouac não parou de produzir. As suas criações deixam, no entanto, transparecer a intensificação de um sentimento de intimidação e pequenez perante o Mundo. De volta ao Big Sur, impressionado pelo bruar e explodir permanente do oceano contra o continente americano, o escritor chegou a “Mar”, um poema de 22 páginas em que anotou as suas variações e contrastes.

A Realidade Natural e Literária do Big Sur

A água marítima do Big Sur é gélida e nenhum banhista nela se aventura. Ao largo, nem veleiros nem o esperado petroleiro ou cargueiro sulca o mar selvagem, apenas, de tempos a tempos, a ocasional baleia em migração.

Para o interior, nos vales mais recônditos da cordilheira, a temperatura pode cair 10º nuns meros minutos. No Inverno, chega a valores negativos, um frio que a forte humidade potencia. Nos meses mais quentes do Verão, os incêndios provocados por relâmpagos assumem proporções dantescas e geram um efeito contrário.

Vacas, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

Manada de vacas percorre uma encosta despida e quente nos cimos do Big Sur.

Este contraste e a dureza da vida na Cordilheira de Santa Lucia era bem conhecido pelos percursores de Kerouac, os primeiros artistas que se mudaram e assentaram o seu dia-a-dia na fiabilidade de candeeiros a óleo e em fogareiros.

Robinson Jeffers, nos anos 20, foi o primeiro. A sua poesia deu origem ao imaginário romântico do Big Sur que atraiu seguidores. Henry Miller habitou na cordilheira de 1944 até praticamente à altura em que Jack Kerouac a visitou.

O seu ensaio/romance “Big Sur e as Laranjas de Hieronimous Bosch” aborda os prazeres e sofrimento decorrentes de “escapar do pesadelo de ar condicionado” da vida moderna.

Henri Miller, Orson Wells e os Outros

Miller também fez saber que, numa determinada ocasião, um viajante lhe bateu à porta à procura “do culto do sexo e da anarquia” e que regressou a casa, desiludido, por não ter encontrado nada do que buscava.

A presença de Miller surge ainda referenciada na obra de Richard Brautigan “Um General Confederado de Big Sur” em que uma dupla de jovens homens lá tentam a vida idílica que outros autores tinham promovido, erguendo pequenas barracas em que são molestados por pragas de moscas e outros insectos, pelos tectos baixos, pela visita de homens de negócios em colapso nervoso e pelo coaxar de milhares de sapos que os impediam de pôr o sono em dia.

Levado pela literatura e conversa nos bares e cafés de Haight, Castro e outros bairros de São Francisco, o Big Sur acabou por chegar também a Los Angeles e a Hollywood.

Big Sur inn-Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

Entrada do Big Sur Inn, uma pousada à beira da Highway 1, Califórnia

Em 1944, durante uma viagem em que percorreram a zona, Orson Wells e a esposa Rita Hayworth ficaram tão impressionados com a paisagem que, por impulso, compraram uma cabana. Nunca lá chegaram a passar uma noite que fosse.

Mais tarde, a habitação deu lugar a um restaurante, o Nepenthe, por ironia, o nome grego de um medicamento ancestral para o desgosto, uma espécie de anti-depressivo clássico-helénico.

Em 1965, Richard Burton e Elisabeth Taylor protagonizaram o clássico The Sandpiper, um dos poucos filmes rodados em Big Sur e a assumir os seus panoramas enquanto cenários reais.

As equipas de filmagem chegaram e logo partiram. O Big Sur passou nos ecrãs de cinema e de TV mas pouco ou nada mudou.

As cinzas de Henry Miller ainda por lá repousam e, como resumiu o escritor a propósito da fidelidade àquele lugar mágico, as únicas pessoas que se afeiçoam ao ponto de ficarem de vez são “almas engenhosas e auto-suficientes” e essa é uma combinação rara.

Encontra-se, entre os pintores e poetas das novas gerações. Mesmo esses, em maior número, convivem cada vez mais entre si para evitarem serem esmagados pela superioridade do céu, da terra e do mar, das forças eternas em disputa no grande Big Sur.

Por do sol, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

Sol quase a pôr-se sobre o oceano Pacífico a ocidente do continente americano.

Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Key West, E.U.A.

O Faroeste Tropical dos E.U.A.

Chegamos ao fim da Overseas Highway e ao derradeiro reduto das propagadas Florida Keys. Os Estados Unidos continentais entregam-se, aqui, a uma deslumbrante vastidão marinha esmeralda-turquesa. E a um devaneio meridional alentado por uma espécie de feitiço caribenho.
Volta ao Mundo - Parte 1

Viajar Traz Sabedoria. Saiba como dar a Volta ao Mundo.

A Terra gira sobre si própria todos os dias. Nesta série de artigos, encontra esclarecimentos e conselhos indispensáveis a quem faz questão de a circundar pelo menos uma vez na vida.
Florida Keys, E.U.A.

A Alpondra Caribenha dos E.U.A.

Os Estados Unidos continentais parecem encerrar-se, a sul, na sua caprichosa península da Flórida. Não se ficam por aí. Mais de cem ilhas de coral, areia e mangal formam uma excêntrica extensão tropical que há muito seduz os veraneantes norte-americanos.
São Petersburgo, Rússia

Na Pista de "Crime e Castigo"

Em São Petersburgo, não resistimos a investigar a inspiração para as personagens vis do romance mais famoso de Fiódor Dostoiévski: as suas próprias lástimas e as misérias de certos concidadãos.
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Anchorage a Homer, E.U.A.

Viagem ao Fim da Estrada Alasquense

Se Anchorage se tornou a grande cidade do 49º estado dos E.U.A., Homer, a 350km, é a sua mais famosa estrada sem saída. Os veteranos destas paragens consideram esta estranha língua de terra solo sagrado. Também veneram o facto de, dali, não poderem continuar para lado nenhum.
Estradas Imperdíveis

Grandes Percursos, Grandes Viagens

Com nomes pomposos ou meros códigos rodoviários, certas estradas percorrem cenários realmente sublimes. Da Road 66 à Great Ocean Road, são, todas elas, aventuras imperdíveis ao volante.
Great Ocean Road, Austrália

Oceano Fora, pelo Grande Sul Australiano

Uma das evasões preferidas dos habitantes do estado australiano de Victoria, a via B100 desvenda um litoral sublime que o oceano moldou. Bastaram-nos uns quilómetros para percebermos porque foi baptizada de The Great Ocean Road.
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
The Haight, São Francisco, E.U.A.

Órfãos do Verão do Amor

O inconformismo e a criatividade ainda estão presentes no antigo bairro Flower Power. Mas, quase 50 anos depois, a geração hippie deu lugar a uma juventude sem-abrigo, descontrolada e até agressiva.
Miami, E.U.A.

Uma Obra-Prima da Reabilitação Urbana

Na viragem para o século XXI, o bairro Wynwood mantinha-se repleto de fábricas e armazéns abandonados e grafitados. Tony Goldman, um investidor imobiliário astuto, comprou mais de 25 propriedades e fundou um parque mural. Muito mais que ali homenagear o grafiti, Goldman fundou o grande bastião da criatividade de Miami.
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

Poucos litorais concentram, ao mesmo tempo, tanto calor e exibições de fama, de riqueza e de glória. Situada no extremo sudeste dos E.U.A., Miami Beach tem acesso por seis pontes que a ligam ao resto da Florida. É parco para o número de almas que a desejam.
Little Havana, E.U.A.

A Pequena Havana dos Inconformados

Ao longo das décadas e até aos dias de hoje, milhares de cubanos cruzaram o estreito da Florida em busca da terra da liberdade e da oportunidade. Com os E.U.A. ali a meros 145 km, muitos não foram mais longe. A sua Little Havana de Miami é, hoje, o bairro mais emblemático da diáspora cubana.
Grand Canyon, E.U.A.

Viagem pela América do Norte Abismal

O rio Colorado e tributários começaram a fluir no planalto homónimo há 17 milhões de anos e expuseram metade do passado geológico da Terra. Também esculpiram uma das suas mais deslumbrantes entranhas.
Monte Denali, Alasca

O Tecto Sagrado da América do Norte

Os indígenas Athabascan chamaram-no Denali, ou o Grande e reverenciam a sua altivez. Esta montanha deslumbrante suscitou a cobiça dos montanhistas e uma longa sucessão de ascensões recordistas.
Juneau, Alasca

A Pequena Capital do Grande Alasca

De Junho a Agosto, Juneau desaparece por detrás dos navios de cruzeiro que atracam na sua doca-marginal. Ainda assim, é nesta pequena capital que se decidem os destinos do 49º estado norte-americano.
Monument Valley, E.U.A.

Índios ou cowboys?

Realizadores de Westerns emblemáticos como John Ford imortalizaram aquele que é o maior território indígena dos Estados Unidos. Hoje, na Nação Navajo, os navajo também vivem na pele dos velhos inimigos.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Rinoceronte, PN Kaziranga, Assam, Índia
Safari
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
Jovens percorrem a rua principal de Chame, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Arquitectura & Design
Cemitérios

A Última Morada

Dos sepulcros grandiosos de Novodevichy, em Moscovo, às ossadas maias encaixotadas de Pomuch, na província mexicana de Campeche, cada povo ostenta a sua forma de vida. Até na morte.
Aventura
Viagens de Barco

Para Quem Só Enjoa de Navegar na Net

Embarque e deixe-se levar em viagens de barco imperdíveis como o arquipélago filipino de Bacuit e o mar gelado do Golfo finlandês de Bótnia.
Cerimónias e Festividades
Pentecostes, Vanuatu

Naghol: O Bungee Jumping sem Modernices

Em Pentecostes, no fim da adolescência, os jovens lançam-se de uma torre apenas com lianas atadas aos tornozelos. Cordas elásticas e arneses são pieguices impróprias de uma iniciação à idade adulta.
panorâmica, Saint Pierre, Martinica, antilhas francesas
Cidades
Saint-Pierre, Martinica

A Cidade que Renasceu das Cinzas

Em 1900, a capital económica das Antilhas era invejada pela sua sofisticação parisiense, até que o vulcão Pelée a carbonizou e soterrou. Passado mais de um século, Saint-Pierre ainda se regenera.
fogon de Lola, comida rica, Costa Rica, Guapiles
Comida
Fogón de Lola, Costa Rica

O Sabor a Costa Rica de El Fogón de Lola

Como o nome deixa perceber, o Fogón de Lola de Guapiles serve pratos confeccionados ao fogão e ao forno, segundo tradição familiar costarricense. Em particular, a família da Tia Lola.
Um contra todos, Mosteiro de Sera, Sagrado debate, Tibete
Cultura
Lhasa, Tibete

Sera, o Mosteiro do Sagrado Debate

Em poucos lugares do mundo se usa um dialecto com tanta veemência como no mosteiro de Sera. Ali, centenas de monges travam, em tibetano, debates intensos e estridentes sobre os ensinamentos de Buda.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
ilha Streymoy, Ilhas Faroe, Tjornuvik, Gigante e Bruxa
Em Viagem
Streymoy, Ilhas Faroé

Streymoy Acima, ao Sabor da Ilha das Correntes

Deixamos a capital Torshavn rumo a norte. Cruzamos de Vestmanna para a costa leste de Streymoy. Até chegarmos ao extremo setentrional de Tjornuvík, deslumbramo-nos vezes sem conta com a excentricidade verdejante da maior ilha faroesa.
Casinhas miniatura, Chã das Caldeiras, Vulcão Fogo, Cabo Verde
Étnico
Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã “Francês” à Mercê do Fogo

Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    
arco-íris no Grand Canyon, um exemplo de luz fotográfica prodigiosa
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 1)

E Fez-se Luz na Terra. Saiba usá-la.

O tema da luz na fotografia é inesgotável. Neste artigo, transmitimos-lhe algumas noções basilares sobre o seu comportamento, para começar, apenas e só face à geolocalização, a altura do dia e do ano.
Bark Europa, Canal Beagle, Evolucao, Darwin, Ushuaia na Terra do fogo
História
Canal Beagle, Argentina

Darwin e o Canal Beagle: no Rumo da Evolução

Em 1833, Charles Darwin navegou a bordo do "Beagle" pelos canais da Terra do Fogo. A sua passagem por estes confins meridionais moldou a teoria revolucionária que formulou da Terra e das suas espécies
Solovetsky, Ilhas, Arquipélago, Russia, Outono, UAZ, estrada de Outono
Ilhas
Bolshoi Solovetsky, Rússia

Uma Celebração do Outono Russo da Vida

Na iminência do oceano Ártico, a meio de Setembro, a folhagem boreal resplandece de dourado. Acolhidos por cicerones generosos, louvamos os novos tempos humanos da grande ilha de Solovetsky, famosa por ter recebido o primeiro dos campos prisionais soviéticos Gulag.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Inverno Branco
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Lago Manyara, parque nacional, Ernest Hemingway, girafas
Literatura
PN Lago Manyara, Tanzânia

África Favorita de Hemingway

Situado no limiar ocidental do vale do Rift, o parque nacional lago Manyara é um dos mais diminutos mas encantadores e ricos em vida selvagem da Tanzânia. Em 1933, entre caça e discussões literárias, Ernest Hemingway dedicou-lhe um mês da sua vida atribulada. Narrou esses dias aventureiros de safari em “As Verdes Colinas de África”.
Merida a Los Nevados confins dos Andes, Venezuela
Natureza
Mérida, Venezuela

Mérida a Los Nevados: nos Confins Andinos da Venezuela

Nos anos 40 e 50, a Venezuela atraiu 400 mil portugueses mas só metade ficou em Caracas. Em Mérida, encontramos lugares mais semelhantes às origens e a geladaria excêntrica dum portista imigrado.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
savuti, botswana, leões comedores de elefantes
Parques Naturais
Savuti, Botswana

Os Leões Comedores de Elefantes de Savuti

Um retalho do deserto do Kalahari seca ou é irrigado consoante caprichos tectónicos da região. No Savuti, os leões habituaram-se a depender deles próprios e predam os maiores animais da savana.
Património Mundial UNESCO
Cascatas e Quedas de Água

Cascatas do Mundo: Impressionantes Rios Verticais

Dos quase 1000 metros de altura do salto dançante de Angel à potência fulminante de Iguaçu ou Victoria após chuvas torrenciais, abatem-se sobre a Terra cascatas de todos os tipos.
Personagens
Sósias, actores e figurantes

Estrelas do Faz de Conta

Protagonizam eventos ou são empresários de rua. Encarnam personagens incontornáveis, representam classes sociais ou épocas. Mesmo a milhas de Hollywood, sem eles, o Mundo seria mais aborrecido.
La Digue, Seychelles, Anse d'Argent
Praias
La Digue, Seicheles

Monumental Granito Tropical

Praias escondidas por selva luxuriante, feitas de areia coralífera banhada por um mar turquesa-esmeralda são tudo menos raras no oceano Índico. La Digue recriou-se. Em redor do seu litoral, brotam rochedos massivos que a erosão esculpiu como uma homenagem excêntrica e sólida do tempo à Natureza.
Composição sobre Nine Arches Bridge, Ella, Sri Lanka
Religião
PN Yala-Ella-Candia, Sri Lanka

Jornada Pelo Âmago de Chá do Sri Lanka

Deixamos a orla marinha do PN Yala rumo a Ella. A caminho de Nanu Oya, serpenteamos sobre carris pela selva, entre plantações do famoso Ceilão. Três horas depois, uma vez mais de carro, damos entrada em Kandy, a capital budista que os portugueses nunca conseguiram dominar.
Trem do Serra do Mar, Paraná, vista arejada
Sobre Carris
Curitiba a Morretes, Paraná, Brasil

Paraná Abaixo, a Bordo do Trem Serra do Mar

Durante mais de dois séculos, só uma estrada sinuosa e estreita ligava Curitiba ao litoral. Até que, em 1885, uma empresa francesa inaugurou um caminho-de-ferro com 110 km. Percorremo-lo, até Morretes, a estação, hoje, final para passageiros. A 40km do término original e costeiro de Paranaguá.
Tombola, bingo de rua-Campeche, Mexico
Sociedade
Campeche, México

Um Bingo tão lúdico que se joga com bonecos

Nas noites de sextas um grupo de senhoras ocupam mesas do Parque Independencia e apostam ninharias. Os prémios ínfimos saem-lhes em combinações de gatos, corações, cometas, maracas e outros ícones.
saksun, Ilhas Faroé, Streymoy, aviso
Vida Quotidiana
Saksun, StreymoyIlhas Faroé

A Aldeia Faroesa que Não Quer ser a Disneylandia

Saksun é uma de várias pequenas povoações deslumbrantes das Ilhas Faroé, que cada vez mais forasteiros visitam. Diferencia-a a aversão aos turistas do seu principal proprietário rural, autor de repetidas antipatias e atentados contra os invasores da sua terra.
Leão, elefantes, PN Hwange, Zimbabwe
Vida Selvagem
PN Hwange, Zimbabwé

O Legado do Saudoso Leão Cecil

No dia 1 de Julho de 2015, Walter Palmer, um dentista e caçador de trofeus do Minnesota matou Cecil, o leão mais famoso do Zimbabué. O abate gerou uma onda viral de indignação. Como constatamos no PN Hwange, quase dois anos volvidos, os descendentes de Cecil prosperam.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.