Cataratas Iguaçu/Iguazu, Brasil/Argentina

O Troar da Grande Água


Salto San Martín
Palmeiras impõem-se às cataratas de Iguaçu, com a ilha de San Martin em fundo.
Insignificância
Mulher espreita para uma das quedas mais poderosas das cataratas do Iguaçu.
Iguaçu a dentro II
Visitantes aglomeram-se no fim de uma passadeira, borrifados pela água libertada pelas quedas em redor.
Salto San Martin
Grupo de visitantes admira a queda massiva de San Martin, uma das mais imponentes do lado argentino do rio Iguaçu.
Navegação arrojada
Barco repleto de passageiros desafia uma queda na base na Isla San Martin.
Iguaçu a dentro
Visitantes aglomeram-se no fim de uma passadeira, ao lado de um arco-íris resplandecente.
Salto Naipi
Queda d'água imponente na extensão lateral da Garganta do Diabo.
Torrentes à parte
Queda secundária, em que a água e a vegetação dividem o penhasco.
Tucano
Um tucano, uma das aves que habita a selva em redor do rio Iguaçu.
Água grande
Grupo de pessoas admira a Garganta do Diabo a partir de uma plataforma do lado brasileiro das cataratas.
Iguaçu à Pinha
Uma multidão de visitantes partilha uma plataforma sobre o rio Iguaçu.
Rio Iguaçu
Vista aérea do rio Iguaçu e das cataratas do Iguaçu.
Águas brancas
Topo de um salto, em frente ao espaço Naipi.
Vista de Varandim
Mulher admira o cenário verdejante e escorrido do lado argentino das cataratas de Iguaçu.
Desafio
Barco com motores poderosos faz uma incursão temerária numa das quedas da ilha San Martin.
Sobre as águas
Visitantes percorrem um passadiço sobre as águas do rio Iguaçu.
Tropical
Palmeiras destacam-se sobre o caudal em queda do rio Iguaçu.
Fim de dia Tropical
Sol põe-se para lá da margem argentina do rio Iguaçu.
Após um longo percurso tropical, o rio Iguaçu dá o mergulho dos mergulhos. Ali, na fronteira entre o Brasil e a Argentina, formam-se as cataratas maiores e mais impressionantes à face da Terra.

À chegada a Foz do Iguaçu, quase directa de Curitiba, ajuizámos mal a situação. Rotulamo-la de nova catástrofe meteorológico-fotográfica.

Estávamos no fim de Janeiro, o mês mais quente desta região do sul brasileiro e norte argentino, conhecida por temperaturas máximas que passam facilmente os 40º.

Em vez do sol “queima-coco” que era de esperar, a região encontrava-se, havia quatro dias, coberta por um manto de nuvens escuras e pesadas que despejavam bátegas contínuas, acompanhadas de ventos fortes e trovoadas ameaçadoras.

Até que algo mudasse, esses quatro dias chegaram a sete. Aproveitámos o tempo para desbravar Foz (como lhe chamam os locais) uma cidade mais fascinante que elegante.

Destino: ItaipuO Passado Enigmático e Electrizante de Foz de Iguaçu

Foz nunca parou de se desenvolver, nos 18 anos de construção da Hidroeléctrica Binacional de Itaipu (partilhada pelo Brasil e Paraguai) a maior barragem do mundo até à finalização da Barragem das Três Gargantas, na China.

De 35.000 habitantes, em 1973, por volta do ano 2001, já acolhia 256.000. Este crescimento pouco sustentado foi também incentivado pelo aproveitamento turístico das Cataratas de Iguaçu. E nem só de brasileiros se fez.

Depois da 2ª Guerra Mundial, Foz de Iguaçu chegou a acolher nazis foragidos. Foi a conjunção das comunidades italiana, alemã, libanesa, ucraniana, argentina e paraguaia, chinesa e japonesa, entre outras secundárias, que dela fizeram uma das cidades mais multiculturais do mundo.

Foi algo reforçado por se localizar na tripla-fronteira Argentino-Brasileira-Paraguaia. Esta é uma zona carregada de misticismo. De suposto magnetismo extraterrestre que continua a atrair cultos religiosos, seitas de todos os tipos e … OVNI’s.

Já para não falar de células Sul-Americanas da Al-Qaeda, pelo menos, a confiar nos alertas permanentes dos serviços secretos argentinos e de Israel.

Voo sobre o reservatório

O Debandar da Frente Fria e a Descoberta das Cataratas de Iguaçu a Transbordar

Como muitas das frentes frias que atingem o interior da América do Sul no Verão, também esta trouxe enxurradas sucessivas e trovoadas ameaçadoras.

Deixou o rio Iguaçu quase a transbordar. Acabou por se desvanecer contra o calor e a pressão alta das latitudes inferiores por onde andávamos.

Por fim, o sexto dia amanheceu com um céu polvilhado por novelos brancos. Deu-nos o mote por que aguardávamos para partirmos de Foz de Iguaçu rumo à “Grande Água”, assim se habituaram a chamar-lhe os indígenas Tupi-Guarani que há muito habitam a região tri-fonteiriça das cataratas.

Da entrada do Parque Nacional do Iguaçu, seguimos directos à sua área de Naipi. Cumprimos uma viagem rápida de elevador até ao cimo da torre de observação local e saímos ansiosos para o exterior.

Lá damos, pela primeira vez, com o caudal do Iguaçu em queda, colossal, brutal, muito mais poderoso do que alguma vez podíamos esperar, a troar de tal maneira que só ele se fazia ouvir.

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Queda d’água imponente na extensão lateral da queda da Garganta do Diabo.

A Odisseia de Álvar Nuñez, “El Cabeza de Vaca” na Travessia das Quedas do Iguaçu

Quando se confrontou com esta paisagem única, Álvar Núñez Cabeza de Vaca, o explorador obstinado de Jerez de La Fontera terá exclamado: “Santa Maria, que belleza!”. Partilhamos do seu entusiasmo.

Do topo daquele terraço supremo, apreciamos o leito inflacionado do Iguaçu a despenhar-se sobre enormes rochas cobertas por erva, perdidas na névoa densa provocada pelo impacto da água e, por comparação, insignificantes, os paredões verdejantes opostos em que se precipitavam inúmeras quedas secundárias.

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Queda secundária, em que a água e a vegetação dividem o penhasco.

Sabe-se que o fascínio do também conquistador foi efémero. Álvar Núñez liderava um pequeno exército que partira da ilha de Santa Catarina, ao largo da costa brasileira, em socorro da povoação hoje paraguaia de Nuestra Señora de Asunción, cercada por indígenas beligerantes.

Cabeza de Vaca depressa percebeu que teria que transpor o desfiladeiro traiçoeiro que acolhe o Iguaçu com toda a parafernália militar que transportava. E é mais que provável que as palavras iniciais de apreço tenham dado a lugar aos piores palavrões de que se lembrou.

As Cataratas de Iguaçu Modernizadas do Lado Brasileiro

A facilidade de exploração é hoje, a partir da margem brasileira do rio, absoluta, até algo exagerada.

De regresso ao solo, estruturas e plataformas complementares permitem-nos aproximações inesperadas à extremidade aberta da enorme Garganta do Diabo e à base dos penhascos verdejantes do lado argentino, com vista privilegiada para a vizinha Ilha San Martin.

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Visitantes aglomeram-se no fim de uma passadeira, ao lado de um arco-íris resplandecente.

São acessos sempre concorridos a verdadeiros duches naturais e que, em dias especialmente ventosos, garantem retornos encharcados.

Do espaço Naipi avançamos para a Trilha das Cataratas, um caminho sombrio que sobe ao longo da encosta luxuriante e desvenda retalhos do leito profundo, por entre a vegetação ou a partir de miradouros que lhe são conquistados.

O Sobrevoo Panorâmico do Grande Iguaçu

Uma vez esgotadas as hipóteses de exploração terrestre e fluvial das cataratas do lado brasileiro, sobrava-nos a variante aérea. Não tardamos a experimentá-la, a bordo de um helicóptero panorâmico.

O voo confirma-se curto mas intenso. Permite-nos desvendar imensidão da selva brasileira e argentina. Acompanha o serpentear do rio Iguaçu e o seu espraiar, na zona que envolve as quedas, identificáveis como a única superfície clara numa área verdejante interminável em redor.

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Vista aérea do rio Iguaçu e das cataratas do Iguaçu.

Na sequência, sobrevoarmos ainda as cataratas a baixa altitude, ao longo da falha geológica comprida e profunda que as origina. Dali, a água lamacenta passa de tons acastanhados, a um branco intenso de que ascendem enormes colunas de névoa. A jusante das cataratas, essa falha, até então algo indefinida, revela as dimensões e características impressionantes que justificam o nome Garganta do Diabo.

Na zona do Baixo Iguaçu, a Argentina dista apenas umas poucas dezenas de metros do Brasil. No que concerne deslocações convencionais, no exterior do parque, a passagem de um país para o outro, obriga a um percurso de 23km a partir de Foz do Iguaçu.

Este trajecto atravessa a Ponte Presidente Tancredo  Neves – pintada com as cores das bandeiras argentina e brasileira. Depois das complexas logísticas fronteiriças, entra na província de Misiones pela Ruta 12, por onde avança até ao km 5.

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Palmeiras impõem-se às cataratas de Iguaçu, com a ilha de San Martin em fundo.

As cataratas estão divididas desigualmente entre o Brasil e a Argentina.

Os argentinos detêm a maior parte do caudal do rio Iguaçu. Em contrapartida, o Parque Nacional do Iguaçu é maior que o argentino. Em ambos os lados da fronteira, a vida selvagem é riquíssima, incluindo a zona das cataratas onde os animais mais fáceis de avistar são os coatis.

Em bandos, os coatis invadem as áreas de apoio e edifícios em busca de comida que se habituaram a exigir aos turistas. Os restantes animais, principalmente mamíferos, são, por norma, furtivos. Como é suposto, num ambiente que como o de todas as selvas a sério, é denso e escuro.

O Parque Nacional Iguaçu esconde espécies perigosas como pumas e jaguares. Sempre que duvidar da sua presença, lembre-se que, em 1997, uma onça (assim lhe chamam os brasileiros) matou o filho de um guarda-parque brasileiro.

O Lado Argentino bem Mais Natural das Cataratas de Iguazu

Logo à entrada do Parque Nacional del Iguazú percebemos uma abordagem ecológica bem mais respeitadora que a brasileira. A estratégia (preferimos acreditar na intencionalidade) foi alterar o menos possível.

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Visitantes percorrem um passadiço sobre as águas do rio Iguaçu.

Damos com edifícios de recepção de madeira insignificantes. Deles em diante, percorremos uma longa “avenida” ladeada por erva alta de que se ramificam, para o meio da selva, os três principais percursos existentes: os Paseos Inferiores (1.5 km), os Paseos Superiores (1.2 km) e a Garganta – agora na sua versão hispânica – del Diabo.

Avançamos por uma combinação de trilhos minimais, aqui e ali reforçados por passarelas de ferro suspensas.

Os Paseos Inferiores prendam-nos com uma vista privilegiada para as quedas Duas Irmãs, Pequeña, Ramirez, Bossetti, Bernabé Méndez, Mbiguá e Adao y Eva, a partir das suas bases.

Já no circuito superior, passamos por detrás destas cataratas secundárias num ambiente severo de selva ainda mais cerrada sobrevoada por tucanos e que sugere a iminência dos grandes felinos sarapintados ou negros – conforme dite o seu melanismo – que patrulham estas paragens.

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Um tucano, uma das aves que habita a selva em redor do rio e das quedas do Iguaçu.

A Mais que Diabólica Queda da Garganta del Diablo

Deixamos para o fim a incursão ao limiar mortal da Garganta del Diablo.

Para lá chegar, apanhamos um pequeno comboio pitoresco até Puerto Canoas. Dali, percorremos a passarela com 2200m que atravessa parte considerável do leito do rio Iguaçu, no lado exterior de uma das extremidades da ferradura.

Percebemos como, graças à força centrífuga a que o caudal é submetido, esta secção vasta e marginal do leito escapa ao precipício mais amplo e alimenta as restantes quedas argentinas.

A caminhada faz-se acima da água, num cenário retirado de calma ilusória, enriquecido por pequenas ilhotas cobertas de vegetação que compartimentam ainda mais o rio.

Para diante, como se tudo o resto fosse um mero ritual de iniciação, a passarela desemboca numa nova plataforma de observação e o troar torna-se mais ensurdecedor que em qualquer outra zona das cataratas.

Alguns passos adicionais, confrontamo-nos com o vazio. Desvendamos então como o Iguaçu se despenha no abismo rei (cerca de 150 metros de altura e 700 de largura) com tal violência que o impacto provoca uma nuvem permanente com cerca de 30 m de altura.

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Grupo de pessoas admira a Garganta do Diabo a partir de uma plataforma do lado brasileiro das cataratas.

E deslumbramo-nos com os vaivéns de incontáveis andorinhões destemidos, em viagens de e para os seus ninhos escondidos nas profundezas das falésias.

Mais contidos na velocidade, alguns barcos sobem o desfiladeiro.  Também desaparecem temporariamente na bruma para mostrar a Garganta del Diablo aos passageiros da forma o mais arrojada possível, mesmo assim, bem aquém das empreitadas inconscientes levadas a cabo na primeira metade do século XX.

Nos primeiros tempos turísticos das cataratas de Iguaçu, à falta de passarelas e plataformas, era frequente os visitantes destemidos alugarem um barco a remos e um remador. Este, levava-os ao limite das quedas e, a remar como um louco contra a corrente, ali imobilizava a embarcação.

Enquanto isso, os passageiros divertiam-se a passar de um lado para o outro do barco, a tirar fotos, trocar impressões e tudo o que aquele momento de absoluta descontracção os inspirasse a fazer.

Mas qualquer abuso da sorte tem os seus limites e o inevitável acabou por acontecer. Em 1938, a força do caudal venceu o remador de serviço. O barco que manobrava despenhou-se com sete alemães a bordo. Ninguém sobreviveu.

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Barco repleto de passageiros desafia uma queda na base na Isla San Martin.

Estes desafios dementes à morte foram proibidos. Em vez barcos com motores poderosos desafiam o fundo de outros saltos secundários.

E a exclusividade do salto devolvida à grande água do Iguaçu.

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Sol põe-se para lá da margem argentina do rio Iguaçu.

Passo do Lontra, Miranda, Brasil

O Brasil Alagado a um Passo da Lontra

Estamos no limiar oeste do Mato Grosso do Sul mas mato, por estes lados, é outra coisa. Numa extensão de quase 200.000 km2, o Brasil surge parcialmente submerso, por rios, riachos, lagoas e outras águas dispersas em vastas planícies de aluvião. Nem o calor ofegante da estação seca drena a vida e a biodiversidade de lugares e fazendas pantaneiras como a que nos acolheu às margens do rio Miranda.
Manaus, Brasil

Os Saltos e Sobressaltos da ex-Capital Mundial da Borracha

De 1879 a 1912, só a bacia do rio Amazonas gerava o latex de que, de um momento para o outro, o mundo precisou e, do nada, Manaus tornou-se uma das cidades mais avançadas à face da Terra. Mas um explorador inglês levou a árvore para o sudeste asiático e arruinou a produção pioneira. Manaus voltou a provar a sua elasticidade. É a maior cidade da Amazónia e a sétima do Brasil.
Curitiba, Brasil

A Vida Elevada de Curitiba

Não é só a altitude de quase 1000 metros a que a cidade se situa. Cosmopolita e multicultural, a capital paranaense tem uma qualidade de vida e rating de desenvolvimento humano que a tornam um caso à parte no Brasil.
Esteros del Iberá, Argentina

O Pantanal das Pampas

No mapa mundo, para sul do famoso pantanal brasileiro, surge uma região alagada pouco conhecida mas quase tão vasta e rica em biodiversidade. A expressão guarani Y berá define-a como “águas brilhantes”. O adjectivo ajusta-se a mais que à sua forte luminância.
Cascatas e Quedas de Água

Cascatas do Mundo: Impressionantes Rios Verticais

Dos quase 1000 metros de altura do salto dançante de Angel à potência fulminante de Iguaçu ou Victoria após chuvas torrenciais, abatem-se sobre a Terra cascatas de todos os tipos.
Islândia

Ilha de Fogo, Gelo, Cascatas e Quedas de Água

A cascata suprema da Europa precipita-se na Islândia. Mas não é a única. Nesta ilha boreal, com chuva ou neve constantes e em plena batalha entre vulcões e glaciares, despenham-se torrentes sem fim.
Quedas d'água de Kalandula, Angola

Angola em Catadupa

Consideradas as segundas maiores de África, as quedas d’água de Kalandula banham de majestade natural a já de si grandiosa Angola. Desde os tempos coloniais em que foram baptizadas em honra de D. Pedro V, Duque de Bragança, muito rio Lucala e história por elas fluiu.
PN Canaima, Venezuela

Kerepakupai, Salto Angel: O Rio Que Cai do Céu

Em 1937, Jimmy Angel aterrou uma avioneta sobre uma meseta perdida na selva venezuelana. O aventureiro americano não encontrou ouro mas conquistou o baptismo da queda d'água mais longa à face da Terra
Victoria Falls, Zimbabwe

O Presente Trovejante de Livingstone

O explorador procurava uma rota para o Índico quando nativos o conduziram a um salto do rio Zambeze. As cataratas que encontrou eram tão majestosas que decidiu baptizá-las em honra da sua rainha
San Ignácio Mini, Argentina

As Missões Jesuíticas Impossíveis de San Ignácio Mini

No séc. XVIII, os jesuítas expandiam um domínio religioso no coração da América do Sul em que convertiam os indígenas guarani em missões jesuíticas. Mas as Coroas Ibéricas arruinaram a utopia tropical da Companhia de Jesus.
Península de Samaná, PN Los Haitises, República Dominicana

Da Península de Samaná aos Haitises Dominicanos

No recanto nordeste da República Dominicana, onde a natureza caribenha ainda triunfa, enfrentamos um Atlântico bem mais vigoroso que o esperado nestas paragens. Lá cavalgamos em regime comunitário até à famosa cascata Limón, cruzamos a baía de Samaná e nos embrenhamos na “terra das montanhas” remota e exuberante que a encerra.
Miranda, Brasil

Maria dos Jacarés: o Pantanal abriga criaturas assim

Eurides Fátima de Barros nasceu no interior da região de Miranda. Há 38 anos, instalou-se e a um pequeno negócio à beira da BR262 que atravessa o Pantanal e ganhou afinidade com os jacarés que viviam à sua porta. Desgostosa por, em tempos, as criaturas ali serem abatidas, passou a tomar conta delas. Hoje conhecida por Maria dos Jacarés, deu nome de jogador ou treinador de futebol a cada um dos bichos. Também garante que reconhecem os seus chamamentos.

Florianópolis, Brasil

O Legado Açoriano do Atlântico Sul

Durante o século XVIII, milhares de ilhéus portugueses perseguiram vidas melhores nos confins meridionais do Brasil. Nas povoações que fundaram, abundam os vestígios de afinidade com as origens.

El Calafate, Argentina

Os Novos Gaúchos da Patagónia

Em redor de El Calafate, em vez dos habituais pastores a cavalo, cruzamo-nos com gaúchos criadores equestres e com outros que exibem para gáudio dos visitantes, a vida tradicional das pampas douradas.
Morro de São Paulo, Brasil

Um Litoral Divinal da Bahia

Há três décadas, não passava de uma vila piscatória remota e humilde. Até que algumas comunidades pós-hippies revelaram o retiro do Morro ao mundo e o promoveram a uma espécie de santuário balnear.
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Pelas Terras Altas da Argentina Profunda

Um périplo pelas províncias de Salta e Jujuy leva-nos a desvendar um país sem sinal de pampas. Sumidos na vastidão andina, estes confins do Noroeste da Argentina também se perderam no tempo.
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A Liberdade Pantanosa do Quilombo do Remanso

Escravos foragidos subsistiram séculos em redor de um pantanal da Chapada Diamantina. Hoje, o quilombo do Remanso é um símbolo da sua união e resistência mas também da exclusão a que foram votados.
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Ilhabela: Depois do Horror, a Beleza Atlântica

Nocenta por cento de Mata Atlântica preservada, cachoeiras idílicas e praias gentis e selvagens fazem-lhe jus ao nome. Mas, se recuarmos no tempo, também desvendamos a faceta histórica horrífica de Ilhabela.
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Em Ilhabela, a Caminho de Bonete

Uma comunidade de caiçaras descendentes de piratas fundou uma povoação num recanto da Ilhabela. Apesar do acesso difícil, Bonete foi descoberta e considerada uma das dez melhores praias do Brasil.
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Viagem por Mendoza, a Grande Província Enóloga Argentina

Os missionários espanhóis perceberam, no século XVI, que a zona estava talhada para a produção do “sangue de Cristo”. Hoje, a província de Mendoza está no centro da maior região enóloga da América Latina.
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O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
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A Caminho de Creel

Com Chihuahua para trás, apontamos a sudoeste e a terras ainda mais elevadas do norte mexicano. Junto a Ciudad Cuauhtémoc, visitamos um ancião menonita. Em redor de Creel, convivemos, pela primeira vez, com a comunidade indígena Rarámuri da Serra de Tarahumara.
Ooty, Tamil Nadu, cenário de Bollywood, Olhar de galã
Étnico
Ooty, Índia

No Cenário Quase Ideal de Bollywood

O conflito com o Paquistão e a ameaça do terrorismo tornaram as filmagens em Caxemira e Uttar Pradesh um drama. Em Ooty, constatamos como esta antiga estação colonial britânica assumia o protagonismo.
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

A Vida Lá Fora

Nelson Dockyards, Docas de Antigua,
História
English Harbour, Antigua

Docas de Nelson: a Antiga Base Naval e Morada do Almirante

No século XVII, já os ingleses disputavam o controle das Caraíbas e do comércio do açúcar com os seus rivais coloniais, apoderaram-se da ilha de Antígua. Lá se depararam com uma enseada recortada a que chamaram English Harbour. Tornaram-na um porto estratégico que também abrigou o idolatrado oficial da marinha.
Bando de Pelicanos-Pardo de olho em alimento
Ilhas
Islamorada, Florida Keys, Estados Unidos

A Aldeia Floridense Feita de Ilhas

Os descobridores espanhóis baptizaram-na de ilha Púrpura, mas os tons predominantes são os dos incontáveis recifes de coral num mar pouco profundo. Confinada às suas cinco keys, Islamorada mantêm-se pacata, num meio-caminho alternativo entre Miami e Key West, as urbes da Flórida que a prodigiosa Overseas Highway há muito liga.
Quebra-Gelo Sampo, Kemi, Finlândia
Inverno Branco
Kemi, Finlândia

Não é Nenhum “Barco do Amor”. Quebra Gelo desde 1961

Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.
Na pista de Crime e Castigo, Sao Petersburgo, Russia, Vladimirskaya
Literatura
São Petersburgo, Rússia

Na Pista de “Crime e Castigo”

Em São Petersburgo, não resistimos a investigar a inspiração para as personagens vis do romance mais famoso de Fiódor Dostoiévski: as suas próprias lástimas e as misérias de certos concidadãos.
Gandoca Manzanillo Refúgio, Baía
Natureza
Gandoca-Manzanillo (Refúgio de Vida Selvagem), Costa Rica

O Refúgio Caribenho de Gandoca-Manzanillo

No fundo do seu litoral sudeste, na iminência do Panamá, a nação “tica” protege um retalho de selva, de pântano e de Mar das Caraíbas. Além de um refúgio de vida selvagem providencial, Gandoca-Manzanillo revela-se um deslumbrante éden tropical.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Lago Tinquilco no PN Huerquehue, Pucón, La Araucania, Chile
Parques Naturais
Pucón, Chile

Entre as Araucárias de La Araucania

A determinada latitude do longilíneo Chile, entramos em La Araucanía. Este é um Chile rude, repleto de vulcões, lagos, rios, quedas d’água e das florestas de coníferas de que brotou o nome da região. E é o coração de pinhão da maior etnia indígena do país: a Mapuche.
Ilha de São Miguel, Acores Deslumbrantes por Natureza
Património Mundial UNESCO
São Miguel, Açores

Ilha de São Miguel: Açores Deslumbrantes, Por Natureza

Uma biosfera imaculada que as entranhas da Terra moldam e amornam exibe-se, em São Miguel, em formato panorâmico. São Miguel é a maior das ilhas portuguesas. E é uma obra de arte da Natureza e do Homem no meio do Atlântico Norte plantada.
Personagens
Sósias, actores e figurantes

Estrelas do Faz de Conta

Protagonizam eventos ou são empresários de rua. Encarnam personagens incontornáveis, representam classes sociais ou épocas. Mesmo a milhas de Hollywood, sem eles, o Mundo seria mais aborrecido.
Machangulo, Moçambique, ocaso
Praias
Machangulo, Moçambique

A Península Dourada de Machangulo

A determinada altura, um braço de mar divide a longa faixa arenosa e repleta de dunas hiperbólicas que delimita a Baía de Maputo. Machangulo, assim se denomina a secção inferior, abriga um dos litorais mais grandiosos de Moçambique.
Aurora ilumina o vale de Pisang, Nepal.
Religião
Circuito Annapurna: 3º- Upper Pisang, Nepal

Uma Inesperada Aurora Nevada

Aos primeiros laivos de luz, a visão do manto branco que cobrira a povoação durante a noite deslumbra-nos. Com uma das caminhadas mais duras do Circuito Annapurna pela frente, adiamos a partida tanto quanto possível. Contrariados, deixamos Upper Pisang rumo a Ngawal quando a derradeira neve se desvanecia.
Comboio Kuranda train, Cairns, Queensland, Australia
Sobre Carris
Cairns-Kuranda, Austrália

Comboio para o Meio da Selva

Construído a partir de Cairns para salvar da fome mineiros isolados na floresta tropical por inundações, com o tempo, o Kuranda Railway tornou-se no ganha-pão de centenas de aussies alternativos.
Intervenção policial, judeus utraortodoxos, jaffa, Telavive, Israel
Sociedade
Jaffa, Israel

Protestos Pouco Ortodoxos

Uma construção em Jaffa, Telavive, ameaçava profanar o que os judeus ultra-ortodoxos pensavam ser vestígios dos seus antepassados. E nem a revelação de se tratarem de jazigos pagãos os demoveu da contestação.
Vida Quotidiana
Profissões Árduas

O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
Cabo da Cruz, colónia focas, cape cross focas, Namíbia
Vida Selvagem
Cape Cross, Namíbia

A Mais Tumultuosa das Colónias Africanas

Diogo Cão desembarcou neste cabo de África em 1486, instalou um padrão e fez meia-volta. O litoral imediato a norte e a sul, foi alemão, sul-africano e, por fim, namibiano. Indiferente às sucessivas transferências de nacionalidade, uma das maiores colónias de focas do mundo manteve ali o seu domínio e anima-o com latidos marinhos ensurdecedores e intermináveis embirrações.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.