Chã das Caldeiras a Mosteiros, Ilha do Fogo, Cabo Verde

Chã das Caldeiras a Mosteiros: descida pelos Confins do Fogo


Escoada de Lava vs Mar de Nuvens
Nuvens de bruma seca acima da escoada libertada pela erupção do vulcão Fogo de 1951.
Direcções de Madeira
Placa com lugares entre a Chã das Caldeiras e Mosteiros esculpidos numa tábua irregular.
Mosteiros à Beira-Mar
Casario colorido de Mosteiros à beira do Atlântico.
Cafézal
Grãos do famoso café da ilha do Fogo.
O Caminho para Mosteiros
O caminho que desce da Caldeira para a beira-mar de Mosteiros.
Casas das Papaias
Castro de casas de que despontam grandes papaieras.
Carga de Feijão-Pedra
Moradora de Bangaeira carrega feijão-pedra acabado de colher.
Morro de Mosteiros
Perspectiva lateral de uma das povoações de Mosteiros.
Espera Desesperante
Motorista de Táxi aguarda pelos clientes no fim do trilho que desce da Chã das Caldeiras.
Sobrecarga
Jovem morador da Chã das Caldeiras carrega feijão-pedra sobre um carrinho-de-mão.
Pasto Inclinado
Vaca pasta numa encosta preenchida com cafezais e bananais.
Aldeolas na Encosta
Trecho da costa tornado verdejante pela humidade que flui de Oriente para Ocidente.
Com o cimo de Cabo Verde conquistado, dormimos e recuperamos em Chã das Caldeiras, em comunhão com algumas das vidas à mercê do vulcão. Na manhã seguinte, iniciamos o regresso à capital São Filipe, 11 km de caminho para Mosteiros abaixo.

São 2829 metros, os do vulcão Fogo.

Ascendemo-los e, logo, descemo-los, em boa parte, sobre lava áspera ou areia e cinza vulcânica em que cada dois passos para cima suscitaram um de deslizamento. A este revés, juntaram-se o factor altitude e o efeito dos raios solares, bem mais desgastantes que ao nível do mar.

Como nos acontece com demasiada frequência, a constância com que interrompemos a subida e a descida para contemplação dos cenários em redor e sua fotografia, causou um sério atraso da chegada à povoação, duas horas adicionais, sete em vez das habituais cinco, quatro empregues na subida, três na descida.

Regressámos em êxtase por tudo o que havia significado e proporcionado aquela nova conquista. Também extenuados pelo esforço que lhe dedicámos.

Foi, assim, sem surpresa que a noite que passámos na Casa Adriano, em Bangaeira, se provou aquela com o melhor sono de vários em terras cabo-verdianas.

A Dª Filomena tinha-nos preparado um almoço a tempo de uma hora normal da refeição. Em vez, almoçámo-lo já depois das três da tarde. Até ao pôr-do-sol, ainda deambulámos entre as casas soterradas e convivemos com famílias de Portela e Bangaeira.

Família, Chã das Caldeiras a Mosteiros, Ilha do Fogo, Cabo Verde

Jovem família da Chã das Caldeiras trabalha na reconstrução de uma casa.

Meia-hora após o sol se sumir a oeste da ilha, regressamos ao abrigo do casal Montrond.

Bebemos qualquer coisa quente. Às nove da noite, rendemo-nos ao cansaço.

Dormimos até às sete da manhã. Pouco depois da aurora e de pequeno-almoço devorado, retomamos a descoberta e a fotografia da Chã e da sua caldeira, devassada como se mantinha, por mais que uma erupção do caprichoso Fogo.

Por volta das onze, com o sol quase a pique, a luz confirma-se demasiado áspera para o nosso gosto. Era o estímulo solar que aguardávamos para nos pormos a caminho.

De Saída da Grande Caldeira do Vulcão Fogo

A jornada para Mosteiros passava por percorrer o trecho interno entre Bangaeira e a saída oriental da caldeira. Mesmo a um Domingo, as gentes da Chã viam-se forçadas a garantir a sua subsistência.

Nesse espaço, deparamo-nos com os derradeiros lares da Caldeira. Um deles exibia uma pequena montra de artesanato à beira do caminho. Uma mesa articulada verde, coberta de areia vulcânica, sugeria-nos sacos de café, casinhas e outras esculturas criadas com lava, palhota e outros materiais, sobretudo vegetais.

Montra de artesanato, Chã das Caldeiras a Mosteiros, Ilha do Fogo, Cabo Verde

Montra de peças de artesanato à beira do caminho para a saída da bordeira.

Já tínhamos comprado dezenas dessas casinhas tradicionais a moradores que encontrámos na entrada oposta da caldeira, junto à placa que dá as boas-vindas a quem entra no Parque Natural do Fogo. Limitamo-nos, assim, a contemplar o arranjo cuidado das peças e a prosseguir.

Umas centenas de metros depois, cruzamo-nos com uma senhora de vestes escuras e olhos claros, com um grande molho de feijão-pedra à cabeça.

Chã das Caldeiras a Mosteiros, Ilha do Fogo, Cabo Verde

Moradora de Bangaeira carrega feijão-pedra acabado de colher.

Aos poucos, avançamos entre uma colónia de grandes eucaliptos e um mar de lava propagado por uma das dezenas de erupções do vulcão, tudo indicava ter sido a de 1951.

Despedimo-nos do Fogo, com o seu monte envolto numa bruma quente e seca que o reduzia a uma quase silhueta cónica, cada vez mais difusa contra o céu esbranquiçado.

Chã das Caldeiras a Mosteiros, Ilha do Fogo, Cabo Verde

O caminho que desce da Caldeira para a beira-mar de Mosteiros.

Passagem da Chã das Caldeiras à Floresta do Monte Velho

Atingimos o limiar da bordeira. O caminho deixa o reduto lávico. Entra no Perímetro Florestal de Monte Velho.

Do nada, uma pick up azul surge de um meandro da via. Vem carregada de vigas de madeira, essenciais ao esforço de reconstrução a que se viam obrigadas as gentes da Chã das Caldeiras após a última erupção de 2014-2015.

Aquando da nossa passagem, o guarda-florestal está ausente do posto. Constrangido pelo dever de cobrar as entradas, alcança-nos numa correria. Pagamos-lhe os 200 escudos devidos. O rapaz passa-nos o bilhete respectivo e agradece, após o que volta aos afazeres que o mantinham ausente.

Prosseguimos na descida. Às tantas, uma aberta na vegetação revela-nos um cenário surreal.

Entre o plano das copas das árvores e o do céu azulão que servia de abóbada de tudo, uma grande frente de nuvens alvas desafiava o caudal em queda mas solidificado da escoada avassaladora que há muito acompanhávamos.

Chã das Caldeiras a Mosteiros, Ilha do Fogo, Cabo Verde

Nuvens de bruma seca acima da escoada libertada pela erupção do vulcão Fogo de 1951.

Por mais alva que nos parecesse, essa frente quase tangível da famosa bruma seca cabo-verdiana continha humidade.

Fazia despontar e irrigava o mato do leste-nordeste da ilha do Fogo, uma vegetação, no cimo, idosa e frondosa mas que em breve se se renderia a distintas expressões vegetais milagrosas.

Uma outra tabuleta farrusca identificava povoados e lugares alcançáveis pela ramificação de uma bifurcação: Montinho, Piorno, Campanas Cima e R. Filipe de um lado. Centro Monte Velho, Coxo, Pai António e Mosteiros Trás, do outro. Sabíamos que, ao tomarmos o segundo, estaríamos no caminho certo.

Chã das Caldeiras a Mosteiros, Ilha do Fogo, Cabo Verde

Placa com lugares entre a Chã das Caldeiras e Mosteiros esculpidos numa tábua irregular.

A Descida Semi-Vertiginosa Ladeada por Agaves

Não tarda, a quase estrada de terra dá lugar a um trilho apertado, íngreme e sinuoso, ladeado por centenas de agaves verdejantes e aguçados.

De tal maneira bicudos, que uma qualquer distracção e queda redundaria num sério ferimento. Íngreme como era, o trilho depressa nos levou abaixo do manto da “bruma seca”. Revelou-nos um mundo gradualmente mais fértil.

Chã das Caldeiras a Mosteiros, Ilha do Fogo, Cabo Verde

Castro de casas de que despontam grandes papaieras.

Para ambos os lados da sebe de agaves, preenchiam a falda os cafezais que dão origem ao prestigiado café do Fogo. Também bananais. E papaieiras. Aqui e ali, umas plantações perdidas no meio de outras.

Vacas leiteiras pastavam em pastos improvisados e inclinados, sulcados por uma rede de velhos muros que marcavam propriedades.

Chã das Caldeiras a Mosteiros, Ilha do Fogo, Cabo Verde

Vaca pasta numa encosta preenchida com cafezais e bananais.

O Concelho e a a Aldeia de Mosteiros. Entre os Campos Agrícolas e o Mar

A vertente que descíamos integrava Mosteiros, um concelho-município com quase dez mil habitantes e uma população em crescimento desde, pelo menos, 1980, ao que não será alheia a fertilidade singular da região e a expressão turística que conquistou muito devido à sua posição no sopé do vulcão e à saída do trilho que procurávamos completar.

Quase todos os habitantes de Mosteiros vivem e dependem do meio rural, a principal razão porque víamos a encosta cultivada até mesmo em redutos de tal forma pendentes que rejeitavam socalcos.

Plantam-nos, mantêm-nos e colhem-nos com a ajuda de burros diminutos mas suficientemente poderosos e resistentes para carregarem os donos e grandes cargas encosta acima.

Uma vez mais a vegetação abre. Forma uma janela natural que enquadra a laje de lava vasta no sopé nordeste da encosta.

Dali, entre a folhagem, vislumbramos o casario de blocos, mal-acabado da Vila de Mosteiros, a sede do concelho homónimo, na prática, um aglomerado de pequenas povoações remediadas habitadas por cerca de quatrocentas almas.

Chã das Caldeiras a Mosteiros, Ilha do Fogo, Cabo Verde

Perspectiva lateral de uma das povoações de Mosteiros.

Agricultura à parte, muitos dos seus foguenses aproveitam ainda o sustento piscatório que o Atlântico lhes garante.

Tinham passado duas horas. O sol caía para ocidente do Fogo.

Por razões que só a “bruma seca” conhecia, já só incidia sobre o povoado. Clareava o casario e fazia-o contrastar com a negrura desolada em que assentava.

Mosteiros ,Ilha do Fogo, Cabo Verde

O casario mal-acabado de Mosteiros, nas imediações de outro trajecto habitual da lava do vulcão Fogo.

O Prenúncio Musical de Pai António. E do Fim do Trilho.

Com os joelhos em intenso queixume, ao som de um inesperado e festivo batuque, fazemo-nos a uma escadaria improvisada. Do seu início, não conseguíamos ver o que estava mais abaixo mas suspeitávamos que sinalizava o término do percurso.

Por fim, a escadaria destaca-nos das árvores. Os primeiros degraus exibem-nos um castro longínquo de casas de que se projectavam enormes papaieiras. Os seguintes, desvendam-nos uma calçada de Pai António fundeira e a cena de vida cabo-verdiana inconfundível que lá tinha lugar.

A música provinha de um pequeno bar de grogue com telhado de palhota e em que uma mulher da povoação permanecia à sombra e ao balcão. Ao lado, no intervalo de partidas aguerridas de matraquilhos, dois conterrâneos discutiam a alta voz, tão à vontade que nem o batuko lhes abafava os argumentos.

Chã das Caldeiras a Mosteiros, Ilha do Fogo, Cabo Verde

Motorista de Táxi aguarda pelos clientes no fim do trilho que desce da Chã das Caldeiras.

À sua frente, Edilson, o nosso condutor de táxi “oficial” na ilha do Fogo, desesperava pelo atraso que levávamos. “Ah, aí estão vocês, até que enfim.

Estava a ver que se tinham perdido!” saúda-nos, assim, com a confiança que mantínhamos de parte a parte, conquistada em conversas bem-dispostas de outros trajectos.

Completávamos, ali, 11km de árdua descida. A água que levávamos não nos tinha matado por completo a sede. De acordo, sentamo-nos no muro a beber uma cerveja e um sumo, à conversa com os mosteirenses que, sem o esperarem, nos acolhiam. Seguiu-se um arrastado retorno à capital São Filipe.

E mais alguns dias no caloroso Fogo de Cabo Verde.

Ilha do Fogo, Cabo Verde

À Volta do Fogo

Ditaram o tempo e as leis da geomorfologia que a ilha-vulcão do Fogo se arredondasse como nenhuma outra em Cabo Verde. À descoberta deste arquipélago exuberante da Macaronésia, circundamo-la contra os ponteiros do relógio. Deslumbramo-nos no mesmo sentido.
Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã "Francês" à Mercê do Fogo

Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    
Cidade Velha, Cabo Verde

Cidade Velha: a anciã das Cidades Tropico-Coloniais

Foi a primeira povoação fundada por europeus abaixo do Trópico de Câncer. Em tempos determinante para expansão portuguesa para África e para a América do Sul e para o tráfico negreiro que a acompanhou, a Cidade Velha tornou-se uma herança pungente mas incontornável da génese cabo-verdiana.

Ilha do Sal, Cabo Verde

O Sal da Ilha do Sal

Na iminência do século XIX, Sal mantinha-se carente de água potável e praticamente inabitada. Até que a extracção e exportação do sal lá abundante incentivou uma progressiva povoação. Hoje, o sal e as salinas dão outro sabor à ilha mais visitada de Cabo Verde.
Ilha da Boa Vista, Cabo Verde

Ilha da Boa Vista: Vagas do Atlântico, Dunas do Sara

Boa Vista não é apenas a ilha cabo-verdiana mais próxima do litoral africano e do seu grande deserto. Após umas horas de descoberta, convence-nos de que é um retalho do Sara à deriva no Atlântico do Norte.
Santa Maria, Sal, Cabo Verde

Santa Maria e a Bênção Atlântica do Sal

Santa Maria foi fundada ainda na primeira metade do século XIX, como entreposto de exportação de sal. Hoje, muito graças à providência de Santa Maria, o Sal ilha vale muito que a matéria-prima.
Santo Antão, Cabo Verde

Pela Estrada da Corda Toda

Santo Antão é a mais ocidental das ilhas de Cabo Verde. Lá se situa um limiar Atlântico e rugoso de África, um domínio insular majestoso que começamos por desvendar de uma ponta à outra da sua deslumbrante Estrada da Corda.
São Nicolau, Cabo Verde

São Nicolau: Romaria à Terra di Sodade

Partidas forçadas como as que inspiraram a famosa morna “Sodade” deixaram bem vincada a dor de ter que deixar as ilhas de Cabo Verde. À descoberta de Saninclau, entre o encanto e o deslumbre, perseguimos a génese da canção e da melancolia.
PN Bromo Tengger Semeru, Indonésia

O Mar Vulcânico de Java

A gigantesca caldeira de Tengger eleva-se a 2000m no âmago de uma vastidão arenosa do leste de Java. Dela se projectam o monte supremo desta ilha indonésia, o Semeru, e vários outros vulcões. Da fertilidade e clemência deste cenário tão sublime quanto dantesco prospera uma das poucas comunidades hindus que resistiram ao predomínio muçulmano em redor.
Cilaos, Reunião

Refúgio sob o tecto do Índico

Cilaos surge numa das velhas caldeiras verdejantes da ilha de Reunião. Foi inicialmente habitada por escravos foragidos que acreditavam ficar a salvo naquele fim do mundo. Uma vez tornada acessível, nem a localização remota da cratera impediu o abrigo de uma vila hoje peculiar e adulada.
Tanna, Vanuatu

Daqui se Fez Vanuatu ao Ocidente

O programa de TV “Meet the Natives” levou representantes tribais de Tanna a conhecer a Grã-Bretanha e os E.U.A. De visita à sua ilha, percebemos porque nada os entusiasmou mais que o regresso a casa.
São Nicolau, Cabo Verde

Fotografia dess Nha Terra São Nicolau

A voz da saudosa Cesária Verde cristalizou o sentimento dos cabo-verdianos que se viram forçados a deixar a sua ilha. Quem visita São Nicolau ou, vá lá que seja, admira imagens que a bem ilustrem, percebe porque os seus lhe chamam, para sempre e com orgulho, nha terra.
Brava, Cabo Verde

A Ilha Brava de Cabo Verde

Aquando da colonização, os portugueses deparam-se com uma ilha húmida e viçosa, coisa rara, em Cabo Verde. Brava, a menor das ilhas habitadas e uma das menos visitadas do arquipélago preserva uma genuinidade própria da sua natureza atlântica e vulcânica algo esquiva.
Santiago, Cabo Verde

Santiago de Baixo a Cima

Aterrados na capital cabo-verdiana de Praia, exploramos a sua pioneira antecessora. Da Cidade Velha, percorremos a crista montanhosa e deslumbrante de Santiago, até ao topo desafogado de Tarrafal.
Santo Antão, Cabo Verde

Porto Novo a Ribeira Grande pelo Caminho do Mar

Desembarcados e instalados em Porto Novo de Santo Antão, depressa constatamos duas rotas para chegar à segunda maior povoação da ilha. Já rendidos ao sobe-e-desce monumental da Estrada da Corda, deslumbramo-nos com o dramatismo vulcânico e atlântico da alternativa costeira.
Ponta do Sol a Fontainhas, Santo Antão, Cabo Verde

Uma Viagem Vertiginosa a Partir da Ponta do Sol

Atingimos o limiar norte de Santo Antão e de Cabo Verde. Em nova tarde de luz radiosa, acompanhamos a azáfama atlântica dos pescadores e o dia-a-dia menos litoral da vila. Com o ocaso iminente, inauguramos uma demanda sombria e intimidante do povoado das Fontainhas.
Mindelo, São Vicente, Cabo Verde

O Milagre de São Vicente

São Vicente sempre foi árida e inóspita a condizer. A colonização desafiante da ilha submeteu os colonos a sucessivas agruras. Até que, por fim, a sua providencial baía de águas profundas viabilizou o Mindelo, a urbe mais cosmopolita e a capital cultural de Cabo Verde.
Nova Sintra, Brava, Cabo Verde

Uma Sintra Crioula, em Vez de Saloia

Quando os colonos portugueses descobriram a ilha de Brava, repararam no seu clima, muito mais húmido que a maior parte de Cabo Verde. Determinados em manterem ligações com a distante metrópole, chamaram a principal povoação de Nova Sintra.
Tarrafal, Santiago, Cabo Verde

O Tarrafal da Liberdade e da Vida Lenta

A vila de Tarrafal delimita um recanto privilegiado da ilha de Santiago, com as suas poucas praias de areia branca. Quem por lá se encanta tem ainda mais dificuldade em entender a atrocidade colonial do vizinho campo prisional.
Ribeira Grande, Santo AntãoCabo Verde

Santo Antão, Ribeira Grande Acima

Na origem, uma Povoação diminuta, a Ribeira Grande seguiu o curso da sua história. Passou a vila, mais tarde, a cidade. Tornou-se um entroncamento excêntrico e incontornável da  ilha de Santo Antão.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Esteros del Iberá, Pantanal Argentina, Jacaré
Safari
Esteros del Iberá, Argentina

O Pantanal das Pampas

No mapa mundo, para sul do famoso pantanal brasileiro, surge uma região alagada pouco conhecida mas quase tão vasta e rica em biodiversidade. A expressão guarani Y berá define-a como “águas brilhantes”. O adjectivo ajusta-se a mais que à sua forte luminância.
Rebanho em Manang, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 8º Manang, Nepal

Manang: a Derradeira Aclimatização em Civilização

Seis dias após a partida de Besisahar chegamos por fim a Manang (3519m). Situada no sopé das montanhas Annapurna III e Gangapurna, Manang é a civilização que mima e prepara os caminhantes para a travessia sempre temida do desfiladeiro de Thorong La (5416 m).
Lençóis da Bahia, Diamantes Eternos, Brasil
Arquitectura & Design
Lençois da Bahia, Brasil

Lençois da Bahia: nem os Diamantes São Eternos

No século XIX, Lençóis tornou-se na maior fornecedora mundial de diamantes. Mas o comércio das gemas não durou o que se esperava. Hoje, a arquitectura colonial que herdou é o seu bem mais precioso.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Aventura
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.
Cerimónias e Festividades
Militares

Defensores das Suas Pátrias

Mesmo em tempos de paz, detectamos militares por todo o lado. A postos, nas cidades, cumprem missões rotineiras que requerem rigor e paciência.
Cidades
Napier, Nova Zelândia

De volta aos Anos 30 – Calhambeque Tour

Numa cidade reerguida em Art Deco e com atmosfera dos "anos loucos" e seguintes, o meio de locomoção adequado são os elegantes automóveis clássicos dessa era. Em Napier, estão por toda a parte.
Comida
Mercados

Uma Economia de Mercado

A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
Garranos galopam pelo planalto acima de Castro Laboreiro, PN Peneda-Gerês, Portugal
Cultura
Castro Laboreiro, Portugal  

Do Castro de Laboreiro à Raia da Serra Peneda – Gerês

Chegamos à (i) eminência da Galiza, a 1000m de altitude e até mais. Castro Laboreiro e as aldeias em redor impõem-se à monumentalidade granítica das serras e do Planalto da Peneda e de Laboreiro. Como o fazem as suas gentes resilientes que, entregues ora a Brandas ora a Inverneiras, ainda chamam casa a estas paragens deslumbrantes.
Espectador, Melbourne Cricket Ground-Rules footbal, Melbourne, Australia
Desporto
Melbourne, Austrália

O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
Barco e timoneiro, Cayo Los Pájaros, Los Haitises, República Dominicana
Em Viagem
Península de Samaná, PN Los Haitises, República Dominicana

Da Península de Samaná aos Haitises Dominicanos

No recanto nordeste da República Dominicana, onde a natureza caribenha ainda triunfa, enfrentamos um Atlântico bem mais vigoroso que o esperado nestas paragens. Lá cavalgamos em regime comunitário até à famosa cascata Limón, cruzamos a baía de Samaná e nos embrenhamos na “terra das montanhas” remota e exuberante que a encerra.
Creel, Chihuahua, Carlos Venzor, coleccionador, museu
Étnico
Chihuahua a Creel, Chihuahua, México

A Caminho de Creel

Com Chihuahua para trás, apontamos a sudoeste e a terras ainda mais elevadas do norte mexicano. Junto a Ciudad Cuauhtémoc, visitamos um ancião menonita. Em redor de Creel, convivemos, pela primeira vez, com a comunidade indígena Rarámuri da Serra de Tarahumara.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sinais Exóticos de Vida

Madu River: dono de um Fish SPA, com os pés dentro do viveiro de peixes-doutores
História
Rio e Lagoa Madu, Sri Lanka

No Curso do Budismo Cingalês

Por ter escondido e protegido um dente de Buda, uma ilha diminuta da lagoa da lagoa Madu recebeu um templo evocativo e é considerada sagrada. O Maduganga imenso em redor, por sua vez, tornou-se uma das zonas alagadas mais louvadas do Sri Lanka.
Ilha do Norte, Nova Zelândia, Maori, Tempo de surf
Ilhas
Ilha do Norte, Nova Zelândia

Viagem pelo Caminho da Maoridade

A Nova Zelândia é um dos países em que descendentes de colonos e nativos mais se respeitam. Ao explorarmos a sua lha do Norte, inteirámo-nos do amadurecimento interétnico desta nação tão da Commonwealth como maori e polinésia.
Geotermia, Calor da Islândia, Terra do Gelo, Geotérmico, Lagoa Azul
Inverno Branco
Islândia

O Aconchego Geotérmico da Ilha do Gelo

A maior parte dos visitantes valoriza os cenários vulcânicos da Islândia pela sua beleza. Os islandeses também deles retiram calor e energia cruciais para a vida que levam às portas do Árctico.
Sombra vs Luz
Literatura
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Foz incandescente, Grande Ilha Havai, Parque Nacional Vulcoes, rios de Lava
Natureza
Big Island, Havai

Grande Ilha do Havai: À Procura de Rios de Lava

São cinco os vulcões que fazem da ilha grande Havai aumentar de dia para dia. O Kilauea, o mais activo à face da Terra, liberta lava em permanência. Apesar disso, vivemos uma espécie de epopeia para a vislumbrar.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Hipopótamo move-se na imensidão alagada da Planície dos Elefantes.
Parques Naturais
Parque Nacional de Maputo, Moçambique

O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
Mirador de La Peña, El Hierro, Canárias, Espanha
Património Mundial UNESCO
El Hierro, Canárias

A Orla Vulcânica das Canárias e do Velho Mundo

Até Colombo ter chegado às Américas, El Hierro era vista como o limiar do mundo conhecido e, durante algum tempo, o Meridiano que o delimitava. Meio milénio depois, a derradeira ilha ocidental das Canárias fervilha de um vulcanismo exuberante.
Mascarado de Zorro em exibição num jantar da Pousada Hacienda del Hidalgo, El Fuerte, Sinaloa, México
Personagens
El Fuerte, Sinaloa, México

O Berço de Zorro

El Fuerte é uma cidade colonial do estado mexicano de Sinaloa. Na sua história, estará registado o nascimento de Don Diego de La Vega, diz-se que numa mansão da povoação. Na sua luta contra as injustiças do jugo espanhol, Don Diego transformava-se num mascarado esquivo. Em El Fuerte, o lendário “El Zorro” terá sempre lugar.
El Nido, Palawan a Ultima Fronteira Filipina
Praias
El Nido, Filipinas

El Nido, Palawan: A Última Fronteira Filipina

Um dos cenários marítimos mais fascinantes do Mundo, a vastidão de ilhéus escarpados de Bacuit esconde recifes de coral garridos, pequenas praias e lagoas idílicas. Para a descobrir, basta uma bangka.
igreja, nossa senhora, virgem, guadalupe, mexico
Religião
San Cristobal de las Casas a Campeche, México

Uma Estafeta de Fé

Equivalente católica da Nª Sra. de Fátima, a Nossa Senhora de Guadalupe move e comove o México. Os seus fiéis cruzam-se nas estradas do país, determinados em levar a prova da sua fé à patrona das Américas.
Composição Flam Railway abaixo de uma queda d'água, Noruega
Sobre Carris
Nesbyen a Flam, Noruega

Flam Railway: Noruega Sublime da Primeira à Última Estação

Por estrada e a bordo do Flam Railway, num dos itinerários ferroviários mais íngremes do mundo, chegamos a Flam e à entrada do Sognefjord, o maior, mais profundo e reverenciado dos fiordes da Escandinávia. Do ponto de partida à derradeira estação, confirma-se monumental esta Noruega que desvendamos.
Mahu, Terceiro Sexo da Polinesia, Papeete, Taiti
Sociedade
Papeete, Polinésia Francesa

O Terceiro Sexo do Taiti

Herdeiros da cultura ancestral da Polinésia, os mahu preservam um papel incomum na sociedade. Perdidos algures entre os dois géneros, estes homens-mulher continuam a lutar pelo sentido das suas vidas.
Vida Quotidiana
Profissões Árduas

O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
Fazenda de São João, Pantanal, Miranda, Mato Grosso do Sul, ocaso
Vida Selvagem
Fazenda São João, Miranda, Brasil

Pantanal com o Paraguai à Vista

Quando a fazenda Passo do Lontra decidiu expandir o seu ecoturismo, recrutou a outra fazenda da família, a São João. Mais afastada do rio Miranda, esta outra propriedade revela um Pantanal remoto, na iminência do Paraguai. Do país e do rio homónimo.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.