Chã das Caldeiras a Mosteiros, Ilha do Fogo, Cabo Verde

Chã das Caldeiras a Mosteiros: descida pelos Confins do Fogo


Escoada de Lava vs Mar de Nuvens
Nuvens de bruma seca acima da escoada libertada pela erupção do vulcão Fogo de 1951.
Direcções de Madeira
Placa com lugares entre a Chã das Caldeiras e Mosteiros esculpidos numa tábua irregular.
Mosteiros à Beira-Mar
Casario colorido de Mosteiros à beira do Atlântico.
Cafézal
Grãos do famoso café da ilha do Fogo.
O Caminho para Mosteiros
O caminho que desce da Caldeira para a beira-mar de Mosteiros.
Casas das Papaias
Castro de casas de que despontam grandes papaieras.
Carga de Feijão-Pedra
Moradora de Bangaeira carrega feijão-pedra acabado de colher.
Morro de Mosteiros
Perspectiva lateral de uma das povoações de Mosteiros.
Espera Desesperante
Motorista de Táxi aguarda pelos clientes no fim do trilho que desce da Chã das Caldeiras.
Sobrecarga
Jovem morador da Chã das Caldeiras carrega feijão-pedra sobre um carrinho-de-mão.
Pasto Inclinado
Vaca pasta numa encosta preenchida com cafezais e bananais.
Aldeolas na Encosta
Trecho da costa tornado verdejante pela humidade que flui de Oriente para Ocidente.
Com o cimo de Cabo Verde conquistado, dormimos e recuperamos em Chã das Caldeiras, em comunhão com algumas das vidas à mercê do vulcão. Na manhã seguinte, iniciamos o regresso à capital São Filipe, 11 km de caminho para Mosteiros abaixo.

São 2829 metros, os do vulcão Fogo.

Ascendemo-los e, logo, descemo-los, em boa parte, sobre lava áspera ou areia e cinza vulcânica em que cada dois passos para cima suscitaram um de deslizamento. A este revés, juntaram-se o factor altitude e o efeito dos raios solares, bem mais desgastantes que ao nível do mar.

Como nos acontece com demasiada frequência, a constância com que interrompemos a subida e a descida para contemplação dos cenários em redor e sua fotografia, causou um sério atraso da chegada à povoação, duas horas adicionais, sete em vez das habituais cinco, quatro empregues na subida, três na descida.

Regressámos em êxtase por tudo o que havia significado e proporcionado aquela nova conquista. Também extenuados pelo esforço que lhe dedicámos.

Foi, assim, sem surpresa que a noite que passámos na Casa Adriano, em Bangaeira, se provou aquela com o melhor sono de vários em terras cabo-verdianas.

A Dª Filomena tinha-nos preparado um almoço a tempo de uma hora normal da refeição. Em vez, almoçámo-lo já depois das três da tarde. Até ao pôr-do-sol, ainda deambulámos entre as casas soterradas e convivemos com famílias de Portela e Bangaeira.

Família, Chã das Caldeiras a Mosteiros, Ilha do Fogo, Cabo Verde

Jovem família da Chã das Caldeiras trabalha na reconstrução de uma casa.

Meia-hora após o sol se sumir a oeste da ilha, regressamos ao abrigo do casal Montrond.

Bebemos qualquer coisa quente. Às nove da noite, rendemo-nos ao cansaço.

Dormimos até às sete da manhã. Pouco depois da aurora e de pequeno-almoço devorado, retomamos a descoberta e a fotografia da Chã e da sua caldeira, devassada como se mantinha, por mais que uma erupção do caprichoso Fogo.

Por volta das onze, com o sol quase a pique, a luz confirma-se demasiado áspera para o nosso gosto. Era o estímulo solar que aguardávamos para nos pormos a caminho.

De Saída da Grande Caldeira do Vulcão Fogo

A jornada para Mosteiros passava por percorrer o trecho interno entre Bangaeira e a saída oriental da caldeira. Mesmo a um Domingo, as gentes da Chã viam-se forçadas a garantir a sua subsistência.

Nesse espaço, deparamo-nos com os derradeiros lares da Caldeira. Um deles exibia uma pequena montra de artesanato à beira do caminho. Uma mesa articulada verde, coberta de areia vulcânica, sugeria-nos sacos de café, casinhas e outras esculturas criadas com lava, palhota e outros materiais, sobretudo vegetais.

Montra de artesanato, Chã das Caldeiras a Mosteiros, Ilha do Fogo, Cabo Verde

Montra de peças de artesanato à beira do caminho para a saída da bordeira.

Já tínhamos comprado dezenas dessas casinhas tradicionais a moradores que encontrámos na entrada oposta da caldeira, junto à placa que dá as boas-vindas a quem entra no Parque Natural do Fogo. Limitamo-nos, assim, a contemplar o arranjo cuidado das peças e a prosseguir.

Umas centenas de metros depois, cruzamo-nos com uma senhora de vestes escuras e olhos claros, com um grande molho de feijão-pedra à cabeça.

Chã das Caldeiras a Mosteiros, Ilha do Fogo, Cabo Verde

Moradora de Bangaeira carrega feijão-pedra acabado de colher.

Aos poucos, avançamos entre uma colónia de grandes eucaliptos e um mar de lava propagado por uma das dezenas de erupções do vulcão, tudo indicava ter sido a de 1951.

Despedimo-nos do Fogo, com o seu monte envolto numa bruma quente e seca que o reduzia a uma quase silhueta cónica, cada vez mais difusa contra o céu esbranquiçado.

Chã das Caldeiras a Mosteiros, Ilha do Fogo, Cabo Verde

O caminho que desce da Caldeira para a beira-mar de Mosteiros.

Passagem da Chã das Caldeiras à Floresta do Monte Velho

Atingimos o limiar da bordeira. O caminho deixa o reduto lávico. Entra no Perímetro Florestal de Monte Velho.

Do nada, uma pick up azul surge de um meandro da via. Vem carregada de vigas de madeira, essenciais ao esforço de reconstrução a que se viam obrigadas as gentes da Chã das Caldeiras após a última erupção de 2014-2015.

Aquando da nossa passagem, o guarda-florestal está ausente do posto. Constrangido pelo dever de cobrar as entradas, alcança-nos numa correria. Pagamos-lhe os 200 escudos devidos. O rapaz passa-nos o bilhete respectivo e agradece, após o que volta aos afazeres que o mantinham ausente.

Prosseguimos na descida. Às tantas, uma aberta na vegetação revela-nos um cenário surreal.

Entre o plano das copas das árvores e o do céu azulão que servia de abóbada de tudo, uma grande frente de nuvens alvas desafiava o caudal em queda mas solidificado da escoada avassaladora que há muito acompanhávamos.

Chã das Caldeiras a Mosteiros, Ilha do Fogo, Cabo Verde

Nuvens de bruma seca acima da escoada libertada pela erupção do vulcão Fogo de 1951.

Por mais alva que nos parecesse, essa frente quase tangível da famosa bruma seca cabo-verdiana continha humidade.

Fazia despontar e irrigava o mato do leste-nordeste da ilha do Fogo, uma vegetação, no cimo, idosa e frondosa mas que em breve se se renderia a distintas expressões vegetais milagrosas.

Uma outra tabuleta farrusca identificava povoados e lugares alcançáveis pela ramificação de uma bifurcação: Montinho, Piorno, Campanas Cima e R. Filipe de um lado. Centro Monte Velho, Coxo, Pai António e Mosteiros Trás, do outro. Sabíamos que, ao tomarmos o segundo, estaríamos no caminho certo.

Chã das Caldeiras a Mosteiros, Ilha do Fogo, Cabo Verde

Placa com lugares entre a Chã das Caldeiras e Mosteiros esculpidos numa tábua irregular.

A Descida Semi-Vertiginosa Ladeada por Agaves

Não tarda, a quase estrada de terra dá lugar a um trilho apertado, íngreme e sinuoso, ladeado por centenas de agaves verdejantes e aguçados.

De tal maneira bicudos, que uma qualquer distracção e queda redundaria num sério ferimento. Íngreme como era, o trilho depressa nos levou abaixo do manto da “bruma seca”. Revelou-nos um mundo gradualmente mais fértil.

Chã das Caldeiras a Mosteiros, Ilha do Fogo, Cabo Verde

Castro de casas de que despontam grandes papaieras.

Para ambos os lados da sebe de agaves, preenchiam a falda os cafezais que dão origem ao prestigiado café do Fogo. Também bananais. E papaieiras. Aqui e ali, umas plantações perdidas no meio de outras.

Vacas leiteiras pastavam em pastos improvisados e inclinados, sulcados por uma rede de velhos muros que marcavam propriedades.

Chã das Caldeiras a Mosteiros, Ilha do Fogo, Cabo Verde

Vaca pasta numa encosta preenchida com cafezais e bananais.

O Concelho e a a Aldeia de Mosteiros. Entre os Campos Agrícolas e o Mar

A vertente que descíamos integrava Mosteiros, um concelho-município com quase dez mil habitantes e uma população em crescimento desde, pelo menos, 1980, ao que não será alheia a fertilidade singular da região e a expressão turística que conquistou muito devido à sua posição no sopé do vulcão e à saída do trilho que procurávamos completar.

Quase todos os habitantes de Mosteiros vivem e dependem do meio rural, a principal razão porque víamos a encosta cultivada até mesmo em redutos de tal forma pendentes que rejeitavam socalcos.

Plantam-nos, mantêm-nos e colhem-nos com a ajuda de burros diminutos mas suficientemente poderosos e resistentes para carregarem os donos e grandes cargas encosta acima.

Uma vez mais a vegetação abre. Forma uma janela natural que enquadra a laje de lava vasta no sopé nordeste da encosta.

Dali, entre a folhagem, vislumbramos o casario de blocos, mal-acabado da Vila de Mosteiros, a sede do concelho homónimo, na prática, um aglomerado de pequenas povoações remediadas habitadas por cerca de quatrocentas almas.

Chã das Caldeiras a Mosteiros, Ilha do Fogo, Cabo Verde

Perspectiva lateral de uma das povoações de Mosteiros.

Agricultura à parte, muitos dos seus foguenses aproveitam ainda o sustento piscatório que o Atlântico lhes garante.

Tinham passado duas horas. O sol caía para ocidente do Fogo.

Por razões que só a “bruma seca” conhecia, já só incidia sobre o povoado. Clareava o casario e fazia-o contrastar com a negrura desolada em que assentava.

Mosteiros ,Ilha do Fogo, Cabo Verde

O casario mal-acabado de Mosteiros, nas imediações de outro trajecto habitual da lava do vulcão Fogo.

O Prenúncio Musical de Pai António. E do Fim do Trilho.

Com os joelhos em intenso queixume, ao som de um inesperado e festivo batuque, fazemo-nos a uma escadaria improvisada. Do seu início, não conseguíamos ver o que estava mais abaixo mas suspeitávamos que sinalizava o término do percurso.

Por fim, a escadaria destaca-nos das árvores. Os primeiros degraus exibem-nos um castro longínquo de casas de que se projectavam enormes papaieiras. Os seguintes, desvendam-nos uma calçada de Pai António fundeira e a cena de vida cabo-verdiana inconfundível que lá tinha lugar.

A música provinha de um pequeno bar de grogue com telhado de palhota e em que uma mulher da povoação permanecia à sombra e ao balcão. Ao lado, no intervalo de partidas aguerridas de matraquilhos, dois conterrâneos discutiam a alta voz, tão à vontade que nem o batuko lhes abafava os argumentos.

Chã das Caldeiras a Mosteiros, Ilha do Fogo, Cabo Verde

Motorista de Táxi aguarda pelos clientes no fim do trilho que desce da Chã das Caldeiras.

À sua frente, Edilson, o nosso condutor de táxi “oficial” na ilha do Fogo, desesperava pelo atraso que levávamos. “Ah, aí estão vocês, até que enfim.

Estava a ver que se tinham perdido!” saúda-nos, assim, com a confiança que mantínhamos de parte a parte, conquistada em conversas bem-dispostas de outros trajectos.

Completávamos, ali, 11km de árdua descida. A água que levávamos não nos tinha matado por completo a sede. De acordo, sentamo-nos no muro a beber uma cerveja e um sumo, à conversa com os mosteirenses que, sem o esperarem, nos acolhiam. Seguiu-se um arrastado retorno à capital São Filipe.

E mais alguns dias no caloroso Fogo de Cabo Verde.

Ilha do Fogo, Cabo Verde

À Volta do Fogo

Ditaram o tempo e as leis da geomorfologia que a ilha-vulcão do Fogo se arredondasse como nenhuma outra em Cabo Verde. À descoberta deste arquipélago exuberante da Macaronésia, circundamo-la contra os ponteiros do relógio. Deslumbramo-nos no mesmo sentido.
Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã "Francês" à Mercê do Fogo

Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    
Cidade Velha, Cabo Verde

Cidade Velha: a anciã das Cidades Tropico-Coloniais

Foi a primeira povoação fundada por europeus abaixo do Trópico de Câncer. Em tempos determinante para expansão portuguesa para África e para a América do Sul e para o tráfico negreiro que a acompanhou, a Cidade Velha tornou-se uma herança pungente mas incontornável da génese cabo-verdiana.

Ilha do Sal, Cabo Verde

O Sal da Ilha do Sal

Na iminência do século XIX, Sal mantinha-se carente de água potável e praticamente inabitada. Até que a extracção e exportação do sal lá abundante incentivou uma progressiva povoação. Hoje, o sal e as salinas dão outro sabor à ilha mais visitada de Cabo Verde.
Ilha da Boa Vista, Cabo Verde

Ilha da Boa Vista: Vagas do Atlântico, Dunas do Sara

Boa Vista não é apenas a ilha cabo-verdiana mais próxima do litoral africano e do seu grande deserto. Após umas horas de descoberta, convence-nos de que é um retalho do Sara à deriva no Atlântico do Norte.
Santa Maria, Sal, Cabo Verde

Santa Maria e a Bênção Atlântica do Sal

Santa Maria foi fundada ainda na primeira metade do século XIX, como entreposto de exportação de sal. Hoje, muito graças à providência de Santa Maria, o Sal ilha vale muito que a matéria-prima.
Santo Antão, Cabo Verde

Pela Estrada da Corda Toda

Santo Antão é a mais ocidental das ilhas de Cabo Verde. Lá se situa um limiar Atlântico e rugoso de África, um domínio insular majestoso que começamos por desvendar de uma ponta à outra da sua deslumbrante Estrada da Corda.
São Nicolau, Cabo Verde

São Nicolau: Romaria à Terra di Sodade

Partidas forçadas como as que inspiraram a famosa morna “Sodade” deixaram bem vincada a dor de ter que deixar as ilhas de Cabo Verde. À descoberta de Saninclau, entre o encanto e o deslumbre, perseguimos a génese da canção e da melancolia.
PN Bromo Tengger Semeru, Indonésia

O Mar Vulcânico de Java

A gigantesca caldeira de Tengger eleva-se a 2000m no âmago de uma vastidão arenosa do leste de Java. Dela se projectam o monte supremo desta ilha indonésia, o Semeru, e vários outros vulcões. Da fertilidade e clemência deste cenário tão sublime quanto dantesco prospera uma das poucas comunidades hindus que resistiram ao predomínio muçulmano em redor.
Cilaos, Reunião

Refúgio sob o tecto do Índico

Cilaos surge numa das velhas caldeiras verdejantes da ilha de Reunião. Foi inicialmente habitada por escravos foragidos que acreditavam ficar a salvo naquele fim do mundo. Uma vez tornada acessível, nem a localização remota da cratera impediu o abrigo de uma vila hoje peculiar e adulada.
Tanna, Vanuatu

Daqui se Fez Vanuatu ao Ocidente

O programa de TV “Meet the Natives” levou representantes tribais de Tanna a conhecer a Grã-Bretanha e os E.U.A. De visita à sua ilha, percebemos porque nada os entusiasmou mais que o regresso a casa.
São Nicolau, Cabo Verde

Fotografia dess Nha Terra São Nicolau

A voz da saudosa Cesária Verde cristalizou o sentimento dos cabo-verdianos que se viram forçados a deixar a sua ilha. Quem visita São Nicolau ou, vá lá que seja, admira imagens que a bem ilustrem, percebe porque os seus lhe chamam, para sempre e com orgulho, nha terra.
Brava, Cabo Verde

A Ilha Brava de Cabo Verde

Aquando da colonização, os portugueses deparam-se com uma ilha húmida e viçosa, coisa rara, em Cabo Verde. Brava, a menor das ilhas habitadas e uma das menos visitadas do arquipélago preserva uma genuinidade própria da sua natureza atlântica e vulcânica algo esquiva.
Santiago, Cabo Verde

Santiago de Baixo a Cima

Aterrados na capital cabo-verdiana de Praia, exploramos a sua pioneira antecessora. Da Cidade Velha, percorremos a crista montanhosa e deslumbrante de Santiago, até ao topo desafogado de Tarrafal.
Santo Antão, Cabo Verde

Porto Novo a Ribeira Grande pelo Caminho do Mar

Desembarcados e instalados em Porto Novo de Santo Antão, depressa constatamos duas rotas para chegar à segunda maior povoação da ilha. Já rendidos ao sobe-e-desce monumental da Estrada da Corda, deslumbramo-nos com o dramatismo vulcânico e atlântico da alternativa costeira.
Ponta do Sol a Fontainhas, Santo Antão, Cabo Verde

Uma Viagem Vertiginosa a Partir da Ponta do Sol

Atingimos o limiar norte de Santo Antão e de Cabo Verde. Em nova tarde de luz radiosa, acompanhamos a azáfama atlântica dos pescadores e o dia-a-dia menos litoral da vila. Com o ocaso iminente, inauguramos uma demanda sombria e intimidante do povoado das Fontainhas.
Mindelo, São Vicente, Cabo Verde

O Milagre de São Vicente

São Vicente sempre foi árida e inóspita a condizer. A colonização desafiante da ilha submeteu os colonos a sucessivas agruras. Até que, por fim, a sua providencial baía de águas profundas viabilizou o Mindelo, a urbe mais cosmopolita e a capital cultural de Cabo Verde.
Nova Sintra, Brava, Cabo Verde

Uma Sintra Crioula, em Vez de Saloia

Quando os colonos portugueses descobriram a ilha de Brava, repararam no seu clima, muito mais húmido que a maior parte de Cabo Verde. Determinados em manterem ligações com a distante metrópole, chamaram a principal povoação de Nova Sintra.
Tarrafal, Santiago, Cabo Verde

O Tarrafal da Liberdade e da Vida Lenta

A vila de Tarrafal delimita um recanto privilegiado da ilha de Santiago, com as suas poucas praias de areia branca. Quem por lá se encanta tem ainda mais dificuldade em entender a atrocidade colonial do vizinho campo prisional.
Ribeira Grande, Santo AntãoCabo Verde

Santo Antão, Ribeira Grande Acima

Na origem, uma Povoação diminuta, a Ribeira Grande seguiu o curso da sua história. Passou a vila, mais tarde, a cidade. Tornou-se um entroncamento excêntrico e incontornável da  ilha de Santo Antão.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Delta do Okavango, Nem todos os rios Chegam ao Mar, Mokoros
Safari
Delta do Okavango, Botswana

Nem Todos os Rios Chegam ao Mar

Terceiro rio mais longo do sul de África, o Okavango nasce no planalto angolano do Bié e percorre 1600km para sudeste. Perde-se no deserto do Kalahari onde irriga um pantanal deslumbrante repleto de vida selvagem.
Jovens percorrem a rua principal de Chame, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Arquitectura & Design
Fortalezas

O Mundo à Defesa – Castelos e Fortalezas que Resistem

Sob ameaça dos inimigos desde os confins dos tempos, os líderes de povoações e de nações ergueram castelos e fortalezas. Um pouco por todo o lado, monumentos militares como estes continuam a resistir.
Barcos sobre o gelo, ilha de Hailuoto, Finlândia
Aventura
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
Celebração newar, Bhaktapur, Nepal
Cerimónias e Festividades
Bhaktapur, Nepal

As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
New Orleans luisiana, First Line
Cidades
New Orleans, Luisiana, E.U.A.

A Musa do Grande Sul Americano

New Orleans destoa dos fundos conservadores dos E.U.A. como a defensora de todos os direitos, talentos e irreverências. Em tempos francesa, para sempre afrancesada, a cidade do jazz inspira, a novos ritmos contagiantes, a fusão de etnias, culturas, estilos e sabores.
Cacau, Chocolate, Sao Tome Principe, roça Água Izé
Comida
São Tomé e Príncipe

Roças de Cacau, Corallo e a Fábrica de Chocolate

No início do séc. XX, São Tomé e Príncipe geravam mais cacau que qualquer outro território. Graças à dedicação de alguns empreendedores, a produção subsiste e as duas ilhas sabem ao melhor chocolate.
Mulheres com cabelos longos de Huang Luo, Guangxi, China
Cultura
Longsheng, China

Huang Luo: a Aldeia Chinesa dos Cabelos mais Longos

Numa região multiétnica coberta de arrozais socalcados, as mulheres de Huang Luo renderam-se a uma mesma obsessão capilar. Deixam crescer os cabelos mais longos do mundo, anos a fio, até um comprimento médio de 170 a 200 cm. Por estranho que pareça, para os manterem belos e lustrosos, usam apenas água e arrôz.
Desporto
Competições

Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
Composição sobre Nine Arches Bridge, Ella, Sri Lanka
Em Viagem
PN Yala-Ella-Candia, Sri Lanka

Jornada Pelo Âmago de Chá do Sri Lanka

Deixamos a orla marinha do PN Yala rumo a Ella. A caminho de Nanu Oya, serpenteamos sobre carris pela selva, entre plantações do famoso Ceilão. Três horas depois, uma vez mais de carro, damos entrada em Kandy, a capital budista que os portugueses nunca conseguiram dominar.
Étnico
Gizo, Ilhas Salomão

Gala dos Pequenos Cantores de Saeraghi

Em Gizo, ainda são bem visíveis os estragos provocados pelo tsunami que assolou as ilhas Salomão. No litoral de Saeraghi, a felicidade balnear das crianças contrasta com a sua herança de desolação.
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

História
Nikko, Japão

Nikko, Toshogu: o Santuário e Mausoléu do Xogum Tokugawa

Um tesouro histórico e arquitectónico incontornável do Japão, o santuário Toshogu de Nikko homenageia o mais importante dos xoguns nipónicos, mentor da nação japonesa: Tokugawa Ieyasu.
Tambores e tatoos
Ilhas
Taiti, Polinésia Francesa

Taiti Para lá do Clichê

As vizinhas Bora Bora e Maupiti têm cenários superiores mas o Taiti é há muito conotado com paraíso e há mais vida na maior e mais populosa ilha da Polinésia Francesa, o seu milenar coração cultural.
Verificação da correspondência
Inverno Branco
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Recompensa Kukenam
Literatura
Monte Roraima, Venezuela

Viagem No Tempo ao Mundo Perdido do Monte Roraima

Perduram no cimo do Monte Roraima cenários extraterrestres que resistiram a milhões de anos de erosão. Conan Doyle criou, em "O Mundo Perdido", uma ficção inspirada no lugar mas nunca o chegou a pisar.
Eternal Spring Shrine
Natureza

Garganta de Taroko, Taiwan

Nas Profundezas de Taiwan

Em 1956, taiwaneses cépticos duvidavam que os 20km iniciais da Central Cross-Island Hwy fossem possíveis. O desfiladeiro de mármore que a desafiou é, hoje, o cenário natural mais notável da Formosa.

Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Salto Angel, Rio que cai do ceu, Angel Falls, PN Canaima, Venezuela
Parques Naturais
PN Canaima, Venezuela

Kerepakupai, Salto Angel: O Rio Que Cai do Céu

Em 1937, Jimmy Angel aterrou uma avioneta sobre uma meseta perdida na selva venezuelana. O aventureiro americano não encontrou ouro mas conquistou o baptismo da queda d'água mais longa à face da Terra
kings canyon, Red centre, coracao, Australia
Património Mundial UNESCO
Red Centre, Austrália

No Coração Partido da Austrália

O Red Centre abriga alguns dos monumentos naturais incontornáveis da Austrália. Impressiona-nos pela grandiosidade dos cenários mas também a incompatibilidade renovada das suas duas civilizações.
Ooty, Tamil Nadu, cenário de Bollywood, Olhar de galã
Personagens
Ooty, Índia

No Cenário Quase Ideal de Bollywood

O conflito com o Paquistão e a ameaça do terrorismo tornaram as filmagens em Caxemira e Uttar Pradesh um drama. Em Ooty, constatamos como esta antiga estação colonial britânica assumia o protagonismo.
Nova Gales do Sul Austrália, Caminhada na praia
Praias
Batemans Bay a Jervis Bay, Austrália

Nova Gales do Sul, de Baía em Baía

Com Sydney para trás, entregamo-nos à “South Coast” australiana. Ao longo de 150km, na companhia de pelicanos, cangurus e outras peculiares criaturas aussie, deixamo-nos perder num litoral recortado entre praias deslumbrantes e eucaliptais sem fim.
A Crucificação em Helsínquia
Religião
Helsínquia, Finlândia

Uma Via Crucis Frígido-Erudita

Chegada a Semana Santa, Helsínquia exibe a sua crença. Apesar do frio de congelar, actores pouco vestidos protagonizam uma re-encenação sofisticada da Via Crucis por ruas repletas de espectadores.
white pass yukon train, Skagway, Rota do ouro, Alasca, EUA
Sobre Carris
Skagway, Alasca

Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
Uma espécie de portal
Sociedade
Little Havana, E.U.A.

A Pequena Havana dos Inconformados

Ao longo das décadas e até aos dias de hoje, milhares de cubanos cruzaram o estreito da Florida em busca da terra da liberdade e da oportunidade. Com os E.U.A. ali a meros 145 km, muitos não foram mais longe. A sua Little Havana de Miami é, hoje, o bairro mais emblemático da diáspora cubana.
Vida Quotidiana
Profissões Árduas

O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
Jabula Beach, Kwazulu Natal, Africa do Sul
Vida Selvagem
Santa Lucia, África do Sul

Uma África Tão Selvagem Quanto Zulu

Na eminência do litoral de Moçambique, a província de KwaZulu-Natal abriga uma inesperada África do Sul. Praias desertas repletas de dunas, vastos pântanos estuarinos e colinas cobertas de nevoeiro preenchem esta terra selvagem também banhada pelo oceano Índico. Partilham-na os súbditos da sempre orgulhosa nação zulu e uma das faunas mais prolíficas e diversificadas do continente africano.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.