Chania a Elafonisi, Creta, Grécia

Ida à Praia à Moda de Creta


Verão insuflável
Bóias expostas à beira de uma estrada de Kissamos, a caminho da garganta de Topolio.
Erro pouco tradicional
Placa promove produtos tradicionais de Creta, com um erro natural em quem usa o alfabeto grego, não o latino.
Amor Kri Kri
Giorgos segura um grande bode kri kri, à beira da estrada que atravessa a garganta de Topolio.
Agia. A Sofia
Capela ortodoxa da gruta de Agia Sofia.
Um Campanário Estrelado
Ícones da Ortodoxia
Imagens de Cristo reforçam a religiosidade ortodoxa da gruta de Agia Sofia.
Giorgos, em Voulgaro
Cretense vestido à moda tradicional da ilha.
Atracção Marinha
Banhistas à beira do Mediterrâneo quase raso de Elafonisi.
Praia Cretense Vigiada
Torre de vigia de uma das praias pouco profundas de Elafonisi.
Ânsia de Mar Profundo
Banhista corre pelo mar de Elafonisi adentro.
Voo Rasado
Gaivota faz um voo a rasar um rochedo à beira do mar de Elafonisi.
A leste de Elafonisi
Baía a leste de Elafonisi, como vista do cimo da ilha.
À descoberta do ocidente cretense, deixamos Chania, percorremos a garganta de Topolia e desfiladeiros menos marcados. Alguns quilómetros depois, chegamos a um recanto mediterrânico de aguarela e de sonho, o da ilha de Elafonisi e sua lagoa.

A alternativa iria revelar-se um improviso rodoviário sinuoso e custoso, como vários outros em que, nos dias que já levávamos de deambulação por Creta, nos tínhamos metido.

Optamos, assim, pelo caminho mais fácil da auto-estrada grega 90, mais conhecida por VOAK, a via suprema da ilha, que percorre a sua costa norte e de que partem incontáveis estradas secundárias que servem outros tantos lugares para sul.

Em plena Kolpos Kissamou, a Baía de Kissamos, desviamos para uma delas, a Epar.Od. Kaloudianon-Chrisoskalitissas.

Ainda no seu início, a montra insuflável de uma loja deixa-nos a impressão de que estamos no bom caminho. Preenche-a uma formação de boias garridas, de flamingos, cisnes brancos e até unicórnios.

Loja praia, Kissamos, Creta, Grecia

Bóias expostas à beira de uma estrada de Kissamos, a caminho da garganta de Topolio.

Acima da placa destacada do edifício, um letreiro informa a morada e contactos da loja. Em grego, e a azul e branco, as cores da bandeira helénica, para que não restem dúvidas quanto ao patriotismo do negócio. Dissimulado atrás das boias, um painel de um verde quase igual ao da fachada, versa, em inglês “Going to the Sea”.

Estrada Kaloudianon-Chrisoskalitissas Abaixo, Rumo à Garganta de Topolia

Dali para baixo, quase não tínhamos como nos equivocarmos. De volta às nações e seus alfabetos, foi o que fizeram os donos de uma banca de produtos rurais, uma de tantas que servem a região de Kissamos, sobretudo no fim da Primavera e Verão, quando a fértil Creta se torna ainda mais prolífica.

Desta feita a branco, vermelho e verde, uma tabuleta promovia TraNditional Products, assim mesmo, com um N desnecessário, um erro irrisório se tivermos em conta o quanto o alfabeto grego nos conseguia desorientar.

Placa com erro, Kissamos, Creta, Grécia

Placa promove produtos tradicionais de Creta, com um erro natural em quem usa o alfabeto grego, não o latino.

Devemos, acima de tudo, vangloriar a diversidade e a qualidade de tudo o que sai dos terrenos agrícolas e pequenas granjas da região de Kissamos: os queijos e carnes fumadas, azeite, as compotas, rakomelo (raki com mel) e, o expoente dos expoentes, o famoso mel de tomilho que não tardarmos a encontrar, em distintos miradouros sobre a garganta de Topolia.

Distração após distração, damos connosco à sua entrada. Estacionamos junto a um destes mirantes, no sentido contrário ao que seguíamos, com vista sobre as profundezas do desfiladeiro.

Dedicamo-nos a apreciar os penhascos rochosos por diante e um casal de grandes águias-douradas que, tudo indicava, pairavam em redor de um ninho no cimo da falésia.

Águias Douradas, Cabras kri kri e a Moda Cretense de Vestir

Um vendedor da banca aproxima-se e aborda-nos, num inglês com algum sotaque helénico: “Compreendo que as águias vos mereçam toda a atenção. Connosco é a mesma coisa. Aqui, por estes lados, estamos no território das cabras kri kri (cabras-de-creta). E, acreditem ou não, estas águias têm força para apanharem os cabritos mais pequenos e os levarem para os ninhos. Já não é a primeira vez, nem a segunda que o testemunhamos. Aliás, já aconteceu camponeses daqui lá irem tentar resgatar cabras deles. Querem ir espreitar o ninho? Se quiserem, levo-vos lá e fazem fotos incríveis!”

Confrontado com a nossa escusa, Savvas – assim se chamava o interlocutor – direcciona-nos para a montra do seu mel e apresenta-nos ao amigo Giorgos Papantonakis. Este, deslumbra-nos de imediato. Giorgos traz vestes tradicionais da zona, camisa negra de que pende um lenço a terminar num X de pernas díspares.

Pastor em trajes tradicionais, Topolia, Creta, Grécia

Cretense vestido à moda tradicional da ilha.

Veste ainda calças de um cinzento-claro, do mesmo tom do lenço, enfiadas numas botas de cano alto que lhe ficavam logo abaixo do joelho. Giorgos segurava ainda um cajado de madeira retorcida.  E mantem uma barba e bigode arruivados que combinavam com o conjunto, tão genuíno como Creta se podia revelar.

Como se não bastasse, não falava inglês.

De quando em quando, esboçava um esforço para o fazer. Mas seu o discurso tombava logo para o helénico e obrigava Savvas a vir em seu socorro. “Ele está a perguntar se querem ver o bode dele” transmite-nos o tradutor.

Curiosos, anuímos. Giorgos, olha para um pequeno curral abaixo do muro que nos separava do fundo da garganta. Ouvimo-lo chamar “Yero! Yero!” Num ápice, um enorme bode lança as patas dianteiras sobre o muro, encavalita-se na direcção do dono e beija-lhe a face.

Giorgos pega no cajado. Sem sequer o termos que sugerir, segura a barbicha negra do animal e compõe uma produção caprina-cretense que nos tira do sério. Fotografamos o inesperado duo. Logo, Giorgos remete a cabra para os seus aposentos. Savvas retoma o discurso. “Tem quatro anos. Já viram bem o tamanho?? Incrível não é?”

Cretense em trajes tradicionais, Voulgaro, Creta, Grécia

Giorgos segura um grande bode kri kri, à beira da estrada que atravessa a garganta de Topolio.

Despedimo-nos. Prosseguimos pela garganta de Topolia abaixo, uns poucos quilómetros, apenas, os suficientes para atingirmos Kythira.

A Visita Incontornável à Gruta Agia Sofia

Já nesta povoação, um grande sinal castanho à direita da estrada indica a gruta de Agia Sofia, e o início ventoso dos cento e cinquenta degraus que lhe dão acesso.

Vencemos a escadaria imposta à falésia, entre figueiras bravas e outras árvores que renovavam o aroma inconfundível do estio cretense. Mais para o alto, certas aberturas revelavam-nos o aperto do desfiladeiro para norte. E como, para dela se livrar, a estrada ziguezagueava em apuros, numa das subidas mais íngremes do percurso.

No cimo da escadaria, já dentro da caverna, cruzamo-nos com um funcionário solitário, sentado a uma mesa com vista para uma galeria de estalagmites e estalactites dispostas por diante. O funcionário levanta a cabeça. Contempla-nos com olhar de toupeira, detrás de uns óculos com lentes fundo de garrafa.

Saúda-nos com um “kalispéra” contido e deixa-nos à vontade para explorarmos a sacralidade lúgubre e ortodoxa do santuário, também conhecido como Sabedoria de Deus, de acordo com o ícone trazido de um templo de Constantinopla por combatentes cretenses.

Num recanto da gruta, uma simples parede e um telhado coroado por um campanário com uma cruz de pedra e uma estrela eléctrica compõem uma capela.

Gruta Agia Sofia, Topolia, Creta, Grécia

Capela ortodoxa da gruta de Agia Sofia.

Lá dentro, encontramos uma área exclusiva aos sacerdotes, delimitada por um biombo preenchido com um sortido de imagens iconográficas de Cristo, de Nossa Senhora, de anjos e afins, assentes num dourado que a luz natural que ali se aventurava e a de algumas lâmpadas faziam resplandecer.

Em redor, um grande cadeirão de madeira e vários outros ícones alinhados sobre um muro baixo completavam a ortodoxia grega da gruta.

Gruta Agia Sofia, Topolia, Creta, Grécia

Imagens de Cristo reforçam a religiosidade ortodoxa da gruta de Agia Sofia.

Malgrado a sua importância histórica e religiosa, no tempo que lá passámos, fomos os únicos visitantes. Não nos demorámos.

Por altura da Taverna Oi Myloi Iliakis Michael, tínhamos deixado a garganta de Topolia para trás.

Prosseguimos pela sua sequência, o desfiladeiro longo, se bem que menos apertado e profundo do rio Potamos. Mesmo diminuído pela secura do Verão, o rio entregou-se ao Mediterrâneo na baía de Ormos Stómio. Nós, flectimos para sul, rumo aos confins sudoeste de Creta.

Avistamos Elafonisi do cimo de um ponto sobranceiro da estrada, junto a um restaurante que, com justiça posicional e etimológica, se intitulava Panorama.

Dali, vemos uma meio ilha meio península estender-se pelo azulão do mar adentro, separada de terra apenas por uma lagoa de águas rasas e, como tal, bem mais claras, de um gradiente translúcido de ciano e esmeralda.

Baía, Elafonisi, Creta, Grécia

Baía a leste de Elafonisi, como vista do cimo da ilha.

Apesar de distante das principais cidades do norte da ilha – Chania, Iráklio, Retimo – Elafonisi tornou-se um dos domínios litorais reverenciados de Creta.

Frequentam-na milhares de cretenses, outros gregos e estrangeiros, muitos dos quais alugam casas de campo e de praia nos fundos da ilha.

A comprová-lo, quando descemos para o nível do mar, damos com um parque de estacionamento improvisado entre as árvores à pinha.

Àquela hora, a maré estava tão baixa quanto possível. Mantinha a descoberto o istmo anfíbio que separava a ilha de Elafonisi da grande Creta e que, em simultâneo, dava para duas praias opostas.

A virada a oriente preservava um mar quase digno desse nome, menos raso, mesmo se exigia várias dezenas de passos para nos subir à cintura.

Não obstante a superficialidade e imobilidade do Mediterrâneo, as autoridades gregas levavam a sério as suas responsabilidades. Uma torre de vigia destacada  bem acima das colónias de chapéus de palha vigiava os movimentos dos banhistas.

Elafonisi, Creta, Grécia

Torre de vigia de uma das praias pouco profundas de Elafonisi.

Estava identificada a vermelho, como “Lifeguard” mas, de maneira a evidenciar a helenicidade daquele domínio, ostentava uma bandeira azul e branca listada a ondular ao vento.

À sombra concedida pelo cimo da estrutura, um jovem salva-vidas mantinha-se no seu posto, não propriamente a postos. “Tu, com este mar, chegas a ter alguma coisa que fazer? atiramos, em jeito de brincadeira, de maneira a estabelecermos conversa. Giorgis surpreende-se com a abordagem.

“Olá! Olhem que não é bem como vocês pensam. O mês passado morreu aqui uma senhora estrangeira. Claro que não teve a ver com ondas ou correntes. Foi vítima de um ataque de epilepsia e ninguém reparou a tempo. Eu estava de folga”.

“De onde são vocês? De Portugal? Ai, tão feliz que eu fui por lá. Fiz um Erasmus inteiro em Lisboa, sabiam? O mais difícil, ainda foi estudar, não preciso de explicar porquê, certo?” e pisca-nos o olho com ar malandro. “Subam. Tirem umas fotos cá de cima! O meu turno está no fim. Eu vou andando. Assim até ficam com mais espaço”.

Durante uns bons dez minutos, aproveitamos a benesse. De volta á areia, caminhamos até ao solo permanente da ilha de Elafonisi, uma reserva natural protegida das multidões que esconde mini-praias deliciosas.

Elafonisi, Creta, Grécia

Banhista corre pelo mar de Elafonisi adentro.

Exploramos as suas dunas. Admiramos o Mediterrâneo imaculado daquele sul remoto, estendido até uma baía recortada a leste, no sopé das montanhas que escondiam a vila piscatória, hoje mais estância de Verão que outra coisa, de Gialos.

Até o paraíso que nos cercava preservava o seu passado macabro.

Como acontece em tantas outras partes da pátria helénica, tinha-o originado o conflito que há séculos opõe a Grécia à Turquia e vice-versa.

Em Abril de 1824, em plena expansão do Império Otomano, centenas de habitantes gregos destas partes abrigaram-se das incursões inimigas. Por azar, as tropas turcas decidiram aquartelar-se nas imediações. Como se não bastasse, um dos seus cavalos fugiu. Na comoção gerada, o animal acabou por revelar o esconderijo dos cretenses.

Gaivota, Elafonisi, Creta, Grécia

Gaivota faz um voo a rasar um rochedo à beira do mar de Elafonisi.

Reza a história que, entre 650 a 850 gregos, boa parte foram mortos, e os sobreviventes levados para o Egipto, onde se viram vendidos como escravos.

Uma placa no cimo de Elafonisi assinala a tragédia e a eterna contenda turco-helénica, hoje, mais acirrada que nunca, pela disputa dos tesouros do Mediterrâneo, os minerais, não os balneares.

A riqueza de Elafonisi, vivemo-la e louvámo-la em paz. Até que o sol se sumiu para os lados da Sicília, de Malta de Gozo e nos ditou o regresso à menos longínqua Chania.

Iraklio, CretaGrécia

De Minos a Menos

Chegamos a Iraklio e, no que diz respeito a grandes cidades, a Grécia fica-se por ali. Já quanto à história e à mitologia, a capital de Creta ramifica sem fim. Minos, filho de Europa, lá teve tanto o seu palácio como o labirinto em que encerrou o minotauro. Passaram por Iraklio os árabes, os bizantinos, os venezianos e os otomanos. Os gregos que a habitam falham em lhe dar o devido valor.
Míconos, Grécia

A Ilha Grega em Que o Mundo Celebra o Verão

Durante o século XX, Míconos chegou a ser apenas uma ilha pobre mas, por volta de 1960, ventos cicládicos de mudança transformaram-na. Primeiro, no principal abrigo gay do Mediterrâneo. Logo, na feira de vaidades apinhada, cosmopolita e boémia que encontramos quando a visitamos.
Fira, Santorini, Grécia

Fira: Entre as Alturas e as Profundezas da Atlântida

Por volta de 1500 a.C. uma erupção devastadora fez afundar no Mar Egeu boa parte do vulcão-ilha Fira e levou ao colapso a civilização minóica, apontada vezes sem conta como a Atlântida. Seja qual for o passado, 3500 anos volvidos, Thira, a cidade homónima, tem tanto de real como de mítico.
Nea Kameni, Santorini, Grécia

O Cerne Vulcânico de Santorini

Tinham decorrido cerca de três milénios desde a erupção minóica que desintegrou a maior ilha-vulcão do Egeu. Os habitantes do cimo das falésias observaram terra emergir no centro da caldeira inundada. Nascia Nea Kameni, o coração fumegante de Santorini.
Gozo, Malta

Dias Mediterrânicos de Puro Gozo

A ilha de Gozo tem um terço do tamanho de Malta mas apenas trinta dos trezentos mil habitantes da pequena nação. Em duo com o recreio balnear de Comino, abriga uma versão mais terra-a-terra e serena da sempre peculiar vida maltesa.
Valletta, Malta

As Capitais Não se Medem aos Palmos

Por altura da sua fundação, a Ordem dos Cavaleiros Hospitalários apodou-a de "a mais humilde". Com o passar dos séculos, o título deixou de lhe servir. Em 2018, Valletta foi a Capital Europeia da Cultura mais exígua de sempre e uma das mais recheadas de história e deslumbrantes de que há memória.
Senglea, Malta

A Cidade Maltesa com Mais Malta

No virar do século XX, Senglea acolhia 8.000 habitantes em 0.2 km2, um recorde europeu, hoje, tem “apenas” 3.000 cristãos bairristas. É a mais diminuta, sobrelotada e genuína das urbes maltesas.
Chania, Creta, Grécia

Chania: pelo Poente da História de Creta

Chania foi minóica, romana, bizantina, árabe, veneziana e otomana. Chegou à actual nação helénica como a cidade mais sedutora de Creta.
Balos a Seitan Limani, Creta, Grécia

O Olimpo Balnear de Chania

Não é só Chania, a pólis secular, repleta de história mediterrânica, no extremo nordeste de Creta que deslumbra. Refrescam-na e aos seus moradores e visitantes, Balos, Stavros e Seitan, três dos mais exuberantes litorais da Grécia.

Atenas, Grécia

A Cidade que Perpetua a Metrópolis

Decorridos três milénios e meio, Atenas resiste e prospera. De cidade-estado belicista, tornou-se a capital da vasta nação helénica. Modernizada e sofisticada, preserva, num âmago rochoso, o legado da sua gloriosa Era Clássica.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Serengeti, Grande Migração Savana, Tanzania, gnus no rio
Safari
PN Serengeti, Tanzânia

A Grande Migração da Savana Sem Fim

Nestas pradarias que o povo Masai diz siringet (correrem para sempre), milhões de gnus e outros herbívoros perseguem as chuvas. Para os predadores, a sua chegada e a da monção são uma mesma salvação.
Thorong Pedi a High Camp, circuito Annapurna, Nepal, caminhante solitário
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 12º - Thorong Phedi a High Camp

O Prelúdio da Travessia Suprema

Este trecho do Circuito Annapurna só dista 1km mas, em menos de duas horas, leva dos 4450m aos 4850m e à entrada do grande desfiladeiro. Dormir no High Camp é uma prova de resistência ao Mal de Montanha que nem todos passam.
Competição do Alaskan Lumberjack Show, Ketchikan, Alasca, EUA
Arquitectura & Design
Ketchikan, Alasca

Aqui Começa o Alasca

A realidade passa despercebida a boa parte do mundo, mas existem dois Alascas. Em termos urbanos, o estado é inaugurado no sul do seu oculto cabo de frigideira, uma faixa de terra separada dos restantes E.U.A. pelo litoral oeste do Canadá. Ketchikan, é a mais meridional das cidades alasquenses, a sua Capital da Chuva e a Capital Mundial do Salmão.
Aventura
Viagens de Barco

Para Quem Só Enjoa de Navegar na Net

Embarque e deixe-se levar em viagens de barco imperdíveis como o arquipélago filipino de Bacuit e o mar gelado do Golfo finlandês de Bótnia.
Moa numa praia de Rapa Nui/Ilha da Páscoa
Cerimónias e Festividades
Ilha da Páscoa, Chile

A Descolagem e a Queda do Culto do Homem-Pássaro

Até ao século XVI, os nativos da Ilha da Páscoa esculpiram e idolatraram enormes deuses de pedra. De um momento para o outro, começaram a derrubar os seus moais. Sucedeu-se a veneração de tangatu manu, um líder meio humano meio sagrado, decretado após uma competição dramática pela conquista de um ovo.
Celebração Nahuatl
Cidades

Cidade do México, México

Alma Mexicana

Com mais de 20 milhões de habitantes numa vasta área metropolitana, esta megalópole marca, a partir do seu cerne de zócalo, o pulsar espiritual de uma nação desde sempre vulnerável e dramática.

Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.
Comida
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Cultura
Pueblos del Sur, Venezuela

Os Pauliteiros de Mérida, Suas Danças e Cia

A partir do início do século XVII, com os colonos hispânicos e, mais recentemente, com os emigrantes portugueses consolidaram-se nos Pueblos del Sur, costumes e tradições bem conhecidas na Península Ibérica e, em particular, no norte de Portugal.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Manatee Creek, Florida, Estados Unidos da América
Em Viagem
Florida Keys, E.U.A.

A Alpondra Caribenha dos E.U.A.

Os Estados Unidos continentais parecem encerrar-se, a sul, na sua caprichosa península da Flórida. Não se ficam por aí. Mais de cem ilhas de coral, areia e mangal formam uma excêntrica extensão tropical que há muito seduz os veraneantes norte-americanos.
Silhuetas Islâmicas
Étnico

Istambul, Turquia

Onde o Oriente encontra o Ocidente, a Turquia Procura um Rumo

Metrópole emblemática e grandiosa, Istambul vive numa encruzilhada. Como a Turquia em geral, dividida entre a laicidade e o islamismo, a tradição e a modernidade, continua sem saber que caminho seguir

luz solar fotografia, sol, luzes
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 2)

Um Sol, tantas Luzes

A maior parte das fotografias em viagem são tiradas com luz solar. A luz solar e a meteorologia formam uma interacção caprichosa. Saiba como a prever, detectar e usar no seu melhor.
Terraços de Sistelo, Serra do Soajo, Arcos de Valdevez, Minho, Portugal
História
Sistelo, Peneda-Gerês, Portugal

Do “Pequeno Tibete Português” às Fortalezas do Milho

Deixamos as fragas da Srª da Peneda, rumo a Arcos de ValdeVez e às povoações que um imaginário erróneo apelidou de Pequeno Tibete Português. Dessas aldeias socalcadas, passamos por outras famosas por guardarem, como tesouros dourados e sagrados, as espigas que colhem. Caprichoso, o percurso revela-nos a natureza resplandecente e a fertilidade verdejante destas terras da Peneda-Gerês.
Geotermia, Calor da Islândia, Terra do Gelo, Geotérmico, Lagoa Azul
Ilhas
Islândia

O Aconchego Geotérmico da Ilha do Gelo

A maior parte dos visitantes valoriza os cenários vulcânicos da Islândia pela sua beleza. Os islandeses também deles retiram calor e energia cruciais para a vida que levam às portas do Árctico.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Inverno Branco
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Almada Negreiros, Roça Saudade, São Tomé
Literatura
Saudade, São Tomé, São Tomé e Príncipe

Almada Negreiros: da Saudade à Eternidade

Almada Negreiros nasceu, em Abril de 1893, numa roça do interior de São Tomé. À descoberta das suas origens, estimamos que a exuberância luxuriante em que começou a crescer lhe tenha oxigenado a profícua criatividade.
Visitante arrisca a vida no cimo das colunas de basalto de Reynisfjara.
Natureza
Sul da Islândia

Sul da Islândia vs Atlântico do Norte: uma Batalha Monumental

Vertentes de vulcões e fluxos de lava, glaciares e rios imensos, todos pendem e fluem do interior elevado da Terra do Fogo e Gelo para o oceano frígido e quase sempre irado. Por todas essas e tantas outras razões da Natureza, a Sudurland é a região mais disputada da Islândia.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Serra Dourada, Cerrado, Goiás, Brasil
Parques Naturais
Serra Dourada, Goiás, Brasil

Onde o Cerrado Ondula Dourado

Um dos tipos de savana da América do Sul, o Cerrado estende-se por mais de um quinto do território brasileiro que abastece de boa parte da água doce. Situado no âmago do Planalto Central e do estado de Goiás, o do Parque Estadual Serra Dourada resplandece a dobrar.
Caminhada Solitária, Deserto do Namibe, Sossusvlei, Namibia, acácia na base de duna
Património Mundial UNESCO
Sossusvlei, Namíbia

O Namibe Sem Saída de Sossusvlei

Quando flui, o rio efémero Tsauchab serpenteia 150km, desde as montanhas de Naukluft. Chegado a Sossusvlei, perde-se num mar de montanhas de areia que disputam o céu. Os nativos e os colonos chamaram-lhe pântano sem retorno. Quem descobre estas paragens inverosímeis da Namíbia, pensa sempre em voltar.
Em quimono de elevador, Osaka, Japão
Personagens
Osaka, Japão

Na Companhia de Mayu

A noite japonesa é um negócio bilionário e multifacetado. Em Osaka, acolhe-nos uma anfitriã de couchsurfing enigmática, algures entre a gueixa e a acompanhante de luxo.
Nova Gales do Sul Austrália, Caminhada na praia
Praias
Batemans Bay a Jervis Bay, Austrália

Nova Gales do Sul, de Baía em Baía

Com Sydney para trás, entregamo-nos à “South Coast” australiana. Ao longo de 150km, na companhia de pelicanos, cangurus e outras peculiares criaturas aussie, deixamo-nos perder num litoral recortado entre praias deslumbrantes e eucaliptais sem fim.
Ilha Maurícia, viagem Índico, queda de água de Chamarel
Religião
Maurícias

Uma Míni Índia nos Fundos do Índico

No século XIX, franceses e britânicos disputaram um arquipélago a leste de Madagáscar antes descoberto pelos portugueses. Os britânicos triunfaram, re-colonizaram as ilhas com cortadores de cana-de-açúcar do subcontinente e ambos admitiram a língua, lei e modos francófonos precedentes. Desta mixagem, surgiu a exótica Maurícia.
De volta ao sol. Cable Cars de São Francisco, Vida Altos e baixos
Sobre Carris
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
Intervenção policial, judeus utraortodoxos, jaffa, Telavive, Israel
Sociedade
Jaffa, Israel

Protestos Pouco Ortodoxos

Uma construção em Jaffa, Telavive, ameaçava profanar o que os judeus ultra-ortodoxos pensavam ser vestígios dos seus antepassados. E nem a revelação de se tratarem de jazigos pagãos os demoveu da contestação.
Casario, cidade alta, Fianarantsoa, Madagascar
Vida Quotidiana
Fianarantsoa, Madagáscar

A Cidade Malgaxe da Boa Educação

Fianarantsoa foi fundada em 1831 por Ranavalona Iª, uma rainha da etnia merina então predominante. Ranavalona Iª foi vista pelos contemporâneos europeus como isolacionista, tirana e cruel. Reputação da monarca à parte, quando lá damos entrada, a sua velha capital do sul subsiste como o centro académico, intelectual e religioso de Madagáscar.
Fogueira ilumina e aquece a noite, junto ao Reilly's Rock Hilltop Lodge,
Vida Selvagem
Santuário de Vida Selvagem Mlilwane, eSwatini

O Fogo que Reavivou a Vida Selvagem de eSwatini

A meio do século passado, a caça excessiva extinguia boa parte da fauna do reino da Suazilândia. Ted Reilly, filho do colono pioneiro proprietário de Mlilwane entrou em acção. Em 1961, lá criou a primeira área protegida dos Big Game Parks que mais tarde fundou. Também conservou o termo suazi para os pequenos fogos que os relâmpagos há muito geram.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.