Graaf-Reinet, África do Sul

Uma Lança Bóer na África do Sul


Acima de tudo
Visitantes de Graaf-Reinet sobre um penhasco de dolomitos com vista para o vasto Valley of Desolation.
Luzes do Karoo urbano
Casario de Graaf-Reinet encaixado num vale menos inóspito do semi-deserto de Karoo.
Numa manhã calma
Transeuntes atravessam a Church Street, rua da cidade que parte da enorme Igreja Holandesa Reformada.
Karoo
Cenário do Great Karoo, a poucos quilómetros de Graaf-Reinet.
Fé em pleno Karoo II
A Igreja Holandesa Reformada com a sua enorme torre frontal.
Asas sem uso
Avestruzes no PN Camdeboo, um parque prolífico em vida selvagem às portas de Graaf-Reinet.
(Muito) Velhas falésias
Escarpas criadas por uma erosão pré-histórica no limiar do Valley of Desolation.
Moda académica de Graaf-Reinet
Aluno de uma escola local, a caminho das aulas.
Fé em pleno Karoo
A Igreja Holandesa Reformada destacada acima do casario baixo de Graaf-Reinet.
Nos primeiros tempos coloniais, os exploradores e colonos holandeses tinham pavor do Karoo, uma região de grande calor, grande frio, grandes inundações e grandes secas. Até que a Companhia Holandesa das Índias Orientais lá fundou Graaf-Reinet. De então para cá, a quarta cidade mais antiga da nação arco-íris prosperou numa encruzilhada fascinante da sua história.

Demoramos apenas uma hora e meia a descer de Malealea, nas terras altas do Lesoto. Às 7h30, cruzamos à fronteira sul-africana de Makhaleng Bridge e a apanhamos a estrada R56 para sudoeste, com Graaf-Reinet como destino.

Por essa altura, o condutor e guia do camião-autocarro Albertrham “Tenk” Engel já se sentia a regressar à Elim em que nascera e vivera a maior parte da sua vida, nas imediações do Cabo Agulhas. Com a progressão simplificada pelas rectas longas e planas do Grande Karoo, pisava forte no acelerador.

À medida que a tarde se anunciava, o bafo sufocante do semi-deserto, fazia-nos esquecer o frio enregelante do Lesoto.

Não tardamos a entrar nos domínios do Great Escarpment onde o Planalto Central do Sul de África mergulha na direcção dos oceanos meridionais. É entre as suas falésias e mesetas imponentes que damos entrada no destino do dia: Graaf-Reinet.

Karoo, África do Sul

Cenário do Great Karoo, a poucos quilómetros de Graaf-Reinet

Na Companhia de David McNaughton

“Tenk” faz o camião desdobrar-se pelas intersecções da grelha geométrica da cidade, até o imobilizar no estacionamento do hotel. “Muito bem rapazes e raparigas, quem disse que não queria fazer mais nada pode instalar-se, descansar ou dedicar-se ao que bem lhe apetecer.

Os que disseram que ainda queriam sair, aguardem um pouco, o guia de cá está quase aí.

Não tardamos a apurar que somos os únicos nesta categoria. Minutos depois, David McNaughton aparece em trajes beije-caqui de explorador e leva-nos a bordo da sua carrinha. Em tempo semelhante, sentimos por ele enorme empatia.

David trabalhou na Força Aérea Sul-Africana antes de criar a sua empresa de tours em Graaf-Reinet. Apaixonado por história, tinha aprendido a fundo a da África do Sul, mas não só. Falamos de Fernão Magalhães, de Bartolomeu Dias e, claro está, de Vasco da Gama.

Aproveitamos para com ele esclarecer questões nas nossa mentes parcialmente nebulosas quanto à passagem dos navegadores portugueses pelas costas da sua nação: o porquê de nunca lá se terem fixado, apenas mais a norte, em terras do Moçambique de hoje.

A Fauna e a Geologia Exuberantes de Camdeboo

Mas, não tardamos, a dar com a entrada do Parque Nacional Camdeboo. A explicação entusiasta do cicerone é interrompida pelo avistamento quase imediato de avestruzes, zebras, macacos, cabras-de-leque e de espécimes distintos da fauna residente.

PN Camdeboo, Graaf-Reinet, África do Sul

Avestruzes no PN Camdeboo, um parque prolífico em vida selvagem às portas de Graaf-Reinet

Vínhamos de outros safaris na África do Sul. Entusiasmados pela proximidade de um tal de Valley of Desolation, os animais retiveram-nos apenas alguns momentos.

Do fundo da savana, subimos a uma das mesetas que a recortam. No cimo, admiramos a vastidão da pradaria pejada de animais. David mostra-nos um outro ponto de observação na orla de uma falésia.

Dali, desvendamos uma barreira de colunas de doleritos com 120 metros de altura, alaranjados pelos últimos raios do ocaso, o mesmo que se repete nos mais de 100 milhões de anos de acção vulcânica e de erosão que produziram tais esculturas.

Penhascos acima do Valley of Desolation, junto a Graaf Reinet, África do Sul

Visitantes de Graaf-Reinet sobre um penhasco de dolomitos com vista para o vasto Valley of Desolation

Dessas colunas para diante, o Grande Karoo estende-se a perder de vista, com um visual ainda mais ermo e inóspito que a secção porque tínhamos chegado do Lesoto.

E, entre a elevação em que estávamos e outra oposta, dispunha-se o casario quase todo térreo de Graaf-Reinet, instalado num desfiladeiro com perfil de oásis.

O crepúsculo dá lugar à noite. Quando regressamos à cidade, Graaf-Reinet estava já entregue à sua paz. Durante muito tempo, esse foi um raro privilégio.

Graaf-Reinet iluminada, África do Sul

Casario de Graaf-Reinet encaixado num vale menos inóspito do semi-deserto de Karoo.

A Cidade Mais Antiga da África do Sul

No virar do século XVIII para o XIX, o interior da África do Sul, além de repleto de animais selvagens, era habitado por tribos belicosas, como se provavam há muito os San, hoje também conhecidos por Bushmen.

Ainda assim, holandeses intrépidos acabaram por se aventurar nos limites indómitos da Colónia do Cabo.

A Companhia Holandesa das Índias Orientais geria a colónia com mão de ferro e, demasiadas vezes, contra os interesses dos seus súbditos.

Insatisfeitos pela permanente repressão, sucessivos grupos de agricultores bóeres nómadas, os voortrekkers, deixaram o litoral em busca de maior autonomia. Nem assim a Companhia Holandesa das Índias Orientais os largou. Os seus líderes tinham o objectivo de expandir o comércio da colónia para o interior onde esses pioneiros se refugiavam.

Assim, em 1786, fundaram Graaf-Reinet. A povoação foi baptizada em homenagem ao governador de então da Colónia do Cabo, Cornellis Jacob van de Graaf e da sua esposa, Reinet.

Ainda e sempre fartos das castrações da Companhia Holandesa das Índias Orientais, os voortrekkers da região expulsaram o seu administrador, proclamaram Graaf-Reinet independente e pediram a protecção directa do governo holandês.

Ficaram, então, na expectativa do que viria da Colónia do Cabo. A esperada reacção nunca chegou a acontecer já que, entretanto, os rivais coloniais britânicos dela se apoderaram.

O casario de Graaf-Reinet, Karoo, África do Sul

A Igreja Holandesa Reformada destacada acima do casario baixo de Graaf-Reinet.

Como havia acontecido com a Companhia Holandesa das Índias Orientais, os voortrekkers rejeitaram os Britânicos.

Aqueles que persistiam na Colónia do Cabo, inauguraram uma nova vaga épica de migrações que ficou conhecida por Great Trek e a que se deve a actual presença Bóer em recantos improváveis da África do Sul.

O Triunfo Britânico Sobre os Voortrekkers

Após feroz resistência, os Britânicos colocaram termo à pioneira República Independente de Graff-Reinet. Capturaram os seus líderes e condenaram-nos à morte ou a longas penas de prisão na Cidade do Cabo.

Já no século XX, durante a Segunda Guerra Bóer, os Britânicos fizeram de Graaf-Reinet o centro das suas operações. Voltaram a lá condenar e executar dezenas de Bóers.

Passado este período conturbado, mesmo a evoluir devagar devagarinho, Graaf-Reinet veio a revelar-se providencial para o desenvolvimento da área circundante. Do final do século XVIII até à chegada do caminho-de-ferro que a ligou ao litoral de Port Elisabeth, teve a fama e o proveito de polo comercial movimentado.

Em 1865, contava com sessenta e quatro outspans, locais onde os criadores de gado e vaqueiros podiam repousar e refrescar os seus animais. E remover outros das carroças em que seguiam.

Dezenas de pousadas floresceram nas imediações destes outspans e recém-chegados aptos nos mais diversos misteres aumentaram a população. A meio do século XIX, Graaf-Reinet era a povoação mais importante a leste da Colónia do Cabo e a norte de Port Elisabeth.

Pouco depois de desembarcar na Cidade do Cabo, em 1841, o explorador escocês Dr. David Livingstone prosseguiu numa caravana de carros-de-bois rumo a Kuruman, no norte da África do Sul. Pelo caminho, passou por Graaf-Reinet.

Ali conheceu o reverendo Andrew Murray e a sua esposa, como ele, fervorosos cristãos. Por certo entusiasmado pela empatia religiosa do encontro, descreveu Graaf-Reinet como “A Cidade Mais Bonita de toda a África”.

Church Street em Graaf Reinet, África do Sul

Transeuntes atravessam a Church Street, rua da cidade que parte da enorme Igreja Holandesa Reformada.

Uma Pequena Emblemática Cidade do Interior

Na actualidade, com menos de 60.000 habitantes, Graaf-Reinet não surge nem nas primeiras setenta maiores cidades sul-africanas.

Mantém-se relevante devido à presença arrojada em pleno Karoo, pela sua produção agrícola e  criação pecuária: de ovelhas merino, de cabras angorá e de mohair, de avestruzes e de outras espécies e derivados.

Mesmo diminuta, Graaf-Reinet orgulha-se sobremaneira da sua história. Brada aos ventos a incrível concentração de monumentos nacionais que abriga.

Na manhã seguinte, é Domingo. Dedicamo-lo ao centro secular da cidade, vazio de gente e tranquilo como nunca supusemos possível na África do Sul.

Um sócio de David dá-nos boleia até a um miradouro próximo, situado numa elevação oposta à da tarde anterior.

Igreja holandesa de Graaf-Reinet, Karoo, África do Sul

A Igreja Holandesa Reformada com a sua enorme torre frontal.

Dali, contemplamos a Igreja Reformada Holandesa, destacada  acima da vegetação frondosa que dissimula o casario, na sua maior parte branco. Descemos do morro apontados à igreja.

Espreitamos o interior e ascendemos ao coro. Um grupo de cinco crentes, quatro cantores e uma pianista, ensaiam os cânticos que irão entoar, daí a umas horas, na missa.

Graaf-Reinet orgulha-se também de que a sua enorme igreja é a única da África do Sul – provavelmente do mundo – equipada com uma cozinha e uma chaminé. Fosse ou não assim, os nossos olfactos diziam-nos que, àquela hora, não deveriam ainda ter uso.

As Ruas Brancas e Rectilíneas de Graaf-Reinet

Voltamos ao exterior e ao dia solarengo mas fresco. Caminhamos Church Street abaixo com desvios estratégicos para ruas paralelas e perpendiculares. Mantemo-nos atentos à arquitectura peculiar dos edifícios históricos que a delimitavam, com óbvia génese na dos Países-Baixos dessa época, retocada para se adaptar ao clima e ambiente do Karoo.

A do Drostdy Hotel e da Old Parsonage, hoje, Reinet House Museum. Na sua génese, a primeira foi a sede do magistrado da cidade, logo, a sede do poder judicial. Já a Old Parsonage, abrigava os membros do clero mas, ao longo dos anos, acolheu vários outros hóspedes.

Para onde quer que viremos, a nomenclatura das ruas é, ou inglesa ou afrikaans, a língua falada pela maior parte dos moradores brancos da cidade e da província de Cabo Oriental. Num caso ou no outro, menos que 10% do total de negros ou mestiço, com sangue khoiSan (90%).

Os khoisan são um curioso grupo étnico formado pela fusão dos antigos grupos rivais, os San e Khoi Khoi. Os colonos holandeses tratavam os últimos por Hottentots, numa referência onomatopeica aos cliques orais da sua linguagem.

O Predomínio Linguístico do Afrikaans

Curiosamente, o longo predomínio bóer ditou que, em Graaf Reinet, mais de três quartos da população negra ou mestiça fale agora afrikaans em vez de inglês ou de línguas-mãe africanas como o Xhosa, o Zulu da província de Kwazulu Natal , os dialectos KhoiSan.

Aluno de Graaf-Reinet, África do Sul

Aluno de uma escola local, a caminho das aulas.

À imagem do que acontece noutras partes da África do Sul, passo atrás de passo, também a imaculada Graaf-Reinet nos parecia cada vez mais um privilégio histórico. Um privilégio criado e preservado pela minoria branca, neste caso Bóer.

Reparamos como abundavam as casas seculares vazias, disponíveis para alugueres de curtos períodos aos compatriotas endinheirados vindos de outras paragens. Por contraste, boa parte dos habitantes negros ou mestiços moravam em lares remediados nos arredores. Pareciam-nos desenquadrados da grelha urbana arejada, verdejante e requintada no âmago da cidade.

À chegada, “Tenk”, também ele mestiço, que se dizia descendente dos pioneiros voortrekkers, alertou-nos para o facto de estarmos na África do Sul e termos que estar bem atentos durante a nossa exploração da cidade, tal como o fez à chegada a Durban, a Port Elisabeth, à Cidade do Cabo e noutros lugares.

Mesmo de máquinas fotográficas ao pescoço, não experimentamos qualquer problema. O crime persiste, todavia, em Graaf-Reinet. E é quase sempre cometido pela maioria negra-mestiça que sobrevive à margem da prosperidade Bóer ou anglófona.

Tal como acontecia há séculos quando os seus antepassados se viram forçados a roubar o gado aos colonos europeus trespassantes. Faz há muito parte do seu passado, um passado único e prolífico feito de determinação, conflito e imposição.

Table Mountain, África do Sul

À Mesa do Adamastor

Dos tempos primordiais das Descobertas à actualidade, a Montanha da Mesa sempre se destacou acima da imensidão sul-africana e dos oceanos em redor. Os séculos passaram e a Cidade do Cabo expandiu-se a seus pés. Tanto os capetonians como os forasteiros de visita se habituaram a contemplar, a ascender e a venerar esta meseta imponente e mítica.
Cape Cross, Namíbia

A Mais Tumultuosa das Colónias Africanas

Diogo Cão desembarcou neste cabo de África em 1486, instalou um padrão e fez meia-volta. O litoral imediato a norte e a sul, foi alemão, sul-africano e, por fim, namibiano. Indiferente às sucessivas transferências de nacionalidade, uma das maiores colónias de focas do mundo manteve ali o seu domínio e anima-o com latidos marinhos ensurdecedores e intermináveis embirrações.
Kolmanskop, Namíbia

Gerada pelos Diamantes do Namibe, Abandonada às suas Areias

Foi a descoberta de um campo diamantífero farto, em 1908, que originou a fundação e a opulência surreal de Kolmanskop. Menos de 50 anos depois, as pedras preciosas esgotaram-se. Os habitantes deixaram a povoação ao deserto.
Lüderitz, Namibia

Wilkommen in Afrika

O chanceler Bismarck sempre desdenhou as possessões ultramarinas. Contra a sua vontade e todas as probabilidades, em plena Corrida a África, o mercador Adolf Lüderitz forçou a Alemanha assumir um recanto inóspito do continente. A cidade homónima prosperou e preserva uma das heranças mais excêntricas do império germânico.
Santa Lucia, África do Sul

Uma África Tão Selvagem Quanto Zulu

Na eminência do litoral de Moçambique, a província de KwaZulu-Natal abriga uma inesperada África do Sul. Praias desertas repletas de dunas, vastos pântanos estuarinos e colinas cobertas de nevoeiro preenchem esta terra selvagem também banhada pelo oceano Índico. Partilham-na os súbditos da sempre orgulhosa nação zulu e uma das faunas mais prolíficas e diversificadas do continente africano.
Cabo da Boa Esperança - Cape of Good Hope NP, África do Sul

À Beira do Velho Fim do Mundo

Chegamos onde a grande África cedia aos domínios do “Mostrengo” Adamastor e os navegadores portugueses tremiam como varas. Ali, onde a Terra estava, afinal, longe de acabar, a esperança dos marinheiros em dobrar o tenebroso Cabo era desafiada pelas mesmas tormentas que lá continuam a grassar.
Robben Island, África do Sul

A Ilha ao Largo do Apartheid

Bartolomeu Dias foi o primeiro europeu a vislumbrar a Robben Island, aquando da sua travessia do Cabo das Tormentas. Com os séculos, os colonos transformaram-na em asilo e prisão. Nelson Mandela deixou-a em 1982, após dezoito anos de pena. Decorridos outros doze, tornou-se o primeiro presidente negro da África do Sul.
Cidade do Cabo, África do Sul

Ao Fim e ao Cabo

A dobragem do Cabo das Tormentas, liderada por Bartolomeu Dias, transformou esse quase extremo sul de África numa escala incontornável. E, com o tempo, na Cidade do Cabo, um dos pontos de encontro civilizacionais e urbes monumentais à face da Terra.
Garden Route, África do Sul

O Litoral Jardim da África do Sul

Estendida por mais de 200km de costa natural, a Garden Route ziguezagueia por florestas, praias, lagos, desfiladeiros e parques naturais esplendorosos. Percorremo-la de leste para oeste, ao longo dos fundos dramáticos do continente africano.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Leão, elefantes, PN Hwange, Zimbabwe
Safari
PN Hwange, Zimbabwé

O Legado do Saudoso Leão Cecil

No dia 1 de Julho de 2015, Walter Palmer, um dentista e caçador de trofeus do Minnesota matou Cecil, o leão mais famoso do Zimbabué. O abate gerou uma onda viral de indignação. Como constatamos no PN Hwange, quase dois anos volvidos, os descendentes de Cecil prosperam.
Caminhantes no trilho do Ice Lake, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 7º - Braga - Ice Lake, Nepal

Circuito Annapurna – A Aclimatização Dolorosa do Ice Lake

Na subida para o povoado de Ghyaru, tivemos uma primeira e inesperada mostra do quão extasiante se pode provar o Circuito Annapurna. Nove quilómetros depois, em Braga, pela necessidade de aclimatizarmos ascendemos dos 3.470m de Braga aos 4.600m do lago de Kicho Tal. Só sentimos algum esperado cansaço e o avolumar do deslumbre pela Cordilheira Annapurna.
Visitantes nos Jameos del Água
Arquitectura & Design
Lanzarote, Ilhas Canárias

A César Manrique o que é de César Manrique

Só por si, Lanzarote seria sempre uma Canária à parte mas é quase impossível explorá-la sem descobrir o génio irrequieto e activista de um dos seus filhos pródigos. César Manrique faleceu há quase trinta anos. A obra prolífica que legou resplandece sobre a lava da ilha vulcânica que o viu nascer.
Barcos sobre o gelo, ilha de Hailuoto, Finlândia
Aventura
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
Moa numa praia de Rapa Nui/Ilha da Páscoa
Cerimónias e Festividades
Ilha da Páscoa, Chile

A Descolagem e a Queda do Culto do Homem-Pássaro

Até ao século XVI, os nativos da Ilha da Páscoa esculpiram e idolatraram enormes deuses de pedra. De um momento para o outro, começaram a derrubar os seus moais. Sucedeu-se a veneração de tangatu manu, um líder meio humano meio sagrado, decretado após uma competição dramática pela conquista de um ovo.
Santo Domingo, Cidade Colonial, República Dominicana, Diego Colombo
Cidades
Santo Domingo, República Dominicana

A Mais Longeva Anciã Colonial das Américas

Santo Domingo é a colónia há mais tempo habitada do Novo Mundo. Fundada, em 1498, por Bartolomeu Colombo, a capital da República Dominicana preserva intacto um verdadeiro tesouro de resiliência histórica.
Comida
Comida do Mundo

Gastronomia Sem Fronteiras nem Preconceitos

Cada povo, suas receitas e iguarias. Em certos casos, as mesmas que deliciam nações inteiras repugnam muitas outras. Para quem viaja pelo mundo, o ingrediente mais importante é uma mente bem aberta.
Páscoa Seurassari, Helsínquia, Finlândia, Marita Nordman
Cultura
Helsínquia, Finlândia

A Páscoa Pagã de Seurasaari

Em Helsínquia, o sábado santo também se celebra de uma forma gentia. Centenas de famílias reúnem-se numa ilha ao largo, em redor de fogueiras acesas para afugentar espíritos maléficos, bruxas e trolls
Natação, Austrália Ocidental, Estilo Aussie, Sol nascente nos olhos
Desporto
Busselton, Austrália

2000 metros em Estilo Aussie

Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
Las Cuevas, Mendoza, de um lado ao outro dos andes, argentina
Em Viagem
Mendoza, Argentina

De Um Lado ao Outro dos Andes

Saída da Mendoza cidade, a ruta N7 perde-se em vinhedos, eleva-se ao sopé do Monte Aconcágua e cruza os Andes até ao Chile. Poucos trechos transfronteiriços revelam a imponência desta ascensão forçada
Vista do John Ford Point, Monument Valley, Nacao Navajo, Estados Unidos
Étnico
Monument Valley, E.U.A.

Índios ou cowboys?

Realizadores de Westerns emblemáticos como John Ford imortalizaram aquele que é o maior território indígena dos Estados Unidos. Hoje, na Nação Navajo, os navajo também vivem na pele dos velhos inimigos.
portfólio, Got2Globe, fotografia de Viagem, imagens, melhores fotografias, fotos de viagem, mundo, Terra
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Porfólio Got2Globe

O Melhor do Mundo – Portfólio Got2Globe

hacienda mucuyche, Iucatão, México, canal
História
Iucatão, México

Entre Haciendas e Cenotes, pela História do Iucatão

Em redor da capital Mérida, para cada velha hacienda henequenera colonial há pelo menos um cenote. Com frequência, coexistem e, como aconteceu com a semi-recuperada Hacienda Mucuyché, em duo, resultam nalguns dos lugares mais sublimes do sudeste mexicano.

Christiansted, Saint Croix, Ilhas Virgens Americanas, Steeple Building
Ilhas
Christiansted, St. Croix, Ilhas Virgens Americanas

A Capital das Antilhas Afro-Dinamarquesas-Americanas

Em 1733, a Dinamarca comprou a ilha de Saint Croix à França, anexou-a às suas Índias Ocidentais em que, com base em Christiansted, lucrou com o trabalho de escravos trazidos da Costa do Ouro. A abolição da escravatura tornou as colónias inviáveis. E uma pechincha histórico-tropical que os Estados Unidos preservam.
Casal mascarado para a convenção Kitacon.
Inverno Branco
Kemi, Finlândia

Uma Finlândia Pouco Convencional

As próprias autoridades definem Kemi como ”uma pequena cidade ligeiramente aloucada do norte finlandês”. Quando a visitamos, damos connosco numa Lapónia inconformada com os modos tradicionais da região.
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Literatura
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Sal Muito Grosso
Natureza
Salta e Jujuy, Argentina

Pelas Terras Altas da Argentina Profunda

Um périplo pelas províncias de Salta e Jujuy leva-nos a desvendar um país sem sinal de pampas. Sumidos na vastidão andina, estes confins do Noroeste da Argentina também se perderam no tempo.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Hipopótamo na Lagoa de Anôr, Ilha de Orango, Bijagós, Guiné Bissau
Parques Naturais
Ilha Kéré a Orango, Bijagós, Guiné Bissau

Em Busca dos Hipopótamos Lacustres-Marinhos e Sagrados das Bijagós

São os mamíferos mais letais de África e, no arquipélago das Bijagós, preservados e venerados. Em virtude da nossa admiração particular, juntamo-nos a uma expedição na sua demanda. Com partida na ilha de Kéré e fortuna no interior da de Orango.
Património Mundial UNESCO
Nikko, Japão

Nikko, Toshogu: o Santuário e Mausoléu do Xogum Tokugawa

Um tesouro histórico e arquitectónico incontornável do Japão, o santuário Toshogu de Nikko homenageia o mais importante dos xoguns nipónicos, mentor da nação japonesa: Tokugawa Ieyasu.
Mascarado de Zorro em exibição num jantar da Pousada Hacienda del Hidalgo, El Fuerte, Sinaloa, México
Personagens
El Fuerte, Sinaloa, México

O Berço de Zorro

El Fuerte é uma cidade colonial do estado mexicano de Sinaloa. Na sua história, estará registado o nascimento de Don Diego de La Vega, diz-se que numa mansão da povoação. Na sua luta contra as injustiças do jugo espanhol, Don Diego transformava-se num mascarado esquivo. Em El Fuerte, o lendário “El Zorro” terá sempre lugar.
Cabana de Bay Watch, Miami beach, praia, Florida, Estados Unidos,
Praias
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

Poucos litorais concentram, ao mesmo tempo, tanto calor e exibições de fama, de riqueza e de glória. Situada no extremo sudeste dos E.U.A., Miami Beach tem acesso por seis pontes que a ligam ao resto da Florida. É parco para o número de almas que a desejam.
Arménia Berço Cristianismo, Monte Aratat
Religião
Arménia

O Berço do Cristianismo Oficial

Apenas 268 anos após a morte de Jesus, uma nação ter-se-á tornado a primeira a acolher a fé cristã por decreto real. Essa nação preserva, ainda hoje, a sua própria Igreja Apostólica e alguns dos templos cristãos mais antigos do Mundo. Em viagem pelo Cáucaso, visitamo-los nos passos de Gregório o Iluminador, o patriarca que inspira a vida espiritual da Arménia.
De volta ao sol. Cable Cars de São Francisco, Vida Altos e baixos
Sobre Carris
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
aggie grey, Samoa, pacífico do Sul, Marlon Brando Fale
Sociedade
Apia, Samoa Ocidental

A Anfitriã do Pacífico do Sul

Vendeu burgers aos GI’s na 2ª Guerra Mundial e abriu um hotel que recebeu Marlon Brando e Gary Cooper. Aggie Grey faleceu em 1988 mas o seu legado de acolhimento perdura no Pacífico do Sul.
saksun, Ilhas Faroé, Streymoy, aviso
Vida Quotidiana
Saksun, StreymoyIlhas Faroé

A Aldeia Faroesa que Não Quer ser a Disneylandia

Saksun é uma de várias pequenas povoações deslumbrantes das Ilhas Faroé, que cada vez mais forasteiros visitam. Diferencia-a a aversão aos turistas do seu principal proprietário rural, autor de repetidas antipatias e atentados contra os invasores da sua terra.
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Vida Selvagem
Valdez, Alasca

Na Rota do Ouro Negro

Em 1989, o petroleiro Exxon Valdez provocou um enorme desastre ambientai. A embarcação deixou de sulcar os mares mas a cidade vitimada que lhe deu o nome continua no rumo do crude do oceano Árctico.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.