Guwahati, India

A Cidade que Venera Kamakhya e a Fertilidade


Paz & Amor
Pomba e escultura femininas, ambas tingidas de vermilhão, em Kamakhya.
Preces escarlates
Devota ora perante uma conjunto de figuras monolíticas e vermelhas de deuses hindus.
Kamakhya a 2
Casal deixa uma estátua escarlate de Ganesh que acabou de oferendar algumas moedas.
Uma forma de ser
O templo peculiar de Kamakhya que combina uma cúpula hemisférica com uma estrutura cruciforme.
Cidade em expansão
O casario de Guwahati, a sul do rio Bramaputra. Guwahati uma das cidades que mais cresce no mundo.
Espera atrás das grades
Jovens crentes hindus atrás do gradeamento que contem os visitantes do interior sagrado do templo de Kamakhya.
Banho bendito
Rapazes banham-se na metade da Piscina da Piscina da Divina Bendição, onde os crentes de devem purificar antes de entrar no edifício principal do templo de Kamakhya.
Moda asceta
Sadhu exibe a sua exuberância ascética numa zona retirada do templo.
Colegas de volante
Condutores de riquexó, à saída do templo de Kamakhya
Preces na névoa
Crentes hindus oram envoltos em névoa de incenso.
Moda asceta II
Saddhu produzido a rigor.
Nos passos de um amo
Cabrito segue um sacerdote ao longo de uma fachada esculpida de Kamakhya.
Espera atrás das grades II
Grupo garrido de devotos hindus aguarda a sua vez de seguir para o interior do templo Kamakhya.
Luz Divina
Mulher deixa um recanto de Kamakhya, sob um foco natural e providencial de luz.
Confusão motorizada
Rickshaws e scooters na GS Road, Guwahati, Assam, India
Guwahati é a maior cidade do estado de Assam e do Nordeste indiano. Também é uma das que mais se desenvolve do mundo. Para os hindus e crentes devotos do Tantra, não será coincidência lá ser venerada Kamakhya, a deusa-mãe da criação.

Bramaputra.

É especial o rio que flui no vale de Assam, após serpentear pelo planalto do Tibete, por alguns dos desfiladeiros mais impressionantes dos Himalaias chineses e da província indiana de Arunachal Pradesh. As chuvas persistentes das monções e o degelo das terras altas pausaram faz três meses.

O seu caudal desfila vagaroso e barrento, paralelo à longa marginal da cidade. “Este é o único rio masculino da Índia, repetem, orgulhosos, os guias residentes. Filho de Brahma, criador do Universo, e da mulher do sábio Shantanu, criança que assumiu a forma de água.”

Ao contemplarmos o cenário quase só natural a norte, limitado ao rio e a uma linha de montanhas comedidas, cedemos ao pensamento de que Brahma se apressou a meter folga. E, no entanto, basta invertermos a direcção para constatarmos que, em Guwahati, os seus serviços se sucedem como nunca.

De momento, os habitantes ficam-se pelo milhão, número, na megapopulosa Índia, inexpressivo. Mas não é a demografia actual que impressiona, por estes lados, é a sua evolução.

A este ritmo de migração e de aumento populacional estima-se que já em 2025 ascenderão a três milhões os moradores da cidade. O casario salpicado de vegetação tropical e o tráfico infernal de Guwahati expandem-se de acordo.

Casario de Guwahati, em Assam, Índia

O casario de Guwahati, a sul do rio Bramaputra. Guwahati uma das cidades que mais cresce no mundo.

Durante vários dias, vivemos a grande urbe de Assam a partir da sua artéria aorta, esclerosada de todos os negócios imagináveis, de hotéis de luxo a bancas que servem chás masala ao copinho sem parar e assim espevitam as inúmeras almas hindus (85%), muçulmanas (13%), jainistas e cristãs (ambas menos de 1%) que a disputam, entorpecidas pela rotina e – por altura da nossa visita – pela ocasional névoa invernosa.

GS Road – Uma Encruzilhada Frenética do Nordeste Indiano

Faz sentido que esta GS Road promovida a estrada, se revele a mais disputada. Como as suas iniciais indiciam, atravessa boa parte de Guwahati e prossegue para Shillong, a capital de Meghalaya, o estado indiano vizinho e cristão por excelência que precede o Bangladesh e a Baía de Bengala.

Da aurora, à noite bem escura, percorrem as suas duas vias separadas por um gradeamento motoretas, riquexós motorizados, carros e autocarros, ciclistas, pedestres, carroças e até algumas vacas sagradas e outro gado tresmalhado. Às horas de ponta, a artéria congestiona com gravidade só vista.

A maior parte dos condutores vitimados é, no entanto, hindu. A sua forma devota e paciente de acatar tal mundano destino evita que sucumbam a ataques de nervos ou de fúria.

Em vez, mantêm-se atentos ao tráfego e conquistam cada centímetro de estrada com uma fascinante sofreguidão contida.

Rickshaws e scooters na GS Road, Guwahati, Assam, Índia

Rickshaws e scooters na GS Road, Guwahati, Assam, India

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Uma Região que Combate o Retiro Geográfico

Também Guwahati tem onde chegar. A cidade é o motor do desenvolvimento do Nordeste Indiano, um conjunto de estados quase enclaves da Índia, encerrados entre o Bangladesh a oeste, o reino do Butão a norte e o Myanmar a leste.

Conscientes do relativo desvio geográfico face ao vasto “triângulo” indiano, as suas autoridades envidam todos e mais alguns esforços compensatórios.

Uns dias antes de lá aterrarmos, passavam na TV partidas de Portugal no Campeonato de Futebol de Sub-17. Só in loco nos apercebemos que Guwahati as havia acolhido. Não tinham ainda sido removidos os cartazes e painéis promocionais desse evento, já vários outros conviventes anunciavam torneios internacionais de badminton.

Culturistas de todo o mundo exibiam o físico inchado em competições disputadas, realizadores, os seus filmes num festival de cinema, agentes e operadores de viagem concentravam-se numa feira de turismo, isto para mencionar apenas algumas das realizações promocionais de 2017.

Uma força comprometida de empresários e funcionários locais agradece o emprego e os rendimentos gerados por tamanho dinamismo. O jovem Panku Baruah e uma colega são só dois deles. A organização do evento em que participamos incumbira as suas empresas de assistir os convidados internacionais.

Panku e Lena – Um Casal Pitoresco de Colegas

Durante três ou quatro dias, acompanham-nos, determinados a nos resolver toda e qualquer dificuldade. À despedida, Panku revela-nos e a outros jornalistas um segredo.

“Vou-vos contar uma coisa. Eu e a Lena estamos noivos. Vamos casar entretanto.” Alguns dos participantes mostram-se surpreendidos e felicitam-no.

Casal no templo de Kamakhya, Guwahati, Assam, Índia

Casal deixa uma estátua escarlate de Ganesh que acabou de oferendar algumas moedas.

Para outros, em boa parte femininos, não parecia haver novidade no comunicado. “Bem me parecia que era ternura a mais para só trabalharem juntos” sibilam línguas intriguistas do sul europeu.

Panku mostrava-se rejubilante. Segundo a ordem indiana e assamesa das coisas, o matrimónio realizar-se-ia com mais ou menos pompa, por certo tão garrido quanto festivo.

O casal haveria de gerar rebentos e de contribuir, assim, para o crescimento imparável de Guwahati. Tudo sob os auspícios mais ou menos tântricos de Kamakhya, cujo reverenciado santuário, à imagem de incontáveis famílias e parceiros, voltariam a visitar.

Algo macabra como acontece tantas vezes no âmbito do hinduísmo, a origem mitológica do tempo condiz com a realidade cómico – às vezes trágica – de muitas famílias indianas.

A Relação Mitológica algo Macabra de Shiva e Sati

Segundo narra a lenda, Sati a esposa de Shiva, desiludiu o seu pai e deus-rei Daksha com uma má escolha de marido.

Quando Daksha levou a cabo uma tal de cerimónia Yajna de devoção, não convidou nem Shiva nem Sati. Furiosa, Sati atirou-se ao fogo da cerimónia do pai, consciente de que isto tornaria a cerimónia impura. Shiva viu-se atordoado pela dor e raiva da perda da mulher.

Colocou Sati sobre um ombro e deu início à sua dança cómica da destruição. Prometeu não se deter enquanto o corpo não tivesse apodrecido.

Receosos da sua própria aniquilação, outros deuses rogaram a Vishnu que acalmasse Shiva. O Vishnu também protagonista nos templos cambojanos de Angkor enviou um dos seus chacras em forma de disco para destruir o cadáver de Sati.

Detalhe do templo de Kamakhya, em Guwahati, Assam, Índia

Pomba e escultura femininas, ambas tingidas de vermilhão, em Kamakhya

Caíram 52 (segundo outras interpretações 108) pedaços do seu corpo em diferentes partes do Subcontinente, Tibete, Bangladesh, Nepal e Paquistão.

A vagina aterrou na colina de Nimachal, que viria a ser adorada pelos hindus em geral, em especial pelos crentes e praticantes do shakti, a veneração tântrica do poder espiritual feminino.

O riquexó que lá nos conduzia ainda só tinha chegado a meio da elevação mas já depreendíamos a peculiaridade do lugar.

Fiéis hindus no templo Kamakhya de Guwahati, estado de Assam, Índia

Crentes hindus oram envoltos em névoa de incenso.

Uma ruela pejada de lojas de artefactos religiosos, percorrida por crentes vestidos com os seus melhores trajes tradicionais, conduzia a um pórtico cuidado por guardas que, claro está, nos obrigam a remover os sapatos.

Templo de Kamakhya: o Grande Santuário do Desejo e da Fertilidade

É, assim, descalços que inauguramos a visita ao templo de Kamakhya, bem mais demorada e deslumbrante do que alguma vez pudéssemos esperar.

Kamakhya é o principal de um complexo de dez templos individuais dedicados ao mesmo número de Grandes Sabedorias (Mahavidyas) do hinduísmo.

Templo de Kamakhya de Guwahati, estado de Assam, Índia

O templo peculiar de Kamakhya que combina uma cúpula hemisférica com uma estrutura cruciforme.

Surge encaixado numa plataforma ladeada por uma bancada em jeito de ghat, se tivermos em conta a ausência de rio. Foi renovado e alterado por várias vezes entre os séculos VIII e XVIII, de tal maneira que tem hoje um formato peculiar, com uma espécie de campânula hemisférica dourada assente numa base cruciforme.

Começamos por subir a um extremo da bancada e por dali apreciarmos o edifício e uma “assistência” de fiéis que lá repousavam e meditavam numa curiosa partilha do espaço com cabras, cães e pombos. Desse cimo, apreciamos o movimento de tantos outros para cá e para lá do edifício.

Piscina da Divina Bendição: Tanque de Banhos e Reservatório do Hinduísmo

Constatamos que o complexo é refrescado por uma Piscina da Divina Bendição, um tanque que acolhia uma colónia de grandes tartarugas, esse sim, cercado por ghats e dividido em dois.

Uma sua metade era dedicada à limpeza do complexo. Na outra, os fiéis purificam-se antes de prosseguirem para o interior do templo.

Fiel hindu ora no templo de Kamakhya, Guwahati, estado de Assam, Índia

Devota ora perante uma conjunto de figuras monolíticas e vermelhas de deuses hindus.

Os crentes que por lá passavam autónomos, borrifavam a cabeça e as faces com alguma da água. Após o que se dedicavam a preces e oferendas a uma quadra de pequenas representações divinas monolíticas e escarlates.

Outros, chegavam na companhia de sacerdotes do templo de Kamakhya que os guiavam numa cerimónia bem mais elaborada.

Já um bando de miúdos usava o reservatório com sérios fins balneares, entregues a mergulhos acrobáticos e natações remediadas.

Para diversão do funcionário local, que os parecia invejar mas se via obrigado a expulsá-los de cada vez que novo grupo de fiéis chegava.

Rapazes a banhar-se na piscina da bendição do templo de Kamakhya, estado de Assam, Índia

Rapazes banham-se na metade da Piscina da Piscina da Divina Bendição, onde os crentes de devem purificar antes de entrar no edifício principal do templo de Kamakhya.

Da Piscina da Divina Purificação, a passagem ao recinto sagrado do templo de Kamakhya era tudo menos imediata. No fim-de-semana em que estávamos, o número de pretendentes aumentava a olhos vistos.

Encontramo-los, alinhados numa longa e sinuosa passagem gradeada, com aspecto de prisão momentânea, se bem que colorida por saris lustrosos e animada por um convívio respeitoso.

Fiéis hindus no templo de Kamakhya, estado de Assam, Índia

Grupo garrido de devotos hindus aguarda a sua vez de seguir para o interior do templo Kamakhya.

A Vulva Sagrada de Garbhagriha

Enfiados naquele estranho corredor, os crentes aproximam-se, aos poucos, da Garbhagriha, a zona mais sagrada do templo de Kamakhya, uma pequena câmara escura acessível por uma escadaria íngreme de pedra. No interior, há uma laje em que se aninha uma depressão com 25 cm em forma de vulva.

Lá são proibidas as fotos, mas é esta escultura avermelhada, humedecida em permanência por água de uma nascente subterrânea, que vemos os fiéis hindus e do Tantra tocarem, sentirem e idolatrarem como a deusa do desejo sexual e da criação Kamakhya.

Em Junho, em plena época húmida da monção do subcontinente, Guwahati e o templo de Kamakhya recebem ainda um festival anual, o Ambubachi Mela, que celebra o ciclo anual de menstruação da deusa.

Os crentes acreditam que, por esta altura, o poder criativo e de gestação da sua menstruação se torna transferível a todos os devotos.

Cabrito segue sacerdote Hindu, Templo de Kamakhya, Guwahati, Índia

Cabrito segue um sacerdote ao longo de uma fachada esculpida de Kamakhya

Como ao rio Bramaputra que surge tingido de vermelho, mais pelo pigmento vermelhão lá colocado pelos escolares hindus que propriamente devido a sangue gerado pelo período da deusa. Isto, apesar de milhares de devotos preferirem acreditar na versão sobrenatural.

O próprio templo e a crença de que se rodeia é visto, por muitos fiéis mais esclarecidos, como milagroso. Em Kamakhya, a fé não surge centrada em redor do habitual panteão dos deuses hindus.

Não existem sequer verdadeiras estátuas para idolatrar. Mais que isso. Um pouco por toda a Índia, a menstruação continua a ser vista como um tabu, algo desprezível que é suposto ser evitado nas conversas.

Pois, em Guwahati e na colina de Nimachal, assumiu um improvável estatuto divino. Mesmo que, como acontece com a maior parte dos templos indianos, muitas famílias continuem a proibir as adolescentes e mulheres de o visitarem durante os seus períodos de menstruação.

Há muito que a espiritualidade indiana convive com estas suas contradições. Tão cedo não irá mudar.

Dawki, Índia

Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
Jaisalmer, Índia

Há Festa no Deserto do Thar

Mal o curto Inverno parte, Jaisalmer entrega-se a desfiles, a corridas de camelos e a competições de turbantes e de bigodes. As suas muralhas, ruelas e as dunas em redor ganham mais cor que nunca. Durante os três dias do evento, nativos e forasteiros assistem, deslumbrados, a como o vasto e inóspito Thar resplandece afinal de vida.
Goa, Índia

O Último Estertor da Portugalidade Goesa

A proeminente cidade de Goa já justificava o título de “Roma do Oriente” quando, a meio do século XVI, epidemias de malária e de cólera a votaram ao abandono. A Nova Goa (Pangim) por que foi trocada chegou a sede administrativa da Índia Portuguesa mas viu-se anexada pela União Indiana do pós-independência. Em ambas, o tempo e a negligência são maleitas que agora fazem definhar o legado colonial luso.
Tawang, Índia

O Vale Místico da Profunda Discórdia

No limiar norte da província indiana de Arunachal Pradesh, Tawang abriga cenários dramáticos de montanha, aldeias de etnia Mompa e mosteiros budistas majestosos. Mesmo se desde 1962 os rivais chineses não o trespassam, Pequim olha para este domínio como parte do seu Tibete. De acordo, há muito que a religiosidade e o espiritualismo ali comungam com um forte militarismo.
Gangtok, Índia

Uma Vida a Meia-Encosta

Gangtok é a capital de Sikkim, um antigo reino da secção dos Himalaias da Rota da Seda tornado província indiana em 1975. A cidade surge equilibrada numa vertente, de frente para a Kanchenjunga, a terceira maior elevação do mundo que muitos nativos crêem abrigar um Vale paradisíaco da Imortalidade. A sua íngreme e esforçada existência budista visa, ali, ou noutra parte, o alcançarem.
Meghalaya, Índia

Pontes de Povos que Criam Raízes

A imprevisibilidade dos rios na região mais chuvosa à face da Terra nunca demoveu os Khasi e os Jaintia. Confrontadas com a abundância de árvores ficus elastica nos seus vales, estas etnias habituaram-se a moldar-lhes os ramos e estirpes. Da sua tradição perdida no tempo, legaram centenas de pontes de raízes deslumbrantes às futuras gerações.
Kazbegi, Geórgia

Deus nas Alturas do Cáucaso

No século XIV, religiosos ortodoxos inspiraram-se numa ermida que um monge havia erguido a 4000 m de altitude e empoleiraram uma igreja entre o cume do Monte Kazbek (5047m) e a povoação no sopé. Cada vez mais visitantes acorrem a estas paragens místicas na iminência da Rússia. Como eles, para lá chegarmos, submetemo-nos aos caprichos da temerária Estrada Militar da Geórgia.
Kazbegi, Geórgia

Deus nas Alturas do Cáucaso

No século XIV, religiosos ortodoxos inspiraram-se numa ermida que um monge havia erguido a 4000 m de altitude e empoleiraram uma igreja entre o cume do Monte Kazbek (5047m) e a povoação no sopé. Cada vez mais visitantes acorrem a estas paragens místicas na iminência da Rússia. Como eles, para lá chegarmos, submetemo-nos aos caprichos da temerária Estrada Militar da Geórgia.
Arménia

O Berço do Cristianismo Oficial

Apenas 268 anos após a morte de Jesus, uma nação ter-se-á tornado a primeira a acolher a fé cristã por decreto real. Essa nação preserva, ainda hoje, a sua própria Igreja Apostólica e alguns dos templos cristãos mais antigos do Mundo. Em viagem pelo Cáucaso, visitamo-los nos passos de Gregório o Iluminador, o patriarca que inspira a vida espiritual da Arménia.
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Suzdal, Rússia

Séculos de Devoção a um Monge Devoto

Eutímio foi um asceta russo do século XIV que se entregou a Deus de corpo e alma. A sua fé inspirou a religiosidade de Suzdal. Os crentes da cidade veneram-no como ao santo em que se tornou.
Miyajima, Japão

Xintoísmo e Budismo ao Sabor das Marés

Quem visita o tori de Itsukushima admira um dos três cenários mais reverenciados do Japão. Na ilha de Miyajima, a religiosidade nipónica confunde-se com a Natureza e renova-se com o fluir do Mar interior de Seto.
Dooars, Índia

Às Portas dos Himalaias

Chegamos ao limiar norte de Bengala Ocidental. O subcontinente entrega-se a uma vasta planície aluvial preenchida por plantações de chá, selva, rios que a monção faz transbordar sobre arrozais sem fim e povoações a rebentar pelas costuras. Na iminência da maior das cordilheiras e do reino montanhoso do Butão, por óbvia influência colonial britânica, a Índia trata esta região deslumbrante por Dooars.
Ooty, Índia

No Cenário Quase Ideal de Bollywood

O conflito com o Paquistão e a ameaça do terrorismo tornaram as filmagens em Caxemira e Uttar Pradesh um drama. Em Ooty, constatamos como esta antiga estação colonial britânica assumia o protagonismo.

Hampi, India

À Descoberta do Antigo Reino de Bisnaga

Em 1565, o império hindu de Vijayanagar sucumbiu a ataques inimigos. 45 anos antes, já tinha sido vítima da aportuguesação do seu nome por dois aventureiros portugueses que o revelaram ao Ocidente.

Goa, Índia

Para Goa, Rapidamente e em Força

Uma súbita ânsia por herança tropical indo-portuguesa faz-nos viajar em vários transportes mas quase sem paragens, de Lisboa à famosa praia de Anjuna. Só ali, a muito custo, conseguimos descansar.
Shillong, India

Selfiestão de Natal num Baluarte Cristão da Índia

Chega Dezembro. Com uma população em larga medida cristã, o estado de Meghalaya sincroniza a sua Natividade com a do Ocidente e destoa do sobrelotado subcontinente hindu e muçulmano. Shillong, a capital, resplandece de fé, felicidade, jingle bells e iluminações garridas. Para deslumbre dos veraneantes indianos de outras partes e credos.
Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
Maguri Bill, Índia

Um Pantanal nos Confins do Nordeste Indiano

O Maguri Bill ocupa uma área anfíbia nas imediações assamesas do rio Bramaputra. É louvado como um habitat incrível sobretudo de aves. Quando o navegamos em modo de gôndola, deparamo-nos com muito (mas muito) mais vida que apenas a asada.
Jaisalmer, Índia

A Vida que Resiste no Forte Dourado de Jaisalmer

A fortaleza de Jaisalmer foi erguida a partir de 1156 por ordem de Rawal Jaisal, governante de um clã poderoso dos confins hoje indianos do Deserto do Thar. Mais de oito séculos volvidos, apesar da contínua pressão do turismo, partilham o interior vasto e intrincado do último dos fortes habitados da Índia quase quatro mil descendentes dos habitantes originais.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Serengeti, Grande Migração Savana, Tanzania, gnus no rio
Safari
PN Serengeti, Tanzânia

A Grande Migração da Savana Sem Fim

Nestas pradarias que o povo Masai diz siringet (correrem para sempre), milhões de gnus e outros herbívoros perseguem as chuvas. Para os predadores, a sua chegada e a da monção são uma mesma salvação.
Aurora ilumina o vale de Pisang, Nepal.
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 3º- Upper Pisang, Nepal

Uma Inesperada Aurora Nevada

Aos primeiros laivos de luz, a visão do manto branco que cobrira a povoação durante a noite deslumbra-nos. Com uma das caminhadas mais duras do Circuito Annapurna pela frente, adiamos a partida tanto quanto possível. Contrariados, deixamos Upper Pisang rumo a Ngawal quando a derradeira neve se desvanecia.
A pequena-grande Senglea II
Arquitectura & Design
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A Cidade Maltesa com Mais Malta

No virar do século XX, Senglea acolhia 8.000 habitantes em 0.2 km2, um recorde europeu, hoje, tem “apenas” 3.000 cristãos bairristas. É a mais diminuta, sobrelotada e genuína das urbes maltesas.
Totems, aldeia de Botko, Malekula,Vanuatu
Aventura
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Canibalismo de Carne e Osso

Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.
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Cerimónias e Festividades
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Soam os Tambores, Resistem os Índios

Com mais de 500 tribos presentes, o pow wow "Gathering of the Nations" celebra o que de sagrado subsiste das culturas nativo-americanas. Mas também revela os danos infligidos pela civilização colonizadora.
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Não é só a altitude de quase 1000 metros a que a cidade se situa. Cosmopolita e multicultural, a capital paranaense tem uma qualidade de vida e rating de desenvolvimento humano que a tornam um caso à parte no Brasil.
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O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
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A Base Terrestre da Guerra das Estrelas

Por razões de segurança, o planeta Tatooine de "O Despertar da Força" foi filmado em Abu Dhabi. Recuamos no calendário cósmico e revisitamos alguns dos lugares tunisinos com mais impacto na saga.  
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Banidas em grande parte do Primeiro Mundo, as lutas de galos prosperam nas Filipinas onde movem milhões de pessoas e de Pesos. Apesar dos seus eternos problemas é o sabong que mais estimula a nação.
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A Descolagem e a Queda do Culto do Homem-Pássaro

Até ao século XVI, os nativos da Ilha da Páscoa esculpiram e idolatraram enormes deuses de pedra. De um momento para o outro, começaram a derrubar os seus moais. Sucedeu-se a veneração de tangatu manu, um líder meio humano meio sagrado, decretado após uma competição dramática pela conquista de um ovo.
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Mangal entre Ibo e ilha Quirimba-Moçambique
Praias
Ilha do Ibo a Ilha QuirimbaMoçambique

Ibo a Quirimba ao Sabor da Maré

Há séculos que os nativos viajam mangal adentro e afora entre a ilha do Ibo e a de Quirimba, no tempo que lhes concede a ida-e-volta avassaladora do oceano Índico. À descoberta da região, intrigados pela excentricidade do percurso, seguimos-lhe os passos anfíbios.
Camboja, Angkor, Ta Phrom
Religião
Ho Chi-Minh a Angkor, Camboja

O Tortuoso Caminho para Angkor

Do Vietname em diante, as estradas cambojanas desfeitas e os campos de minas remetem-nos para os anos do terror Khmer Vermelho. Sobrevivemos e somos recompensados com a visão do maior templo religioso
Executivos dormem assento metro, sono, dormir, metro, comboio, Toquio, Japao
Sobre Carris
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
Graffiti deusa creepy, Haight Ashbury, Sao Francisco, EUA, Estados Unidos America
Sociedade
The Haight, São Francisco, E.U.A.

Órfãos do Verão do Amor

O inconformismo e a criatividade ainda estão presentes no antigo bairro Flower Power. Mas, quase 50 anos depois, a geração hippie deu lugar a uma juventude sem-abrigo, descontrolada e até agressiva.
Vida Quotidiana
Profissões Árduas

O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
Hipopótamo exibe as presas, entre outros
Vida Selvagem
PN Mana Pools, Zimbabwé

O Zambeze no Cimo do Zimbabwé

Passada a época das chuvas, o minguar do grande rio na fronteira com a Zâmbia lega uma série de lagoas que hidratam a fauna durante a seca. O Parque Nacional Mana Pools denomina uma região fluviolacustre vasta, exuberante e disputada por incontáveis espécimes selvagens.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.