Hiroxima, Japão

Hiroxima: uma Cidade Rendida à Paz


Para cá e para lá
Transeuntes cruzam-se no jardim do Parque Memorial da Paz de Hiroxima.
A Dome
Catedral A-Dome vista à distância, através do Cenotáfio Memorial.
A Resistente A Dome
A Dome no fundo do Jardim do Memorial da Paz.
Ruína A Dome
Pormenor da Cúpula A-Dome (Genbaku Dome), um edifício cuja estrutura resistiu à explosão da Little Boy, com epicentro a algumas centenas de metros.
De Passagem
Moradores passam em frente à Cúpula Genbaku, ruínas do único edifício que não foi arrasado pela explosão da Little Boy.
Cartas da Paz
Amigos jogam às cartas num banco do Memorial da Paz de Hiroxima
Monumento da Paz das Crianças
Monumento da Paz das Crianças, erguido no Memorial da Paz de Hiroxima.
A Destruição
Visitante do Museu do Memorial da Paz confronta a imagem de devastação de Hiroxima após o rebentamento da bomba atómica Little Boy.
A Hora
Visitantes do museu do Memorial da Paz observam a imagem de um relógio que parou à hora da explosão atómica sobre Hiroxima.
A aniquilação
Visitantes do Museu do Memorial da Paz contemplam a devastação de Hiroxima após o rebentamento da bomba atómica Little Boy.
Maquete da destruição
Maquete de Hiroxima após o rebentamento da bomba atómica
Metamorfose da A Dome
Painel explica a história da cúpula A-Dome, ruína do velho Salão Prefectural da Promoção Industrial de Hiroxima.
hiroxima-cidade-rendida-paz-japao-militar
Militar deixa o cenotáfio que abriga os nomes de todas as vítimas directas e indirectas do ataque nuclear a Hiroxima.
hiroxima-cidade-rendida-paz-japao-museu
Fachada do Museu do Memorial da Paz
A Bomb
Japonês lê o painel explicativo da cúpula A-Dome.
Rio Ota
Cenário de Hiroxima percorrida pelo Ota, um de vários rios que a atravessam.
Sino evocativo
Pormenor da data da tragédia num Sino da Paz, um dos muitos monumentos do Parque Memorial de Hiroxima.
Recreio abrigado
Crianças brincam nos Sinos da Paz, mais um dos monumentos do Parque da Paz de Hiroxima
Visita de Estudo
Estudantes convivem sentados no exterior do Museu do Memorial da Paz.
Visita ao passado
Filha de sobrevivente de Hiroxima visita o cenotáfio do Memorial da cidade.
Em 6 de Agosto de 1945, Hiroxima sucumbiu à explosão da primeira bomba atómica usada em guerra. Volvidos 70 anos, a cidade luta pela memória da tragédia e para que as armas nucleares sejam erradicadas até 2020.

Não fosse pelo seu passado marcante e nunca seria prioritária a descoberta desta urbe populosa do oeste de Honshu, a maior ilha do Japão.

Como qualquer forasteiro, chegamos intrigados quanto às cicatrizes históricas que viríamos encontrar. Estávamos conscientes que mais de seis décadas tinham decorrido desde a sua destruição massiva.

A chegada de comboio-bala (shinkansen) a uma estação sofisticada local que abrigava vários comboios similares dizia-nos mais do lado futurista do Japão. O cenário urbano em redor pouco ajudava.

Viagem de Eléctrico à Bordo do Passado de Hiroxima

Pedimos indicações para chegamos à paragem de autocarro. Um velho eléctrico verde e amarelo aproxima-se com o número que devemos apanhar. Quando subimos, viajamos, por fim, a bordo do passado da cidade.

A Hiroden, a companhia que os explora e aos autocarros da cidade, estabeleceu-se em 1910. No início de 1945, operava já dezenas de eléctricos. Apenas quatro sobreviveram à 2ª Guerra Mundial mas a construção de um metropolitano revelou-se demasiado dispendiosa (Hiroxima está situada num delta).

Hiroxima, cidade rendida à paz, Japão

Cenário de Hiroxima percorrida pelo Ota, um de vários rios que a atravessam.

De acordo, as autoridades optaram por reforçar os transportes à superfície. Compraram eléctricos antigos a cidades vizinhas. Hoje, combinam o seu serviço com o de outros mais modernos.

É fim de semana. Passamos por um estádio de basebol à pinha. Ao longe, vemos a réplica do castelo medieval da cidade. Mais cedo do que estimávamos, uma voz feminina de tom juvenil, à boa moda nipónica, anuncia-nos a paragem de saída.

Atravessamos a mesma avenida por que o eléctrico prosseguiu. Já do lado oposto, damos com o Parque do Memorial da Paz. E, numa absoluta solidão arquitectónica e temporal, com as ruínas da Cúpula de Genbaku, à beira do rio Aioi.

Hiroxima, cidade rendida à paz, Japão

Moradores passam em frente à Cúpula Genbaku, ruínas do único edifício que não foi arrasado pela explosão da Little Boy.

O Bombardeamento Avassalador que Ditou o Término da 2ª Guerra Mundial

À época da explosão da bomba Fat Boy, este edifício funcionava como o Salão de Promoção Industrial de Hiroxima. A sua resistência à explosão continua a surpreender os cientistas.

Devido à intensidade do vento, a tripulação do B-29 Enola Gay falhou o alvo definido, uma ponte próxima do rio Aioi. A detonação da Little Boy deu-se a 580 metros do solo, como predeterminado, mas cerca de 240 metros ao lado do ponto escolhido.

Horas da detonação, Hiroxima, cidade rendida à paz, Japão

Visitantes do museu do Memorial da Paz observam a imagem de um relógio que parou à hora da explosão atómica sobre Hiroxima.

Mesmo assim, a cerca de 100 metros de distância, estima-se que a pressão provocada sobre o edifício tenha sido de 35 toneladas por m².

Num raio de 2 km, quase nenhuma estrutura ficou de pé. A destruição generalizada verificou-se até 12 km².

Neste espaço e fora dele, entre 70 a 80 mil habitantes, (cerca de 30% da população de então) morreu de imediato. Outros tantos habitantes ficaram feridos. E sabe-se que o urânio (U235) utilizado era ineficiente e que só 1.68% do material presente na bomba fissionou.

Monumento da Paz das Crianças, Hiroxima, cidade rendida à paz, Japão

Monumento da Paz das Crianças, erguido no Memorial da Paz de Hiroxima.

Outras cidades japonesas, incluindo Quioto foram consideradas alvos possíveis. Hiroxima viu-se condenada por acolher um importante arsenal do exército e um porto no seio de uma vasta área industrial urbana.

Para mais, era cercada de colinas o que contribuiria para aumentar os efeitos da explosão e convencer o Japão a render-se incondicionalmente, de acordo com a Declaração de Potsdam.

O Parque da Paz de Hiroxima. Um Memorial Verdejante de um Japão em Ruína

Atravessamos o rio e o parque verdejante.

Caminhamos entre grupos de crianças japonesas que as escolas fazem questão de levar ao memorial para as elucidar sobre o período mais tenebroso da história nipónica.

Hiroxima, cidade rendida à paz, Japão

Vista do Parque Memorial de Paz de Hiroxima com a Cúpula A-Bomb ao fundo.

Como é de esperar, a inocência das suas idades impede-as de assimilar o significado daquele lugar. Muitas, entregam-se a brincadeiras endiabradas em redor dos monumentos e perturbam os pensamentos e as orações de visitantes que continuam a sofrer com a perda de familiares ou tão só da honra japonesa.

Entramos no museu. Por três longas horas, ficamos entregues ao silêncio lúgubre das suas salas, aos mapas, aos vídeos, aos vestígios distorcidos e transformados de outras formas pela explosão e seus efeitos. E aos cenários reconstituídos do terror vivido pela cidade.

Hiroxima, cidade rendida à paz, Japão

Maquete de Hiroxima após o rebentamento da bomba atómica

Nesse tempo, a abundância de informação simplificada permite-nos também saber e compreender vários aspectos surpreendentes da tragédia: o facto de os radares japoneses terem detectado os aviões uma hora antes do bombardeamento e terem optado por não enviar caças para os tentar interceptar por serem apenas três e a força aérea nipónica precisar de poupar combustível.

Inteiramo-nos também do destino incrível de Eizo Nomura que sobreviveu a apenas 170 metros do hipocentro (hoje marcado no chão como um monumento) por se encontrar na cave de um edifício anti-sísmico de betão reforçado.

Hiroxima, cidade rendida à paz, Japão

Pormenor da Cúpula A-Dome (Genbaku Dome), um edifício cuja estrutura resistiu à explosão da Little Boy, com epicentro a algumas centenas de metros.

E o drama comovente de Sadako Sakai, a menina que tinha dois anos quando se deu a explosão e a quem foi, nove anos depois, diagnosticada leucemia.

Sabe-se que Chizuko Hamamoto, a sua melhor amiga, a visitou no hospital. E que, a fazer fé na crença popular japonesa de que um cisne concederá um desejo a quem dobrar 1000 cisnes de origami, ofereceu a Sadako o primeiro.

Hiroxima, cidade rendida à paz, Japão

Crianças brincam nos Sinos da Paz, mais um dos monumentos do Parque da Paz de Hiroxima

À data, Sadako tinha apenas um ano de vida. Diz-se que dobrou 644 cisnes de origami antes de falecer e que os seus amigos completaram os restantes e os enterraram junto com a menina.

A Sobrevivência Castigadas dos hibakuskas, os Vitimados de Hiroxima

Regressamos ao exterior. Encontramos duas idosas nipónicas em meditação junto à estátua das crianças da bomba atómica. Questionamo-nos se não serão hibakushas – sobreviventes do ataque nuclear. A sua idade e a sua postura compenetrada e comovida levam-nos a crê-lo.

Em 2010, o governo japonês reconhecia 227.565 hibakushas, em grande parte a viver ainda no Japão e, muitas, em Hiroxima.

Hiroxima, cidade rendida à paz, Japão

Militar deixa o cenotáfio que abriga os nomes de todas as vítimas directas e indirectas do ataque nuclear a Hiroxima.

Destes, 1% sofriam de doenças causadas pela radiação. Todos os sobreviventes recebem um apoio financeiro mas o apoio médico e financeiro prestado aos últimos é especial. Como é especial, de uma forma negativa, o seu estatuto social encoberto.

Durante décadas, o desconhecimento acerca dos efeitos da radiação levou a que os hibakusha fossem discriminados por receio de contágio e hereditariedade das doenças. Essa questão desvaneceu-se à medida que as vítimas, todas idosas, faleceram.

Horas da detonação, Hiroxima, cidade rendida à paz, Japão

Pormenor da data da tragédia num Sino da Paz, um dos muitos monumentos do Parque Memorial de Hiroxima.

A Quimera da Paz Nuclear Propagada pela Hiroxima em Paz

É outra das heranças problemáticas que Hiroxima tenta ultrapassar. Em 1949, por iniciativa do seu mayor, o parlamento japonês declarou Hiroxima Cidade de Paz.

Desde então, tornou-se numa sede apetecível para conferências internacionais sobre a paz e outros assuntos sociais. De acordo, a Universidade local fundou, em 1998, um Instituto da Paz de Hiroxima.

Hiroxima, cidade rendida à paz, Japão

Amigos jogam às cartas num banco do Memorial da Paz de Hiroxima

À data deste texto, o edil actual de Hiroxima era o Presidente dos Mayors for Peace, uma organização que tem como fim mobilizar as cidades e os seus cidadãos para a abolição e eliminação de todas as armas nucleares até 2020.

E à data da última revisão do artigo, Maio de 2020, esse objectivo continuava por cumprir.

Militares

Defensores das Suas Pátrias

Mesmo em tempos de paz, detectamos militares por todo o lado. A postos, nas cidades, cumprem missões rotineiras que requerem rigor e paciência.
Coron, Busuanga, Filipinas

A Armada Japonesa Secreta mas Pouco

Na 2ª Guerra Mundial, uma frota nipónica falhou em ocultar-se ao largo de Busuanga e foi afundada pelos aviões norte-americanos. Hoje, os seus destroços subaquáticos atraem milhares de mergulhadores.
Okinawa, Japão

O Pequeno Império do Sol

Reerguida da devastação causada pela 2ª Guerra Mundial, Okinawa recuperou a herança da sua civilização secular ryukyu. Hoje, este arquipélago a sul de Kyushu abriga um Japão à margem, prendado por um oceano Pacífico turquesa e bafejado por um peculiar tropicalismo nipónico.
Tawang, Índia

O Vale Místico da Profunda Discórdia

No limiar norte da província indiana de Arunachal Pradesh, Tawang abriga cenários dramáticos de montanha, aldeias de etnia Mompa e mosteiros budistas majestosos. Mesmo se desde 1962 os rivais chineses não o trespassam, Pequim olha para este domínio como parte do seu Tibete. De acordo, há muito que a religiosidade e o espiritualismo ali comungam com um forte militarismo.
DMZ, Dora - Coreia do Sul

A Linha Sem Retorno

Uma nação e milhares de famílias foram divididas pelo armistício na Guerra da Coreia. Hoje, enquanto turistas curiosos visitam a DMZ, várias das fugas dos oprimidos norte-coreanos terminam em tragédia
São João de Acre, Israel

A Fortaleza que Resistiu a Tudo

Foi alvo frequente das Cruzadas e tomada e retomada vezes sem conta. Hoje, israelita, Acre é partilhada por árabes e judeus. Vive tempos bem mais pacíficos e estáveis que aqueles por que passou.
Hué, Vietname

A Herança Vermelha do Vietname Imperial

Sofreu as piores agruras da Guerra do Vietname e foi desprezada pelos vietcong devido ao passado feudal. As bandeiras nacional-comunistas esvoaçam sobre as suas muralhas mas Hué recupera o esplendor.
Taiwan

Formosa mas Não Segura

Os navegadores portugueses não podiam imaginar o imbróglio reservado a Formosa. Passados quase 500 anos, mesmo insegura do seu futuro, Taiwan prospera. Algures entre a independência e a integração na grande China.
Pearl Harbor, Havai

O Dia em que o Japão foi Longe Demais

Em 7 de Dezembro de 1941, o Japão atacou a base militar de Pearl Harbor. Hoje, partes do Havai parecem colónias nipónicas mas os EUA nunca esquecerão a afronta.
Tóquio, Japão

O Imperador sem Império

Após a capitulação na 2ª Guerra Mundial, o Japão submeteu-se a uma constituição que encerrou um dos mais longos impérios da História. O imperador japonês é, hoje, o único monarca a reinar sem império.
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Okinawa, Japão

Danças de Ryukyu: têm séculos. Não têm grandes pressas.

O reino Ryukyu prosperou até ao século XIX como entreposto comercial da China e do Japão. Da estética cultural desenvolvida pela sua aristocracia cortesã contaram-se vários estilos de dança vagarosa.
Miyajima, Japão

Xintoísmo e Budismo ao Sabor das Marés

Quem visita o tori de Itsukushima admira um dos três cenários mais reverenciados do Japão. Na ilha de Miyajima, a religiosidade nipónica confunde-se com a Natureza e renova-se com o fluir do Mar interior de Seto.
Iriomote, Japão

Iriomote, uma Pequena Amazónia do Japão Tropical

Florestas tropicais e manguezais impenetráveis preenchem Iriomote sob um clima de panela de pressão. Aqui, os visitantes estrangeiros são tão raros como o yamaneko, um lince endémico esquivo.
Nikko, Japão

O Derradeiro Cortejo do Xogum Tokugawa

Em 1600, Ieyasu Tokugawa inaugurou um xogunato que uniu o Japão por 250 anos. Em sua homenagem, Nikko re-encena, todos os anos, a transladação medieval do general para o mausoléu faustoso de Toshogu.
Nara, Japão

O Berço Colossal do Budismo Nipónico

Nara deixou, há muito, de ser capital e o seu templo Todai-ji foi despromovido. Mas o Grande Salão mantém-se o maior edifício antigo de madeira do Mundo. E alberga o maior buda vairocana de bronze.
Takayama, Japão

Takayama do Japão Antigo e da Hida Medieval

Em três das suas ruas, Takayama retém uma arquitectura tradicional de madeira e concentra velhas lojas e produtoras de saquê. Em redor, aproxima-se dos 100.000 habitantes e rende-se à modernidade.
Quioto, Japão

Um Japão Milenar Quase Perdido

Quioto esteve na lista de alvos das bombas atómicas dos E.U.A. e foi mais que um capricho do destino que a preservou. Salva por um Secretário de Guerra norte-americano apaixonado pela sua riqueza histórico-cultural e sumptuosidade oriental, a cidade foi substituída à última da hora por Nagasaki no sacrifício atroz do segundo cataclismo nuclear.
Ogimashi, Japão

Uma Aldeia Fiel ao A

Ogimashi revela uma herança fascinante da adaptabilidade nipónica. Situada num dos locais mais nevosos à face da Terra, esta povoação aperfeiçoou casas com verdadeiras estruturas anti-colapso.
Magome-Tsumago, Japão

Magome a Tsumago: o Caminho Sobrelotado Para o Japão Medieval

Em 1603, o xogum Tokugawa ditou a renovação de um sistema de estradas já milenar. Hoje, o trecho mais famoso da via que unia Edo a Quioto é percorrido por uma turba ansiosa por evasão.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Hipopótamo move-se na imensidão alagada da Planície dos Elefantes.
Safari
Parque Nacional de Maputo, Moçambique

O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
Fieis acendem velas, templo da Gruta de Milarepa, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
Music Theatre and Exhibition Hall, Tbilissi, Georgia
Arquitectura & Design
Tbilisi, Geórgia

Geórgia ainda com Perfume a Revolução das Rosas

Em 2003, uma sublevação político-popular fez a esfera de poder na Geórgia inclinar-se do Leste para Ocidente. De então para cá, a capital Tbilisi não renegou nem os seus séculos de história também soviética, nem o pressuposto revolucionário de se integrar na Europa. Quando a visitamos, deslumbramo-nos com a fascinante mixagem das suas passadas vidas.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Aventura
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Parada e Pompa
Cerimónias e Festividades
São Petersburgo, Rússia

A Rússia Vai Contra a Maré. Siga a Marinha

A Rússia dedica o último Domingo de Julho às suas forças navais. Nesse dia, uma multidão visita grandes embarcações ancoradas no rio Neva enquanto marinheiros afogados em álcool se apoderam da cidade.
Catedral de Santa Ana, Vegueta, Las Palmas, Gran Canária
Cidades
Vegueta, Gran Canária, Canárias

Às Voltas pelo Âmago das Canárias Reais

O velho e majestoso bairro Vegueta de Las Palmas destaca-se na longa e complexa hispanização das Canárias. Findo um longo período de expedições senhoriais, lá teve início a derradeira conquista da Gran Canária e das restantes ilhas do arquipélago, sob comando dos monarcas de Castela e Aragão.
Comida
Mercados

Uma Economia de Mercado

A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
Camponesa, Majuli, Assam, India
Cultura
Majuli, Índia

Uma Ilha em Contagem Decrescente

Majuli é a maior ilha fluvial da Índia e seria ainda uma das maiores à face da Terra não fosse a erosão do rio Bramaputra que há séculos a faz diminuir. Se, como se teme, ficar submersa dentro de vinte anos, mais que uma ilha, desaparecerá um reduto cultural e paisagístico realmente místico do Subcontinente.
Desporto
Competições

Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
Devils Marbles, Alice Springs a Darwin, Stuart hwy, Caminho do Top End
Em Viagem
Alice Springs a Darwin, Austrália

Estrada Stuart, a Caminho do Top End da Austrália

Do Red Centre ao Top End tropical, a estrada Stuart Highway percorre mais de 1.500km solitários através da Austrália. Nesse trajecto, o Território do Norte muda radicalmente de visual mas mantém-se fiel à sua alma rude.
Fila Vietnamita
Étnico

Nha Trang-Doc Let, Vietname

O Sal da Terra Vietnamita

Em busca de litorais atraentes na velha Indochina, desiludimo-nos com a rudeza balnear de Nha Trang. E é no labor feminino e exótico das salinas de Hon Khoi que encontramos um Vietname mais a gosto.

Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Portfólio Fotográfico Got2Globe

Dias Como Tantos Outros

Telhados cinza, Lijiang, Yunnan, China
História
Lijiang, China

Uma Cidade Cinzenta mas Pouco

Visto ao longe, o seu casario vasto é lúgubre mas as calçadas e canais seculares de Lijiang revelam-se mais folclóricos que nunca. Em tempos, esta cidade resplandeceu como a capital grandiosa do povo Naxi. Hoje, tomam-na de assalto enchentes de visitantes chineses que disputam o quase parque temático em que se tornou.
ilha Streymoy, Ilhas Faroe, Tjornuvik, Gigante e Bruxa
Ilhas
Streymoy, Ilhas Faroé

Streymoy Acima, ao Sabor da Ilha das Correntes

Deixamos a capital Torshavn rumo a norte. Cruzamos de Vestmanna para a costa leste de Streymoy. Até chegarmos ao extremo setentrional de Tjornuvík, deslumbramo-nos vezes sem conta com a excentricidade verdejante da maior ilha faroesa.
Geotermia, Calor da Islândia, Terra do Gelo, Geotérmico, Lagoa Azul
Inverno Branco
Islândia

O Aconchego Geotérmico da Ilha do Gelo

A maior parte dos visitantes valoriza os cenários vulcânicos da Islândia pela sua beleza. Os islandeses também deles retiram calor e energia cruciais para a vida que levam às portas do Árctico.
Lago Manyara, parque nacional, Ernest Hemingway, girafas
Literatura
PN Lago Manyara, Tanzânia

África Favorita de Hemingway

Situado no limiar ocidental do vale do Rift, o parque nacional lago Manyara é um dos mais diminutos mas encantadores e ricos em vida selvagem da Tanzânia. Em 1933, entre caça e discussões literárias, Ernest Hemingway dedicou-lhe um mês da sua vida atribulada. Narrou esses dias aventureiros de safari em “As Verdes Colinas de África”.
Manhã cedo no Lago
Natureza

Nantou, Taiwan

No Âmago da Outra China

Nantou é a única província de Taiwan isolada do oceano Pacífico. Quem hoje descobre o coração montanhoso desta região tende a concordar com os navegadores portugueses que baptizaram Taiwan de Formosa.

Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Rio Celeste, Parque Nacional Volcan Tenório, Costa Rica
Parques Naturais
PN Volcán Tenório, Costa Rica

O Rio que Espelha o Céu da Costa Rica

Até 2018, boa parte das encostas do vulcão Tenório (1916m) mantinham-se inacessíveis e desconhecidas. Nesse ano, a concretização de uma estrada íngreme abriu caminho à estação ranger de El Pilón. A partir da actual entrada, cumprimos quase 9km luxuriantes ao longo do rio Celeste, suas quedas d’água, lagoas e nascentes termais.
Foz incandescente, Grande Ilha Havai, Parque Nacional Vulcoes, rios de Lava
Património Mundial UNESCO
Big Island, Havai

Grande Ilha do Havai: À Procura de Rios de Lava

São cinco os vulcões que fazem da ilha grande Havai aumentar de dia para dia. O Kilauea, o mais activo à face da Terra, liberta lava em permanência. Apesar disso, vivemos uma espécie de epopeia para a vislumbrar.
Sósias dos irmãos Earp e amigo Doc Holliday em Tombstone, Estados Unidos da América
Personagens
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Santa Maria, ilha do Sal, Cabo Verde, Desembarque
Praias
Santa Maria, Sal, Cabo Verde

Santa Maria e a Bênção Atlântica do Sal

Santa Maria foi fundada ainda na primeira metade do século XIX, como entreposto de exportação de sal. Hoje, muito graças à providência de Santa Maria, o Sal ilha vale muito que a matéria-prima.
Arménia Berço Cristianismo, Monte Aratat
Religião
Arménia

O Berço do Cristianismo Oficial

Apenas 268 anos após a morte de Jesus, uma nação ter-se-á tornado a primeira a acolher a fé cristã por decreto real. Essa nação preserva, ainda hoje, a sua própria Igreja Apostólica e alguns dos templos cristãos mais antigos do Mundo. Em viagem pelo Cáucaso, visitamo-los nos passos de Gregório o Iluminador, o patriarca que inspira a vida espiritual da Arménia.
Trem do Serra do Mar, Paraná, vista arejada
Sobre Carris
Curitiba a Morretes, Paraná, Brasil

Paraná Abaixo, a Bordo do Trem Serra do Mar

Durante mais de dois séculos, só uma estrada sinuosa e estreita ligava Curitiba ao litoral. Até que, em 1885, uma empresa francesa inaugurou um caminho-de-ferro com 110 km. Percorremo-lo, até Morretes, a estação, hoje, final para passageiros. A 40km do término original e costeiro de Paranaguá.
Dia da Austrália, Perth, bandeira australiana
Sociedade
Perth, Austrália

Dia da Austrália: em Honra da Fundação, de Luto Pela Invasão

26/1 é uma data controversa na Austrália. Enquanto os colonos britânicos o celebram com churrascos e muita cerveja, os aborígenes celebram o facto de não terem sido completamente dizimados.
Casario, cidade alta, Fianarantsoa, Madagascar
Vida Quotidiana
Fianarantsoa, Madagáscar

A Cidade Malgaxe da Boa Educação

Fianarantsoa foi fundada em 1831 por Ranavalona Iª, uma rainha da etnia merina então predominante. Ranavalona Iª foi vista pelos contemporâneos europeus como isolacionista, tirana e cruel. Reputação da monarca à parte, quando lá damos entrada, a sua velha capital do sul subsiste como o centro académico, intelectual e religioso de Madagáscar.
savuti, botswana, leões comedores de elefantes
Vida Selvagem
Savuti, Botswana

Os Leões Comedores de Elefantes de Savuti

Um retalho do deserto do Kalahari seca ou é irrigado consoante caprichos tectónicos da região. No Savuti, os leões habituaram-se a depender deles próprios e predam os maiores animais da savana.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.