Ilha do Fogo, Cabo Verde

À Volta do Fogo


Frota da Ponta das Salinas
A Doca Possível
Vidas de outros tempos
Sepulturas do cemitério de Ponta das Salinas
Trânsito do dia
Habitante de Cova Figueira puxa um pequeno jumento sobre a estrada calçada.
Casario de Cova Figueira
No Limiar da Lava
Verde de Mosteiros
Casario Mal Acabado de Mosteiros
O casario mal-acabado de Mosteiros, nas imediações de outro trajecto habitual da lava do vulcão Fogo.
Fogo Oriental
Pastor emerge, entre agaves, nas imediações da vertente leste do vulcão Fogo.
Venda de rua
Vendedores de bolachas, biscoitos e rebuçados à beira da estrada, nas imediações de Cova Figueira.
Lava às Camadas
Lava estratificada pende da vertente leste do vulcão Fogo.
Fogo: a Ilha. o Vulcão
Ilha e vulcão do Fogo como vistos de um avião.
Equipa de Vendas
Vendedores de artesanato à entrada do Parque Natural do Fogo
Ditaram o tempo e as leis da geomorfologia que a ilha-vulcão do Fogo se arredondasse como nenhuma outra em Cabo Verde. À descoberta deste arquipélago exuberante da Macaronésia, circundamo-la contra os ponteiros do relógio. Deslumbramo-nos no mesmo sentido.

São Filipe, a capital do Fogo que há dias nos acolhia faz de ponto de partida.

Deixamo-la o mais cedo que conseguimos, ainda moídos do despertar madrugador em Chã das Caldeiras, da ascensão dolorosa ao cume do vulcão Fogo e da não menos erosiva descida da Chã até à beira-mar de Mosteiros.

Passa um pouco das nove da manhã. A névoa quase seca característica do Inverno da ilha permanece em estado embrionário. A clareza e frescura efémeras incitam-nos a fazermo-nos ao caminho.

Contornamos o aeródromo em que tínhamos dado os passos inaugurais na ilha. Prosseguimos pela estrada que circunda o Fogo não pela sua beira-mar, como seria de esperar, ali, na costa sul, por uma quota acima, mais plana e estável, a que o velho empedrado da via se agarrava com rigor redobrado e melhor resistia aos sucessivos caprichos geológicos e tectónicos do lugar.

Ilha do Fogo Acima, Rumo à Grande Caldeira do Vulcão

O plano inicial era progredirmos para leste. Fazemo-lo com passagem por Talho e por Vicente Dias. Cruzamos a aldeola de Penteada e abordamos a de Patim, de onde uma ramificação rodoviária encaixada entre as ribeiras de Patim e de Fundo, trepa rumo a Monte Grande, logo ao Monte Largo e, na Achada Furna, ganha embalo para atingir as alturas da caldeira massiva do vulcão Fogo.

A subida de uns dias antes à caldeira havia sido nocturna. O escuro, tinha-nos furtado o privilégio de admirarmos a imponência enegrecida da sua entrada, os paredões, rochedos e sulcos de lava abrasiva e o basalto polido que a compõem, em jeito de monumento dantesco.

Atingimos a famosa placa que dá as boas-vindas ao Parque Natural do Fogo, à beira de um meandro da estrada, no aparente fundo do cone quase-perfeito do vulcão. Momentos depois de deixarmos a pick-up, um grupo de artesãos aborda-nos com uma suavidade bem cabo-verdiana.

Mini-Casas de Lava: o Artesanato Criativo da Caldeira

Exibem-nos uma série de casinhas tradicionais da caldeira feitas de magma, de palha e sementes a enfeitar o tecto cónico. Umas são elementares. Outras, contam com dois pisos e estruturas mais complexas.

Sabemos que evocam os edifícios genuínos e pitorescos que a lava das últimas erupções do Fogo soterraram. Temos consciência do quanto a destruição provocada por essas erupções fragilizou os seus habitantes.

Ilha do Fogo, Cabo Verde

Vendedores de artesanato à entrada do Parque Natural do Fogo

Por isso e porque gostávamos de oferecer presentes o mais caboverdianos possível a familiares e amigos, damos connosco a admirar a colecção que nos propõem, e a comprarmos cinco mil escudos de casinhas de lava, parte de um sortido mini-arquitectónico escolhido a dedo.

Desse preâmbulo administrativo, avançamos ladeira acima e em redor do arco inicial da caldeira. Para cá e para lá, intimidados com a opressão tenebrosa do domínio vulcânico. Quando nos vemos à entrada da já nossa conhecida Portela, revertemos para a entrada da caldeira.

Ilha do Fogo, Cabo Verde

Estrada que desce da caldeira do vulcão Fogo para o fundo da vertente sul da ilha do Fogo.

Descida da Caldeira, Para Leste, Rumo a Cova Figueira

Abundam os moradores apeados, por estas paragens. À medida que descemos por entre fumarolas e crateras secundárias ressequidas, damos-lhes uma primeira boleia. Logo outra. E outra ainda.

Às tantas, temos cinco passageiros na pick up.

Com o combustível a baixar demasiado, aproveitamos o seu conhecimento da zona. Deixamo-nos orientar até um pequeno revendedor da beira da estrada que nos vende combustível engarrafado. O suficiente até chegarmos à bomba que menos distava.

Pouco depois de Figueira Pavão, ainda antes de Cova Figueira – Kóba Figuera, em crioulo – as estradas circulares de quotas diferentes fundem-se na Circular do Fogo.

O seu empedrado empoeirado conduz-nos ao casario garrido da última das povoações, estendido pela encosta murcha abaixo, no mesmo sentido que qualquer nova torrente de lava levaria.

Vulcão Fogo, Cova Figueira, Ilha do Fogo, Cabo Verde

Cume do vulcão Fogo destacado acima do casario de Cova Figueira.

Depois de vinte quilómetros percorridos sem sinal do seu cone, eis que o vulcão se volta a insinuar. Detectamo-lo, tão sobranceiro como é suposto, já que se trata do tecto de Cabo Verde.

Acima do casario, da vertente terrosa e até da névoa sulfurosa que mantinha em seu redor.

Ao nível de Kóba Figuera, o dia aquecia e desenrolava-se sem percalços. Um jovem casal aguardava pela Hiace responsável pela rota da Praia da Fajã.

Um ancião puxava um burrico por uma corda.

Ilha do Fogo, Cabo Verde

Habitante de Cova Figueira puxa um pequeno jumento sobre a estrada calçada.

Vendedores de bolachas, rebuçados e outros petiscos embalados mantinham-se a postos na sua banca improvisada, contra uma velha casa de pedra-lava, à sombra de chapéus de praia providenciais.

Após Cova Figueira, a Circular do Fogo entra em pleno na vertente leste da ilha e do vulcão, a que se sabe que, há 73 mil anos atrás, colapsou sobre o Atlântico.

Passagem pela Vertente Oriental e Monumental do Vulcão Fogo

E que assim gerou um maremoto de mais de 150 metros de altura que atingiu o ocidente da vizinha Santiago com enorme impacto. De tal maneira que se podem encontrar no litoral de Santiago enormes calhaus provindos do Fogo.

Malgrado a dimensão do evento geológico, tanto a ilha do Fogo como Santiago subsistiram e estão para durar. Na iminência da fronteira dos concelhos de São Filipe e de Santa Catarina do Fogo, a Circular ziguezagueia por uma meia-encosta pejada de agaves exuberantes, de um verde resplandecente que contrasta com o azulão do Atlântico.

Vertente leste do vulcão, Ilha do Fogo, Cabo Verde

Pastor emerge, entre agaves, nas imediações da vertente leste do vulcão Fogo.

Ali, o cone do Fogo eleva-se e aproxima-se do Atlântico mais que nunca. Fuma a condizer e produz uma névoa acinzentada que turva o azul-celeste.

A sua lava solidificada lista a paisagem de verde e amarelo vegetal, faixas intercaladas com outras zonas tostadas pelas torrentes das sucessivas erupções que obrigaram ainda a um mesmo número de reconstruções da via por que progredíamos.

Após nova curva, já entre os agaves afiados, ficamos acima de um enorme desnível da vertente. Um rebanho multicolor de cabras espanta-se pela nossa presença em tal território montês.

Por instantes, admiramos o seu equilíbrio acrobático. Num ápice, a imponência do Fogo reconquista-nos a atenção para o cerco de negrume que o vulcão fizera ao lugarejo lá em baixo, para a cinza escura que continuava a deslizar da cratera e para as incontáveis camadas de lava estratificada que se repetiam mesmo até ao cimo do colosso.

Estratos de lava, Ilha do Fogo, Cabo Verde

Lava estratificada pende da vertente leste do vulcão Fogo.

A esforço, lá quebramos o feitiço que nos mantinha captivos daquela vista. Prosseguimos para norte. Voltamos a deter-nos na aldeola da Tinteira.

Espanta-nos a visão de um grupo de crianças entregues a brincadeiras e traquinices, sobre lava sólida, entre enormes calhaus basálticos e com a névoa sulfúrea intimidante a pairar em fundo.

A Emigração Cíclica da Ilha do Fogo para o Leste dos Estados Unidos

Surpreende-nos também a miragem real de bandeiras dos Estados Unidos a ondularem ao vento, mesmo que o fenómeno de estranho pouco tenha.

São mais os caboverdianos expatriados que aqueles a morar no seu arquipélago. A instabilidade gerada pelo potencial de novas erupções do Fogo contribui para que muitos nativos da ilha partam para além-mar.

As regiões de Boston e de New Bedford, onde se contam já em redor de 250.000 caboverdianos, são destinos de eleição dos foguenses, até mais que Portugal e a Holanda. Os foguenses que ficam, sujeitam-se à aridez e aos caprichos não só do vulcão mas também da meteorologia.

Mesmo se na zona de Mosteiros, à sombra da única floresta da ilha, o Fogo concede plantações férteis de vegetais e frutas tropicais, até mesmo de café e de vinho, o Fogo passa por períodos aflitivos de seca. Ao longo da história, vários destes estios provaram-se mais prejudiciais que o próprio vulcão.

A estrada entra no maior dos rios de lava que o Fogo fez chegarem ao mar. A espaços, afunda e ganha enormes paredões laterais dessa mesma lava.

Um ciclista percorre-a no sentido contrário, protegido do sol da tarde e da poeira por um boné e uma máscara que lhe dão um visual de tuaregue mal-amanhado.

Não tarda, o calçadão da Circular cruza a linha imaginária que separa os domínios de Santa Catarina do Fogo dos de Mosteiros. Passamos Relva e Corvo. Com Corvo para trás, cruzamos a derradeira torrente de lava legada pelo vulcão, ainda inóspita.

Mosteiros: uma Povoação a Paredes-Meias com a Lava do Vulcão

Fazemo-nos ao casario de Fonsaco e chegamos às traseiras de Mosteiros, uma povoação inconfundível pelo seu casario instalado ora sobre uma vasta fajã de lava, ora noutra forrada por prado verdejante, no sopé da Floresta de Monte Velha.

Tal como tínhamos constatado em Cova Figueira, os moradores com posses para tal, rebocam e pintam as suas casas de cores bem vivas, intuímos que de maneira a combaterem a ditadura do negro imposta pelo vulcão.

Quando a cor é financeiramente inviável, os seus lares permanecem em blocos de cimento, feitos, em boa parte, com a areia e cinza vulcânica da ilha.

Mosteiros ,Ilha do Fogo, Cabo Verde

O casario mal-acabado de Mosteiros, nas imediações de outro trajecto habitual da lava do vulcão Fogo.

São quase dez mil os habitantes dos Mosteiros, agricultores, pescadores, se a oportunidade permitir, pequenos empresários que aproveitam as visitas de curiosos como nós.

Basta dizer que uma das caminhadas mais populares da ilha do Fogo é a descida de Chã das Caldeiras para Mosteiros.

Que muitos dos caminhantes a completam já depois de terem ascendido, em esforço, ao Pico do Fogo e que chegam a Mosteiros doridos, tanto pela subida massacrante para as coxas, como pela descida que castiga os joelhos. Também nós passámos por essa provação.

De Mosteiros, malgrado uma óbvia intensificação dos esses da estrada, tardamos pouco a atingir o norte do Fogo, entre a Fajãzinha e Atalaia.

O Fim da Volta a Ilha, com Escala em Ponta da Salina

Com a tarde a caminhar para o fim, neste trecho, várias comunidades de amigos e vizinhos entregavam-se a convívios de beira-estrada, animados por música cabo-verdiana popularucha, regados por cerveja e vinho do da ilha. À nossa passagem, acenam e saúdam-nos.

Quando chegamos a São Jorge, cortamos para a Ponta da Salina. Lá espreitamos o pequeno porto natural, moldado pela lava e animado por uma dezena de pequenos barcos garridos de pesca, cada qual com direito a um armazém de utensílios dedicado.

Ilha do Fogo, Cabo Verde

Um cavaleiro e o seu cavalo preparam-se para deixar a Ponta das Salinas.

Um homem lava, com água do mar, um cavalo castanho que mantém atado a um poste dos telefones. Logo ao lado, numa mini-enseada de areia negra, o único trecho arenoso da praia, um grupo de amigos piquenica e conversa indiferente à subida iminente da maré.

Mais volta, menos volta, damos com outra das curiosidades históricas da Salina, o seu pequeno cemitério, com pequenas torres coroadas de cruzes a fazer de lápides, orientadas para o mar.

Cemitério Ponta das Salinas, Ilha do Fogo, Cabo Verde

Sepulturas do cemitério de Ponta das Salinas

Sobre uma delas, mal cimentada, um pequeno anjo da eternidade contempla o Atlântico sem fim.

Cemitério Ponta das Salinas, Ilha do Fogo, Cabo Verde

Pormenor de uma das sepulturas do cemitério da Ponta das Salinas.

Da Ponta da Salina, sempre a ziguezaguear e aos altos e baixos, completamos os 20km que nos separavam do regresso à capital

São Filipe. Neste derradeiro trecho, enquanto anoitecia, vimos as luzinhas da ilha a ocidente do canal acenderem-se e formarem linhas incandescentes.

A Brava chamava por nós. Mais três dias de voltas pelo Fogo e haveríamos de ceder ao seu apelo.

Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã "Francês" à Mercê do Fogo

Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    
Cidade Velha, Cabo Verde

Cidade Velha: a anciã das Cidades Tropico-Coloniais

Foi a primeira povoação fundada por europeus abaixo do Trópico de Câncer. Em tempos determinante para expansão portuguesa para África e para a América do Sul e para o tráfico negreiro que a acompanhou, a Cidade Velha tornou-se uma herança pungente mas incontornável da génese cabo-verdiana.

Ilha do Sal, Cabo Verde

O Sal da Ilha do Sal

Na iminência do século XIX, Sal mantinha-se carente de água potável e praticamente inabitada. Até que a extracção e exportação do sal lá abundante incentivou uma progressiva povoação. Hoje, o sal e as salinas dão outro sabor à ilha mais visitada de Cabo Verde.
Ilha da Boa Vista, Cabo Verde

Ilha da Boa Vista: Vagas do Atlântico, Dunas do Sara

Boa Vista não é apenas a ilha cabo-verdiana mais próxima do litoral africano e do seu grande deserto. Após umas horas de descoberta, convence-nos de que é um retalho do Sara à deriva no Atlântico do Norte.
Santa Maria, Sal, Cabo Verde

Santa Maria e a Bênção Atlântica do Sal

Santa Maria foi fundada ainda na primeira metade do século XIX, como entreposto de exportação de sal. Hoje, muito graças à providência de Santa Maria, o Sal ilha vale muito que a matéria-prima.
Santo Antão, Cabo Verde

Pela Estrada da Corda Toda

Santo Antão é a mais ocidental das ilhas de Cabo Verde. Lá se situa um limiar Atlântico e rugoso de África, um domínio insular majestoso que começamos por desvendar de uma ponta à outra da sua deslumbrante Estrada da Corda.
São Nicolau, Cabo Verde

Fotografia dess Nha Terra São Nicolau

A voz da saudosa Cesária Verde cristalizou o sentimento dos cabo-verdianos que se viram forçados a deixar a sua ilha. Quem visita São Nicolau ou, vá lá que seja, admira imagens que a bem ilustrem, percebe porque os seus lhe chamam, para sempre e com orgulho, nha terra.
São Nicolau, Cabo Verde

São Nicolau: Romaria à Terra di Sodade

Partidas forçadas como as que inspiraram a famosa morna “Sodade” deixaram bem vincada a dor de ter que deixar as ilhas de Cabo Verde. À descoberta de Saninclau, entre o encanto e o deslumbre, perseguimos a génese da canção e da melancolia.
Chã das Caldeiras a Mosteiros, Ilha do Fogo, Cabo Verde

Chã das Caldeiras a Mosteiros: descida pelos Confins do Fogo

Com o cimo de Cabo Verde conquistado, dormimos e recuperamos em Chã das Caldeiras, em comunhão com algumas das vidas à mercê do vulcão. Na manhã seguinte, iniciamos o regresso à capital São Filipe, 11 km de caminho para Mosteiros abaixo.
Brava, Cabo Verde

A Ilha Brava de Cabo Verde

Aquando da colonização, os portugueses deparam-se com uma ilha húmida e viçosa, coisa rara, em Cabo Verde. Brava, a menor das ilhas habitadas e uma das menos visitadas do arquipélago preserva uma genuinidade própria da sua natureza atlântica e vulcânica algo esquiva.
Santiago, Cabo Verde

Santiago de Baixo a Cima

Aterrados na capital cabo-verdiana de Praia, exploramos a sua pioneira antecessora. Da Cidade Velha, percorremos a crista montanhosa e deslumbrante de Santiago, até ao topo desafogado de Tarrafal.
Santo Antão, Cabo Verde

Porto Novo a Ribeira Grande pelo Caminho do Mar

Desembarcados e instalados em Porto Novo de Santo Antão, depressa constatamos duas rotas para chegar à segunda maior povoação da ilha. Já rendidos ao sobe-e-desce monumental da Estrada da Corda, deslumbramo-nos com o dramatismo vulcânico e atlântico da alternativa costeira.
Ponta do Sol a Fontainhas, Santo Antão, Cabo Verde

Uma Viagem Vertiginosa a Partir da Ponta do Sol

Atingimos o limiar norte de Santo Antão e de Cabo Verde. Em nova tarde de luz radiosa, acompanhamos a azáfama atlântica dos pescadores e o dia-a-dia menos litoral da vila. Com o ocaso iminente, inauguramos uma demanda sombria e intimidante do povoado das Fontainhas.
Mindelo, São Vicente, Cabo Verde

O Milagre de São Vicente

São Vicente sempre foi árida e inóspita a condizer. A colonização desafiante da ilha submeteu os colonos a sucessivas agruras. Até que, por fim, a sua providencial baía de águas profundas viabilizou o Mindelo, a urbe mais cosmopolita e a capital cultural de Cabo Verde.
Nova Sintra, Brava, Cabo Verde

Uma Sintra Crioula, em Vez de Saloia

Quando os colonos portugueses descobriram a ilha de Brava, repararam no seu clima, muito mais húmido que a maior parte de Cabo Verde. Determinados em manterem ligações com a distante metrópole, chamaram a principal povoação de Nova Sintra.
Tarrafal, Santiago, Cabo Verde

O Tarrafal da Liberdade e da Vida Lenta

A vila de Tarrafal delimita um recanto privilegiado da ilha de Santiago, com as suas poucas praias de areia branca. Quem por lá se encanta tem ainda mais dificuldade em entender a atrocidade colonial do vizinho campo prisional.
Ribeira Grande, Santo AntãoCabo Verde

Santo Antão, Ribeira Grande Acima

Na origem, uma Povoação diminuta, a Ribeira Grande seguiu o curso da sua história. Passou a vila, mais tarde, a cidade. Tornou-se um entroncamento excêntrico e incontornável da  ilha de Santo Antão.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Delta do Okavango, Nem todos os rios Chegam ao Mar, Mokoros
Safari
Delta do Okavango, Botswana

Nem Todos os Rios Chegam ao Mar

Terceiro rio mais longo do sul de África, o Okavango nasce no planalto angolano do Bié e percorre 1600km para sudeste. Perde-se no deserto do Kalahari onde irriga um pantanal deslumbrante repleto de vida selvagem.
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 5º - Ngawal a BragaNepal

Rumo a Braga. A Nepalesa.

Passamos nova manhã de meteorologia gloriosa à descoberta de Ngawal. Segue-se um curto trajecto na direcção de Manang, a principal povoação no caminho para o zénite do circuito Annapurna. Ficamo-nos por Braga (Braka). A aldeola não tardaria a provar-se uma das suas mais inolvidáveis escalas.
planicie sagrada, Bagan, Myanmar
Arquitectura & Design
Bagan, Myanmar

A Planície dos Pagodes, Templos e Redenções Celestiais

A religiosidade birmanesa sempre assentou num compromisso de redenção. Em Bagan, os crentes endinheirados e receosos continuam a erguer pagodes na esperança de conquistarem a benevolência dos deuses.
Aventura
Vulcões

Montanhas de Fogo

Rupturas mais ou menos proeminentes da crosta terrestre, os vulcões podem revelar-se tão exuberantes quanto caprichosos. Algumas das suas erupções são gentis, outras provam-se aniquiladoras.
portfólio, Got2Globe, fotografia de Viagem, imagens, melhores fotografias, fotos de viagem, mundo, Terra
Cerimónias e Festividades
Cape Coast, Gana

O Festival da Divina Purificação

Reza a história que, em tempos, uma praga devastou a população da Cape Coast do actual Gana. Só as preces dos sobreviventes e a limpeza do mal levada a cabo pelos deuses terão posto cobro ao flagelo. Desde então, os nativos retribuem a bênção das 77 divindades da região tradicional Oguaa com o frenético festival Fetu Afahye.
ora de cima escadote, feiticeiro da nova zelandia, Christchurch, Nova Zelandia
Cidades
Christchurch, Nova Zelândia

O Feiticeiro Amaldiçoado da Nova Zelândia

Apesar da sua notoriedade nos antípodas, Ian Channell, o feiticeiro da Nova Zelândia não conseguiu prever ou evitar vários sismos que assolaram Christchurch. Com 88 anos de idade, após 23 anos de contrato com a cidade, fez afirmações demasiado polémicas e acabou despedido.
mercado peixe Tsukiji, toquio, japao
Comida
Tóquio, Japão

O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
Maiko durante espectaculo cultural em Nara, Geisha, Nara, Japao
Cultura
Quioto, Japão

Sobrevivência: A Última Arte Gueixa

Já foram quase 100 mil mas os tempos mudaram e as gueixas estão em vias de extinção. Hoje, as poucas que restam vêem-se forçadas a ceder a modernidade menos subtil e elegante do Japão.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Desporto
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Braga ou Braka ou Brakra, no Nepal
Em Viagem
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
Espectáculo Impressions Lijiang, Yangshuo, China, Entusiasmo Vermelho
Étnico
Lijiang e Yangshuo, China

Uma China Impressionante

Um dos mais conceituados realizadores asiáticos, Zhang Yimou dedicou-se às grandes produções ao ar livre e foi o co-autor das cerimónias mediáticas dos J.O. de Pequim. Mas Yimou também é responsável por “Impressions”, uma série de encenações não menos polémicas com palco em lugares emblemáticos.
luz solar fotografia, sol, luzes
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 2)

Um Sol, tantas Luzes

A maior parte das fotografias em viagem são tiradas com luz solar. A luz solar e a meteorologia formam uma interacção caprichosa. Saiba como a prever, detectar e usar no seu melhor.
Viagem São Tomé, Equador, São Tomé e Principe, Pico Cão Grande
História
São Tomé, São Tomé & Príncipe

Viagem até onde São Tomé Aponta o Equador

Fazemo-nos à estrada que liga a capital homónima ao fundo afiado da ilha. Quando chegamos à Roça Porto Alegre, com o ilhéu das Rolas e o Equador pela frente, tínhamo-nos perdido vezes sem conta no dramatismo histórico e tropical de São Tomé.
Africa Princess, Canhambaque, Bijagós, Guiné Bissau,
Ilhas
Cruzeiro Africa Princess, 1º Bijagós, Guiné Bissau

Rumo a Canhambaque, pela História da Guiné Bissau

O Africa Princess zarpa do porto de Bissau, estuário do rio Geba abaixo. Cumprimos uma primeira escala na ilha de Bolama. Da antiga capital, prosseguimos para o âmago do arquipélago das Bijagós.
Cavalos sob nevão, Islândia Neve Sem Fim Ilha Fogo
Inverno Branco
Husavik a Myvatn, Islândia

Neve sem Fim na Ilha do Fogo

Quando, a meio de Maio, a Islândia já conta com o aconchego do sol mas o frio mas o frio e a neve perduram, os habitantes cedem a uma fascinante ansiedade estival.
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Literatura
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Ponte de Ross, Tasmânia, Austrália
Natureza
À Descoberta de Tassie, Parte 3, Tasmânia, Austrália

Tasmânia de Alto a Baixo

Há muito a vítima predilecta das anedotas australianas, a Tasmânia nunca perdeu o orgulho no jeito aussie mais rude ser. Tassie mantém-se envolta em mistério e misticismo numa espécie de traseiras dos antípodas. Neste artigo, narramos o percurso peculiar de Hobart, a capital instalada no sul improvável da ilha até à costa norte, a virada ao continente australiano.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Rancho Salto Yanigua, República Dominicana, pedras de mineração
Parques Naturais
Montãna Redonda e Rancho Salto Yanigua, República Dominicana

Da Montaña Redonda ao Rancho Salto Yanigua

À descoberta do noroeste dominicano, ascendemos à Montaña Redonda de Miches, recém-transformada num insólito apogeu de evasão. Desse cimo, apontamos à Bahia de Samaná e a Los Haitises, com passagem pelo pitoresco rancho Salto Yanigua.
Grand Canyon, Arizona, Viagem América do Norte, Abismal, Sombras Quentes
Património Mundial UNESCO
Grand Canyon, E.U.A.

Viagem pela América do Norte Abismal

O rio Colorado e tributários começaram a fluir no planalto homónimo há 17 milhões de anos e expuseram metade do passado geológico da Terra. Também esculpiram uma das suas mais deslumbrantes entranhas.
Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
Personagens
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Baie d'Oro, Île des Pins, Nova Caledonia
Praias
Île-des-Pins, Nova Caledónia

A Ilha que se Encostou ao Paraíso

Em 1964, Katsura Morimura deliciou o Japão com um romance-turquesa passado em Ouvéa. Mas a vizinha Île-des-Pins apoderou-se do título "A Ilha mais próxima do Paraíso" e extasia os seus visitantes.
Santo Sepulcro, Jerusalém, igrejas cristãs, sacerdote com insensário
Religião
Basílica Santo Sepúlcro, Jerusalém, Israel

O Templo Supremo das Velhas Igrejas Cristãs

Foi mandada construir pelo imperador Constantino, no lugar da Crucificação e Ressurreição de Jesus e de um antigo templo de Vénus. Na génese, uma obra Bizantina, a Basílica do Santo Sepúlcro é, hoje, partilhada e disputada por várias denominações cristãs como o grande edifício unificador do Cristianismo.
Sobre Carris
Sobre Carris

Viagens de Comboio: O Melhor do Mundo Sobre Carris

Nenhuma forma de viajar é tão repetitiva e enriquecedora como seguir sobre carris. Suba a bordo destas carruagens e composições díspares e aprecie os melhores cenários do Mundo sobre Carris.
Teleférico de Mérida, Renovação, Venezuela, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
Sociedade
Mérida, Venezuela

A Renovação Vertiginosa do Teleférico mais Alto do Mundo

Em execução a partir de 2010, a reconstrução do teleférico de Mérida foi levada a cabo na Sierra Nevada por operários intrépidos que sofreram na pele a grandeza da obra.
Retorno na mesma moeda
Vida Quotidiana
Dawki, Índia

Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
Crocodilos, Queensland Tropical Australia Selvagem
Vida Selvagem
Cairns a Cape Tribulation, Austrália

Queensland Tropical: uma Austrália Demasiado Selvagem

Os ciclones e as inundações são só a expressão meteorológica da rudeza tropical de Queensland. Quando não é o tempo, é a fauna mortal da região que mantém os seus habitantes sob alerta.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.