Miyajima, Japão

Xintoísmo e Budismo ao Sabor das Marés


Portal para uma ilha sagrada
Iluminação faz reflectir e destacar o torii (pórtico xintoísta) do santuário de Itsukushima da quase noite nipónica.
Alienação de Fé
Fiel arrebatada à saída da passadeira de brasas durante o ritual Hiwatarishiki levado a cabo no templo Daishoin.
Num cume rapado
Visitantes no cimo pedregoso da ilha de Miyajima: o monte Misen, com 500 metros de altura.
De arco e leque
Actores de uma peça de noh, uma forma de drama musical clássico que perdura, no Japão, desde o século XIV.
A entrada de Miyajima
Apanhadora de marisco e visitantes de Miyajima caminham nas imediações do torii que antecede o santuário de Itsukushima.
Fauna e flora
Veado numa das escadarias que ligam o litoral ao cimo do monte Misen, a maior elevação de Miyajima.
Recolectoras do Mar de Seto
Apanhadoras de bivalves com cestos e baldes repletos após algumas horas de trabalho no lodo em frente ao santuário de Itsukushima.
Fé que neutraliza a dor
Monges caminham em fila sobre brasas durante o ritual Hiwatarishiki realizado no templo Daishoin de Miyajima.
Num Mar Espiritual
Barqueiros conduzem passageiros num passeio em redor do pórtico do santuário de Itsukushima.
Entre Budas
Visitante do templo de Daoshin perdida entre rakans, pequenas estátuas de Buda.
Caridade budista
Monges auxiliam uma fiel a atravessar um tapete de brasas durante o ritual budista Hiwatarishiki da seita Shingon.
Sorrisos nipónicos
Grupo de amigas desportivas debaixo de uma amendoeira em flor no cimo do monte Misen.
Pórtico Magnético
Visitantes aproveitam a maré vazia e passeiam-se aquém do torii do santuário Itsukushima.
Drama musical nipónico
Protagonista de uma peça noh em acto numa ala do santuário xintoísta de Itsukushima.
Auto-Pedicure budista
Monges lavam os pés sujos pelas brasas que pisaram durante o ritual Hiwatarishiki que lideraram no templo Daishoin.
Praia-Mar
Santuário Itsukushima sobre água com a maré do mar interior de Seto completamente cheia e o torii "flutuante" introdutório isolado à distância.
Quem visita o tori de Itsukushima admira um dos três cenários mais reverenciados do Japão. Na ilha de Miyajima, a religiosidade nipónica confunde-se com a Natureza e renova-se com o fluir do Mar interior de Seto.

Nem todos os comboios japoneses são supersónicos.

A viagem suburbana que nos trazia de Kure, através de Hiroxima até à doca de Miyajimaguchi demorava o seu tempo.

Mesmo tendo acordado às 8h30, já só apanhámos o ferry do meio-dia, com pouco tempo para procurar o recinto religioso em que se realizaria o ritual Hiwatarishiki, levado a cabo por uma seita budista de nome Shingon que tem a sua sede no cimo da montanha de Koya.

Ascensão ao Templo Daishoin de Miyajima e o Misticismo do Ritual Hiwatarishiki

Apressados, contornamos as várias esquinas  do templo Itsukushima. Apontamos para uma das ladeiras que nos conduziriam encosta acima.

Pouco depois, tão ofegantes como curiosos com o que nos esperava, damos entrada no templo Daishoin, já repleto de monges, fiéis e visitantes de Miyajima-

Os últimos, dispunham-se em redor do pátio em que se moviam os atarefados cenobitas. Em trajes amarelos e brancos, de cabeças rapadas enfeitadas por fitas de tecido, começam por dar uma volta a fazer soar grandes búzios, acompanhados de pratos.

Segue-se a purificação do altar e do público, momento em que somos temperados com sal. Logo após, os monges correm agarrados a uma grande corda, em redor de uma fogueira que queima ramos verdes de cedros em que deitam pequenas ripas de madeira com orações.

A fogueira não tarda a consumir-se e deixa um legado de brasas incandescentes que é igualmente purificado com sal, sempre sob o som grave dos búzios.

As Brasas e o Fumo Purificadores de Hiwatarishiki

O único dos sacerdotes com vestes púrpuras, lidera uma espécie de pacificação divina das brasas que realiza na direcção de todos os pontos cardeais.

Por fim, os outros monges envolvem-nas das tais folhas verdes e deixam apenas um trilho central aberto.

Passam uma espécie de estandarte ao seu líder que, com um grito estóico, inaugura a fase sacrificial da cerimónia e atravessa as brasas com passadas profundas.

Ilhja de Miyajima, Xintoismo e Budismo, Japão, ritual Hiwatarishiki

Monges caminham em fila sobre brasas durante o ritual Hiwatarishiki realizado no templo Daishoin de Miyajima.

Seguem-no vários outros monges já ao ritmo de tambores, instrumentos de sopro e outros que animam mantras entoados de forma cada vez mais hipnótica.

Juntam-se ao cortejo fiéis de todas as idades que vencem a dor perdidos na névoa branca produzida pelo lento consumo da vegetação morta.

Passam mães com crianças ao colo, idosas a que os religiosos dão as mãos para evitar que caiam e crentes de tal maneira arrebatadas pela experiência que, à saída da passadeira incandescente, mais parecem terem pressentido o Nirvana.

Ilhja de Miyajima, Xintoismo e Budismo, Japão, ritual Hiwatarishiki, fé budista

Monges auxiliam uma fiel a atravessar um tapete de brasas durante o ritual budista Hiwatarishiki da seita Shingon.

Por fim, a longa fila de seguidores esgota-se. Os monges extinguem as brasas, põem fim ao evento e recolhem aos seus aposentos, em redor do pátio. Ficamos ali por perto a examinar de que artefactos se tinha composto o ritual.

Sem que o esperássemos, ainda espreitamos a sua lavagem minuciosa de pés, com recurso a baldes com água ensaboada e a toalhas brancas.

Ilhja de Miyajima, Xintoismo e Budismo, Japão, ritual Hiwatarishiki, Pedicure budista

Monges lavam os pés sujos pelas brasas que pisaram durante o ritual Hiwatarishiki que lideraram no templo Daishoin.

Uma Inesperada Cerimónia do Chá de Miyajima

Abandonamos o templo Daishoin encosta abaixo em direcção ao litoral de Miyajima quando um casal que falava um inglês básico nos convida para uma cerimónia nipónica de chá.

Aceitamos. Seguimos juntos para uma das esplanadas elegantes instaladas a meio da vertente. Os anfitriões esforçam-se por nos relembrar a importância do ritual do chá para a cultura nipónica.

Tentamos apreciá-lo e segui-lo a preceito, com alguma dificuldade.

As largas horas sem comer e a caminhada intensa desde que o ferry havia atracado em Miyajima há muito nos faziam penar.

Foi, assim, como uma bênção grená de feijão e trigo mourisco que vimos aterrar à nossa frente dois pastéis manjus, ainda para mais dos nossos favoritos. Durante os vários dias de exploração do Japão já os tínhamos experimentado de todas as formas e feitios.

Doumo Arigatou gozaimasu, thank you, thank you”. Agradecemos a experiência e o repasto de uma forma bilingue e o mais educada possível com sucessivas quase-vénias.

Descida para o Mar Interior de Seto, em Busca do Tori de Itsukushima

Cumprida a atenção, descemos a escadaria e diversos trilhos na direcção do litoral.

Voltamos a contornar o templo de Itsukushima que constatamos ter sido abandonado ao lodo marinho e aos limos pelo baixar da maré.

Aproveitamos a duração cíclica do fenómeno para investigarmos o templo e a ilha a partir do leito do mar interior de Seto.

Ilhja de Miyajima, Xintoismo e Budismo, Japão, Itsukushima, Pórtico Magnético

Visitantes aproveitam a maré vazia e passeiam-se aquém do torii do santuário Itsukushima.

Para lá chegar, passamos pelas suas ruelas comerciais ladeadas de pequenos restaurantes especializados em ostras e outros mariscos abundantes em redor. Também em pastelarias e confeitarias de petiscos vendidos a preços híper-inflacionados.

Esbarramos com uma sessão casamenteira de dois noivos que ali se fazem fotografar em trajes tradicionais a bordo de um velho riquexó puxado por força humana. Pelo caminho, a fome volta a assolar-nos. Compramos biscoitos.

Enquanto percorremos a marginal que conduz à frente de Itsukushima, quatro ou cinco dos veados que vagueiam por Miyajima cheiram o pitéu.

Ilha de Miyajima, Xintoismo e Budismo, Japão, veado

Veado numa das escadarias que ligam o litoral ao cimo do monte Misen, a maior elevação de Miyajima.

Perseguem-nos de forma tão tresloucada que nos obrigam a correr à sua frente, apesar de termos mochilas pesadas às costas.

Descemos umas escadarias para o areal e ficamos, por fim, a salvo. Mais uma centena de metros a pé e vemo-nos diante do grande torii “flutuante” do templo, uma das principais imagens de marca do Japão.

Este pórtico cor-de-laranja excêntrico foi dedicado às três filhas do deus xintoísta dos mares e das tempestades, irmão da deusa do Sol.

A Sacralidade Secular da Ilha de Miyajima e do Tori Itsukushima

Desde há muito que Miyajima foi decretada sagrada.

Por esse motivo, a populaça simplesmente não podia lá assentar pé. Para que os peregrinos pudessem aproximar-se e atracar no seu santuário – algo que deveriam, fazer através do torii – Itsukushima foi erguido como um pontão sobre a água, como se flutuasse e estivesse separado do resto da ilha.

Ilhja de Miyajima, Xintoismo e Budismo, Japão, Itsukushima maré cheia

Santuário Itsukushima sobre água com a maré do mar interior de Seto completamente cheia e o torii “flutuante” introdutório isolado à distância.

A preservação da pureza espiritual de Miyajima foi levada a tais extremos que, desde 1878, foram evitados, por todos os meios, nascimentos ou mortes nas suas imediações.

Até hoje, é suposto as mulheres grávidas se retirarem para o continente quando o dia do parto se aproxima. Passa-se o mesmo com as pessoas com doenças terminais ou idosos que estão visivelmente no término das suas vidas. Os funerais são proibidos na ilha.

Entretanto, o acesso da população a alguns recursos da ilha foi aliviado.

Damos a volta ao torii e chegamos ao limiar arenoso que dá para um lodaçal coberto de limos verdes. Ali, uma brigada de anciãos cada qual com o seu chapéu escava com afinco em busca de ostras.

Recolectoras do Mar de Seto

Apanhadoras de bivalves com cestos e baldes repletos após algumas horas de trabalho no lodo em frente ao santuário de Itsukushima.

Pouco depois, encontramo-los de baldes cheios a caminho dos restaurantes da povoação que se habituaram a fornecer.

A maré não tarda a encher.

Devolve o estatuto de “flutuante” ao pórtico e o trabalho vespertino aos barqueiros com chapéus cónicos que assim pode, contar com centenas de passageiros ansiosos por contornarem e fotografarem o monumento e o santuário a bordo de um dos seus barcos gondolados.

Ilhja de Miyajima, Xintoismo e Budismo, Japão, Itsukushima, Mar Espiritual

Barqueiros conduzem passageiros num passeio em redor do pórtico do santuário de Itsukushima.

A noite cai.

Ficamos a admirar como a iluminação destaca o torii contra a silhueta da montanha oposta e o céu em lusco-fusco acima.

Escurece de vez e o pórtico ganha um reflexo marinho fidedigno.

Ilha de Miyajima, Xintoismo e Budismo, Japão, Portal para uma ilha sagrada

Iluminação faz reflectir e destacar o torii (pórtico xintoísta) do santuário de Itsukushima da quase noite nipónica.

Metemo-nos no ferry de volta ao continente com o plano de regressar a Miyajima na manhã seguinte para dar sequência à sua exploração.

À Conquista do Monte Misen, o Tecto de Miyajima

Às dez da manhã, estamos a desembarcar uma vez mais. Apontamos para o Monte Misen, o ponto mais elevado da ilha, com 500 metros de altitude.

Ladeira após ladeira, degrau após degrau, conquistamos o seu cume rapado e pejado de grandes rochedos de granito.

Ilha de Miyajima, Xintoismo e Budismo, Japão, Monte Misen

Visitantes no cimo pedregoso da ilha de Miyajima: o monte Misen, com 500 metros de altura.

De início, quebra-lhe a aspereza cromática apenas uma amendoeira bem florida. Não tarda, junta-se-nos uma excursão escolar. O cimo enche-se de jovens nipónicos coloridos e tagarelas.

Subimos a um dos rochedos e contemplamos as encostas, o canal e os ilhéus do Mar de Seto subsumidas na névoa.

No regresso ao litoral-base, voltamos a passar pelo reduto do templo Daisho-in e descemos a sua escadaria mais encantadora, ladeada e abençoada por quinhentas estátuas rakan discípulas de Buda.

Ilha de Miyajima, Xintoismo e Budismo, Japão, rakans

Visitante do templo de Daoshin perdida entre rakans, pequenas estátuas de Buda.

À chegada ao santuário de Itsukushima, a maré está mais cheia que nunca. Parece fazer navegar o edifício com mais de quinhentos anos.

Espectáculo de Teatro Noh, sobre a Maré Cheia do Mar Interior de Seto

Numa das suas alas, um protagonista escondido atrás de máscara antiga de madeira de cipreste e num shozoku – robe largueirão de seda – leva a cabo um acto de uma actuação de teatro noh.

Ilha de Miyajima, Xintoismo e Budismo, Japão, figurante noh

Protagonista de uma peça noh em acto numa ala do santuário xintoísta de Itsukushima.

É uma forma de drama musical clássico nipónico que perdura, no Japão, desde o século XIV.

A ascensão e descida ao Monte Misen tinham-nos deixado derreados.

Foi, assim, num estranho misto de fascínio e sedação que nos deixámos ficar durante mais de uma hora a acompanhar as flautas e percussões exóticas e as vozes cavernosas e que as acompanhavam.

Em breve, a peça terminou.

Com o cair da noite, a maré voltou a descer.

Miyajima permaneceu fiel à sua rígida espiritualidade.

Bingling Si, China

O Desfiladeiro dos Mil Budas

Durante mais de um milénio e, pelo menos sete dinastias, devotos chineses exaltaram a sua crença religiosa com o legado de esculturas num estreito remoto do rio Amarelo. Quem desembarca no Desfiladeiro dos Mil Budas, pode não achar todas as esculturas mas encontra um santuário budista deslumbrante.
Guwahati, India

A Cidade que Venera Kamakhya e a Fertilidade

Guwahati é a maior cidade do estado de Assam e do Nordeste indiano. Também é uma das que mais se desenvolve do mundo. Para os hindus e crentes devotos do Tantra, não será coincidência lá ser venerada Kamakhya, a deusa-mãe da criação.
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Nara, Japão

O Berço Colossal do Budismo Nipónico

Nara deixou, há muito, de ser capital e o seu templo Todai-ji foi despromovido. Mas o Grande Salão mantém-se o maior edifício antigo de madeira do Mundo. E alberga o maior buda vairocana de bronze.
Takayama, Japão

Takayama do Japão Antigo e da Hida Medieval

Em três das suas ruas, Takayama retém uma arquitectura tradicional de madeira e concentra velhas lojas e produtoras de saquê. Em redor, aproxima-se dos 100.000 habitantes e rende-se à modernidade.
Quioto, Japão

Um Japão Milenar Quase Perdido

Quioto esteve na lista de alvos das bombas atómicas dos E.U.A. e foi mais que um capricho do destino que a preservou. Salva por um Secretário de Guerra norte-americano apaixonado pela sua riqueza histórico-cultural e sumptuosidade oriental, a cidade foi substituída à última da hora por Nagasaki no sacrifício atroz do segundo cataclismo nuclear.
Quioto, Japão

Uma Fé Combustível

Durante a celebração xintoísta de Ohitaki são reunidas no templo de Fushimi preces inscritas em tabuínhas pelos fiéis nipónicos. Ali, enquanto é consumida por enormes fogueiras, a sua crença renova-se.
Quioto, Japão

Sobrevivência: A Última Arte Gueixa

Já foram quase 100 mil mas os tempos mudaram e as gueixas estão em vias de extinção. Hoje, as poucas que restam vêem-se forçadas a ceder a modernidade menos subtil e elegante do Japão.
Monte Koya, Japão

A Meio Caminho do Nirvana

Segundo algumas doutrinas do budismo, são necessárias várias vidas para atingir a iluminação. O ramo shingon defende que se consegue numa só. A partir do Monte Koya, pode ser ainda mais fácil.
Okinawa, Japão

Danças de Ryukyu: têm séculos. Não têm grandes pressas.

O reino Ryukyu prosperou até ao século XIX como entreposto comercial da China e do Japão. Da estética cultural desenvolvida pela sua aristocracia cortesã contaram-se vários estilos de dança vagarosa.
Iriomote, Japão

Iriomote, uma Pequena Amazónia do Japão Tropical

Florestas tropicais e manguezais impenetráveis preenchem Iriomote sob um clima de panela de pressão. Aqui, os visitantes estrangeiros são tão raros como o yamaneko, um lince endémico esquivo.
Nikko, Japão

O Derradeiro Cortejo do Xogum Tokugawa

Em 1600, Ieyasu Tokugawa inaugurou um xogunato que uniu o Japão por 250 anos. Em sua homenagem, Nikko re-encena, todos os anos, a transladação medieval do general para o mausoléu faustoso de Toshogu.
Okinawa, Japão

O Pequeno Império do Sol

Reerguida da devastação causada pela 2ª Guerra Mundial, Okinawa recuperou a herança da sua civilização secular ryukyu. Hoje, este arquipélago a sul de Kyushu abriga um Japão à margem, prendado por um oceano Pacífico turquesa e bafejado por um peculiar tropicalismo nipónico.
Ogimashi, Japão

Uma Aldeia Fiel ao A

Ogimashi revela uma herança fascinante da adaptabilidade nipónica. Situada num dos locais mais nevosos à face da Terra, esta povoação aperfeiçoou casas com verdadeiras estruturas anti-colapso.
Magome-Tsumago, Japão

Magome a Tsumago: o Caminho Sobrelotado Para o Japão Medieval

Em 1603, o xogum Tokugawa ditou a renovação de um sistema de estradas já milenar. Hoje, o trecho mais famoso da via que unia Edo a Quioto é percorrido por uma turba ansiosa por evasão.
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
Tóquio, Japão

Pachinko: o Vídeo - Vício Que Deprime o Japão

Começou como um brinquedo mas a apetência nipónica pelo lucro depressa transformou o pachinko numa obsessão nacional. Hoje, são 30 milhões os japoneses rendidos a estas máquinas de jogo alienantes.
Hiroxima, Japão

Hiroxima: uma Cidade Rendida à Paz

Em 6 de Agosto de 1945, Hiroxima sucumbiu à explosão da primeira bomba atómica usada em guerra. Volvidos 70 anos, a cidade luta pela memória da tragédia e para que as armas nucleares sejam erradicadas até 2020.
Tóquio, Japão

Ronronares Descartáveis

Tóquio é a maior das metrópoles mas, nos seus apartamentos exíguos, não há lugar para mascotes. Empresários nipónicos detectaram a lacuna e lançaram "gatis" em que os afectos felinos se pagam à hora.
Tóquio, Japão

O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Hipopótamo move-se na imensidão alagada da Planície dos Elefantes.
Safari
Parque Nacional de Maputo, Moçambique

O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
Yak Kharka a Thorong Phedi, Circuito Annapurna, Nepal, iaques
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 11º: Yak Karkha a Thorong Phedi, Nepal

A Chegada ao Sopé do Desfiladeiro

Num pouco mais de 6km, subimos dos 4018m aos 4450m, na base do desfiladeiro de Thorong La. Pelo caminho, questionamos se o que sentíamos seriam os primeiros problemas de Mal de Altitude. Nunca passou de falso alarme.
Lençóis da Bahia, Diamantes Eternos, Brasil
Arquitectura & Design
Lençois da Bahia, Brasil

Lençois da Bahia: nem os Diamantes São Eternos

No século XIX, Lençóis tornou-se na maior fornecedora mundial de diamantes. Mas o comércio das gemas não durou o que se esperava. Hoje, a arquitectura colonial que herdou é o seu bem mais precioso.
Alturas Tibetanas, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
Aventura

Mal de Altitude: não é mau. É péssimo!

Em viagem, acontece vermo-nos confrontados com a falta de tempo para explorar um lugar tão imperdível como elevado. Ditam a medicina e as experiências prévias com o Mal de Altitude que não devemos arriscar subir à pressa.
Verificação da correspondência
Cerimónias e Festividades
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Executivos dormem assento metro, sono, dormir, metro, comboio, Toquio, Japao
Cidades
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
Comida
Mercados

Uma Economia de Mercado

A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
khinalik, Azerbaijão aldeia Cáucaso, Khinalig
Cultura
Khinalig, Azerbaijão

A Aldeia no Cimo do Azerbaijão

Instalado aos 2300 metros rugosos e gélidos do Grande Cáucaso, o povo Khinalig é apenas uma de várias minorias da região. Manteve-se isolado durante milénios. Até que, em 2006, uma estrada o tornou acessível aos velhos Ladas soviéticos.
Desporto
Competições

Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
voos baratos, comprar voos baratos, bilhetes de avião baratos,
Em Viagem
Viajar Não Custa

Compre Voos Antes de os Preços Descolarem

Conseguir voos baratos tornou-se quase uma ciência. Fique a par dos princípios porque se rege o mercado das tarifas aéreas e evite o desconforto financeiro de comprar em má hora.
Encontro das águas, Manaus, Amazonas, Brasil
Étnico
Manaus, Brasil

Ao Encontro do Encontro das Águas

O fenómeno não é único mas, em Manaus, reveste-se de uma beleza e solenidade especial. A determinada altura, os rios Negro e Solimões convergem num mesmo leito do Amazonas mas, em vez de logo se misturarem, ambos os caudais prosseguem lado a lado. Enquanto exploramos estas partes da Amazónia, testemunhamos o insólito confronto do Encontro das Águas.
portfólio, Got2Globe, fotografia de Viagem, imagens, melhores fotografias, fotos de viagem, mundo, Terra
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Porfólio Got2Globe

O Melhor do Mundo – Portfólio Got2Globe

Mdina, Malta, Cidade Silenciosa, arquitectura
História
Mdina, Malta

A Cidade Silenciosa e Notável de Malta

Mdina foi capital de Malta até 1530. Mesmo depois de os Cavaleiros Hospitalários a terem despromovido, foi atacada e fortificou-se a condizer. Hoje, é a costeira e sobranceira Valletta que conduz os destinos da ilha. A Mdina coube a tranquilidade da sua monumentalidade.
Aldeia da Cuada, Ilha das Flores, Açores, quarto de arco-íris
Ilhas
Aldeia da Cuada, Ilha das Flores, Açores

O Éden Açoriano Traído pelo outro Lado do Mar

A Cuada foi fundada, estima-se que em 1676, junto ao limiar oeste das Flores. Já em pleno século XX, os seus moradores juntaram-se à grande debandada açoriana para as Américas. Deixaram para trás uma aldeia tão deslumbrante como a ilha e os Açores.
Casal mascarado para a convenção Kitacon.
Inverno Branco
Kemi, Finlândia

Uma Finlândia Pouco Convencional

As próprias autoridades definem Kemi como ”uma pequena cidade ligeiramente aloucada do norte finlandês”. Quando a visitamos, damos connosco numa Lapónia inconformada com os modos tradicionais da região.
Enseada, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos
Literatura
Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios

Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
lago ala juumajarvi, parque nacional oulanka, finlandia
Natureza
Kuusamo ao PN Oulanka, Finlândia

Sob o Encanto Gélido do Árctico

Estamos a 66º Norte e às portas da Lapónia. Por estes lados, a paisagem branca é de todos e de ninguém como as árvores cobertas de neve, o frio atroz e a noite sem fim.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Rede em Palmeiras, Praia de Uricao-Mar das caraibas, Venezuela
Parques Naturais
PN Henri Pittier, Venezuela

PN Henri Pittier: entre o Mar das Caraíbas e a Cordilheira da Costa

Em 1917, o botânico Henri Pittier afeiçoou-se à selva das montanhas marítimas da Venezuela. Os visitantes do parque nacional que este suíço ali criou são, hoje, mais do que alguma vez desejou
Ruínas, Port Arthur, Tasmania, Australia
Património Mundial UNESCO
À Descoberta de Tassie,  Parte 2 - Hobart a Port Arthur, Austrália

Uma Ilha Condenada ao Crime

O complexo prisional de Port Arthur sempre atemorizou os desterrados britânicos. 90 anos após o seu fecho, um crime hediondo ali cometido forçou a Tasmânia a regressar aos seus tempos mais lúgubres.
aggie grey, Samoa, pacífico do Sul, Marlon Brando Fale
Personagens
Apia, Samoa Ocidental

A Anfitriã do Pacífico do Sul

Vendeu burgers aos GI’s na 2ª Guerra Mundial e abriu um hotel que recebeu Marlon Brando e Gary Cooper. Aggie Grey faleceu em 1988 mas o seu legado de acolhimento perdura no Pacífico do Sul.
Cruzeiro Princess Yasawa, Maldivas
Praias
Maldivas

Cruzeiro pelas Maldivas, entre Ilhas e Atóis

Trazido de Fiji para navegar nas Maldivas, o Princess Yasawa adaptou-se bem aos novos mares. Por norma, bastam um ou dois dias de itinerário, para a genuinidade e o deleite da vida a bordo virem à tona.
Passagem, Tanna, Vanuatu ao Ocidente, Meet the Natives
Religião
Tanna, Vanuatu

Daqui se Fez Vanuatu ao Ocidente

O programa de TV “Meet the Natives” levou representantes tribais de Tanna a conhecer a Grã-Bretanha e os E.U.A. De visita à sua ilha, percebemos porque nada os entusiasmou mais que o regresso a casa.
Comboio do Fim do Mundo, Terra do Fogo, Argentina
Sobre Carris
Ushuaia, Argentina

Ultima Estação: Fim do Mundo

Até 1947, o Tren del Fin del Mundo fez incontáveis viagens para que os condenados do presídio de Ushuaia cortassem lenha. Hoje, os passageiros são outros mas nenhuma outra composição passa mais a Sul.
Mulheres com cabelos longos de Huang Luo, Guangxi, China
Sociedade
Longsheng, China

Huang Luo: a Aldeia Chinesa dos Cabelos mais Longos

Numa região multiétnica coberta de arrozais socalcados, as mulheres de Huang Luo renderam-se a uma mesma obsessão capilar. Deixam crescer os cabelos mais longos do mundo, anos a fio, até um comprimento médio de 170 a 200 cm. Por estranho que pareça, para os manterem belos e lustrosos, usam apenas água e arrôz.
Amaragem, Vida à Moda Alasca, Talkeetna
Vida Quotidiana
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
femea e cria, passos grizzly, parque nacional katmai, alasca
Vida Selvagem
PN Katmai, Alasca

Nos Passos do Grizzly Man

Timothy Treadwell conviveu Verões a fio com os ursos de Katmai. Em viagem pelo Alasca, seguimos alguns dos seus trilhos mas, ao contrário do protector tresloucado da espécie, nunca fomos longe demais.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.