Ketchikan, Alasca

Aqui Começa o Alasca


Natureza exclusiva
Pequeno barco faz realçar a vastidão dos Misty Fjords, um vasto reduto de floresta de Tongass entrecortada por canais marinhos.
Aventuras & Diabruras
Crianças exploram o litoral rochoso em frente a Saxman, pouco depois do ocaso tardio do Verão alasquense.
Lenha à Pressa
Lenhadores confrontam-se durante o Great Alaskan Lumberjack Show, um dos entretenimentos com que Ketchikan prenda os visitantes.
Creek St.
Casario palafítico da Creek Street, a antiga avenida dos bordéis, instalada sobre o riacho Ketchikan que deu o nome à cidade.
Lá no alto I
Dois lenhadores protagonistas do Great Alaskan Lumberjack Show defrontam-se nas alturas.
Transfer à moda antiga
Charrete transporta passageiros de um dos muitos cruzeiros que atracam na cidade de fim de Maio a Agosto.
Machadada (quase) final
Lenhador corta um cepo à machadada durante outra prova do Great Alaskan Lumberjack Show.
Avenida Tlingit
Rapariga passeia uma mascote em pleno Parque de Totens tlingits de Saxman. Ketchikan e os arredores abrigam a maior concentração de totens dos E.U.A.
Lá no alto II
Lenhador do Great Alaskan Lumberjack Show nas alturas de um tronco instalado para a competição.
2648f434-9946-4070-be39-c1e49ca02e10
durante o Great Alaskan Lumberjack Show.
A caminho
Hidroavião descola de um braço de mar liso, em plenos Misty Fjords.
Em equilíbrio
Lenhadores levam a cabo uma prova de sobre troncos rolantes, durante o Great Alaskan Lumberjack Show.
Creek St. II
Outra perspectiva da Creek Street, com a bandeira dos E.U.A. a sinalizar o patriotismo dos residentes.
Vista Verde
Casal contempla a vista sobre a floresta de Tongass e um dos seus canais, sobre uma ponte nos arredores de Saxman.
Nova invasão
Cruzeiro assombra o casario de Ketchikan amontoado na base da floresta de Tongass
Natureza exclusiva
Pequeno barco faz realçar a vastidão dos Misty Fjords, um vasto reduto de floresta de Tongass entrecortada por canais marinhos.
Aventuras & Diabruras
Crianças exploram o litoral rochoso em frente a Saxman, pouco depois do ocaso tardio do Verão alasquense.
Lenha à Pressa
Lenhadores confrontam-se durante o Great Alaskan Lumberjack Show, um dos entretenimentos com que Ketchikan prenda os visitantes.
Creek St.
Casario palafítico da Creek Street, a antiga avenida dos bordéis, instalada sobre o riacho Ketchikan que deu o nome à cidade.
A realidade passa despercebida a boa parte do mundo, mas existem dois Alascas. Em termos urbanos, o estado é inaugurado no sul do seu oculto cabo de frigideira, uma faixa de terra separada dos restantes E.U.A. pelo litoral oeste do Canadá. Ketchikan, é a mais meridional das cidades alasquenses, a sua Capital da Chuva e a Capital Mundial do Salmão.

São cinco da madrugada e o dia já despertou há um bom tempo, se é que, em pleno Verão boreal, dormiu de todo.

O nevoeiro cerrado não chegou a atrasar o navio do Alaska Marine Highway System em que, desde a manhã anterior, navegávamos pelo labirinto de ilhas, ilhéus e canais que separava Sitka de Ketchikan.

A pontualidade do capitão atraiçoa-nos. Vemo-nos obrigados a fechar as mochilas à pressa e a abandonar de emergência o ferry já desolado de passageiros, sem podermos sequer contemplar a frente de casario sortido disposta por diante e a vasta floresta frondosa de acácias e abetos de Tongass que a envolvia.

Malgrado a hora, Christy e Joseph chegam com tempo. O casal que se prestou a acolher-nos na cidade, dá-nos as boas-vindas à saída do porto e leva-nos para a casa dos pais de Christy. Tinham-nos reservado um quartinho na cave da vivenda tradicional de madeira que o pai erguera, em boa parte, com o suor do seu trabalho.

Christy, Joseph, o Pai e Cristo Nosso Senhor

Até se reformar, o senhor foi lenhador nas florestas que preenchem o mapa em redor. Entre outros acidentes, levou com árvores em cima. Partiu as costas e uma perna. Sobreviveu, todavia, às agruras da profissão e, por aquela altura, desfrutava de um merecido e condigno retiro em que, para não abandonar de vez a madeira, se entretinha a fabricar guitarras.

Haveríamos de o conhecer e aos filhos melhor à mesa de um jantar que começou com uma oração por todos partilhada, de mãos dadas.

Não tardámos a perceber que Christy e Joseph eram um casal de missionários. Que tinham recentemente viajado por Moçambique, África do Sul, Índia e outros países, num misto de voluntariado e de descoberta do mundo. O acolhimento providencial que nos tinham concedido era mais um dos seus projectos benevolentes.

Até ao repasto, instalamo-nos e ouvimos as instruções que os anfitriões nos passam. Em seguida, eles vão à sua vida. Nós, tínhamos todo um pseudo-plano de descoberta de Ketchikan para pôr em prática.

Hidroavião em Misty Fjords, Alasca, EUA

Hidroavião descola de um braço de mar liso, em plenos Misty Fjords.

De Mera Floresta à Cidade Inaugural do Alasca

Estávamos 1100 km a norte de Seattle. O grosso desta vastidão integra a província canadiana da Colúmbia Britânica e isola o Alasca, o 49º estado dos E.U.A., dos chamados Lower 48. Isolamento era também algo a que Ketchikan estava habituada.

A quinta maior cidade do Alasca até tem quase 14.000 habitantes permanentes, muitos mais de Maio a Agosto, quando é inundada de migrantes e imigrantes ávidos por ocuparem um dos inúmeros postos de trabalho que o turismo gera. Ainda assim, a próxima cidade digna desse nome, Juneau, a capital do Alasca, dista quase 400 km.

Até ao século XVIII, o lugar não passava de um acampamento que os nativos tlingits usavam para pescar o peixe ali abundante. Com o passar dos anos, essa abundância e a de madeira atraiu colonos e estes compraram terras aos nativos.

Mais um título: a capital Mundial do Salmão

Em 1886, abriu uma primeira fábrica de conservas de salmão, junto à foz do riacho Ketchikan. Até 1936, outras seis tinham sido abertas e granjearam-lhe o título de Capital Mundial do Salmão enlatado.

Hoje, além do salmão, sustentam a economia enormes viveiros de trutas de várias espécies, instaladas a meia-encosta da montanha de Deer, com uma vista privilegiada sobre a cidade e o vasto canal do Pacífico do Norte em que se instalou.

Ketchikan ficou ainda célebre como a First City, por ser a que primeiro aparece na rota sul-norte da Alaskan Marine Highway. Mas também podia ser chamada de Thin City. À boa moda da longa panhandle alasquense, o espaço costeiro ocupado pela cidade na ilha remota de Revillagigedo é de tal forma esguio que o seu aeroporto teve que ser construído numa ilha ao largo.

Já no século XX, foram descobertos ouro e cobre nas imediações. Mas, depois do salmão, foi a actividade madeireira que ocupou a maior parte dos residentes, empregues pela gigantesca produtora de pasta de papel Ketchikan Pulp e pela serração Louisiana Pacific.

E o Turismo entra Cena

Isto até por volta de 1970, quando a nova consciência ecológica cívica governamental barrou temporariamente a produção da empresa e deixou no desemprego centenas de trabalhadores.

Como aconteceu a algumas companheiras a norte, na década de 90, Ketchikan conquistou o novo estatuto de capital dos cruzeiros. Deixou o turismo amarar em definitivo e passou a receber mais de dez embarcações por dia e quase um milhão de passageiros durante os três meses e meio estivais.

Cruzeiro e casario de Ketchikan, Alasca, EUA

Cruzeiro assombra o casario de Ketchikan amontoado na base da floresta de Tongass

A mudança dividiu a população. A uns agradou a abundância de empregos – ainda que sazonais – e os salários chorudos. Outros, recriminaram o antro comercial em que havia degenerado a baixa, onde muitas das lojas pertencem às poderosas companhias de cruzeiros e só abrem no Verão.

Companhias de Cruzeiros vs Cultura Tlingit

Mal o Estio dá lugar ao longo Inverno, essas empresas dedicam-se apenas e só a paragens das Caraíbas. Os seus estabelecimentos locais deixam de ter uso e têm que ser protegidos das sucessivas chuvadas, nevões e ventanias.

São vedados com placas resistentes de contraplacado que as crianças e os adolescentes escolares pintam para suavizar o visual fantasmagórico com que, de outra forma, a baixa se veria.

A modernização e internacionalização de Ketchikan levou-lhe boa parte da alma tlingit, mesmo se os tlingits resistentes se esforçaram por preservar o legado da sua cultura. Ketchikan tem, por exemplo, a maior colecção do mundo de totens.

Nessa tarde, confrontamo-nos com vários deles no Parque de totens de Saxman, um arredor com menos de quinhentos moradores, também ele cercado pela imensidão de abetos de Tongass.

Parque de Totems, Ketchikan, Alasca, EUA

Rapariga passeia uma mascote em pleno Parque de Totens tlingits de Saxman. Ketchikan e os arredores abrigam a maior concentração de totens dos E.U.A.

Dali, regressamos ao centro da cidade e apreciamos um tratamento dos troncos não tão criativo ou espiritual, mas, de igual forma emblemático, da região.

A Herança Cultural dos Lenhadores Alasquenses

Até 1970, centenas de lenhadores entregaram as suas vidas à floresta circundante. A árdua e arriscada actividade conquistou uma reputação insuspeita entre a comunidade local. De tal maneira que distintas povoações começaram a organizar competições que envolviam as várias artes do ofício.

Com o Canadá ali ao lado, essas disputas tornaram-se internacionais. Mais recentemente, o turismo assoberbou muitas das cidades e lugarejos do cabo de frigideira alasquense.

Christy e Joseph contam-nos que mal os visitantes do sul dos E.U.A. põem os pés em terra, renovam um rol de perguntas escabrosas e até algo insultuosas para os moradores. “Onde é que podemos encontrar os iglôs e os esquimós”, “posso pagar com dólares americanos” etc., etc.

Cenas do Famoso Great Alaskan Lumberjack Show

Ao mesmo tempo, em Ketchikan, tudo serve para entreter os forasteiros desinformados e endinheirados que lá desembarcam no Verão e lhes subtrair o máximo de dólares. Os enfrentamentos de lenhadores não fugiram à regra.

Quando entramos no recinto do Great Alaskan Lumberjack Show, as bancadas já estão à pinha. Uma apresentadora estridente apresenta as equipas concorrentes: uma selecção dos E.U.A. contra outra canadiana. Introduz as sucessivas provas com piadas fáceis que geram gargalhadas (des)comunais.

Os representantes estão trajados a rigor de calças de ganga presas por suspensórios sobre camisas de manga curta. Durante mais de uma hora, confrontam-se a cortar cepos à machadada. Serram troncos sobre o solo. E outros, erguidos na vertical, a boa altura, e a que se prendem com arneses.

Competição do Alaskan Lumberjack Show, Ketchikan, Alasca, EUA

Lenhadores confrontam-se durante o Great Alaskan Lumberjack Show, um dos entretenimentos com que Ketchikan prenda os visitantes.

Lutam ainda sobre madeiros flutuantes e rolantes e por aí fora. No final, como não podia deixar de ser, triunfa a equipa dos E.U.A..

Prova do Great Alaskan Lumberjack Show, Ketchikan, Alasca, EUA

Dois lenhadores protagonistas do Great Alaskan Lumberjack Show defrontam-se nas alturas

O público volta a rejubilar. Disputa fotografias com os lenhadores em que estes posam como os heróis da serra e do machado com que a multidão americana, sempre ávida de heróis, se quer ver. Ali, mesmo ao lado, o espectáculo é contínuo.

Creek Street: a Artéria Histórica de Ketchikan

Instalada sobre passadiços de madeira que acompanham o rio Ketchikan, a colorida Creek Street é formada por grandes palafitas coloridas anichadas no sopé da floresta de Tongass. Nos tempos da corrida alasquense ao ouro, esta rua acolhia o concorrido Red District da cidade.

Com mais de trinta bordéis, dizia-se que era o único lugar do Alasca em que tanto os peixes como os pescadores subiam o rio para desovar. Tal como então, com o mês de Junho, os salmões chegam ao leito fluvial.

Extenuados pelo já longo percurso marinho, no fim do seu ciclo de vida, tentam, contra o tempo e a corrente, subi-lo.

Creek St., Ketchikan, Alasca, EUA

Casario palafítico da Creek Street, a antiga avenida dos bordéis, instalada sobre o riacho Ketchikan que deu o nome à cidade

Um grupo de miúdos estacionados sobre a ponte de campanha que cruza o rio pesca-os.

Debruçado sobre uma janela verde-amarela de uma das casas pitorescas, um cão com metade da face branca e a outra negra, observa-os, intrigado. Ladra de cada vez que os desafortunados peixes se contorcem fora de água.

Hoje, os velhos bordéis são todos lojas de souvenires aperaltadas. Abrem e fecham consoante os cruzeiros atracam e zarpam. Vendem a preços exorbitantes e publicitam mensagens nacionalistas como “Nothing Made in China here. All 100% natural and Made in Alaska.

Creek St., Ketchikan, Alasca, EUA

Outra perspectiva da Creek Street, com bandeiras dos E.U.A. a sinalizar o patriotismo inquestionável dos residentes.

As duas ou três prostitutas à porta de bares não passam de figurantes. Usam rendas vermelhas. Adaptam poses e trejeitos da mais velha das profissões. Mas são pagas apenas para conversar e se fotografarem com os forasteiros.

A Capital Alasquense da Chuva. Pelo menos, assim é Conhecida

Outro título da lista de “capitais” detida por Ketchikan é o de capital alasquense da chuva. Segundo nos relatam, em nenhuma outra cidade do estado a pluviosidade é tão regular e persistente.

Ainda assim, tal como nos acontecera em quase todo o périplo pelo Grande Norte, os dias sucedem-se quentes e com céu limpo. De tal maneira que, com excepção para o pós-ocaso, nos mantemos de manga curta.

De regresso a casa, Christy e Joseph congratulam-se pela sorte meteorológica que afiançam que trouxemos à cidade. “Isto começou mesmo quando vocês desembarcaram e tem-se prolongado. De certeza que não querem ficar mais uns tempos?”.

Aproveitamos tanto a bonança como a resiliência da luz solar. Com a sua companhia, explorarmos zonas limítrofes e bem mais genuínas da povoação. Levam-nos a uma antiga serração instalada sobre estacas, agora abandonada às marés e aos elementos.

Ponte nos arredores de Saxman, Ketchikan, Alasca, EUA

Casal contempla a vista sobre a floresta de Tongass e um dos seus canais, sobre uma ponte nos arredores de Saxman.

Nas imediações, uma ursa negra caça salmões, incomodada pelas suas duas crias irrequietas que só não lhe espantam as presas porque os peixes estão no encerrar moribundo das suas vidas.

Novo dia sem fim

Regressamos à cidade já depois das onze da noite. O sol caía sobre o horizonte. A lua insinuava-se no firmamento e sobre a maré mais vaza do que alguma vez tínhamos visto. Detemo-nos à beira mar numa península no prolongamento de Saxman.

Um bando de crianças, sem horas para voltar a casa, vasculha o litoral rochoso em busca de aventura. Não tardamos a partilhar da sua fortuna. Ali, mesmo à nossa frente, um grupo de baleias de bossa convive e alimenta-se com graciosidade.

Litoral rochoso de Saxman, Ketchikan, Alasca, EUA

Crianças exploram o litoral rochoso em frente a Saxman, pouco depois do ocaso tardio do Verão alasquense.

Um novo lusco-fusco boreal que faz brilhar as suas peles luzidias instala-se para durar. Tinham passado três dias. Na manhã seguinte, despedimo-nos de Christy e Joseph.

Deixamos aquele confim meridional do Alasca e voamos para Anchorage, a sua maior cidade e mais famosa porta de entrada.

 

Mais informações sobre Ketchikan no site Visit Ketchikan

Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.
Homer a Whittier, Alasca

Em Busca da Furtiva Whittier

Deixamos Homer, à procura de Whittier, um refúgio erguido na 2ª Guerra Mundial e que abriga duzentas e poucas pessoas, quase todas num único edifício.
Glaciar Mendenhall, Juneau, Alasca

O Glaciar por detrás de Juneau

Os nativos Tlingit denominavam assim este que é um dos mais de 140 glaciares do campo de gelo de Juneau. Mais conhecido por Mendenhall, nos últimos três séculos, o aquecimento global fez a sua distância para a capital diminuta do Alasca aumentar mais de quatro quilómetros.
Anchorage a Homer, E.U.A.

Viagem ao Fim da Estrada Alasquense

Se Anchorage se tornou a grande cidade do 49º estado dos E.U.A., Homer, a 350km, é a sua mais famosa estrada sem saída. Os veteranos destas paragens consideram esta estranha língua de terra solo sagrado. Também veneram o facto de, dali, não poderem continuar para lado nenhum.
Monte Denali, Alasca

O Tecto Sagrado da América do Norte

Os indígenas Athabascan chamaram-no Denali, ou o Grande e reverenciam a sua altivez. Esta montanha deslumbrante suscitou a cobiça dos montanhistas e uma longa sucessão de ascensões recordistas.
Sitka, Alasca

Sitka: Viagem por um Alasca que Já foi Russo

Em 1867, o czar Alexandre II teve que vender o Alasca russo aos Estados Unidos. Na pequena cidade de Sitka, encontramos o legado russo mas também os nativos Tlingit que os combateram.
Juneau, Alasca

A Pequena Capital do Grande Alasca

De Junho a Agosto, Juneau desaparece por detrás dos navios de cruzeiro que atracam na sua doca-marginal. Ainda assim, é nesta pequena capital que se decidem os destinos do 49º estado norte-americano.
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
Prince William Sound, Alasca

Viagem por um Alasca Glacial

Encaixado contra as montanhas Chugach, Prince William Sound abriga alguns dos cenários descomunais do Alasca. Nem sismos poderosos nem uma maré negra devastadora afectaram o seu esplendor natural.
PN Katmai, Alasca

Nos Passos do Grizzly Man

Timothy Treadwell conviveu Verões a fio com os ursos de Katmai. Em viagem pelo Alasca, seguimos alguns dos seus trilhos mas, ao contrário do protector tresloucado da espécie, nunca fomos longe demais.
Valdez, Alasca

Na Rota do Ouro Negro

Em 1989, o petroleiro Exxon Valdez provocou um enorme desastre ambientai. A embarcação deixou de sulcar os mares mas a cidade vitimada que lhe deu o nome continua no rumo do crude do oceano Árctico.
Skagway, Alasca

Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.
Homer a Whittier, Alasca

Em Busca da Furtiva Whittier

Deixamos Homer, à procura de Whittier, um refúgio erguido na 2ª Guerra Mundial e que abriga duzentas e poucas pessoas, quase todas num único edifício.
Glaciar Mendenhall, Juneau, Alasca

O Glaciar por detrás de Juneau

Os nativos Tlingit denominavam assim este que é um dos mais de 140 glaciares do campo de gelo de Juneau. Mais conhecido por Mendenhall, nos últimos três séculos, o aquecimento global fez a sua distância para a capital diminuta do Alasca aumentar mais de quatro quilómetros.
Anchorage a Homer, E.U.A.

Viagem ao Fim da Estrada Alasquense

Se Anchorage se tornou a grande cidade do 49º estado dos E.U.A., Homer, a 350km, é a sua mais famosa estrada sem saída. Os veteranos destas paragens consideram esta estranha língua de terra solo sagrado. Também veneram o facto de, dali, não poderem continuar para lado nenhum.
Monte Denali, Alasca

O Tecto Sagrado da América do Norte

Os indígenas Athabascan chamaram-no Denali, ou o Grande e reverenciam a sua altivez. Esta montanha deslumbrante suscitou a cobiça dos montanhistas e uma longa sucessão de ascensões recordistas.
Sitka, Alasca

Sitka: Viagem por um Alasca que Já foi Russo

Em 1867, o czar Alexandre II teve que vender o Alasca russo aos Estados Unidos. Na pequena cidade de Sitka, encontramos o legado russo mas também os nativos Tlingit que os combateram.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Rinoceronte, PN Kaziranga, Assam, Índia
Safari
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
Braga ou Braka ou Brakra, no Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
hacienda mucuyche, Iucatão, México, canal
Arquitectura & Design
Iucatão, México

Entre Haciendas e Cenotes, pela História do Iucatão

Em redor da capital Mérida, para cada velha hacienda henequenera colonial há pelo menos um cenote. Com frequência, coexistem e, como aconteceu com a semi-recuperada Hacienda Mucuyché, em duo, resultam nalguns dos lugares mais sublimes do sudeste mexicano.

Aventura
Viagens de Barco

Para Quem Só Enjoa de Navegar na Net

Embarque e deixe-se levar em viagens de barco imperdíveis como o arquipélago filipino de Bacuit e o mar gelado do Golfo finlandês de Bótnia.
Bom conselho Budista
Cerimónias e Festividades
Chiang Mai, Tailândia

300 Wats de Energia Espiritual e Cultural

Os tailandeses chamam a cada templo budista wat e a sua capital do norte tem-nos em óbvia abundância. Entregue a sucessivos eventos realizados entre santuários, Chiang Mai nunca se chega a desligar.
San Cristobal de Las Casas, Chiapas, Zapatismo, México, Catedral San Nicolau
Cidades
San Cristóbal de Las Casas, México

O Lar Doce Lar da Consciência Social Mexicana

Maia, mestiça e hispânica, zapatista e turística, campestre e cosmopolita, San Cristobal não tem mãos a medir. Nela, visitantes mochileiros e activistas políticos mexicanos e expatriados partilham uma mesma demanda ideológica.
jovem vendedora, nacao, pao, uzbequistao
Comida
Vale de Fergana, Usbequistão

Uzbequistão, a Nação a Que Não Falta o Pão

Poucos países empregam os cereais como o Usbequistão. Nesta república da Ásia Central, o pão tem um papel vital e social. Os Uzbeques produzem-no e consomem-no com devoção e em abundância.
Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.
Cultura
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Bandeiras de oração em Ghyaru, Nepal
Em Viagem
Circuito Annapurna: 4º – Upper Pisang a Ngawal, Nepal

Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
Retorno na mesma moeda
Étnico
Dawki, Índia

Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

A Vida Lá Fora

Chichen Itza, Iucatão, História Maia, cabeças de Kukulkan, El Castillo
História
Chichen Itza, Iucatão, México

À Beira do Cenote, no Âmago da Civilização Maia

Entre os séculos IX a XIII d.C., Chichen Itza destacou-se como a cidade mais importante da Península do Iucatão e do vasto Império Maia. Se a Conquista Espanhola veio precipitar o seu declínio e abandono, a história moderna consagrou as suas ruínas Património da Humanidade e Maravilha do Mundo.
Banhistas sobre o limiar entre as Piscinas Naturais e o oceano Atlântico, Porto Moniz
Ilhas
Porto Moniz e Ribeira da Janela, Madeira

Uma Vida de Encosta, Oceano e Lava

Exploramos terras que se diz terem sido colonizadas, ainda no século XV, pelo algarvio Francisco Moniz, o Velho. Decorrido quase meio milénio, Porto Moniz tornou-se um domínio balnear concorrido, muito por conta das suas piscinas retidas num labirinto de rocha lávica.
Verificação da correspondência
Inverno Branco
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Literatura
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Parque Nacional Cahuita, Costa Rica, Caribe, Punta Cahuita vista aérea
Natureza
Cahuita, Costa Rica

Uma Costa Rica de Rastas

Em viagem pela América Central, exploramos um litoral da Costa Rica tão afro quanto das Caraíbas. Em Cahuita, a Pura Vida inspira-se numa fé excêntrica em Jah e numa devoção alucinante pela cannabis.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
República Dominicana, Praia Bahia de Las Águilas, Pedernales. Parque Nacional Jaragua, Praia
Parques Naturais
Laguna Oviedo a Bahia de las Águilas, República Dominicana

Em Busca da Praia Dominicana Imaculada

Contra todas as probabilidades, um dos litorais dominicanos mais intocados também é dos mais remotos. À descoberta da província de Pedernales, deslumbramo-nos com o semi-desértico Parque Nacional Jaragua e com a pureza caribenha da Bahia de las Águilas.
Rio Matukituki, Nova Zelândia
Património Mundial UNESCO
Wanaka, Nova Zelândia

Que Bem que Se Está no Campo dos Antípodas

Se a Nova Zelândia é conhecida pela sua tranquilidade e intimidade com a Natureza, Wanaka excede qualquer imaginário. Situada num cenário idílico entre o lago homónimo e o místico Mount Aspiring, ascendeu a lugar de culto. Muitos kiwis aspiram a para lá mudar as suas vidas.
Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
Personagens
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Tobago, Pigeon Point, Scarborough, pontão
Praias
Scarborough a Pigeon Point, Tobago

À Descoberta da Tobago Capital

Das alturas amuralhadas do Forte King George, ao limiar de Pigeon Point, o sudoeste de Tobago em redor da capital Scarborough, revela-nos uns trópicos controversos sem igual.
Forte de São Filipe, Cidade Velha, ilha de Santiago, Cabo Verde
Religião
Cidade Velha, Cabo Verde

Cidade Velha: a anciã das Cidades Tropico-Coloniais

Foi a primeira povoação fundada por europeus abaixo do Trópico de Câncer. Em tempos determinante para expansão portuguesa para África e para a América do Sul e para o tráfico negreiro que a acompanhou, a Cidade Velha tornou-se uma herança pungente mas incontornável da génese cabo-verdiana.

Composição Flam Railway abaixo de uma queda d'água, Noruega
Sobre Carris
Nesbyen a Flam, Noruega

Flam Railway: Noruega Sublime da Primeira à Última Estação

Por estrada e a bordo do Flam Railway, num dos itinerários ferroviários mais íngremes do mundo, chegamos a Flam e à entrada do Sognefjord, o maior, mais profundo e reverenciado dos fiordes da Escandinávia. Do ponto de partida à derradeira estação, confirma-se monumental esta Noruega que desvendamos.
Graffiti deusa creepy, Haight Ashbury, Sao Francisco, EUA, Estados Unidos America
Sociedade
The Haight, São Francisco, E.U.A.

Órfãos do Verão do Amor

O inconformismo e a criatividade ainda estão presentes no antigo bairro Flower Power. Mas, quase 50 anos depois, a geração hippie deu lugar a uma juventude sem-abrigo, descontrolada e até agressiva.
Mulheres com cabelos longos de Huang Luo, Guangxi, China
Vida Quotidiana
Longsheng, China

Huang Luo: a Aldeia Chinesa dos Cabelos mais Longos

Numa região multiétnica coberta de arrozais socalcados, as mulheres de Huang Luo renderam-se a uma mesma obsessão capilar. Deixam crescer os cabelos mais longos do mundo, anos a fio, até um comprimento médio de 170 a 200 cm. Por estranho que pareça, para os manterem belos e lustrosos, usam apenas água e arrôz.
Parque Nacional Etosha Namíbia, chuva
Vida Selvagem
PN Etosha, Namíbia

A Vida Exuberante da Namíbia Branca

Um salar vasto rasga o norte namibiano. O Parque Nacional Etosha que o envolve revela-se um habitat árido, mas providencial, de incontáveis espécies selvagens africanas.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.