La Graciosa, Ilhas Canárias

A Mais Graciosa das Ilhas Canárias


A Caleta del Oro
Entardecer doura o ocidente acima do porto de Caleta del Sebo.
Cume à Vista
Caminhantes prestes a atingirem o cume da montaña Bermeja de La Graciosa.
A Marginal de Caleta
A Marginal de Caleta del Sebo, virada para o Estrecho del Rio.
Sem sinal de Asfalto
Jipe percorre uma estrada de areia da ilha. La Graciosa é um dos poucos territórios da Europa ainda sem asfalto.
Vaga Indomada
Onda desfaz-se sobre o areal dourado da Playa de Las Conchas, com a Isla Montaña Clara em fundo.
Banhos Arriscados
Casario branco de Caleta del Sebo contra os penhascos vulcânicos de Lanzarote.
Um Passeio Juvenil
Jovem moradora de Caleta del Sebo carrega um bebé ao colo, sobre o entardecer dourado de La Graciosa.
Último Mergulho do Dia
Visitante prepara-se para mergulhar nas águas do Estrecho del Rio que separa La Graciosa de Lanzarote.
Arte Graciosa
Pátio artístico numa vivenda da capital e única povoação fixa da ilha de La Graciosa.
Playa Dourada de Las Conchas
Areal dourado da praia das Conchas, no sopé da Montaña Bermeja
Caleta del Sebo
O porto e o casario alvo da única povoação fixa de La Graciosa.
Playa de Las Conchas vs Isla Montaña Clara
Bandeira vermelha na Playa de Las Conchas, com a Isla Montaña Clara em fundo.
Arte Canária
Decoração e arquitectura na fachada de uma das casas tradicionais de Caleta del Sebo.
A Punta Fariones
A ponta aguçada que encerra o norte de Lanzarote.
Tons Insulares
Encosta da Montaña Bermeja contrasta com o azul atlântico da Playa de Las Conchas.
Roques Fariones
Rochedos Fariones que acompanham a Ponta Farione no extremo norte de Lanzarote.
A Punta Fariones
A ponta aguçada que encerra o norte de Lanzarote.
Até 2018, a menor das Canárias habitadas não contava para o arquipélago. Desembarcados em La Graciosa, desvendamos o encanto insular da agora oitava ilha.

A sedução já vinha de há mais de um ano. No início de 2019, à descoberta de Lanzarote, chegámos ao extremo norte da ilha atrasados para visitarmos o seu famoso Mirador del Rio.

Conformados com o percalço, descemos na estrada que percorre o cimo das falésias contíguas.

Quando atingimos o limiar do Risco de Famara, a mais de 500 metros de altura e perscrutamos o Atlântico abaixo e por diante, a visão de La Graciosa e restantes ilhas do arquipélago Chinicho deixa-nos incrédulos.

Vista de La Graciosa de Lanzarote, Canárias, Espanha

Dois amigos conversam no limiar de Lanzarote, com vista para La Graciosa e outras ilhas do arquipélago Chinicho.

Mesmo diminutas face às massivas Lanzarote e Fuerteventura, de tal maneira que, mesmo próxima, La Graciosa nos cabia na amplitude de um só olhar, a extensão insular que ali admirávamos gerou-nos de imediato uma inquietude.

Ao longo dos dezasseis meses que se seguiram, entregues a planeamentos das próximas viagens, essa visão voltou-nos à mente vezes sem conta.

Com a hipótese de regressarmos para um novo itinerário nas Canárias, fizemos questão de que passasse pelo norte de Lanzarote e de que incluísse La Graciosa. Assim aconteceu.

Já a a bordo do ferry Liñeas Romero, quanto mais Orzola se desvanecia, mais nos aproximávamos da península aguçada que encerra o cimo de Lanzarote, da Punta Fariones e dos Fariones, os grandes rochedos também eles pontiagudos que lhe inspiraram o baptismo.

Fariones, Lanzarote, Canárias, Espanha

Rochedos Fariones que acompanham a Ponta Farione no extremo norte de Lanzarote.

Na sua iminência, o oceano a norte batalha com as águas do Estrecho del Rio, o canal, apesar do nome, marinho que separa Lanzarote de La Graciosa.

Habituado a ver-se nessa contenda, o comandante manobra a navegação com o jeito ganho em incontáveis de passagens por ali, suaves, num jeito oscilado de ser.

Contornamos a punta. Já com Graciosa à vista, internamo-nos no canal junto à base estriada de Lanzarote que, feita de falésias tão elevadas e brutas, tornava o barco uma casca de noz.

Punta Fariones, Lanzarote, Canárias, Espanha

A ponta aguçada que encerra o norte de Lanzarote.

Com o Mirador de Rio bem nas alturas, o comandante faz o barco cruzar o Rio. Aponta-o ao porto de Caleta del Sebo, a capital de La Graciosa.

O sábado desenrola-se. Damos com a cidade num óbvio modo de descompressão. O molhe que contornámos para entrar, serve de pouso a uma comunidade irrequieta de jovens pescadores que celebram a nossa entrada com uma mímica bem-disposta.

Desembarque Crepuscular na Pequena Capital de Caleta del Sebo

Já atracados ao lado de uma floresta de mastros e bandeirolas, examinamos a baía em frente. Um corrupio de banhistas entrega-se aos derradeiros banhos do dia na praia de areia da povoação. Em simultâneo, uma comunidade de convivas tagarelas bebe cañas e saboreia petiscos do mar nas esplanadas arejadas em redor.

Para trás do casario do oeste da cidade, o sol ora espreitava, ora se sumia entre uma caravana de nuvens baixas propulsionadas pelos Alísios. Foi já sob o escuro Atlântico que cruzámos a baía a carregar as malas, umas ao ombro, outras puxadas a esforço sobre o areal até ao apartamento que por ali tínhamos reservado.

Ocaso sobre Caleta del Sebo, La Graciosa, Ilhas Canárias, Espanha

Entardecer doura o ocidente acima do porto de Caleta del Sebo.

Voltamos a sair uma hora depois, com o rumo do restaurante “El Marinero”, uma das suas Mecas gastronómicas. Lá nos empanturramos com Entrantes de sardinhas, camarões, com polvo e o gofio e papas arrugadas quase incontornáveis um pouco por todas as Canárias.

Findo o repasto, mesmo já sem malas, voltamos a arrastar-nos para o apartamento. Tínhamos toda uma nova ilha por descobrir. Para variar, íamos explorá-la de bicicleta.

Uma Semi-Volta em Bicicleta a La Graciosa

Bem menos cedo que o que desejávamos no dia seguinte, batemos a porta da La Molina Bike.

Doña Demelza, saúda-nos a pensar que ia encontrar visitantes algo mais novos. Mesmo assim, algures entre o nosso à vontade e a vontade de pedalarmos, deixa-se impressionar. “Vocês têm ar de aventureiros, já estou a ver que, para fotografarem, se vão querer meter pela areia, pelos caminhos pedregosos e isso tudo. Olhem… vou-vos dar bicis das todo-o-terreno, aquelas com os pneus mais grossos.”

Mesmo conscientes que, num dos poucos lugares com capital em que não existe asfalto, as bicicletas artilhadas nos cansariam a dobrar, sentimo-nos privilegiados. Agradecemos a benesse, despedimo-nos da sorridente Demelza, sumimos entre o casario branco de Caleta del Sebo.

Casario de Caleta del Sebo, La Graciosa, Ilhas Canárias, Espanha

A Marginal de Caleta del Sebo, virada para o Estrecho del Rio.

Deixada para trás a povoação, com excepção para uma sequência de pequenos hortos dos moradores, a ilha depressa se nos revelou como veio ao mundo.

Como seria de esperar no arquipélago das Canárias, La Graciosa é vulcânica, na prática geológica, um maciço vulcânico insular salpicado por cinco vulcões. Mesmo se com alturas contidas, são estes vulcões que, aqui e ali, apimentam o circuito de volta a ilha.

Umas boas pedaladas depois, vimo-nos numa encruzilhada de estradas de areia entre dois deles, La Aguja Grande (266m) o mais elevado da ilha, na companhia da cratera Aguja Chica e da vizinha Montanha del Mojon (185m).

Curiosos quanto ao que nos reservaria a costa de lá de Graciosa, seguimos na sua direcção, ao mesmo tempo, do norte da ilha. Rejeitamos a Playa Baja del Ganado. Em vez, apontamos à de Las Conchas e ao sopé do vulcão ocre da Montaña Bermeja.

A Conquista e Omni-Revelação da Montaña Bermeja

Na sua confluência, achamos um parque de estacionamento para bicicletas mais preenchido do que esperávamos. Estimámos que o areal amarelo da praia ao lado em duo com um delicioso mar turquesa ali atraísse boa parte dos ciclistas entretidos com a volta à Graciosa.

Vontade de nos entregarmos de imediato àquele Atlântico soprado pelos Alíseos não faltava mas, com o trilho e o desafio da conquista da Montaña Bermeja (157m) a terem início a uns poucos metros, não tínhamos como resistir.

Pé ante pé, pelo trilho já marcado na sua crista ascendemos ao cume colorado e pejado de líquenes verdes-claro ou de um amarelo muito torrado.

Ascensão da Montaña Bermeja, La Graciosa, Ilhas Canárias, Espanha

Caminhantes prestes a atingirem o cume da montaña Bermeja de La Graciosa.

Além dos líquenes agarrados às rochas, encontrámos o cimo decorado com uma inesperada obra de arte, quatro estatuetas, esculpidas no que nos parecia arenito, com formas, se humanas retorcidas, quase amorfas.

Apuramos mais tarde que, chegou a acompanhar estas esculturas uma cruz com a inscrição de 1499, o ano em que se considera ter terminado a conquista do arquipélago das Canárias, iniciada em 1402.

Jean de Béthencourt e o Encanto com a Pequena Graciosa

Reza a história, que terá sido o descobridor Normando Jean de Béthencourt a baptizar La Graciosa.

Após várias semanas no mar, contadas desde a partida do porto de La Rochelle, Béthencourt deliciou-se com a visão da ilha quase rasa aos pés da gigantesca vizinha Lanzarote. Chamou-a, assim, de La Gracieuse, título que foi adaptado para castelhano.

Montaña Bermeja e Playa de Las Conchas, La Graciosa, Ilhas Canárias, Espanha

Encosta da Montaña Bermeja contrasta com o azul da Playa de Las Conchas. Um cenário que ilustra o baptismo de Jean de Béthencourt.

Béthencourt vinha determinado a se abastecer de urzela, um líquen de que se extrai uma cor comparável ao violeta. Acabou por conquistar Lanzarote e Fuerteventura e por colonizar boa parte do arquipélago das Canárias.

Não vemos sinal nem da cruz nem, entre os abundantes líquenes que temos em torno, da valiosa urzela. De qualquer maneira, os cenários em redor depressa nos reclamaram a atenção e suscitaram um inevitável êxtase visual.

Para norte e leste, La Graciosa estendia-se numa vastidão arenosa preenchida por dunas baixas salpicadas de vegetação xerófita.

Para sul e sudeste, o pequeno deserto local cedia à ditadura do solo vulcânico e de um cinzento quase negro.

Deste solo pardo, à distância, víamos despontar as outras elevações da ilha, quanto mais para sul, mais difusas na calima (névoa poeirenta) que ali chegava do Sara.

E em Redor de La Graciosa, a Extensão do sub-Arquipélago Chinijo

Quando nos virávamos para norte e noroeste, com o mar pelo meio, contemplávamos diversas ilhas inóspitas e inabitadas: a Isla de Montaña Clara, ali em frente. A maior distância, a Isla de Alegranza.

Vislumbrávamos ainda dois outros ilhéus, o Roque del Oeste – também conhecido por Roque del Infierno – nas imediações da ilha de Montaña Clara, o Roque del Este.

Este conjunto, acrescido da nossa anfitriã La Graciosa (a maior ilha com 27km2), forma o sub-arquipélago canário de Chinicho que nos manteve uma boa meia-hora num absoluto deleite sensorial.

Interrompemo-lo pela noção do tempo que nos sobrava para circundar a ilha e pela urgência de recuperarmos o mergulho adiado na Praia de Las Conchas que, logo ali abaixo, se insinuava num dourado-turquesa.

Dito e feito. Regressamos à base da montaña Bermeja, cruzamos o areal. Com cuidado redobrado, mergulhamos por baixo das vagas que os alísios continuavam a espicaçar.

Onda na Playa de Las Conchas, La Graciosa, Ilhas Canárias, Espanha

Onda desfaz-se sobre o areal dourado da Playa de Las Conchas, com a Isla Montaña Clara em fundo.

Com a volta à ilha por completar, regressamos às bicicletas ainda por secarmos.

Pedalamos até ao seu litoral norte, espreitamos a beira-mar ventosa das Playas Lambra e Del Ambar.

Em vez de circundarmos a totalidade do litoral norte, atalhamos caminho para Pedro Barba, a segunda povoação da ilha, mesmo se composta sobretudo por segundas casas de habitantes da Graciosa e outras de veraneantes forasteiros.

Caleta del Sebo vs Lanzarote, La Graciosa, Ilhas Canárias, Espanha

Casario branco de Caleta del Sebo contra os penhascos vulcânicos de Lanzarote.

Não demorássemos a avistar a linha branca do seu casario, contra os penhascos imensos de Lanzarote, em fundo.

Na sequência, subimos, a esforço, entre os Morros Negros e as vertentes leste das Aguja Grande e da Chica. Tentamos estender o empenho de maneira a conquistarmos a ilha a sul de Caleta del Sebo.

Regresso a Tempo de um Novo Ocaso em Caleta del Sebo

Tal como Doña Demelza nos avisara, a estrada para a Punta de la Herradura e a sua Montaña Amarilla revelaram-se demasiado arenosas até para as as bicicletas supostamente todo-o-terreno que conduzíamos.

Exauridos, a vermos o sol precipitar-se sobre o Atlântico à nossa frente, sem termos tempo de atingirmos o destino planeado da Playa de la Cocina, invertemos caminho para a Caleta del Sebo.

De volta ao pueblo, devolvemos as bicis especiais a Demelza.

Caleta del Sebo, La Graciosa, Ilhas Canárias, Espanha

Jovem moradora de Caleta del Sebo carrega um bebé ao colo, sobre o entardecer dourado de La Graciosa.

No templo que nos restava até ao escuro se reinstalar, caminhámos por entre as ruelas e pela beira-mar quase rasa que confronta as falésias descomunais de Lanzarote.

La Graciosa ainda hoje nos encanta.

Caleta del Sebo, La Graciosa, Ilhas Canárias, Espanha

Pátio artístico numa vivenda da capital e única povoação fixa da ilha de La Graciosa.

Lanzarote, Ilhas Canárias

A César Manrique o que é de César Manrique

Só por si, Lanzarote seria sempre uma Canária à parte mas é quase impossível explorá-la sem descobrir o génio irrequieto e activista de um dos seus filhos pródigos. César Manrique faleceu há quase trinta anos. A obra prolífica que legou resplandece sobre a lava da ilha vulcânica que o viu nascer.
Fuerteventura, Ilhas Canárias, Espanha

A (a) Ventura Atlântica de Fuerteventura

Os romanos conheciam as Canárias como as ilhas afortunadas. Fuerteventura, preserva vários dos atributos de então. As suas praias perfeitas para o windsurf e o kite-surf ou só para banhos justificam sucessivas “invasões” dos povos do norte ávidos de sol. No interior vulcânico e rugoso resiste o bastião das culturas indígenas e coloniais da ilha. Começamos a desvendá-la pelo seu longilíneo sul.
El Hierro, Canárias

A Orla Vulcânica das Canárias e do Velho Mundo

Até Colombo ter chegado às Américas, El Hierro era vista como o limiar do mundo conhecido e, durante algum tempo, o Meridiano que o delimitava. Meio milénio depois, a derradeira ilha ocidental das Canárias fervilha de um vulcanismo exuberante.
La Palma, CanáriasEspanha

O Mais Mediático dos Cataclismos por Acontecer

A BBC divulgou que o colapso de uma vertente vulcânica da ilha de La Palma podia gerar um mega-tsunami. Sempre que a actividade vulcânica da zona aumenta, os media aproveitam para apavorar o Mundo.
Vereda Terra Chã e Pico Branco, Porto Santo

Pico Branco, Terra Chã e Outros Caprichos da Ilha Dourada

No seu recanto nordeste, Porto Santo é outra coisa. De costas voltadas para o sul e para a sua grande praia, desvendamos um litoral montanhoso, escarpado e até arborizado, pejado de ilhéus que salpicam um Atlântico ainda mais azul.
Porto Santo, Portugal

Louvada Seja a Ilha do Porto Santo

Descoberta durante uma volta do mar tempestuosa, Porto Santo mantem-se um abrigo providencial. Inúmeros aviões que a meteorologia desvia da vizinha Madeira garantem lá o seu pouso. Como o fazem, todos os anos, milhares de veraneantes rendidos à suavidade e imensidão da praia dourada e à exuberância dos cenários vulcânicos.
Paul do Mar a Ponta do Pargo a Achadas da Cruz, Madeira, Portugal

À Descoberta da Finisterra Madeirense

Curva atrás de curva, túnel atrás de túnel, chegamos ao sul solarengo e festivo de Paul do Mar. Arrepiamo-nos com a descida ao retiro vertiginoso das Achadas da Cruz. Voltamos a ascender e deslumbramo-nos com o cabo derradeiro de Ponta do Pargo. Tudo isto, nos confins ocidentais da Madeira.
Pico do Arieiro - Pico Ruivo, Madeira, Portugal

Pico Arieiro ao Pico Ruivo, Acima de um Mar de Nuvens

A jornada começa com uma aurora resplandecente aos 1818 m, bem acima do mar de nuvens que aconchega o Atlântico. Segue-se uma caminhada sinuosa e aos altos e baixos que termina sobre o ápice insular exuberante do Pico Ruivo, a 1861 metros.

Valência a Xàtiva, Espanha

Do outro Lado da Ibéria

Deixada de lado a modernidade de Valência, exploramos os cenários naturais e históricos que a "comunidad" partilha com o Mediterrâneo. Quanto mais viajamos mais nos seduz a sua vida garrida.

Matarraña a Alcanar, Espanha

Uma Espanha Medieval

De viagem por terras de Aragão e Valência, damos com torres e ameias destacadas de casarios que preenchem as encostas. Km após km, estas visões vão-se provando tão anacrónicas como fascinantes.

PN Timanfaya, Lanzarote, Canárias

PN Timanfaya e as Montanhas de Fogo de Lanzarote

Entre 1730 e 1736, do nada, dezenas de vulcões de Lanzarote entraram em sucessivas erupções. A quantidade massiva de lava que libertaram soterrou várias povoações e forçou quase metade dos habitantes a emigrar. O legado deste cataclismo é o cenário marciano actual do exuberante PN Timanfaya.
Tenerife, Canárias

O Vulcão que Assombra o Atlântico

Com 3718m, El Teide é o tecto das Canárias e de Espanha. Não só. Se medido a partir do fundo do oceano (7500 m), só duas montanhas são mais pronunciadas. Os nativos guanches consideravam-no a morada de Guayota, o seu diabo. Quem viaja a Tenerife, sabe que o velho Teide está em todo o lado.
La Palma, Canárias

A Isla Bonita das Canárias

Em 1986, Madonna Louise Ciccone lançou um êxito que popularizou a atracção exercida por uma isla imaginária. Ambergris Caye, no Belize, colheu proveitos. Do lado de cá do Atlântico, há muito que os palmeros assim veem a sua real e deslumbrante Canária.
Vegueta, Gran Canária, Canárias

Às Voltas pelo Âmago das Canárias Reais

O velho e majestoso bairro Vegueta de Las Palmas destaca-se na longa e complexa hispanização das Canárias. Findo um longo período de expedições senhoriais, lá teve início a derradeira conquista da Gran Canária e das restantes ilhas do arquipélago, sob comando dos monarcas de Castela e Aragão.
Tenerife, Canárias

Pelo Leste da Ilha da Montanha Branca

A quase triangular Tenerife tem o centro dominado pelo majestoso vulcão Teide. Na sua extremidade oriental, há um outro domínio rugoso, mesmo assim, lugar da capital da ilha e de outras povoações incontornáveis, de bosques misteriosos e de incríveis litorais abruptos.
Santa Cruz de La Palma, Canárias

A Viagem na História de Santa Cruz de La Palma

Começou como mera Villa del Apurón. Chegado o séc. XVI, a povoação não só tinha ultrapassado as suas dificuldades como era já a terceira cidade portuária da Europa. Herdeira dessa abençoada prosperidade, Santa Cruz de La Palma tornou-se uma das capitais mais elegantes das Canárias.
Fuerteventura, Canárias

Fuerteventura - Ilha Canária e Jangada do Tempo

Uma curta travessia de ferry e desembarcamos em Corralejo, no cimo nordeste de Fuerteventura. Com Marrocos e África a meros 100km, perdemo-nos no deslumbre de cenários desérticos, vulcânicos e pós-coloniais sem igual.
Gran Canária, Canárias

Gran (diosas) Canária (s)

É apenas a terceira maior ilha do arquipélago. Impressionou tanto os navegadores e colonos europeus que estes se habituaram a tratá-la como a suprema.
Lanzarote, Canárias, Espanha

A Jangada de Basalto de José Saramago

Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Parque Nacional Gorongosa, Moçambique, Vida Selvagem, leões
Safari
PN Gorongosa, Moçambique

O Coração da Vida Selvagem de Moçambique dá Sinais de Vida

A Gorongosa abrigava um dos mais exuberantes ecossistemas de África mas, de 1980 a 1992, sucumbiu à Guerra Civil travada entre a FRELIMO e a RENAMO. Greg Carr, o inventor milionário do Voice Mail recebeu a mensagem do embaixador moçambicano na ONU a desafiá-lo a apoiar Moçambique. Para bem do país e da humanidade, Carr comprometeu-se a ressuscitar o parque nacional deslumbrante que o governo colonial português lá criara.
Fiel em frente à gompa A gompa Kag Chode Thupten Samphel Ling.
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 15º - Kagbeni, Nepal

Às Portas do ex-Reino do Alto Mustang

Antes do século XII, Kagbeni já era uma encruzilhada de rotas comerciais na confluência de dois rios e duas cordilheiras em que os reis medievais cobravam impostos. Hoje, integra o famoso Circuito dos Annapurnas. Quando lá chegam, os caminhantes sabem que, mais acima, se esconde um domínio que, até 1992, proibia a entrada de forasteiros.
planicie sagrada, Bagan, Myanmar
Arquitectura & Design
Bagan, Myanmar

A Planície dos Pagodes, Templos e Redenções Celestiais

A religiosidade birmanesa sempre assentou num compromisso de redenção. Em Bagan, os crentes endinheirados e receosos continuam a erguer pagodes na esperança de conquistarem a benevolência dos deuses.
Totems, aldeia de Botko, Malekula,Vanuatu
Aventura
Malekula, Vanuatu

Canibalismo de Carne e Osso

Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.
Queima de preces, Festival de Ohitaki, templo de fushimi, quioto, japao
Cerimónias e Festividades
Quioto, Japão

Uma Fé Combustível

Durante a celebração xintoísta de Ohitaki são reunidas no templo de Fushimi preces inscritas em tabuínhas pelos fiéis nipónicos. Ali, enquanto é consumida por enormes fogueiras, a sua crença renova-se.
Miami, entrada da América Latina, Florida, Estados Unidos,
Cidades
Miami, Flórida, E.U.A.

A Porta de Entrada da América Latina

Não é só a localização privilegiada, entre um oceano exuberante e o verde dos Everglades, com a vastidão caribenha logo ali a sul. É o afago tropical, o do clima e o cultural e uma modernidade urbana exemplar. Cada vez mais em castelhano, num contexto latino-americano.
Cacau, Chocolate, Sao Tome Principe, roça Água Izé
Comida
São Tomé e Príncipe

Roças de Cacau, Corallo e a Fábrica de Chocolate

No início do séc. XX, São Tomé e Príncipe geravam mais cacau que qualquer outro território. Graças à dedicação de alguns empreendedores, a produção subsiste e as duas ilhas sabem ao melhor chocolate.
Mini-snorkeling
Cultura
Ilhas Phi Phi, Tailândia

De regresso à Praia de Danny Boyle

Passaram 15 anos desde a estreia do clássico mochileiro baseado no romance de Alex Garland. O filme popularizou os lugares em que foi rodado. Pouco depois, alguns desapareceram temporária mas literalmente do mapa mas, hoje, a sua fama controversa permanece intacta.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Namibe, Angola, Gruta, Parque Iona
Em Viagem
Namibe, Angola

Incursão ao Namibe Angolano

À descoberta do sul de Angola, deixamos Moçâmedes para o interior da província desértica. Ao longo de milhares de quilómetros sobre terra e areia, a rudeza dos cenários só reforça o assombro da sua vastidão.
Assuão, Egipto, rio Nilo encontra a África negra, ilha Elefantina
Étnico
Assuão, Egipto

Onde O Nilo Acolhe a África Negra

1200km para montante do seu delta, o Nilo deixa de ser navegável. A última das grandes cidades egípcias marca a fusão entre o território árabe e o núbio. Desde que nasce no lago Vitória, o rio dá vida a inúmeros povos africanos de tez escura.
Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Portfólio Fotográfico Got2Globe

Dias Como Tantos Outros

praca registao, rota da seda, samarcanda, uzbequistao
História
Samarcanda, Uzbequistão

Um Legado Monumental da Rota da Seda

Em Samarcanda, o algodão é agora o bem mais transaccionado e os Ladas e Chevrolets substituíram os camelos. Hoje, em vez de caravanas, Marco Polo iria encontrar os piores condutores do Uzbequistão.
Moai, Rano Raraku, Ilha Pascoa, Rapa Nui, Chile
Ilhas
Rapa Nui - Ilha da Páscoa, Chile

Sob o Olhar dos Moais

Rapa Nui foi descoberta pelos europeus no dia de Páscoa de 1722. Mas, se o nome cristão ilha da Páscoa faz todo o sentido, a civilização que a colonizou de moais observadores permanece envolta em mistério.
Geotermia, Calor da Islândia, Terra do Gelo, Geotérmico, Lagoa Azul
Inverno Branco
Islândia

O Aconchego Geotérmico da Ilha do Gelo

A maior parte dos visitantes valoriza os cenários vulcânicos da Islândia pela sua beleza. Os islandeses também deles retiram calor e energia cruciais para a vida que levam às portas do Árctico.
Recompensa Kukenam
Literatura
Monte Roraima, Venezuela

Viagem No Tempo ao Mundo Perdido do Monte Roraima

Perduram no cimo do Monte Roraima cenários extraterrestres que resistiram a milhões de anos de erosão. Conan Doyle criou, em "O Mundo Perdido", uma ficção inspirada no lugar mas nunca o chegou a pisar.
Walter Peak, Queenstown, Nova Zelandia
Natureza
Nova Zelândia  

Quando Contar Ovelhas Tira o Sono

Há 20 anos, a Nova Zelândia tinha 18 ovinos por cada habitante. Por questões políticas e económicas, a média baixou para metade. Nos antípodas, muitos criadores estão preocupados com o seu futuro.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Tsitsikamma Parque Nacional
Parques Naturais
Garden Route, África do Sul

O Litoral Jardim da África do Sul

Estendida por mais de 200km de costa natural, a Garden Route ziguezagueia por florestas, praias, lagos, desfiladeiros e parques naturais esplendorosos. Percorremo-la de leste para oeste, ao longo dos fundos dramáticos do continente africano.
Arménia Berço Cristianismo, Monte Aratat
Património Mundial UNESCO
Arménia

O Berço do Cristianismo Oficial

Apenas 268 anos após a morte de Jesus, uma nação ter-se-á tornado a primeira a acolher a fé cristã por decreto real. Essa nação preserva, ainda hoje, a sua própria Igreja Apostólica e alguns dos templos cristãos mais antigos do Mundo. Em viagem pelo Cáucaso, visitamo-los nos passos de Gregório o Iluminador, o patriarca que inspira a vida espiritual da Arménia.
Monumento do Heroes Acre, Zimbabwe
Personagens
Harare, Zimbabwe

O Último Estertor do Surreal Mugabué

Em 2015, a primeira-dama do Zimbabué Grace Mugabe afirmou que o presidente, então com 91 anos, governaria até aos 100, numa cadeira-de-rodas especial. Pouco depois, começou a insinuar-se à sua sucessão. Mas, nos últimos dias, os generais precipitaram, por fim, a remoção de Robert Mugabe que substituiram pelo antigo vice-presidente Emmerson Mnangagwa.
A República Dominicana Balnear de Barahona, Balneário Los Patos
Praias
Barahona, República Dominicana

A República Dominicana Balnear de Barahona

Sábado após Sábado, o recanto sudoeste da República Dominicana entra em modo de descompressão. Aos poucos, as suas praias e lagoas sedutoras acolhem uma maré de gente eufórica que se entrega a um peculiar rumbear anfíbio.
Motociclista no desfiladeiro de Sela, Arunachal Pradesh, Índia
Religião
Guwahati a Sela Pass, Índia

Viagem Mundana ao Desfiladeiro Sagrado de Sela

Durante 25 horas, percorremos a NH13, uma das mais elevadas e perigosas estradas indianas. Viajamos da bacia do rio Bramaputra aos Himalaias disputados da província de Arunachal Pradesh. Neste artigo, descrevemos-lhe o trecho até aos 4170 m de altitude do Sela Pass que nos apontou à cidade budista-tibetana de Tawang.
Chepe Express, Ferrovia Chihuahua Al Pacifico
Sobre Carris
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Sociedade
Tongatapu, Tonga

A Última Monarquia da Polinésia

Da Nova Zelândia à Ilha da Páscoa e ao Havai nenhuma outra monarquia resistiu à chegada dos descobridores europeus e da modernidade. Para Tonga, durante várias décadas, o desafio foi resistir à monarquia.
Visitantes nas ruínas de Talisay, ilha de Negros, Filipinas
Vida Quotidiana
Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
Ponte de Ross, Tasmânia, Austrália
Vida Selvagem
À Descoberta de Tassie, Parte 3, Tasmânia, Austrália

Tasmânia de Alto a Baixo

Há muito a vítima predilecta das anedotas australianas, a Tasmânia nunca perdeu o orgulho no jeito aussie mais rude ser. Tassie mantém-se envolta em mistério e misticismo numa espécie de traseiras dos antípodas. Neste artigo, narramos o percurso peculiar de Hobart, a capital instalada no sul improvável da ilha até à costa norte, a virada ao continente australiano.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.