Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes


Niassa visto do Ar III
Vista aérea do litoral do Lago Niassa, noroeste de Moçambique
Ocaso Peculiar II
Ocaso peculiar nos confins do Lago Niassa, Moçambique e Malawo
Patrick e o Embondeiro
Patrick, funcionário do Nkwichi Lodge, na base de um embondeiro
Juventude Enraizada
Jovens na Aldeia Mala, lago Niassa, entre Cobué e o Nkwichi Lodge
Cardeal-do-Capim
Cardeal-do-Capim numa margem do Lago Niassa.
Banho de Espuma Tropical
Nkwichi Lodge, banheira e duche exterior, Moçambique
Partida de Ntxuva
Dois rapazes jogam Ntxuva numa loja e bar da Aldeia Mala
Enseada da Aldeia Mala
Enseada em frente à Aldeia Mala, na margem leste do Lago Niassa
Chefe da Aldeia Mala
Chefe da Aldeia Mala, a sul de Cobué, Moçambique
Um Lago Niassa Rochoso
Secção rochosa do Lago Niassa, junto à Aldeia Mala
Barco da Aldeia Mala
Barco artesanal, ao largo da Aldeia Mala
Niassa visto do Ar
Vista aérea do litoral do Lago Niassa, noroeste de Moçambique
A Caminho
Remadores ao largo da margem do Lago Niassa, próxima à Aldeia Mala
Chefe da Aldeia Mala II
Chefe da Aldeia Mala, a sul de Cobué, Moçambique
Wezi nas Alturas
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Niassa visto do Ar II
Vista aérea do litoral do Lago Niassa, noroeste de Moçambique
Niassa Anfíbio
Retalho anfíbio do lago Niassa, no noroeste de Moçambique
Cobué, Lago Niassa
Cobué vista do lago Niassa
A Igreja de Cobué
Jovem moradora passa em frente da igreja de Cobué
Ocaso Peculiar
Ocaso peculiar nos confins do Lago Niassa.
Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.

A meio da manhã, tal como combinado, Daliso e Wezi ancoram nas águas rasas em frente ao aeroporto de Likoma, na iminência de cabanas e paneiros da comunidade piscatória local.

Wezi, o anfitrião do Nkwichi Lodge, vem ao nosso encontro.

Com ajuda de Daliso, o timoneiro ao seu serviço, passamos as malas para o barco. Os carimbos de saída do Malawi já os tínhamos resolvidos. Era suposto iniciarmos, de imediato, a navegação.

Ditava o parco desenvolvimento do lado moçambicano que Wezi tivesse que se abastecer de uns poucos mantimentos, ainda em Likoma.

Daliso faz-nos avançar ao largo do cerne da ilha e da sua rua de terra batida, principal, pejada de pequenos comércios.

Uma recente e dramática subida das águas fazia com que o lago Malawi a tivesse invadido e inundado vários edifícios, como fez mais para sul, em Nkotakhota, em redor de Liwonde e do PN Liwonde. Também dificultava o desembarque.

Por fim, Wezi consegue-o, num ponto improvisado por Daliso. Contados cinco minutos, reembarca com sacos de café e outros produtos.

Daliso, aponta-nos a Cobué, uma povoação da margem leste do lago.

Cruzamo-lo durante uma hora, embalados por vagas estendidas, próprias de um oceano amainado.

Cobué vista do lago Niassa, Moçambique

Cobué vista do lago Niassa

Escala Burocrática Obrigatória, em Cobué

Vemos a torre sobranceira da igreja de Cobué definir-se, acima de árvores e de telhados mais próximos da costa.

Pouco depois, desembarcamos na povoação, sob o olhar de jovens moradores que mergulham de um pontão semi-afundado.

Barco e passageiros no pontão de Cobué

Barco e passageiros no pontão de Cobué

Wezi guia-nos até à emigração. Encontra-a fechada.

Esperamo-lo à sombra da arcada do edifício, enquanto procura os funcionários.

Passam outros cinco minutos. Aproveitamo-los para espreitar a igreja da povoação.

Jovem moradora passa em frente da igreja de Cobué

Jovem moradora passa em frente da igreja de Cobué

Regressa com dois responsáveis em uniformes militares.

Hermínia saúda-nos e processa os carimbos, tendo em conta a raridade de visitantes, intrigada quanto a de onde vínhamos e com o que por ali fazíamos.

“Ah, vão até ao Nkwichi? Que sorte a vossa. É bonito por lá. Bom, se voltam a Likoma, vemo-nos daqui a uns dias. Divirtam-se.”

Agradecemos os desejos. Despedimo-nos.

Secção rochosa do Lago Niassa, junto à Aldeia Mala

Secção rochosa do Lago Niassa, junto à Aldeia Mala

Cumprimos outra hora de navegação costa abaixo.

Apenas mexida quando, obrigados a contornarmos uma secção salpicada de rochedos anfíbios, ficamos expostos a uma ondulação mais vigorosa.

Ancoragem e Entrada no Recôndito Nkwichi Lodge

Pelas duas e meia da tarde, por fim, Daliso flecte para a enseada protegida que o Nkwichi Lodge usava como ancoradouro.

No interior, a vegetação tropical revelava-se cerrada e sombria. Mal conseguíamos perceber as cabanas e edifícios que compunham o lodge.

Até que Wezi nos convoca para um pequeno périplo.

Por um trilho de selva, leva-nos ao chalé que nos tinham atribuído, o mais espaçoso “Niassa”.

De imediato, encantamo-nos com a criatividade e harmonia orgânica da sua estrutura.

Quase toda erguida em materiais naturais, adaptada aos caprichos do arvoredo em redor, aos dos rochedos e lajes.

Nkwichi Lodge, banheira e duche exterior,

Nkwichi Lodge, banheira e duche exterior, Moçambique

Incluindo um duche e uma banheira exteriores envoltos de uma paliçada que deles pareciam emanar e um espaço de refeições na base de um embondeiro grandioso.

Patrick, funcionário do Nkwichi Lodge, na base de um embondeiro

Patrick, funcionário do Nkwichi Lodge, na base de um embondeiro

Um outro trilho conduz-nos do chalé à praia principal, situada numa enseada ampla.

Mais para dentro da época estival, contava com um areal alvo imenso que condizia com a água translúcida do lago.

Por aquela altura, na ressaca da época das chuvas, com o lago transbordado, boa parte da areia tinha-se sumido.

Cadeiras em praia de seixos, do Nkwichi Lodge

Cadeiras em praia de seixos, do Nkwichi Lodge

Descobria uma camada de seixos polidos que dificultava a entrada no lago, mas, sob uma perspectiva fotográfica, tinha a sua própria beleza.

Almoçamos na praia, sobrevoados em permanência por um casal de águias-pesqueiras guinchantes que defendiam o território e pescavam a refeição da família asada.

Na sequência, cirandamos à descoberta da área do lodge.

Macaco-azul na selva em redor do Nkwichi-Lodge

Macaco-azul na selva em redor do Nkwichi-Lodge

Retém-nos a comunidade local de macacos, entregues a um banquete de marulas, maduras e com um gosto doce que lhes era irresistível.

Às quatro e meia da tarde, reencontramos Wezi.

A Caminhada Inaugural, às Alturas na margem Lago Niassa

Leva-nos numa caminhada às alturas de Nkwichi, a uma crista de relevo destacada da selva.

Com uma vista desafogada sobre a encosta e a margem abaixo, a vastidão do lago e, na lonjura, vislumbres da ilha de Likoma de que tínhamos vindo e da sua vizinha Chizumulu.

Anfitrião Wezi aponta algo na distância

Anfitrião Wezi aponta algo na distância

Acompanhamos o sol a assentar sobre o lado de lá do lago e o Malawi.

Partilhamos vinho e aperitivos. E, em inglês, um pouco mais sobre nós. Wezi confirma-se malawiano.

Os seus pais, que eram de Nkhata Bay, tinham-se separado quando tinha cinco anos.

A mãe mudou-se para Lichinga (Moçambique). O pai, para Inglaterra.

Ele, Wezi, acabou por se juntar ao pai.

Por lá estudou e ganhou a vida, por exemplo, em Bolton, onde trabalhou em pubs.

Vista aérea do litoral do Lago Niassa, noroeste de Moçambique

Vista aérea do litoral do Lago Niassa, noroeste de Moçambique

Só que Wezi sempre sentiu falta da Natureza pura e da vivência tranquila do Malawi e de Moçambique.

Aproveitou a hipótese de trabalhar para o Nkwichi Lodge que, para mais, lhe permitia estar a umas poucas horas de Lichinga.

A Origem Empreendedora do Nkwichi Lodge

O lodge, esse, já existia desde 1994.

Neste ano, os irmãos Patrick e Paul Simkin, que há muito viviam no sul de África, detectaram aquele lugar inexplorado pelo turismo, durante uma expedição de canoagem, numa partilha do lago com os pescadores da região.

Remadores ao largo da margem do Lago Niassa, próxima à Aldeia Mala

Remadores ao largo da margem do Lago Niassa, próxima à Aldeia Mala

No seu dialecto ChiNyanja, os nativos tratavam-no por mchenga nkwichi, literalmente “areias rangentes”

Os areais brancos e desafogados convenceram os irmãos Simkin do potencial incrível da zona a sul de Cobué.

De acordo, fundaram a Manda Wilderness, um projecto englobante que tinha como fim usar os proveitos de um lodge e de outros apoios na melhoria das vidas das pessoas da região.

Moradora da Aldeia Mala amanha peixe.

Moradora da Aldeia Mala amanha peixe.

Esse propósito foi aniquilado pela entrada em cena da pandemia, em 2020.

Um longo revés que levou, inclusive, a que os novos proprietários se decidissem por encerrar o lodge.

Inconformado, Wezi propôs-se ficar à frente de um novo modelo self-catering e simplificado de exploração, dependente de menos funcionários.

Muito graças à sua acção, o Nkwichi lodge continuava a pagar a uma equipa de trabalhadores fixos e colaboradores e a acolher visitantes, como nós, privilegiados por a partir dele desbravarem aqueles confins noroeste de Moçambique.

Se a comunidade local já passou por dias melhores sob a égide da proactiva Manda Wilderness, devemos sublinhar que o histórico da região é, sobretudo, de agrura, deslocamento e desintegração.

O Passado Bélico Conturbado da Região

Recuemos até ao cenário da Guerra de Independência de Moçambique.

Em 25 de Setembro de 1964, aquela mesma Cobué foi um dos palcos dos dois primeiros ataques da FRELIMO às forças portuguesas.

A guerra alastrou-se.

Intensificou-se nas margens do lago e no interior do Niassa, junto com Cabo Delgado, uma das províncias em que, devido viabilidade de retirada para a Tanzânia, a FRELIMO controlou as zonas de selva e rurais e em que os ataques de guerrilha se tornaram mais frequentes.

Vista aérea do litoral do Lago Niassa, noroeste de Moçambique

Vista aérea do litoral do Lago Niassa, noroeste de Moçambique

Ameaçados pelo conflito, muitos dos nativos viram-se obrigados a cruzar o lago, a refugiar-se no Malawi.

Encontramos vários deles ainda a viverem em Likoma, a esquecerem, aos poucos, a língua portuguesa.

Em 1975, Moçambique proclamou a independência.

Apenas dois anos depois, deflagrou a Guerra Civil Moçambicana. E mesmo se só chegou ao Niassa, em 1983, o seu alastrar na província voltou a travar o regresso dos refugiados da Guerra da Independência.

Como testemunhámos repetidas vezes, este longo e aturado imbróglio político-militar acabou por contribuir para o convívio e união de famílias malawianas com moçambicanas.

Jovens na Aldeia Mala, lago Niassa, entre Cobué e o Nkwichi Lodge

Jovens na Aldeia Mala, lago Niassa, entre Cobué e o Nkwichi Lodge

Amiúde, entre pessoas das mesmas etnias e que já antes partilhavam os mesmos dialectos africanos.

Uma Segunda Caminhada, de Visita à Aldeia Mala

Na manhã seguinte, re-energizados por um pequeno-almoço ao sabor das vagas, voltamos a seguir os passos do anfitrião.

Por um trilho que alternava entre selva, savana e praia chegamos à Mala, uma aldeia de pescadores instalada em redor da península, a partir da qual se disseminavam os rochedos que, na viagem de Cobué, nos tinham forçado a afastarmo-nos da costa.

Barco artesanal, ao largo da Aldeia Mala, Moçambique

Também Mala possuia os seus areais alvos, desafogados e bem mais intactos que os do lodge.

Como o víamos, mesmo se entregue a um modo de vida elementar, sustentado pela pesca, umas poucas plantações e criações de animais domésticos, Mala revelava-se, numa vertente natural e paisagística, uma espécie de Éden lacustre com que não contávamos.

Dois rapazes jogam Ntxuva numa loja e bar da Aldeia Mala

Dois rapazes jogam Ntxuva numa loja e bar da Aldeia Mala

Numa sua mercearia, dois miúdos sorridentes jogavam Ntxuva sobre um tabuleiro rústico.

Adiante, Wezi apresenta-nos ao chefe da aldeia, que interrompe uma reparação de redes de pesca para nos dar as boas-vindas.

Chefe da Aldeia Mala, a sul de Cobué, Moçambique

Chefe da Aldeia Mala, a sul de Cobué, Moçambique

Logo lado, dois jovens irmãos tagarelam em redor de um almoço, dependente do amanho de peixes a que uma jovem mulher se dedica. Acolhem-nos com o mesmo sorriso aberto e feliz do chefe.

Entre eles, falam o dialecto local. Connosco, os dois rapazes falavam português.

A moça, essa, nativa do Malawi, noiva do irmão moçambicano mais velho, só o conseguia em inglês.

Esta confusão de Babel, a que se junta a das fotos que pedimos para lhes tirarmos, gera trapalhadas e risadas que transformamos num surto de boa-disposição.

Até que Wezi nos sensibiliza para o regresso.

Inauguramo-lo por um trilho distinto que, a espaços, trocamos pela beira-lago ensopada. O cicerone informa-nos de uma escala.

Retalho anfíbio do lago Niassa, no noroeste de Moçambique

Retalho anfíbio do lago Niassa, no noroeste de Moçambique

Quando nos detemos, Patrick, Daliso e outros funcionários do lodge ultimam um almoço memorável, sob um embondeiro gigantesco, com interior obviamente oco que abrigava centenas de morcegos.

Um Lago Niassa Agitado e Exuberante

O fim da tarde traz nuvens e uma ventania que conferem ao Nkwichi Lodge um dramatismo destoante. Apesar das vagas vigorosas, fazemo-nos ao lago.

De máscaras e tubos de snorkeling, apostados em apreciarmos os peixes coloridos que se refugiavam da comoção lacustre entre as rochas.

No seguimento da longa caminhada do dia, essa missão deixa-nos derreados. à falta de mais garrido nos peixes, surpreende-nos um ocaso peculiar, com uma faixa estreita de céu, oprimida entre o lago e a mancha de nuvens.

O mergulho solar propagava tons quentes reflectidos na enseada que nos servira de porto.

Nessa noite, para variar, temos fogueira na praia sem o habitual tecto de estrelas.

Fogueira na Praia do Nkwichi Lodge, Moçambbique

A aurora livra-nos das nuvens e do vento. Concede-nos um retorno solarengo e prazeroso a Likoma.

Uma vez mais, validado, em Cobué, pelos carimbos obrigatórios da moçambicana Hermínia.

Ocaso peculiar nos confins do Lago Niassa, Moçambique e Malawo

Ocaso peculiar nos confins do Lago Niassa, Moçambique e Malawo

 

Como Ir

Voe de Lisboa para Maputo, com a TAPflytap.com por a partir de 800€ ida-e-volta. Voe com a LAM para Lichinga. O Nkiwchi Lodge  encarregar-se-á de organizar a viagem de Lichinga até ao lodge.

Onde Ficar:

Nkwichi Lodge: nkwichi.com

Email: [email protected]

Telf. : +254 72 254 0733

Ilha Ibo, Moçambique

Ilha de um Moçambique Ido

Foi fortificada, em 1791, pelos portugueses que expulsaram os árabes das Quirimbas e se apoderaram das suas rotas comerciais. Tornou-se o 2º entreposto português da costa oriental de África e, mais tarde, a capital da província de Cabo Delgado, Moçambique. Com o fim do tráfico de escravos na viragem para o século XX e a passagem da capital para Porto Amélia, a ilha Ibo viu-se no fascinante remanso em que se encontra.
Bazaruto, Moçambique

A Miragem Invertida de Moçambique

A apenas 30km da costa leste africana, um erg improvável mas imponente desponta do mar translúcido. Bazaruto abriga paisagens e gentes que há muito vivem à parte. Quem desembarca nesta ilha arenosa exuberante depressa se vê numa tempestade de espanto.
Ilha de Moçambique, Moçambique  

A Ilha de Ali Musa Bin Bique. Perdão, de Moçambique

Com a chegada de Vasco da Gama ao extremo sudeste de África, os portugueses tomaram uma ilha antes governada por um emir árabe a quem acabaram por adulterar o nome. O emir perdeu o território e o cargo. Moçambique - o nome moldado - perdura na ilha resplandecente em que tudo começou e também baptizou a nação que a colonização lusa acabou por formar.
PN Gorongosa, Moçambique

O Coração da Vida Selvagem de Moçambique dá Sinais de Vida

A Gorongosa abrigava um dos mais exuberantes ecossistemas de África mas, de 1980 a 1992, sucumbiu à Guerra Civil travada entre a FRELIMO e a RENAMO. Greg Carr, o inventor milionário do Voice Mail recebeu a mensagem do embaixador moçambicano na ONU a desafiá-lo a apoiar Moçambique. Para bem do país e da humanidade, Carr comprometeu-se a ressuscitar o parque nacional deslumbrante que o governo colonial português lá criara.
Enxame, Moçambique

Área de Serviço à Moda Moçambicana

Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
Ilha do Ibo a Ilha QuirimbaMoçambique

Ibo a Quirimba ao Sabor da Maré

Há séculos que os nativos viajam mangal adentro e afora entre a ilha do Ibo e a de Quirimba, no tempo que lhes concede a ida-e-volta avassaladora do oceano Índico. À descoberta da região, intrigados pela excentricidade do percurso, seguimos-lhe os passos anfíbios.
Pemba, Moçambique

De Porto Amélia ao Porto de Abrigo de Moçambique

Em Julho de 2017, visitámos Pemba. Dois meses depois, deu-se o primeiro ataque a Mocímboa da Praia. Nem então nos atrevemos a imaginar que a capital tropical e solarenga de Cabo Delgado se tornaria a salvação de milhares de moçambicanos em fuga de um jihadismo aterrorizador.
Ilha de Goa, Ilha de Moçambique, Moçambique

A Ilha que Ilumina a de Moçambique

A pequena ilha de Goa sustenta um farol já secular à entrada da Baía de Mossuril. A sua torre listada sinaliza a primeira escala de um périplo de dhow deslumbrante em redor da velha Ilha de Moçambique.

Machangulo, Moçambique

A Península Dourada de Machangulo

A determinada altura, um braço de mar divide a longa faixa arenosa e repleta de dunas hiperbólicas que delimita a Baía de Maputo. Machangulo, assim se denomina a secção inferior, abriga um dos litorais mais grandiosos de Moçambique.
Vilankulos, Moçambique

Índico vem, Índico Vai

A porta de entrada para o arquipélago de Bazaruto de todos os sonhos, Vilankulos tem os seus próprios encantos. A começar pela linha de costa elevada face ao leito do Canal de Moçambique que, a proveito da comunidade piscatória local, as marés ora inundam, ora descobrem.
Parque Nacional de Maputo, Moçambique

O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
Tofo, Moçambique

Entre o Tofo e o Tofinho por um Litoral em Crescendo

Os 22km entre a cidade de Inhambane e a costa revelam-nos uma imensidão de manguezais e coqueirais, aqui e ali, salpicados de cubatas. A chegada ao Tofo, um cordão de dunas acima de um oceano Índico sedutor e uma povoação humilde em que o modo de vida local há muito se ajusta para acolher vagas de forasteiros deslumbrados.
Inhambane, Moçambique

A Capital Vigente de uma Terra de Boa Gente

Ficou para a história que um acolhimento generoso assim fez Vasco da Gama elogiar a região. De 1731 em diante, os portugueses desenvolveram Inhambane, até 1975, ano em que a legaram aos moçambicanos. A cidade mantém-se o cerne urbano e histórico de uma das províncias mais reverenciadas de Moçambique.
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Gurué, Moçambique, Parte 2

Em Gurué, entre Encostas de Chá

Após um reconhecimento inicial de Gurué, chega a hora do chá em redor. Em dias sucessivos, partimos do centro da cidade à descoberta das plantações nos sopés e vertentes dos montes Namuli. Menos vastas que até à independência de Moçambique e à debandada dos portugueses, adornam alguns dos cenários mais grandiosos da Zambézia.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Esteros del Iberá, Pantanal Argentina, Jacaré
Safari
Esteros del Iberá, Argentina

O Pantanal das Pampas

No mapa mundo, para sul do famoso pantanal brasileiro, surge uma região alagada pouco conhecida mas quase tão vasta e rica em biodiversidade. A expressão guarani Y berá define-a como “águas brilhantes”. O adjectivo ajusta-se a mais que à sua forte luminância.
Fieis acendem velas, templo da Gruta de Milarepa, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
Gravuras, Templo Karnak, Luxor, Egipto
Arquitectura & Design
Luxor, Egipto

De Luxor a Tebas: viagem ao Antigo Egipto

Tebas foi erguida como a nova capital suprema do Império Egípcio, o assento de Amon, o Deus dos Deuses. A moderna Luxor herdou o Templo de Karnak e a sua sumptuosidade. Entre uma e a outra fluem o Nilo sagrado e milénios de história deslumbrante.
Barcos sobre o gelo, ilha de Hailuoto, Finlândia
Aventura
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
Salto para a frente, Naghol de Pentecostes, Bungee Jumping, Vanuatu
Cerimónias e Festividades
Pentecostes, Vanuatu

Naghol de Pentecostes: Bungee Jumping para Homens a Sério

Em 1995, o povo de Pentecostes ameaçou processar as empresas de desportos radicais por lhes terem roubado o ritual Naghol. Em termos de audácia, a imitação elástica fica muito aquém do original.
Kremlin de Rostov Veliky, Rússia
Cidades
Rostov Veliky, Rússia

Sob as Cúpulas da Alma Russa

É uma das mais antigas e importantes cidades medievais, fundada durante as origens ainda pagãs da nação dos czares. No fim do século XV, incorporada no Grande Ducado de Moscovo, tornou-se um centro imponente da religiosidade ortodoxa. Hoje, só o esplendor do kremlin moscovita suplanta o da cidadela da tranquila e pitoresca Rostov Veliky.
Máquinas Bebidas, Japão
Comida
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
Djerbahood, Erriadh, Djerba, Espelho
Cultura
Erriadh, Djerba, Tunísia

Uma Aldeia Feita Galeria de Arte Fugaz

Em 2014, uma povoação djerbiana milenar acolheu 250 pinturas murais realizadas por 150 artistas de 34 países. As paredes de cal, o sol intenso e os ventos carregados de areia do Saara erodem as obras de arte. A metamorfose de Erriadh em Djerbahood renova-se e continua a deslumbrar.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Desporto
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Iguana em Tulum, Quintana Roo, México
Em Viagem
Iucatão, México

A Lei de Murphy Sideral que Condenou os Dinossauros

Cientistas que estudam a cratera provocada pelo impacto de um meteorito há 66 milhões de anos chegaram a uma conclusão arrebatadora: deu-se exatamente sobre uma secção dos 13% da superfície terrestre suscetíveis a tal devastação. Trata-se de uma zona limiar da península mexicana de Iucatão que um capricho da evolução das espécies nos permitiu visitar.
Encontro das águas, Manaus, Amazonas, Brasil
Étnico
Manaus, Brasil

Ao Encontro do Encontro das Águas

O fenómeno não é único mas, em Manaus, reveste-se de uma beleza e solenidade especial. A determinada altura, os rios Negro e Solimões convergem num mesmo leito do Amazonas mas, em vez de logo se misturarem, ambos os caudais prosseguem lado a lado. Enquanto exploramos estas partes da Amazónia, testemunhamos o insólito confronto do Encontro das Águas.
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

A Vida Lá Fora

aggie grey, Samoa, pacífico do Sul, Marlon Brando Fale
História
Apia, Samoa Ocidental

A Anfitriã do Pacífico do Sul

Vendeu burgers aos GI’s na 2ª Guerra Mundial e abriu um hotel que recebeu Marlon Brando e Gary Cooper. Aggie Grey faleceu em 1988 mas o seu legado de acolhimento perdura no Pacífico do Sul.
Christiansted, Saint Croix, Ilhas Virgens Americanas, Steeple Building
Ilhas
Christiansted, St. Croix, Ilhas Virgens Americanas

Nos Fundos das Antilhas Afro-Dinamarquesas-Americanas

Em 1733, a Dinamarca comprou a ilha de Saint Croix à França, anexou-a às suas Índias Ocidentais em que, com base em Christiansted, lucrou com o trabalho de escravos trazidos da Costa do Ouro. A abolição da escravatura tornou as colónias inviáveis. E uma pechincha histórico-tropical que os Estados Unidos preservam.
lago ala juumajarvi, parque nacional oulanka, finlandia
Inverno Branco
Kuusamo ao PN Oulanka, Finlândia

Sob o Encanto Gélido do Árctico

Estamos a 66º Norte e às portas da Lapónia. Por estes lados, a paisagem branca é de todos e de ninguém como as árvores cobertas de neve, o frio atroz e a noite sem fim.
Almada Negreiros, Roça Saudade, São Tomé
Literatura
Saudade, São Tomé, São Tomé e Príncipe

Almada Negreiros: da Saudade à Eternidade

Almada Negreiros nasceu, em Abril de 1893, numa roça do interior de São Tomé. À descoberta das suas origens, estimamos que a exuberância luxuriante em que começou a crescer lhe tenha oxigenado a profícua criatividade.
Glaciar Mendenhall, Alasca, Juneau
Natureza
Glaciar Mendenhall, Juneau, Alasca

O Glaciar por detrás de Juneau

Os nativos Tlingit denominavam assim este que é um dos mais de 140 glaciares do campo de gelo de Juneau. Mais conhecido por Mendenhall, nos últimos três séculos, o aquecimento global fez a sua distância para a capital diminuta do Alasca aumentar mais de quatro quilómetros.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Fortaleza de Massada, Israel
Parques Naturais
Massada, Israel

Massada: a Derradeira Fortaleza Judaica

Em 73 d.C, após meses de cerco, uma legião romana constatou que os resistentes no topo de Massada se tinham suicidado. De novo judaica, esta fortaleza é agora o símbolo supremo da determinação sionista
ilha de Praslin, cocos do mar, Seychelles, Enseada do Éden
Património Mundial UNESCO

Praslin, Seychelles

 

O Éden dos Enigmáticos Cocos-do-Mar

Durante séculos, os marinheiros árabes e europeus acreditaram que a maior semente do mundo, que encontravam nos litorais do Índico com forma de quadris voluptuosos de mulher, provinha de uma árvore mítica no fundo dos oceanos.  A ilha sensual que sempre os gerou deixou-nos extasiados.
Visitantes da casa de Ernest Hemingway, Key West, Florida, Estados Unidos
Personagens
Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
Varela Guiné Bissau, praia de Nhiquim
Praias
Varela, Guiné Bissau

Praia, derradeiro Litoral, até à Fronteira com o Senegal

Algo remota, de acesso desafiante, a aldeia pacata e piscatória de Varela compensa quem a alcança com a afabilidade da sua gente e com um dos litorais deslumbrantes, mas em risco, da Guiné Bissau.
Braga ou Braka ou Brakra, no Nepal
Religião
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
A Toy Train story
Sobre Carris
Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
Erika Mae
Sociedade
Filipinas

Os Donos da Estrada Filipina

Com o fim da 2ª Guerra Mundial, os filipinos transformaram milhares de jipes norte-americanos abandonados e criaram o sistema de transporte nacional. Hoje, os exuberantes jeepneys estão para as curvas.
Mulheres com cabelos longos de Huang Luo, Guangxi, China
Vida Quotidiana
Longsheng, China

Huang Luo: a Aldeia Chinesa dos Cabelos mais Longos

Numa região multiétnica coberta de arrozais socalcados, as mulheres de Huang Luo renderam-se a uma mesma obsessão capilar. Deixam crescer os cabelos mais longos do mundo, anos a fio, até um comprimento médio de 170 a 200 cm. Por estranho que pareça, para os manterem belos e lustrosos, usam apenas água e arrôz.
Cabo da Cruz, colónia focas, cape cross focas, Namíbia
Vida Selvagem
Cape Cross, Namíbia

A Mais Tumultuosa das Colónias Africanas

Diogo Cão desembarcou neste cabo de África em 1486, instalou um padrão e fez meia-volta. O litoral imediato a norte e a sul, foi alemão, sul-africano e, por fim, namibiano. Indiferente às sucessivas transferências de nacionalidade, uma das maiores colónias de focas do mundo manteve ali o seu domínio e anima-o com latidos marinhos ensurdecedores e intermináveis embirrações.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.