Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal


Verificação da correspondência
Tiina Takala filtra correio chegado de várias partes do mundo.
De olho em Gaia
Pai Natal segura um enorme livro sobre a Terra.
Lapónia Invernal
Paisagem gelada em redor de Rovaniemi e sobre o Círculo Polar Árctico.
Elfa suomi
Riitta Mattila, uma das elfas funcionárias da estação de correios da Santa Claus Village.
Entrada do Santa
Placas na porta que dá aceso aos aposentos do Pai Natal.
A postos
Pai Natal aguarda a abertura das portas da Santa Claus Village e a entrada de visitantes.
Coníferas nevadas
Crepúsculo instala-se sobre uma floresta carregada de neve, numa encosta de Ounasvaara.
Apresentações
Elfa Tiina Takala conversa com um grupo de sul-coreanos que ganharam um concurso e estavam a começar a trabalhar na estação de correios.
Estatística natalícia
Visitante asiática analisa um quadro que expõe o número de cartas recebidas por país.
Elfo sob o olhar de Elvis
Konstatin Trautwein, um alemão de origem cazaque trabalha a inserir moradas numa base de dados entre prendas enviadas ao Pai Natal.
Natal Lusófono
Caixote onde são guardadas as cartas recebidas por Portugal e Brasil.
Conferência Elfa
Três das elfas empregadas na estação de correios da Santa Claus Village.
Arquivo de cartas
Pequeno Pai Natal empoleirado num armário repleto de cartas recebidas pela estação de correios.
Elfos asiáticos
Grupo de sul-coreanos recém-recrutados para colaborar na estação de correios da aldeia.
Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.

A ilusão dura o que dura. No nosso caso, durou pouco. Pai Natal, Santa Claus, Papai Noel… chamemos-lhe o que quisermos, a partir de certa idade o melhor que dele esperamos é o familiar vitimizado, possivelmente já meio ébrio, a distribuir as prendas em sobreaquecimento, quase soterrado de papéis de embrulho.

Nunca nos passou pela cabeça, darmos uma nova oportunidade à polémica figura mitológica mas, de tanto errarmos pela Terra, assim veio a suceder.

Os Confins no Tempo do Pai Natal e a Residência Árctica na Lapónia

Em termos históricos, o Pai Natal envelheceu sobre tradições seculares em redor de diversas figuras e personagens: São Nicolas de Myra (hoje, Demre, Anatólia), um bispo grego do século IV e seus derivados como o Sinterklaas holandês; o Father Christmas criado no período vitoriano britânico; o Christkind germânico e várias outras que se ramificaram e particularizaram de região para região.

De todas e de mais alguma, emergiu e sobrepôs-se no imaginário mundial o idoso anafado, com longa barba branca, trajes vermelhos. Essa espécie de deus pagão é supostamente oriundo do cimo gelado da Terra, diz-se que dos confins da Lapónia.

Paisagem gelada em redor de Rovaniemi e sobre o Círculo Polar Árctico.

Ali, com o auxílio de uma equipa de elfos e de uma pequena manada de renas, dedica-se a recompensar as crianças bem-comportadas com os presentes por que anseiam.

Excepção feita aos miúdos mais novos, acredita quem quer acreditar. As autoridades de Rovaniemi, no coração finlandês dessa mesma Lapónia não hesitaram. Oficializaram a residência real do Pai Natal, a poucos quilómetros do centro da cidade.

A Visita Controversa mas Recompensadora à Casa do Pai Natal

Já vinha de Lisboa mas a contenda prolongou-se naquelas terras geladas. Discordávamos quanto à relevância da sua celebração. Debatemos e voltamos a debater a necessidade e a oportunidade de o conhecermos e à sua pretensa aldeia.

Como em quase todas as contendas conjugais, trocam-se ideias até à exaustão e o equivocadamente chamado sexo fraco acaba por levar a sua vontade por diante.

Assim sendo, às oito da manhã do dia seguinte, percorremos 8 km para nordeste para chegamos à latitude do Napapiri (Círculo Polar Árctico).

Passamos por debaixo do portal que assinala o paralelo e procuramos por alguém. Encontramos duas jovens funcionárias no exterior do complexo natalício: “Ah, são imprensa? Bom, o Pai Natal está agora com uma equipa de TV de Taiwan e já falta pouco para o público chegar. Não vão ter muito tempo mas a ver se ainda vos conseguimos dez minutos!”

Placas na porta que dá aceso aos aposentos do Pai Natal

Abrem-nos as enormes portas e deixamos os casacos num bengaleiro. Entramos no escritório do chefe quando os taiwaneses o deixam ainda em êxtase pelo encontro.

No interior de madeira de faia, confrontamo-nos com a aparição esperada do inexplicado progenitor bonacheirão, sob um gorro vermelho, de meias grossas às riscas e pantufas de bico dobrado, feitas de pele de rena.

A figura – mais de bisavô que paterna – surge-nos num cadeirão colocado sobre um tapete felpudo.

Pai Natal aguarda a abertura das portas da Santa Claus Village e a entrada de visitantes.

Faz questão de se informar de onde somos e prolonga algum diálogo de boas-vindas. Mas, do exterior, comunicam-lhe que outras pessoas já esperam. Estimamos a provável ansiedade destes visitantes e concordamos em atalhar a visita.

Ainda fotografamos o anfitrião nas suas poses preferidas.

O Inesperado Peso Comercial da Casa do Pai Natal

Por fim, já que ali estávamos, rogamos a uma das suas auxiliares que nos fotografe com ele. O favor é recusado. Dizem-nos que só o podem fazer com as máquinas fotográficas da casa, algo que nos desagrada mas que acedemos.

À saída, perguntamos pelas imagens. São-nos pedidos 25 euros, já com desconto especial para jornalistas. Num ápice, perdemos grande parte da fé que nos esforçávamos para reter na sanidade do espírito natalício de Rovaniemi.

O táxi de regresso estava reservado para daí a uma hora. Com tempo de sobra, decidimos espreitar o Posto dos Correios da aldeia, até porque precisávamos de selos.

A Azáfama Internacional das Estação dos Correios do Pai Natal

Lá dentro, uma lareira gera uma atmosfera acolhedora. Eu sento-me junto ao fogo, letárgico e, acima de tudo, duvidoso da experiência. Limito-me a observar a actividade frenética da estação e, em particular, dos seus funcionários que dialogam com um grupo de forasteiros asiáticos.

A Sara decide ignorar-me e explorar por sua conta.

Ora, como é sabido, os trabalhadores da Aldeia do Pai Natal são elfos. Um deles aborda-a e pergunta se precisamos de ajuda. Conversa puxa conversa, a Sara descobre muito mais sobre a misteriosa criatura e os seus congéneres, tudo contado na primeira pessoa e em português.

Verificação da correspondência

Tiina Takala filtra correio chegado de várias partes do mundo.

Incentivada pelo magnetismo da abordagem, aproveita uma curta pausa no diálogo para me resgatar do amuo. Fá-lo com sucesso. Momentos depois, estávamos os dois numa tagarelice despegada com o elfo e… quem diria … em português.

Um Elfo Lapão, que Nos Fala em Português

Tiina Takala, a entidade humana do duende, é finlandesa, de Rovaniemi. Mas sempre teve paixão pela nossa língua e inscreveu-se num intercâmbio com uma instituição de ensino brasileira.

“É isso mesmo. Vejam bem que fui parar a Mato Grosso. Passei lá um ano, de 2003 a 2004. É por isso que tenho o sotaque brasileiro. Fiz muitos amigos e volto de vez em quando. A Portugal ainda não fui. Gostava muito. Vou qualquer dia”.

Tiina faz questão de nos mostrar a estação de correios especial em que trabalhava e explicar o seu funcionamento. Começa por nos levar à torre de distribuição, onde são processadas e guardadas as cartas e os presentes enviados pelas pessoas, no sentido inverso, ao Pai Natal.

Pequeno Pai Natal empoleirado num armário repleto de cartas recebidas pela estação de correios.

E os Restante Elfos do Pai Natal

No topo da escadaria conhecemos Konstatin Trautwein, um seu colega elfo meio cazaque meio alemão que ali trabalhava há oito meses. Konstatin fala cazaque, russo, alemão e inglês e está a aprender finlandês.

Tal como Tiina, é considerado um funcionário ideal por dominar várias línguas.

Naquele momento, inseria a informação das pessoas que tinham escrito ao Pai Natal numa base de dados, entre caixotes de cartas e as inúmeras prendas enviadas ao Pai Natal de que se destacava uma pintura garrida de Elvis Presley nos seus anos mais glamorosos.

Konstatin Trautwein, um alemão de origem cazaque trabalha a inserir moradas numa base de dados entre prendas enviadas ao Pai Natal.

Regressamos ao piso térreo. Tiina apresenta-nos Riitta Mattila. Além do finlandês, este outro elfo suomi fala alemão, francês e italiano.

Estava quase a completar um mestrado em literatura finlandesa com tese sobre como os adultos finlandeses viam o Pai Natal.

Ficamos ao seu cuidado. Riita adianta que os adolescentes asiáticos com quem antes estava reunida tinham ganho um concurso estilo “Trabalho de Sonho” da Coreia do Sul. Era suposto ajudarem na estação cinco dias e dedicarem outros cinco a explorar a Lapónia, com tudo pago.

Elfa Tiina Takala conversa com um grupo de sul-coreanos que ganharam um concurso e estavam a começar a trabalhar na estação de correios.

Os jovens coreanos apresentavam-se ao serviço naquela precisa manhã e ela explicava-lhes os procedimentos. Mesmo assim, encontrou tempo para nos contar uma série de curiosidades: “bom, para mim, o mais interessante e fascinante é que nós recebemos todos os anos cem a duzentas cartas de adultos para o Pai Natal.

Eu analiso-as e tiro conclusões. Encontro sempre mensagens comoventes. Algumas destas pessoas são solitárias ou pedem-lhe ajuda para encontrar o amor da sua vida. Outras, fazem promessas.

Natal Lusófono

Caixote onde são guardadas as cartas recebidas por Portugal e Brasil.

Os Desejos de Prendas Sortidos com que os Elfos se Deparam

Outras ainda são pragmáticas: pedem casas ou carros sem qualquer cerimónia. Recebemos correspondência de todos os países do mundo, excepto oito. Um deles é a Coreia do Norte. Creio que os restantes são africanos.”

O último dos elfos com que convivemos é catalão e tem a sua própria história, bem mais trágico-cómica que as das colegas. À medida que a conta, em castelhano, vemos nela uma personagem de um qualquer novo filme de Almodovar.“Pois, eu vim cá, apaixonei-me pela Lapónia e como Espanha estava uma completa miséria, decidi ficar.

Os primeiros tempos foram duros. Fui à ruína a pagar as estadias tão caras e os autocarros. Nessa altura, quase só comia batatas. Demorou mas lá consegui o primeiro emprego, como guia espanhola no Artikum Museum. Mas só me pagavam ao serviço e os visitantes espanhóis nunca queriam guia.

Mais tarde, lembrei-me de pedir trabalho ao Pai Natal. Entreguei o CV aqui na estação. Passados seis meses chamaram-me. Trabalho cá desde então.”

Entretanto o táxi aparece. Despedimo-nos de todos os elfos e voltamos a cruzar o Círculo Polar Árctico em direcção ao centro. Nessa noite, estava previsto céu limpo. Reassumimos o programa de avistamento de auroras boreais.

Coníferas nevadas, Ounasvaara, Rovaniemi, Finlandia

Crepúsculo instala-se sobre uma floresta carregada de neve, numa encosta de Ounasvaara

Hoje, Tiina Takala é nossa amiga e não só de Facebook. Com a evolução das comunicações digitais, a nossa caixa de correio serve cada vez de menos. Uma das excepções são os postais que ela nos envia sempre que viaja.

Complementamo-los a apreciar as fotos que publica nas redes sociais. Algumas são tão surpreendentes como hilariantes. Tiina leva muito a sério o seu papel. Leva-o consigo para todo o lado. Há uns dias deliciou-nos com um post realmente encantador.

Surge vestida de elfo a tirar notas com uma pena vermelha, meio escondida sob coqueiros e entre as famosas rochas graníticas das Seicheles.

Em inglês, o post ditava: “faltam apenas 30 dias para o Natal”.

Kemi, Finlândia

Não é Nenhum "Barco do Amor". Quebra Gelo desde 1961

Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.
Lapónia, Finlândia

Em Busca da Raposa de Fogo

São exclusivas dos píncaros da Terra as auroras boreais ou austrais, fenómenos de luz gerados por explosões solares. Os nativos Sami da Lapónia acreditavam tratar-se de uma raposa ardente que espalhava brilhos no céu. Sejam o que forem, nem os quase 30º abaixo de zero que se faziam sentir no extremo norte da Finlândia nos demoveram de as admirar.
Ilha Hailuoto, Finlândia

À Pesca do Verdadeiro Peixe Fresco

Abrigados de pressões sociais indesejadas, os ilhéus de Hailuoto sabem sustentar-se. Sob o mar gelado de Bótnia capturam ingredientes preciosos para os restaurantes de Oulu, na Finlândia continental.
Espectáculos

O Mundo em Cena

Um pouco por todo o Mundo, cada nação, região ou povoação e até bairro tem a sua cultura. Em viagem, nada é mais recompensador do que admirar, ao vivo e in loco, o que as torna únicas.
Kuusamo ao PN Oulanka, Finlândia

Sob o Encanto Gélido do Árctico

Estamos a 66º Norte e às portas da Lapónia. Por estes lados, a paisagem branca é de todos e de ninguém como as árvores cobertas de neve, o frio atroz e a noite sem fim.
Inari, Finlândia

Os Guardiães da Europa Boreal

Há muito discriminado pelos colonos escandinavos, finlandeses e russos, o povo Sami recupera a sua autonomia e orgulha-se da sua nacionalidade.
Saariselka, Finlândia

O Delicioso Calor do Árctico

Diz-se que os finlandeses criaram os SMS para não terem que falar. O imaginário dos nórdicos frios perde-se na névoa das suas amadas saunas, verdadeiras sessões de terapia física e social.
Michaelmas Cay, Austrália

A Milhas do Natal (parte I)

Na Austrália, vivemos o mais incaracterístico dos 24os de Dezembro. Zarpamos para o Mar de Coral e desembarcamos num ilhéu idílico que partilhamos com gaivinas-de-bico-laranja e outras aves.
Inari, Finlândia

O Parlamento Babel da Nação Sami

A Nação sami integra quatro países, que ingerem nas vidas dos seus povos. No parlamento de Inari, em vários dialectos, os sami governam-se como podem.
Helsínquia, Finlândia

Uma Via Crucis Frígido-Erudita

Chegada a Semana Santa, Helsínquia exibe a sua crença. Apesar do frio de congelar, actores pouco vestidos protagonizam uma re-encenação sofisticada da Via Crucis por ruas repletas de espectadores.
Helsínquia, Finlândia

A Páscoa Pagã de Seurasaari

Em Helsínquia, o sábado santo também se celebra de uma forma gentia. Centenas de famílias reúnem-se numa ilha ao largo, em redor de fogueiras acesas para afugentar espíritos maléficos, bruxas e trolls
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Helsínquia, Finlândia

O Design que Veio do Frio

Com boa parte do território acima do Círculo Polar Árctico, os finlandeses respondem ao clima com soluções eficientes e uma obsessão pela arte, pela estética e pelo modernismo inspirada na vizinha Escandinávia.
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Helsínquia, Finlândia

A Fortaleza em Tempos Sueca da Finlândia

Destacada num pequeno arquipélago à entrada de Helsínquia, Suomenlinna foi erguida por desígnios político-militares do reino sueco. Durante mais de um século, a Rússia deteve-a. Desde 1917, que o povo suómi a venera como o bastião histórico da sua espinhosa independência.
Porvoo, Finlândia

Uma Finlândia Medieval e Invernal

Uma das povoações anciãs da nação suómi, no início do século XIV, Porvoo era um entreposto ribeirinho atarefado e a sua terceira cidade. Com o tempo, Porvoo perdeu a importância comercial. Em troca, tornou-se um dos redutos históricos venerados da Finlândia.  
Oulu, Finlândia

Oulu: uma Ode ao Inverno

Situada no cimo nordeste do Golfo de Bótnia, Oulu é uma das cidades mais antigas da Finlândia e a sua capital setentrional. A meros 220km do Círculo Polar Árctico, até nos meses mais frígidos concede uma vida ao ar livre prodigiosa.
Helsínquia, Finlândia

A Filha Suomi do Báltico

Várias cidades cresceram, emanciparam-se e prosperaram à beira deste mar interior do Norte. Helsínquia lá se destacou como a capital monumental da jovem nação finlandesa.
Kemi, Finlândia

Uma Finlândia Pouco Convencional

As próprias autoridades definem Kemi como ”uma pequena cidade ligeiramente aloucada do norte finlandês”. Quando a visitamos, damos connosco numa Lapónia inconformada com os modos tradicionais da região.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Hipopótamo move-se na imensidão alagada da Planície dos Elefantes.
Safari
Parque Nacional de Maputo, Moçambique

O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
Thorong La, Circuito Annapurna, Nepal, foto para a posteridade
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 13º - High Camp a Thorong La a Muktinath, Nepal

No Auge do Circuito dos Annapurnas

Aos 5416m de altitude, o desfiladeiro de Thorong La é o grande desafio e o principal causador de ansiedade do itinerário. Depois de, em Outubro de 2014, ter vitimado 29 montanhistas, cruzá-lo em segurança gera um alívio digno de dupla celebração.
Competição do Alaskan Lumberjack Show, Ketchikan, Alasca, EUA
Arquitectura & Design
Ketchikan, Alasca

Aqui Começa o Alasca

A realidade passa despercebida a boa parte do mundo, mas existem dois Alascas. Em termos urbanos, o estado é inaugurado no sul do seu oculto cabo de frigideira, uma faixa de terra separada dos restantes E.U.A. pelo litoral oeste do Canadá. Ketchikan, é a mais meridional das cidades alasquenses, a sua Capital da Chuva e a Capital Mundial do Salmão.
Salto Angel, Rio que cai do ceu, Angel Falls, PN Canaima, Venezuela
Aventura
PN Canaima, Venezuela

Kerepakupai, Salto Angel: O Rio Que Cai do Céu

Em 1937, Jimmy Angel aterrou uma avioneta sobre uma meseta perdida na selva venezuelana. O aventureiro americano não encontrou ouro mas conquistou o baptismo da queda d'água mais longa à face da Terra
Parada e Pompa
Cerimónias e Festividades
São Petersburgo, Rússia

A Rússia Vai Contra a Maré. Siga a Marinha

A Rússia dedica o último Domingo de Julho às suas forças navais. Nesse dia, uma multidão visita grandes embarcações ancoradas no rio Neva enquanto marinheiros afogados em álcool se apoderam da cidade.
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Cidades
Valdez, Alasca

Na Rota do Ouro Negro

Em 1989, o petroleiro Exxon Valdez provocou um enorme desastre ambientai. A embarcação deixou de sulcar os mares mas a cidade vitimada que lhe deu o nome continua no rumo do crude do oceano Árctico.
Singapura Capital Asiática Comida, Basmati Bismi
Comida
Singapura

A Capital Asiática da Comida

Eram 4 as etnias condóminas de Singapura, cada qual com a sua tradição culinária. Adicionou-se a influência de milhares de imigrados e expatriados numa ilha com metade da área de Londres. Apurou-se a nação com a maior diversidade gastronómica do Oriente.
Cansaço em tons de verde
Cultura
Suzdal, Rússia

Em Suzdal, é de Pequenino que se Celebra o Pepino

Com o Verão e o tempo quente, a cidade russa de Suzdal descontrai da sua ortodoxia religiosa milenar. A velha cidade também é famosa por ter os melhores pepinos da nação. Quando Julho chega, faz dos recém-colhidos um verdadeiro festival.
Desporto
Competições

Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
Fim do dia no lago da barragem do rio Teesta, em Gajoldoba, Índia
Em Viagem
Dooars, Índia

Às Portas dos Himalaias

Chegamos ao limiar norte de Bengala Ocidental. O subcontinente entrega-se a uma vasta planície aluvial preenchida por plantações de chá, selva, rios que a monção faz transbordar sobre arrozais sem fim e povoações a rebentar pelas costuras. Na iminência da maior das cordilheiras e do reino montanhoso do Butão, por óbvia influência colonial britânica, a Índia trata esta região deslumbrante por Dooars.
Étnico
Viti Levu, Fiji

A Partilha Improvável da ilha Viti Levu

Em pleno Pacífico Sul, uma comunidade numerosa de descendentes de indianos recrutados pelos ex-colonos britânicos e a população indígena melanésia repartem há muito a ilha chefe de Fiji.
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

A Vida Lá Fora

Magome a Tsumago, Nakasendo, Caminho Japão medieval
História
Magome-Tsumago, Japão

Magome a Tsumago: o Caminho Sobrelotado Para o Japão Medieval

Em 1603, o xogum Tokugawa ditou a renovação de um sistema de estradas já milenar. Hoje, o trecho mais famoso da via que unia Edo a Quioto é percorrido por uma turba ansiosa por evasão.
Vai-e-vem fluvial
Ilhas
Iriomote, Japão

Iriomote, uma Pequena Amazónia do Japão Tropical

Florestas tropicais e manguezais impenetráveis preenchem Iriomote sob um clima de panela de pressão. Aqui, os visitantes estrangeiros são tão raros como o yamaneko, um lince endémico esquivo.
Casal mascarado para a convenção Kitacon.
Inverno Branco
Kemi, Finlândia

Uma Finlândia Pouco Convencional

As próprias autoridades definem Kemi como ”uma pequena cidade ligeiramente aloucada do norte finlandês”. Quando a visitamos, damos connosco numa Lapónia inconformada com os modos tradicionais da região.
Sombra vs Luz
Literatura
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Cenário marciano do Deserto Branco, Egipto
Natureza
Deserto Branco, Egipto

O Atalho Egípcio para Marte

Numa altura em que a conquista do vizinho do sistema solar se tornou uma obsessão, uma secção do leste do Deserto do Sahara abriga um vasto cenário afim. Em vez dos 150 a 300 dias que se calculam necessários para atingir Marte, descolamos do Cairo e, em pouco mais de três horas, damos os primeiros passos no Oásis de Bahariya. Em redor, quase tudo nos faz sentir sobre o ansiado Planeta Vermelho.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Penhascos acima do Valley of Desolation, junto a Graaf Reinet, África do Sul
Parques Naturais
Graaf-Reinet, África do Sul

Uma Lança Bóer na África do Sul

Nos primeiros tempos coloniais, os exploradores e colonos holandeses tinham pavor do Karoo, uma região de grande calor, grande frio, grandes inundações e grandes secas. Até que a Companhia Holandesa das Índias Orientais lá fundou Graaf-Reinet. De então para cá, a quarta cidade mais antiga da nação arco-íris prosperou numa encruzilhada fascinante da sua história.
Igreja Sta Trindade, Kazbegi, Geórgia, Cáucaso
Património Mundial UNESCO
Kazbegi, Geórgia

Deus nas Alturas do Cáucaso

No século XIV, religiosos ortodoxos inspiraram-se numa ermida que um monge havia erguido a 4000 m de altitude e empoleiraram uma igreja entre o cume do Monte Kazbek (5047m) e a povoação no sopé. Cada vez mais visitantes acorrem a estas paragens místicas na iminência da Rússia. Como eles, para lá chegarmos, submetemo-nos aos caprichos da temerária Estrada Militar da Geórgia.
Mascarado de Zorro em exibição num jantar da Pousada Hacienda del Hidalgo, El Fuerte, Sinaloa, México
Personagens
El Fuerte, Sinaloa, México

O Berço de Zorro

El Fuerte é uma cidade colonial do estado mexicano de Sinaloa. Na sua história, estará registado o nascimento de Don Diego de La Vega, diz-se que numa mansão da povoação. Na sua luta contra as injustiças do jugo espanhol, Don Diego transformava-se num mascarado esquivo. Em El Fuerte, o lendário “El Zorro” terá sempre lugar.
Varela Guiné Bissau, praia de Nhiquim
Praias
Varela, Guiné Bissau

Praia, derradeiro Litoral, até à Fronteira com o Senegal

Algo remota, de acesso desafiante, a aldeia pacata e piscatória de Varela compensa quem a alcança com a afabilidade da sua gente e com um dos litorais deslumbrantes, mas em risco, da Guiné Bissau.
Bandeiras de oração em Ghyaru, Nepal
Religião
Circuito Annapurna: 4º – Upper Pisang a Ngawal, Nepal

Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
white pass yukon train, Skagway, Rota do ouro, Alasca, EUA
Sobre Carris
Skagway, Alasca

Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
Tabatô, Guiné Bissau, tabanca músicos mandingas. Baidi
Sociedade
Tabatô, Guiné Bissau

A Tabanca dos Músicos Poetas Mandingas

Em 1870, uma comunidade de músicos mandingas em itinerância, instalou-se junto à actual cidade de Bafatá. A partir da Tabatô que fundaram, a sua cultura e, em particular, os seus balafonistas prodigiosos, deslumbram o Mundo.
Casario, cidade alta, Fianarantsoa, Madagascar
Vida Quotidiana
Fianarantsoa, Madagáscar

A Cidade Malgaxe da Boa Educação

Fianarantsoa foi fundada em 1831 por Ranavalona Iª, uma rainha da etnia merina então predominante. Ranavalona Iª foi vista pelos contemporâneos europeus como isolacionista, tirana e cruel. Reputação da monarca à parte, quando lá damos entrada, a sua velha capital do sul subsiste como o centro académico, intelectual e religioso de Madagáscar.
Parque Nacional Etosha Namíbia, chuva
Vida Selvagem
PN Etosha, Namíbia

A Vida Exuberante da Namíbia Branca

Um salar vasto rasga o norte namibiano. O Parque Nacional Etosha que o envolve revela-se um habitat árido, mas providencial, de incontáveis espécies selvagens africanas.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.