Sainte-Luce, Martinica

Um Projeccionista Saudoso


O projeccionista
Gerard Pierre segura uma mascote felina de Sainte-Luce.
Baía piscatória
Barcos tradicionais de pesca na enseada tranquila em frente à povoação.
Bambu Jesus
Autocolante de uma bebida estimulante sexual junto a uma inscrição religiosa, na marginal de Sainte-Luce.
Politiquices
Morador assiste a um debate com o ex-presidente francês Nicholas Sarkozy.
Astro do Dia
Nome pomposo de um dos pequenos barcos ancorados em Sainte-Luce.
Família feliz
Louisy Belina, mãe nativa, Ayleen, a sua filha a sério e a filha-boneca a brincar da sua pequena.
Caribe de todas as cores
Barcos de pesca coloridos, alinhados na enseada de Sainte-Luce.
Refúgio automóvel
Gerard Pierre ao volante do seu Mercedes 190 D.
Ao sabor das ondas
Casal numa esplanada quase dentro de água.
Bière Lorraine
Uma pilha de grades de cerveja dá ainda mais cor à já de si enseada garrida de Sainte-Luce
De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.

Conduzimos ao sabor das estradas secundárias e sinuosas da Martinica.

Já na costa sul, decidimos fazer um desvio e espreitar uma povoação piscatória chamada Sainte-Luce.

O dia mantinha-se cinzento, quase chuvoso. Quando nos deparamos com a baía, constatamos que as pinturas alegres dos barcos de pesca e dos armazéns abarracados da povoação lhe emprestavam uma inesperada vivacidade.

Faz espécie a Gérard Pierre ver-nos esperar num miradouro avarandado, com o carro semi-aberto nas imediações. Sem mais que fazer, o nativo abandona o refúgio solitário do seu Mercedes 190D e aborda-nos. “Também estão com problemas mecânicos? Eu, há uns tempos que já só uso este para me sentar e descansar. Tem que ir à oficina mas pedem-me 50 euros adiantados… com a minha reforma, não vou conseguir tão cedo.”

Perguntamos-lhe o que fazia. Diz-nos que tinha deixado, havia pouco, de trabalhar em instalações eléctricas. Bastam uns instantes para percebermos como lhe custava esquecer um seu passado cinéfilo mais distante. “Eu projectei os maiores actores do mundo lá na sala de Rivière Pilote.

O projeccionista

Gerard Pierre segura uma mascote felina de Sainte-Luce.

Gerárd Pierre: de Desconhecido a Enciclopédia do Cinema

Se o Jacques Conrad – descobrimos mais tarde que se tratava de um empresário abastado originário da ilha vizinha Guadalupe – não a tivesse transformado num miserável parque de estacionamento, se calhar ainda hoje o fazia.

Não imaginam a quantidade de filmes que ali passei. Sei de cor as canções de quase todos e, ainda me lembro de muitos dos diálogos” desabafa com desgosto, para logo enunciar inúmeros nomes franceses dos clássicos lá exibidos, também dos seus protagonistas.

Conversa puxa conversa, Gérard resume-nos ainda a evolução da época do ecrã quadrado, das películas a preto-e-branco com sonorização ao vivo até ao Technicolor panorâmico que usou em abundância enquanto se manteve no activo.

Logo, volta a sequenciar mais títulos afrancesados de filmes de piratas mas também de Westerns, de romances, de longas-metragens de guerra e espionagem, de comédias e dramas, com ou sem sequelas: “La Filibustière des Antilles” (“A Raínha dos Piratas”), “Simbad, Le Marin” (“Simbad, o Marinheiro”), “Le Massacre de Fort Apache” (“Forte Apache”), “L’Homme des Vallées Perdues” (“Shane”).

E por aí fora. A lista é tão mecânica e melancólica quanto infindável.

De cada vez que lhe perguntamos algo, Gérard mostra-se ansioso por voltar à enumeração dos filmes. Por recuperar alguns dos seus protagonistas e momentos. atrevemo-nos uma vez mais a quebrar o enguiço.

Um Testemunho Inesgotável da Época Clássica do Cinema

Numa destas raras ocasiões, Gérard conta-nos que trabalhava em três sessões: ao meio-dia, às 6 da tarde e às 9 da noite. “mesmo assim, as salas estavam sempre cheias e não eram propriamente silenciosas”.

Aproveita para rir dos velhos tempos caóticos do seu cinema. E continua a trazê-lo à memória, guiado pelas questões que lhe colocamos.

“As pessoas não só falavam como aplaudiam as cenas mais entusiasmantes dos filmes. Era mesmo muito animado. Compravam coca-cola e bebiam-na com amendoins e pistachos servidos em canudos de papel. O álcool era proibido. Quando terminava a sessão, o chão estava quase sempre imundo. Precisávamos de limpar tudo vezes sem conta.”

Terminada a nova reconstituição do seu agradável passado, invade a mente do ex-projeccionista o esplendor de “Le Train Sifflerá Trois Fois” (“O Comboio Apitou Três Vezes”), um épico Western com Gary Cooper e Grace Kelly.

A canção desta longa-metragem cowboy sempre havia comovido Gérard. E é com prazer, óbvias falhas de tom e por cima da emissão martiniquenha do rádio do seu carro que nos entoa “Si tois aussi tu m’abandonnes”, o tema francófono do genérico.

Refúgio automóvel

Gerard Pierre ao volante do seu Mercedes 190 D.

A letra refresca-lhe mais uma vez a memória. Mal termina de cantar, repete o mote introdutório de que “nessa época havia tantos filmes”. Recupera, então, “Rio Bravo”, com John Wayne e mais alguns êxitos hollywoodescos com a dupla Lone Ranger e Tonto, entre outros.

A Saudade das Projecções e dos Velhos Êxitos de Hollywood

Perguntamos-lhe se acompanhava os filmes mais modernos. Gérard quase sai para fora da janela do velho Mercedes. “Se querem mesmo saber, desde que parei de trabalhar e as salas antigas desapareceram, o cinema deixou de me dizer alguma coisa.

Felizmente, dois companheiros meus vão chegar entretanto da Metrópole. Disseram-me que me tinham gravado em vídeo todos estes filmes que cá passava antes. Vão visitar-me um destes dias. Hão-de mos passar.”

Também essa perspectiva lhe serve de pretexto para mais alguns minutos de listagem dos títulos que esperava receber dos amigos e rever. Só a cessa quando o interrogamos sobre a sua actividade pós-projeccionista, como electricista.

Baía piscatória

Barcos tradicionais de pesca na enseada tranquila em frente à povoação.

O sol espreita entre as nuvens pela primeira vez desde o amanhecer. Precisamos de pôr cobro ao convívio para darmos atenção fotográfica à baía colorida de Sainte-Luce, nada que ver com a ilha de Saint Lucia, vizinha do sul da Martinica.

Ao ver-se confrontado com a iminência da despedida, Gérard reage e retoma a sua lengalenga cinematográfica.

Temos dificuldade em abandoná-lo à solidão automóvel e nostálgica a que parecia votado.

Em vez, contamos-lhe que, em Portugal, ainda assistíamos a esses clássicos mais antigos de quando em quando, na Cinemateca de Lisboa, mas que não era coisa muito frequente por culpa da profusão de novos filmes a que agora temos acesso, até mesmo aos da rival indiana Bollywood.

E da já bem antiga sobreposição da TV, claro.

Astro do Dia

Nome pomposo de um dos pequenos barcos ancorados em Sainte-Luce.

À Descoberta da Sainte Luce dos Nossos Dias

Agradecemos-lhe a amabilidade e deixamo-lo com um até breve genuíno. Não contávamos nem demorar-nos muito na marginal humilde da povoação abaixo nem que Gérard dali saísse tão cedo.

Na baía principal de Sainte-Luce, vagueamos à beira-mar entre bancas de um mercado de peixe encerrado, ou de mini-bares que vendiam rum planteur e outras das especialidades martiniquenhas mais populares.

Politiquices

Morador assiste a um debate com o ex-presidente francês Nicholas Sarkozy.

Para diante, no interior de um café incaracterístico, três ou quatro moradores acompanham uma entrevista televisiva ao sempre pomposo presidente de então, Nicholas Sarkozy.

Observamos pela janela um pouco da emissão. E também as reacções daqueles clientes das Antilhas às suas mais recentes demagogias.

Não tardamos a abandonar a política.

Ali perto, contornarmos um barracão pintado de amarelo e vermelho, também decorado com um autocolante atrevido de uma bebida que se promovia na região como sexualmente estimulante, “Bambu”.

No anúncio gasto pelo sol, uma mulher caribenha de biquíni segurava uma cana verde da planta.

Bambu Jesus

Autocolante de uma bebida estimulante sexual junto a uma inscrição religiosa, na marginal de Sainte-Luce.

Do outro lado da estrutura, Louisy Belina, mãe nativa, brinca com Ayleen, a sua filha a sério e com a filha-boneca a brincar da sua pequena. Detemo-nos por alguns minutos à conversa com as duas.

Sem que o esperássemos, antes de deixarmos Sainte-Luce ainda somos prendados com uma imagem digna da sétima arte.

Abrigado na privacidade de uma esplanada deserta e despretensiosa, instalado sob coqueiros reclinados e outras copas tropicais, um casal discute e troca carinhos pacificadores, enquanto o Mar das Caraíbas avança e recua com gentileza sobre a areia vulcânica e quase lhes afaga os pés.

Ao sabor das ondas

Casal numa esplanada quase dentro de água.

Regressamos ao carro com vontade de a descrever a Gérard, de lhe perguntar se a acharia digna de projectar.

Ao contrário do que esperávamos, quando subimos ao miradouro em que com ele havíamos convivido, o Mercedes 190D permanecia no mesmo lugar. Gérard tinha saído de cena.

Ooty, Índia

No Cenário Quase Ideal de Bollywood

O conflito com o Paquistão e a ameaça do terrorismo tornaram as filmagens em Caxemira e Uttar Pradesh um drama. Em Ooty, constatamos como esta antiga estação colonial britânica assumia o protagonismo.
Espectáculos

O Mundo em Cena

Um pouco por todo o Mundo, cada nação, região ou povoação e até bairro tem a sua cultura. Em viagem, nada é mais recompensador do que admirar, ao vivo e in loco, o que as torna únicas.
Monument Valley, E.U.A.

Índios ou cowboys?

Realizadores de Westerns emblemáticos como John Ford imortalizaram aquele que é o maior território indígena dos Estados Unidos. Hoje, na Nação Navajo, os navajo também vivem na pele dos velhos inimigos.
Ilha Robinson Crusoe, Chile

Alexander Selkirk: na Pele do Verdadeiro Robinson Crusoe

A principal ilha do arquipélago Juan Fernández foi abrigo de piratas e tesouros. A sua história fez-se de aventuras como a de Alexander Selkirk, o marinheiro abandonado que inspirou o romance de Dafoe
Guadalupe, Antilhas Francesas

Guadalupe: Um Caribe Delicioso, em Contra-Efeito Borboleta

Guadalupe tem a forma de uma mariposa. Basta uma volta por esta Antilha para perceber porque a população se rege pelo mote Pas Ni Problem e levanta o mínimo de ondas, apesar das muitas contrariedades.
PN Katmai, Alasca

Nos Passos do Grizzly Man

Timothy Treadwell conviveu Verões a fio com os ursos de Katmai. Em viagem pelo Alasca, seguimos alguns dos seus trilhos mas, ao contrário do protector tresloucado da espécie, nunca fomos longe demais.
Ogimashi, Japão

Um Japão Histórico-Virtual

Higurashi no Naku Koro ni” foi uma série de animação nipónica e jogo de computador com enorme sucesso. Em Ogimashi, aldeia de Shirakawa-Go, convivemos com um grupo de kigurumis das suas personagens.
Saint-Pierre, Martinica

A Cidade que Renasceu das Cinzas

Em 1900, a capital económica das Antilhas era invejada pela sua sofisticação parisiense, até que o vulcão Pelée a carbonizou e soterrou. Passado mais de um século, Saint-Pierre ainda se regenera.
Fort-de-France, Martinica

Liberdade, Bipolaridade e Tropicalidade

Na capital da Martinica confirma-se uma fascinante extensão caribenha do território francês. Ali, as relações entre os colonos e os nativos descendentes de escravos ainda suscitam pequenas revoluções.
Martinica, Antilhas Francesas

Caraíbas de Baguete debaixo do Braço

Circulamos pela Martinica tão livremente como o Euro e as bandeiras tricolores esvoaçam supremas. Mas este pedaço de França é vulcânico e luxuriante. Surge no coração insular das Américas e tem um delicioso sabor a África.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, colina Normatior
Safari
PN Amboseli, Quénia

Uma Dádiva do Kilimanjaro

O primeiro europeu a aventurar-se nestas paragens masai ficou estupefacto com o que encontrou. E ainda hoje grandes manadas de elefantes e de outros herbívoros vagueiam ao sabor do pasto irrigado pela neve da maior montanha africana.
Thorong Pedi a High Camp, circuito Annapurna, Nepal, caminhante solitário
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 12º - Thorong Phedi a High Camp

O Prelúdio da Travessia Suprema

Este trecho do Circuito Annapurna só dista 1km mas, em menos de duas horas, leva dos 4450m aos 4850m e à entrada do grande desfiladeiro. Dormir no High Camp é uma prova de resistência ao Mal de Montanha que nem todos passam.
Music Theatre and Exhibition Hall, Tbilissi, Georgia
Arquitectura & Design
Tbilisi, Geórgia

Geórgia ainda com Perfume a Revolução das Rosas

Em 2003, uma sublevação político-popular fez a esfera de poder na Geórgia inclinar-se do Leste para Ocidente. De então para cá, a capital Tbilisi não renegou nem os seus séculos de história também soviética, nem o pressuposto revolucionário de se integrar na Europa. Quando a visitamos, deslumbramo-nos com a fascinante mixagem das suas passadas vidas.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Aventura
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Sombra de sucesso
Cerimónias e Festividades
Champotón, México

Rodeo Debaixo de Sombreros

Champoton, em Campeche, acolhe uma feira honra da Virgén de La Concepción. O rodeo mexicano sob sombreros local revela a elegância e perícia dos vaqueiros da região.
Catedral de Santa Ana, Vegueta, Las Palmas, Gran Canária
Cidades
Vegueta, Gran Canária, Canárias

Às Voltas pelo Âmago das Canárias Reais

O velho e majestoso bairro Vegueta de Las Palmas destaca-se na longa e complexa hispanização das Canárias. Findo um longo período de expedições senhoriais, lá teve início a derradeira conquista da Gran Canária e das restantes ilhas do arquipélago, sob comando dos monarcas de Castela e Aragão.
Comida
Margilan, Usbequistão

Um Ganha Pão do Uzbequistão

Numa de muitas padarias de Margilan, desgastado pelo calor intenso do forno tandyr, o padeiro Maruf'Jon trabalha meio-cozido como os distintos pães tradicionais vendidos por todo o Usbequistão
Cultura
Competições

Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
Espectador, Melbourne Cricket Ground-Rules footbal, Melbourne, Australia
Desporto
Melbourne, Austrália

O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
Em Viagem
Circuito Annapurna: 5º - Ngawal a BragaNepal

Rumo a Braga. A Nepalesa.

Passamos nova manhã de meteorologia gloriosa à descoberta de Ngawal. Segue-se um curto trajecto na direcção de Manang, a principal povoação no caminho para o zénite do circuito Annapurna. Ficamo-nos por Braga (Braka). A aldeola não tardaria a provar-se uma das suas mais inolvidáveis escalas.
Moradora de Nzulezu, Gana
Étnico
Nzulezu, Gana

Uma Aldeia à Tona do Gana

Partimos da estância balnear de Busua, para o extremo ocidente da costa atlântica do Gana. Em Beyin, desviamos para norte, rumo ao lago Amansuri. Lá encontramos Nzulezu, uma das mais antigas e genuínas povoações lacustres da África Ocidental.
portfólio, Got2Globe, fotografia de Viagem, imagens, melhores fotografias, fotos de viagem, mundo, Terra
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Porfólio Got2Globe

O Melhor do Mundo – Portfólio Got2Globe

Terraços de Sistelo, Serra do Soajo, Arcos de Valdevez, Minho, Portugal
História
Sistelo, Peneda-Gerês, Portugal

Do “Pequeno Tibete Português” às Fortalezas do Milho

Deixamos as fragas da Srª da Peneda, rumo a Arcos de ValdeVez e às povoações que um imaginário erróneo apelidou de Pequeno Tibete Português. Dessas aldeias socalcadas, passamos por outras famosas por guardarem, como tesouros dourados e sagrados, as espigas que colhem. Caprichoso, o percurso revela-nos a natureza resplandecente e a fertilidade verdejante destas terras da Peneda-Gerês.
São Jorge, Açores, Fajã dos Vimes
Ilhas
São Jorge, Açores

De Fajã em Fajã

Abundam, nos Açores, faixas de terra habitável no sopé de grandes falésias. Nenhuma outra ilha tem tantas fajãs como as mais de 70 da esguia e elevada São Jorge. Foi nelas que os jorgenses se instalaram. Nelas assentam as suas atarefadas vidas atlânticas.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Inverno Branco
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Enseada, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos
Literatura
Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios

Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
hipopotamos, parque nacional chobe, botswana
Natureza
PN Chobe, Botswana

Chobe: um rio na Fronteira da Vida com a Morte

O Chobe marca a divisão entre o Botswana e três dos países vizinhos, a Zâmbia, o Zimbabwé e a Namíbia. Mas o seu leito caprichoso tem uma função bem mais crucial que esta delimitação política.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Vista aérea das quedas de água de Malolotja.
Parques Naturais
Reserva Natural de Malolotja, eSwatini

Malolotja: o Rio, as quedas d’água e a Reserva Natural Grandiosa

Meros 32km a nordeste da capital Mbabane, sobre a fronteira com a África do Sul, ascendemos a terras altas, rugosas e vistosas de eSwatini. Por lá flui o rio Malolotja e se despenham as cascatas homónimas, as mais altas do Reino. Manadas de zebras e de antílopes percorrem os pastos e florestas em redor, numa das reservas com maior biodiversidade do sul de África.  
San Juan, Cidade Velha, Porto Rico, Reggaeton, bandeira em Portão
Património Mundial UNESCO
San Juan, Porto Rico (Parte 2)

Ao Ritmo do Reggaeton

Os porto-riquenhos irrequietos e inventivos fizeram de San Juan a capital mundial do reggaeton. Ao ritmo preferido da nação, encheram a sua “Cidade Muralhada” de outras artes, de cor e de vida.
ora de cima escadote, feiticeiro da nova zelandia, Christchurch, Nova Zelandia
Personagens
Christchurch, Nova Zelândia

O Feiticeiro Amaldiçoado da Nova Zelândia

Apesar da sua notoriedade nos antípodas, Ian Channell, o feiticeiro da Nova Zelândia não conseguiu prever ou evitar vários sismos que assolaram Christchurch. Com 88 anos de idade, após 23 anos de contrato com a cidade, fez afirmações demasiado polémicas e acabou despedido.
A República Dominicana Balnear de Barahona, Balneário Los Patos
Praias
Barahona, República Dominicana

A República Dominicana Balnear de Barahona

Sábado após Sábado, o recanto sudoeste da República Dominicana entra em modo de descompressão. Aos poucos, as suas praias e lagoas sedutoras acolhem uma maré de gente eufórica que se entrega a um peculiar rumbear anfíbio.
Monte Lamjung Kailas Himal, Nepal, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
Religião
Circuito Annapurna: 2º - Chame a Upper PisangNepal

(I)Eminentes Annapurnas

Despertamos em Chame, ainda abaixo dos 3000m. Lá  avistamos, pela primeira vez, os picos nevados e mais elevados dos Himalaias. De lá partimos para nova caminhada do Circuito Annapurna pelos sopés e encostas da grande cordilheira. Rumo a Upper Pisang.
Trem do Serra do Mar, Paraná, vista arejada
Sobre Carris
Curitiba a Morretes, Paraná, Brasil

Paraná Abaixo, a Bordo do Trem Serra do Mar

Durante mais de dois séculos, só uma estrada sinuosa e estreita ligava Curitiba ao litoral. Até que, em 1885, uma empresa francesa inaugurou um caminho-de-ferro com 110 km. Percorremo-lo, até Morretes, a estação, hoje, final para passageiros. A 40km do término original e costeiro de Paranaguá.
patpong, bar go go, banguecoque, mil e uma noites, tailandia
Sociedade
Banguecoque, Tailândia

Mil e Uma Noites Perdidas

Em 1984, Murray Head cantou a magia e bipolaridade nocturna da capital tailandesa em "One Night in Bangkok". Vários anos, golpes de estado, e manifestações depois, Banguecoque continua sem sono.
Casario, cidade alta, Fianarantsoa, Madagascar
Vida Quotidiana
Fianarantsoa, Madagáscar

A Cidade Malgaxe da Boa Educação

Fianarantsoa foi fundada em 1831 por Ranavalona Iª, uma rainha da etnia merina então predominante. Ranavalona Iª foi vista pelos contemporâneos europeus como isolacionista, tirana e cruel. Reputação da monarca à parte, quando lá damos entrada, a sua velha capital do sul subsiste como o centro académico, intelectual e religioso de Madagáscar.
Salvamento de banhista em Boucan Canot, ilha da Reunião
Vida Selvagem
Reunião

O Melodrama Balnear da Reunião

Nem todos os litorais tropicais são retiros prazerosos e revigorantes. Batido por rebentação violenta, minado de correntes traiçoeiras e, pior, palco dos ataques de tubarões mais frequentes à face da Terra, o da ilha da Reunião falha em conceder aos seus banhistas a paz e o deleite que dele anseiam.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.