Martinica, Antilhas Francesas

Caraíbas de Baguete debaixo do Braço


Cap 110
Visitante examina o memorial Cap 110 à escravatura, erguido por altura dos 150 anos da sua abolição.
Baía dos barcos
Incontáveis pequenas embarcações aproveitam a calmaria assegurada por uma enseada do sul de Martinica.
Olhar desconfiado
Um dos idosos briosos da Grande Anse d'Arlets avessos a que lhe tirem fotografias com receio da fama indesejada e não paga dos postais turísticos.
H. Clément
Edifício da Habitation Clément uma famosa produtora histórica de rum.
Em busca de frescura
Coqueiros inclinam-se sobre o Mar das Caraíbas numa das inúmeras praias da Martinica.
Rum e mais rum
Grandes cubas da destilaria de rum da Habitatión Clément.
Trabalhos náuticos
Morador de Anse d'Arlet entregue a um trabalho à beira-mar.
ilha-martinica-antilhas-francesas-caraibas-franca-anse-darlets
Moradores partilham o longo pontão de Anse d'Arlet.
Caminho da Floresta
Casal percorre um passadiço elevado entre árvores.
Marisco Martiniquenho
Cozinheiro finaliza uma panela de marisco à moda criola da Martinica.
Caminhada Solitária
Nativo percorre uma rua ladeada por velhas casas de madeira.
ilha-martinica-antilhas-francesas-caraibas-franca-costa-norte
Cenário verdejante do leste de Martinica.
Anse Vulcanica
Praia de areia negra de uma das anses vulcânicas.
Quase em Anse Caffard
Carro percorre uma estrada íngreme e florestada rumo a Anse Caffard.
Igreja Lamentin
Moradores em frente a uma igreja pitoresca e pontiaguda.
Le Diamant
Veleiro navega em frente ao rochedo Diamant.
Faina
Pescadores ao largo de Anse d'Arlet.
Maison du Bagnard
Visitante espreita a Maison du Bagnard, nas imediações do monumento Cap110.
Praia Hello Kitty
Banhista numa praia do norte da ilha de Martinica.
Praia da Ilha
Famílias repousam numa praia de mar tranquilo da Martinica.
Circulamos pela Martinica tão livremente como o Euro e as bandeiras tricolores esvoaçam supremas. Mas este pedaço de França é vulcânico e luxuriante. Surge no coração insular das Américas e tem um delicioso sabor a África.

Decorre uma pescaria tradicional na Grande Anse d’Anses-d’Arlets, uma de tantas enseadas recortadas da Martinica.

Junta-se uma pequena assistência intrigada pelos métodos pouco ortodoxos da faina. Pescadores sobre um pequeno barco soltam uma rede na água que moldam até formar um círculo.

Aprisionam, assim, inúmeros peixes que um outro, munido de equipamento de snorkeling mergulha para ajeitar e capturar.

A enseada de que apreciamos a cena também é um pequeno porto de abrigo. Famílias inteiras de metros (franceses da metrópole) ocupam a extremidade do pontão mais longo ou acompanham a acção a partir do convés dos seus veleiros.

Algumas são de Nantes, outras de Marselha e outras ainda da Córsega.

Partilham o privilégio de viajar ao sabor dos ventos.

ilha Martinica, Antilhas Francesas, Caraíbas Marina natural

Incontáveis pequenas embarcações aproveitam a calmaria assegurada por uma enseada do sul de Martinica

Fazem longas escalas nos Départements e régions d’outre-mer.

A Colonização sem Retorno dos Békés

Ao longo da história colonial das Antilhas, muitas destas famílias aventureiras aportaram na Martinica e na vizinha Guadalupe onde se depararam com um clima aconchegante e com oportunidades de negócio e condições de vida excepcionais.

Já não regressaram. Instalaram-se, ocuparam terras, compraram escravos e enriqueceram com a exportação de açúcar e de rum.

ilha Martinica, Antilhas Francesas, Caraíbas, Cubas de rum da habitación Clement

Grandes cubas da destilaria de rum da Habitatión Clément.

Ficaram conhecidos como Békés, termo com uma génese polémica. Tanto pode ter origem na expressão “eh bé qué?” que os primeiros colonos adaptaram de “eh bien quois?”, como no título “blancs des quais” (brancos dos cais, por os colonos controlarem todas as mercadorias) ou ainda na sigla BK, criada para abreviar “Blanc Kréyol”.

Seja qual for a versão real, os Békés constituem, hoje, uma ínfima parte da população da Martinica (3000 de quase 400.000 habitantes). Mesmo se só alguns preservam o estatuto de grandes patrões, a sua “classe” detém várias das empresas mais lucrativas.

São os békés e os governos regionais e da metrópole os suspeitos do costume sempre que o custo de vida da ilha se torna insuportável, algo que a população se habituou a verificar nos preços praticados nos muitos supermercados, hipermercados e lojas de grandes dimensões martiniquenses e “exportadas” da metrópole, casos do Carrefour, do 8 à Huit, Leader Price, entre outros.

Hoje, os habitantes contestam as inevitáveis injustiças sociais de uma colónia com passado mais que colonial, esclavagista. Assumem com orgulho as tradições e valores africanos mas, não raras vezes, a sua famosa fineza no diálogo e no trato assimilada dos colonos.

Bem como outras expressões marcantes da francofonia, como é o caso da paixão pelo ciclismo, pela petanca e outros.

E o Sucesso Martiniquenho na Esfera Francófona

Basta atentar na quantidade de personagens importantes com origem ou sangue martiniquense a representar a França – Nicolas Anelka, Abidal, Wiltord, Raphael Varane só no mundo do futebol – para perceber a seriedade do fenómeno.

No sentido inverso, os franceses que se mudam para a Martinica para de vez, de início apenas em negócios ou de férias, acabam por desfrutar de inúmeras recompensas naturais.

ilha Martinica, Antilhas Francesas, Caraíbas, família na praia

Praia de areia negra de uma das anses vulcânicas.

A costa irregular da ilha esconde enseadas e baías profundas e idílicas e povoações com pequenas igrejas coloniais coloridas que dão para longos passadiços e areais brancos ou negros como os das Anses d’Arlets, na costa virada às Caraíbas ou as da Presqu’ile de La Caravelle, batida pelo oceano Atlântico.

São estas as praias e zonas de bares e os restaurantes de areal em que os metros ocupam, ali à falta de bananeiras, sob as copas dos coqueiros, sempre guarnecidos com as suas geladeiras, chapéus de sol e equipamento de snorkeling.

ilha Martinica, Antilhas Francesas, Caraíbas, praia tropical

Famílias repousam numa praia de mar tranquilo da Martinica.

Fazem-no principalmente nos períodos de férias da Europa e de Dezembro a Abril, intervalo em que a chuva só cai de quando em quando.

À Descoberta da Costa Oriental da Martinica

Algures na costa leste, entre Le François e Le Robert, passamos por um reservatório de água lamacento cercado de erva. Sem o esperarmos, damos por uma manada de vacas a contornarem-no em fila e sem pressas, sem o pastor que seguira na dianteira a tentar pôr ordem num sub-grupo tresmalhado.

Adiante, encontrarmos nova praia. Repete-se a cena das famílias a piquenicarem, praticarem desporto ou a dormitarem à sombra da vegetação tropical da beira-mar.

ilha Martinica, Antilhas Francesas, Caraíbas, praia Hello Kity

Banhista numa praia do norte da ilha de Martinica.

Ainda nos rimos e divertimos com a canoagem improvisada de uma dupla sui generis – um dos tripulantes, branco muito pequeno, o outro negro volumosíssimo – que munida de pagaias, dá o seu máximo para compensar a falta de velas e de motor da casquinha de noz em que seguiam.

A Longa Visita de Paul Gauguin

De uma forma seguramente menos balnear, Paul Gauguin provou-se um dos primeiros metros seduzido pela Martinica. Gauguin conquistou notoriedade muito graças às pinturas de mulheres taitianas.

E, no entanto, foram os seus laços ancestrais peruanos e de afinidade com a América do Sul e com as Caraíbas que lhe despertaram o desejo de evasão para uma terra selvagem.

Na primeira tentativa, abandonou a Paris nativa e, em 1887, escreveu à sua esposa a comunicar que partira para o Panamá. Pouco depois, viu-se forçado a trabalhar no Canal que os franceses haviam recentemente projectado e construíam.

Só algum tempo volvido conseguiu instalar-se numa cabana da Martinica, predisposto a pintar o que mais o inspirasse. Foi na Martinica que passou para a tela as suas primeiras paisagens exóticas e se emancipou do Impressionismo do reconhecido mentor Pizarro.

Gauguin deixou-se encantar pela beleza vulcânica de enseadas como Anse Turin, com vista para a fascinante montanha Pelée que, volta e meia, fumegava e, 15 anos mais tarde, viria a carbonizar Saint Pierre e as gentes desta povoação que Gauguin tanto admirava.

panorâmica, Saint Pierre, Martinica, antilhas francesas

Panorâmica de Saint-Pierre ao lusco-fusco.

Ainda em 1887, adoeceu.

Foi repatriado para a metrópole gaulesa onde ficou em convalescença antes de voltar a investir no fascínio dos longínquos trópicos, dessa feita, na Polinésia Francesa.

Mesmo assim, quem sabe se no tempo que passou na Martinica não despoletou a versão local de um dos traumas recorrentes do universo francófono: a fotofobia.

Encanto Caribenho das Sucessivas Anses

Antes de deixarmos a Grande Anse d’Anses-d’Arlets detectamos dois velhotes pitorescos numa conversa tranquila entre um quintal e a beira-mar. Perguntamos se os podemos fotografar. Nessa ocasião, recebemos uma resposta frontal: “Não, desculpem mas não.

A minha irmã disse uma vez que sim a um turista qualquer. Agora está nos postais todos da ilha. E o que é que nós ganhamos com isso? Nada!”

Um vizinho deste ancião, prova-se mais aberto à ideia.

ilha Martinica, Antilhas Francesas, Caraíbas, Morador Grande Anse d'Arlets

Um dos idosos briosos da Grande Anse d’Arlet.

Eras bem mais vetustas que aquela dupla de indignados representaram outras injustiças, essas realmente difíceis de suportar e de resistir, tal  qual, alguns quilómetros para sul, a arte e memória nos obrigam a reconstituir.

Chegamos à Anse Caffard, vizinha da vila de Diamant. Encontramos, ali, o memorial Cap 110 à escravatura, erguido, em 1998, por altura do aniversário dos 150 anos da sua abolição.

A escultura inspirou-se no afundamento trágico de um barco negreiro no litoral traiçoeiro ao largo e a que sobreviveram oitenta passageiros forçados, recolhidos pelo encarregado de uma estalagem próxima.

ilha Martinica, Antilhas Francesas, Caraíbas Monumento Cap 110

Visitante examina o memorial Cap 110 à escravatura, erguido por altura dos 150 anos da sua abolição

Alinha as suas figuras anónimas de pedra, de frente para o mar e para o rochedo emblemático do Diamante. Lembra, assim, o último dos naufrágios de navios negreiros verificado na Martinica.

De uma forma que se reveste de ironia à medida que pequenos veleiros contornam o rochedo com a paz e a elegância da sua classe de recreio e a prepararem-se para momentos de paz e lazer.

ilha Martinica, Antilhas Francesas, Caraíbas, Le Diamant

Veleiro navega em frente ao rochedo Diamant.

A Rivalidade Histórica com os Vizinhos do Outro lado do Canal da Mancha

Há muito que os britânicos exploravam outras ilhas das Caraíbas e mostravam interesse nos territórios gauleses ultramarinos. Acabaram por invadir a Martinica, em 1794. Permaneceram até 1815.

Foi um período em que os fazendeiros locais – entre os quais a família de Josefina de Beauharnais, futura esposa de Napoleão Bonaparte, nascida na ilha –  aproveitaram para contornar a vaga de abolicionismo que a Revolução Francesa gerara e em que venderam o seu açúcar no mercado britânico em vez de no francês.

Com o fim das Guerras Napoleónicas, os britânicos viram-se obrigados a devolver a Martinica aos colonos originais. O Império Francês recuperou a sua estabilidade. Desde então, não só não voltou a perder a adorada colónia das Antilhas, como a integrou no território esparso e polifacetado da República a que a Revolução Francesa deu origem.

ilha Martinica, Antilhas Francesas, Caraíbas, campo verdejante

Cenário verdejante do leste de Martinica.

Para o interior, a Martinica também tem inúmeros encantos esquivos para lá das Flores que estiveram na confusa génese do seu nome. Nos inícios de que há registo, a ilha terá sido chamada Jouanacaera-Matinino pelos indígenas Tainos de Hispaniola e apenas de Jouanacaera pelos Caribs, o que significava ilha das Iguanas.

Quando Cristovão Colombo a ela regressou após a ter avistado pela primeira vez em 1493, desencadeou um processo de adaptação dos nomes Madinina, Madiana e Matinite que levou ao nome actual de Martinique.

Montanhas Verdejantes, Floresta tropical e Plantações de Cana-de-Açúcar

A cordilheira de Pitons du Carbet eleva-se aos 1100 metros. Surge coberta por uma vegetação luxuriante que, dependendo da altitude, conta com fetos, trepadeiras e até com florestas de bambu, mogno e pau-rosa.

Estas áreas são demasiado sombrias para o efeito mas outras zonas vastas da ilha estão cobertas de plantações de ananases.

E, sobretudo, de cana-de-açúcar, a sua produção histórica por excelência e a razão de ser de inúmeras habitations (leia-se fazendas agrícolas) que, a partir do século XVIII processaram o açúcar e destilaram o rum em quantidades industriais e assim garantiram as fortunas dos donos.

ilha Martinica, Antilhas Francesas, Caraíbas, Edifício H. Clément

Edifício da Habitation Clément uma famosa produtora histórica de rum.

Hoje, o património imobiliário e cultural destas propriedades faz parte da herança inalienável da ilha. Apreciamo-lo numa das mais emblemáticas, a Clément Domaine de L’Acajou.

Provamo-lo igualmente em bancas de rua ou de beira de praia apelativas e repletas de garrafas de todas as cores. Mais que uma identidade da Martinique, o planteur anima corações e aproxima diferenças.

ilha Martinica, Antilhas Francesas, Caraíbas, pontão Anse d'Arlet

Moradores partilham o longo pontão de Anse d’Arlet.

O Rum Delicioso à Moda Planteur

Jeán-Toti tem disso plena consciência como tem dos seus dentes de mentiroso.

À medida que provamos o seu rum de frutas à procura dos aromas e sabores mais estimulantes, faz questão de nos servir incontáveis mini-shots e de alimentar uma animada cavaqueira.

ilha Martinica, Antilhas Francesas, Caraíbas, rum Planteur

Banca repleta de garrafas de rum planteur.

Quando acabamos a rodada, assalta-nos a horrível sensação de que já nos agradam todos por igual. “Bom, vou ser eu a escolher-vos umas garrafinhas, certo?

Não precisam de me dizer mais, estou habituado a apoiar os clientes nestes seus dramas, principalmente os recém-chegados da Europa que aterram sem qualquer resistência à nossa pomada. Aliás, até tenho outra sugestão preciosa para você.

Não vão já! Sentem-se aqui ao lado. Comam qualquer coisa, mandem uns mergulhos. Aproveitem a vida sem inibições, vão ser poucos os lugares até mesmo das Caraíbas onde encontram um dois-em- um do melhor da nossa e da vossa.”

Saint-Pierre, Martinica

A Cidade que Renasceu das Cinzas

Em 1900, a capital económica das Antilhas era invejada pela sua sofisticação parisiense, até que o vulcão Pelée a carbonizou e soterrou. Passado mais de um século, Saint-Pierre ainda se regenera.
Sainte-Luce, Martinica

Um Projeccionista Saudoso

De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.
Virgin Gorda, Ilhas Virgens Britânicas

Os "Caribanhos" Divinais de Virgin Gorda

À descoberta das Ilhas Virgens, desembarcamos numa beira-mar tropical e sedutora salpicada de enormes rochedos graníticos. Os The Baths parecem saídos das Seicheles mas são um dos cenários marinhos mais exuberantes das Caraíbas.
Fort-de-France, Martinica

Liberdade, Bipolaridade e Tropicalidade

Na capital da Martinica confirma-se uma fascinante extensão caribenha do território francês. Ali, as relações entre os colonos e os nativos descendentes de escravos ainda suscitam pequenas revoluções.
Guadalupe, Antilhas Francesas

Guadalupe: Um Caribe Delicioso, em Contra-Efeito Borboleta

Guadalupe tem a forma de uma mariposa. Basta uma volta por esta Antilha para perceber porque a população se rege pelo mote Pas Ni Problem e levanta o mínimo de ondas, apesar das muitas contrariedades.
Soufrière, Saint Lucia

As Grandes Pirâmides das Antilhas

Destacados acima de um litoral exuberante, os picos irmãos Pitons são a imagem de marca de Saint Lucia. Tornaram-se de tal maneira emblemáticos que têm lugar reservado nas notas mais altas de East Caribbean Dollars. Logo ao lado, os moradores da ex-capital Soufrière sabem o quão preciosa é a sua vista.
Laguna de Oviedo, República Dominicana

O Mar (nada) Morto da República Dominicana

A hipersalinidade da Laguna de Oviedo oscila consoante a evaporação e da água abastecida pela chuva e pelos caudais vindos da serra vizinha de Bahoruco. Os nativos da região estimam que, por norma, tem três vezes o nível de sal do mar. Lá desvendamos colónias prolíficas de flamingos e de iguanas entre tantas outras espécies que integram este que é um dos ecossistemas mais exuberantes da ilha de Hispaniola.
Península de Samaná, PN Los Haitises, República Dominicana

Da Península de Samaná aos Haitises Dominicanos

No recanto nordeste da República Dominicana, onde a natureza caribenha ainda triunfa, enfrentamos um Atlântico bem mais vigoroso que o esperado nestas paragens. Lá cavalgamos em regime comunitário até à famosa cascata Limón, cruzamos a baía de Samaná e nos embrenhamos na “terra das montanhas” remota e exuberante que a encerra.
Puerto Plata, República Dominicana

Prata da Casa Dominicana

Puerto Plata resultou do abandono de La Isabela, a segunda tentativa de colónia hispânica das Américas. Quase meio milénio depois do desembarque de Colombo, inaugurou o fenómeno turístico inexorável da nação. Numa passagem-relâmpago pela província, constatamos como o mar, a montanha, as gentes e o sol do Caribe a mantêm a reluzir.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Rinoceronte, PN Kaziranga, Assam, Índia
Safari
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
Aurora ilumina o vale de Pisang, Nepal.
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 3º- Upper Pisang, Nepal

Uma Inesperada Aurora Nevada

Aos primeiros laivos de luz, a visão do manto branco que cobrira a povoação durante a noite deslumbra-nos. Com uma das caminhadas mais duras do Circuito Annapurna pela frente, adiamos a partida tanto quanto possível. Contrariados, deixamos Upper Pisang rumo a Ngawal quando a derradeira neve se desvanecia.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Arquitectura & Design
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Aventura
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.
Kente Festival Agotime, Gana, ouro
Cerimónias e Festividades
Kumasi a Kpetoe, Gana

Uma Viagem-Celebração da Moda Tradicional Ganesa

Após algum tempo na grande capital ganesa ashanti cruzamos o país até junto à fronteira com o Togo. Os motivos para esta longa travessia foram os do kente, um tecido de tal maneira reverenciado no Gana que diversos chefes tribais lhe dedicam todos os anos um faustoso festival.
Chania Creta Grécia, Porto Veneziano
Cidades
Chania, Creta, Grécia

Chania: pelo Poente da História de Creta

Chania foi minóica, romana, bizantina, árabe, veneziana e otomana. Chegou à actual nação helénica como a cidade mais sedutora de Creta.
Singapura Capital Asiática Comida, Basmati Bismi
Comida
Singapura

A Capital Asiática da Comida

Eram 4 as etnias condóminas de Singapura, cada qual com a sua tradição culinária. Adicionou-se a influência de milhares de imigrados e expatriados numa ilha com metade da área de Londres. Apurou-se a nação com a maior diversidade gastronómica do Oriente.
costa, fiorde, Seydisfjordur, Islandia
Cultura
Seydisfjordur, Islândia

Da Arte da Pesca à Pesca da Arte

Quando armadores de Reiquejavique compraram a frota pesqueira de Seydisfjordur, a povoação teve que se adaptar. Hoje, captura discípulos da arte de Dieter Roth e outras almas boémias e criativas.
Desporto
Competições

Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
Nova Gales do Sul Austrália, Caminhada na praia
Em Viagem
Batemans Bay a Jervis Bay, Austrália

Nova Gales do Sul, de Baía em Baía

Com Sydney para trás, entregamo-nos à “South Coast” australiana. Ao longo de 150km, na companhia de pelicanos, cangurus e outras peculiares criaturas aussie, deixamo-nos perder num litoral recortado entre praias deslumbrantes e eucaliptais sem fim.
Dunas da ilha de Bazaruto, Moçambique
Étnico
Bazaruto, Moçambique

A Miragem Invertida de Moçambique

A apenas 30km da costa leste africana, um erg improvável mas imponente desponta do mar translúcido. Bazaruto abriga paisagens e gentes que há muito vivem à parte. Quem desembarca nesta ilha arenosa exuberante depressa se vê numa tempestade de espanto.
Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Portfólio Fotográfico Got2Globe

Dias Como Tantos Outros

Campeche, México, Península de Iucatão, Can Pech, Pastéis nos ares
História
Campeche, México

Campeche Sobre Can Pech

Como aconteceu por todo o México, os conquistadores chegaram, viram e venceram. Can Pech, a povoação maia, contava com quase 40 mil habitantes, palácios, pirâmides e uma arquitetura urbana exuberante, mas, em 1540, subsistiam menos de 6 mil nativos. Sobre as ruínas, os espanhóis ergueram Campeche, uma das mais imponentes cidades coloniais das Américas.
São Tomé Ilha, São Tomé e Principe, Norte, Roça Água Funda
Ilhas
São Tomé, São Tomé e Príncipe

Pelo Cocuruto Tropical de São Tomé

Com a capital homónima para trás, rumamos à descoberta da realidade da roça Agostinho Neto. Daí, tomamos a estrada marginal da ilha. Quando o asfalto se rende, por fim, à selva, São Tomé tinha-se confirmado no top das mais deslumbrantes ilhas africanas.
Geotermia, Calor da Islândia, Terra do Gelo, Geotérmico, Lagoa Azul
Inverno Branco
Islândia

O Aconchego Geotérmico da Ilha do Gelo

A maior parte dos visitantes valoriza os cenários vulcânicos da Islândia pela sua beleza. Os islandeses também deles retiram calor e energia cruciais para a vida que levam às portas do Árctico.
silhueta e poema, cora coralina, goias velho, brasil
Literatura
Goiás Velho, Brasil

Vida e Obra de uma Escritora à Margem

Nascida em Goiás, Ana Lins Bretas passou a maior parte da vida longe da família castradora e da cidade. Regressada às origens, continuou a retratar a mentalidade preconceituosa do interior brasileiro
Vista da Casa Iguana, Corn islands, puro caribe, nicaragua
Natureza
Corn Islands-Ilhas do Milho, Nicarágua

Puro Caribe

Cenários tropicais perfeitos e a vida genuína dos habitantes são os únicos luxos disponíveis nas também chamadas Corn Islands ou Ilhas do Milho, um arquipélago perdido nos confins centro-americanos do Mar das Caraíbas.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Totem, Sitka, Viagem Alasca que já foi da Rússia
Parques Naturais
Sitka, Alasca

Sitka: Viagem por um Alasca que Já foi Russo

Em 1867, o czar Alexandre II teve que vender o Alasca russo aos Estados Unidos. Na pequena cidade de Sitka, encontramos o legado russo mas também os nativos Tlingit que os combateram.
Caminhada Solitária, Deserto do Namibe, Sossusvlei, Namibia, acácia na base de duna
Património Mundial UNESCO
Sossusvlei, Namíbia

O Namibe Sem Saída de Sossusvlei

Quando flui, o rio efémero Tsauchab serpenteia 150km, desde as montanhas de Naukluft. Chegado a Sossusvlei, perde-se num mar de montanhas de areia que disputam o céu. Os nativos e os colonos chamaram-lhe pântano sem retorno. Quem descobre estas paragens inverosímeis da Namíbia, pensa sempre em voltar.
Personagens
Sósias, actores e figurantes

Estrelas do Faz de Conta

Protagonizam eventos ou são empresários de rua. Encarnam personagens incontornáveis, representam classes sociais ou épocas. Mesmo a milhas de Hollywood, sem eles, o Mundo seria mais aborrecido.
Insólito Balnear
Praias

Sul do Belize

A Estranha Vida ao Sol do Caribe Negro

A caminho da Guatemala, constatamos como a existência proscrita do povo garifuna, descendente de escravos africanos e de índios arawaks, contrasta com a de vários redutos balneares bem mais airosos.

Buda Vairocana, templo Todai ji, Nara, Japão
Religião
Nara, Japão

O Berço Colossal do Budismo Nipónico

Nara deixou, há muito, de ser capital e o seu templo Todai-ji foi despromovido. Mas o Grande Salão mantém-se o maior edifício antigo de madeira do Mundo. E alberga o maior buda vairocana de bronze.
white pass yukon train, Skagway, Rota do ouro, Alasca, EUA
Sobre Carris
Skagway, Alasca

Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
Ponte u bein, Amarapura, Myanmar
Sociedade
Ponte u-BeinMyanmar

O Crepúsculo da Ponte da Vida

Com 1.2 km, a ponte de madeira mais antiga e mais longa do mundo permite aos birmaneses de Amarapura viver o lago Taungthaman. Mas 160 anos após a sua construção, U Bein está no seu crepúsculo.
manada, febre aftosa, carne fraca, colonia pellegrini, argentina
Vida Quotidiana
Colónia Pellegrini, Argentina

Quando a Carne é Fraca

É conhecido o sabor inconfundível da carne argentina. Mas esta riqueza é mais vulnerável do que se imagina. A ameaça da febre aftosa, em particular, mantém as autoridades e os produtores sobre brasas.
Leões juvenis num braço arenoso do rio Chire
Vida Selvagem
PN Liwonde, Malawi

A Reanimação Prodigiosa do PN Liwonde

Durante largo tempo, a incúria generalizada e o alastrar da caça furtiva vitimaram esta reserva animal. Em 2015, a African Parks entrou em cena. Em pouco tempo, também beneficiário da água abundante do lago Malombe e do rio Chire, o Parque Nacional Liwonde tornou-se um dos mais vivos e exuberantes do Malawi.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.