Massada, Israel

Massada: a Derradeira Fortaleza Judaica


De vigia
Corvídeo pousado sobre um muro da fortaleza de Massada
Entre colunas
Visitante passa pelas colunas do terraço do palácio de Herodes
Em 73 d.C, após meses de cerco, uma legião romana constatou que os resistentes no topo de Massada se tinham suicidado. De novo judaica, esta fortaleza é agora o símbolo supremo da determinação sionista

O teleférico ganha altitude.

Desvenda a vastidão inóspita e amarelada do Deserto de Negev e, a leste, a mancha de névoa gerada pela evaporação do Mar Morto.

Tinha-nos passado pela cabeça subir a pé pelo trilho que serpenteia ao longo da encosta íngreme mas o calor de Verão aperta e desmotiva. Sobram outras paragens para o resto da tarde e até nestes cenários bíblicos e seculares o tempo corre.

Alguns visitantes optaram por não resistir ao apelo e esforçam-se para acrescentar sensações à memória solene do lugar. Vemo-los, a meio do trajecto, relativamente de perto mas, à medida que a cabine se aproxima do topo, as suas figuras quase se somem contra a dimensão da meseta.

Teleférico, Fortaleza de Massada, Israel

Teleférico que liga a planície do deserto de Negev às alturas da meseta de Massada

Uma plataforma semi-suspensa conduz-nos a partir da saída do teleférico e, passada uma porta escavada na rocha, entramos, por fim, no reduto elevado de Massada em que sobressai, de imediato, a bandeira azul e branca de Israel.

Fortaleza de Massada, Israel

Bandeira de Israel esvoaça no topo de Massada

Inteiramo-nos da configuração do espaço. Seguimos à procura das estruturas que resistiram à erosão, perdidos, aqui e ali, numa multidão internacional de forasteiros e guias que nos fazem pensar que também poderíamos estar no cimo da mítica Torre de Babel.

A Remota Origem Judaico-Romana de Massada

Até por volta de 103 a.C. – quando começou a ser fortificada – Massada não passava de um pequeno planalto com cerca de 400 metros de altitude e quase inacessível, perdido na imensidão do Negev.

Onde outros governantes não tinham achado nada de  interessante, Herodes, o Grande, viu um refúgio perfeito para se proteger tanto de uma eventual revolta judaica, como dos caprichos de Cleópatra que, por essa altura, lhe ansiava subtrair toda a Judeia.

Diz-se que logo no seu primeiro encontro, a rainha adulterou a máxima romana Vini, Vidi, Vinci.

Fortaleza de Massada, Israel

Recanto de Massada dotado com caminhos escavados na encosta.

Marco António chegou e viu. Cleópatra conquistou-o. Se o romano não se havia atrevido a fazer a vontade completa à amante, partes simbólicas do subdomínio de Herodes, incluindo as suas plantações reais de tâmaras e bálsamo de Jericó e Ein Gedi, tinham-lhe já sido oferecidas.

Em Massada, Herodes preparou-se para futuras investidas da rainha egípcia.

A Meseta no Deserto que Herodes Apalaçou

O monarca reforçou as defesas da fortaleza com muralhas em casamata e torres. Adicionou ainda casernas, arsenais e armazéns e, de maneira a garantir que qualquer retiro forçado não fosse passado em desconforto, construiu também dois palácios luxuosos equipados com terraços com vista sobre o deserto e o Mar Morto, banhos termais e piscinas.

Colunas herodes, Fortaleza de Massada, Israel

Visitante passa pelas colunas do terraço do palácio de Herodes

Muitas destas estruturas mantiveram-se reconhecíveis aos arqueólogos. Alimentam o imaginário dos visitantes, enriquecido pelas descrições e explicações dos guias que se esforçam também por esclarecer diversas interrogações associadas.

São os casos do complexo armazenamento e abastecimento de água, a real função do pombal e o local em que, mais tarde, os romanos viriam a aceder ao topo.

A Tomada dos Revoltosos Judaicos

Herodes morreu de causas naturais no ano 4 a.C.. Nunca chegou a usar o seu refúgio esplendoroso. Em 66 d.C., deu-se a primeira revolta dos judeus contra os romanos. Um grupo de Sicários (zelotas extremistas que usavam sicae, punhais) proveniente de Jerusalém, tomou a fortaleza às tropas imperiais que a guardavam.

Viram-se prendados com uma reserva variada de armas e munições, matérias primas que permitiam construir mais, bem como grãos, óleos, vinho, tâmaras e hortas que forneciam alimentos frescos. Também as cisternas que recebiam as águas das chuvas se revelaram cheias.

Sete anos depois, Massada ainda se mantinha ocupada por 960 zelotas e famílias de judeus sob o comando de Eleazar ben Yair,  usada como base para ataques planeados aos romanos.

Como quase todos os visitantes, questionamo-nos se os vários rectângulos visíveis no solo rochoso em redor da fortaleza serão vestígios de acampamentos militares romanos.

Os guias resumem-nos, pela milionésima vez, mas com entusiasmo, a resposta epopeica da história.

Deserto Negev, Mar morto, Israel

A superfície desolada do Deserto de Negev e, ao fundo, o Mar Morto.

Massada. Um Baluarte de Resistência que Embaraçava os Romanos

Durante dois anos, a guarnição foi o último foco de insubordinação judaica na região. Resistia aos ataques das legiões romanas e  humilhava os líderes ocupantes.

Por essa altura, o governador general Flavius Silva assumiu ele próprio as operações militares no sul da Judeia e, determinado em pôr cobro ao insulto, liderou a marcha da Legio X Fretensis de Jerusalém para o Mar Morto.

Chegado a Massada, distribuiu 8000 homens em oito campos instalados em volta da base da montanha e, com recurso a escravos judeus, aproveitou uma formação natural para instalar uma rampa de terra junto à encosta hoje considerada traseira da fortaleza.

Vestígios acampamento romano, Fortaleza de Massada, Israel

Vestígios geológicos deixados pelo acampamento da Legião Romana que teve a missão de conter a revolta de Massada.

Os engenheiros romanos planearam-na com uma base de 210 metros e um gradiente de 1:3. Naquele ponto, a rampa precisava de evoluir apenas cerca de 140 metros. Quando a obra ficou pronta, foi instalada contra a muralha uma torre de cerco com 28 metros.

Do topo desta torre, os artilheiros romanos podiam operar os seus escorpiões e balistas, enquanto um aríete destruía a base da muralha.

O Assalto Final ao Baluarte Judaico

Cerca de um mês após a chegada de Flavius Silva a Massada, findos diversos preparativos que os zelotas acompanhavam do interior, os romanos estavam prontos para o assalto final.

Na manhã em que entraram na fortaleza, encontraram-na em silencio. Quando chamaram os rebeldes para o combate, depararam-se apenas com duas mulheres e cinco crianças.

Visitantes em caminhada, Fortaleza de Massada, Israel

Grupo de visitantes atravessa a meseta de Masada

Tão determinados como radicais, durante a noite, os resistentes tinham decidido que preferiam matar-se a ser mortos ou feitos escravos pelos romanos.

Começaram por sacrificar as mulheres e crianças e, depois, todos os outros, até que ficaram apenas o comandante e mais dez homens que sortearam entre si para apurar quem mataria os restantes.

Depois de o fazer, o último homem incendiou o palácio e suicidou-se. As cinco mulheres e crianças que apareceram aos romanos, esconderam-se da matança nas condutas subterrâneas de água.

A pouco e pouco, investigamos cada recanto da meseta, incluindo a zona em que a rampa dos romanos foi erguida e resistiu parcialmente à erosão.

Descemos ao terraço inferior do palácio de Herodes e apreciamos a vista do deserto e do Mar Morto, sobrevoados por bandos de pequenos corvídeos.

Corvideo, Fortaleza de Massada, Israel

Corvídeo pousado sobre um muro da fortaleza de Massada

A Conversão de Massada no Símbolo Supremo da Determinação Judaica

Regressamos ao topo e, ao passarmos pelo espaço que resta da velha sinagoga dos zelotas, deparamo-nos com um ritual semi-retirado de Bar Mitzvah.

Uma família judaica norte-americana de férias em Israel decidira prendar os filhos com uma cerimónia solene sobre a fortaleza.

Depois da redescoberta e recuperação arqueológica de 1963, mais que um lugar religioso, Massada tornou-se no símbolo supremo da determinação sionista. A história do assédio de que foram vítimas os zelotas é frequentemente usada como representação da situação do estado judaico moderno.

De acordo, muitas escolas israelitas organizam visitas à fortaleza como rito de passagem para as suas crianças, algo tão importante como a aprendizagem do hebraico e da matemática.

Varanda, Fortaleza de Massada, Israel

Visitante admira o cenário desolado do deserto de Negev de uma varanda da Fortaleza de Massada.

Várias unidades das Forças de Defesa de Israel (IDF) levam ali a cabo os juramentos dos seus novos recrutas, concretizados com a renovação da promessa gritada de que: “Massada não voltará a cair”.

Estamos ainda no seu topo quando um rugido ensurdecedor vindo de sul se intensifica. Sem outro aviso, um esquadrão de caças israelitas sobrevoa o Deserto do Negev para o assegurar.

A ameaça romana pode ter ficado para trás mas os novos judeus de Israel também se encontram cercados.

Sigiriya, Sri Lanka

A Capital Fortaleza de um Rei Parricida

Kashyapa I chegou ao poder após emparedar o monarca seu pai. Receoso de um provável ataque do irmão herdeiro do trono, mudou a principal cidade do reino para o cimo de um pico de granito. Hoje, o seu excêntrico refúgio está mais acessível que nunca e permitiu-nos explorar o enredo maquiavélico deste drama cingalês.
Mar Morto, Israel

À Tona d'água, nas Profundezas da Terra

É o lugar mais baixo à superfície do planeta e palco de várias narrativas bíblicas. Mas o Mar Morto também é especial pela concentração de sal que inviabiliza a vida mas sustém quem nele se banha.
São João de Acre, Israel

A Fortaleza que Resistiu a Tudo

Foi alvo frequente das Cruzadas e tomada e retomada vezes sem conta. Hoje, israelita, Acre é partilhada por árabes e judeus. Vive tempos bem mais pacíficos e estáveis que aqueles por que passou.
Tsfat (Safed), Israel

Quando a Cabala é Vítima de Si Mesma

Nos anos 50, Tsfat congregava a vida artística da jovem nação israelita e recuperava a sua mística secular. Mas convertidos famosos como Madonna vieram perturbar a mais elementar discrição cabalista.
Cemitérios

A Última Morada

Dos sepulcros grandiosos de Novodevichy, em Moscovo, às ossadas maias encaixotadas de Pomuch, na província mexicana de Campeche, cada povo ostenta a sua forma de vida. Até na morte.
Jerusalém, Israel

Mais Perto de Deus

Três mil anos de uma história tão mística quanto atribulada ganham vida em Jerusalém. Venerada por cristãos, judeus e muçulmanos, esta cidade irradia controvérsias mas atrai crentes de todo o Mundo.
Jaffa, Israel

Onde Assenta a Telavive Sempre em Festa

Telavive é famosa pela noite mais intensa do Médio Oriente. Mas, se os seus jovens se divertem até à exaustão nas discotecas à beira Mediterrâneo, é cada vez mais na vizinha Old Jaffa que dão o nó.
Jerusalém, Israel

Pelas Ruas Beliciosas da Via Dolorosa

Em Jerusalém, enquanto percorrem a Via Dolorosa, os crentes mais sensíveis apercebem-se de como a paz do Senhor é difícil de alcançar nas ruelas mais disputadas à face da Terra.
Jerusalém, Israel

Em Festa no Muro das Lamentações

Nem só a preces e orações atende o lugar mais sagrado do judaísmo. As suas pedras milenares testemunham, há décadas, o juramento dos novos recrutas das IDF e ecoam os gritos eufóricos que se seguem.
Jaffa, Israel

Protestos Pouco Ortodoxos

Uma construção em Jaffa, Telavive, ameaçava profanar o que os judeus ultra-ortodoxos pensavam ser vestígios dos seus antepassados. E nem a revelação de se tratarem de jazigos pagãos os demoveu da contestação.
Basílica Santo Sepúlcro, Jerusalém, Israel

O Templo Supremo das Velhas Igrejas Cristãs

Foi mandada construir pelo imperador Constantino, no lugar da Crucificação e Ressurreição de Jesus e de um antigo templo de Vénus. Na génese, uma obra Bizantina, a Basílica do Santo Sepúlcro é, hoje, partilhada e disputada por várias denominações cristãs como o grande edifício unificador do Cristianismo.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Rinoceronte, PN Kaziranga, Assam, Índia
Safari
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
Fieis acendem velas, templo da Gruta de Milarepa, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
Escadaria Palácio Itamaraty, Brasilia, Utopia, Brasil
Arquitectura & Design
Brasília, Brasil

Brasília: da Utopia à Capital e Arena Política do Brasil

Desde os tempos do Marquês de Pombal que se falava da transferência da capital para o interior. Hoje, a cidade quimera continua a parecer surreal mas dita as regras do desenvolvimento brasileiro.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Aventura
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
auto flagelacao, paixao de cristo, filipinas
Cerimónias e Festividades
Marinduque, Filipinas

A Paixão Filipina de Cristo

Nenhuma nação em redor é católica mas muitos filipinos não se deixam intimidar. Na Semana Santa, entregam-se à crença herdada dos colonos espanhóis.A auto-flagelação torna-se uma prova sangrenta de fé
white pass yukon train, Skagway, Rota do ouro, Alasca, EUA
Cidades
Skagway, Alasca

Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
fogon de Lola, comida rica, Costa Rica, Guapiles
Comida
Fogón de Lola, Costa Rica

O Sabor a Costa Rica de El Fogón de Lola

Como o nome deixa perceber, o Fogón de Lola de Guapiles serve pratos confeccionados ao fogão e ao forno, segundo tradição familiar costarricense. Em particular, a família da Tia Lola.
Desfile de nativos-mericanos, Pow Pow, Albuquerque, Novo México, Estados Unidos
Cultura
Albuquerque, E.U.A.

Soam os Tambores, Resistem os Índios

Com mais de 500 tribos presentes, o pow wow "Gathering of the Nations" celebra o que de sagrado subsiste das culturas nativo-americanas. Mas também revela os danos infligidos pela civilização colonizadora.
Espectador, Melbourne Cricket Ground-Rules footbal, Melbourne, Australia
Desporto
Melbourne, Austrália

O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
Las Cuevas, Mendoza, de um lado ao outro dos andes, argentina
Em Viagem
Mendoza, Argentina

De Um Lado ao Outro dos Andes

Saída da Mendoza cidade, a ruta N7 perde-se em vinhedos, eleva-se ao sopé do Monte Aconcágua e cruza os Andes até ao Chile. Poucos trechos transfronteiriços revelam a imponência desta ascensão forçada
Elalab, vista aérea, Guiné Bissau
Étnico
Elalab, Guiné Bissau

Uma Tabanca na Guiné dos Meandros sem Fim

São incontáveis os afluentes e canais que, a norte do grande rio Cacheu, serpenteiam entre manguezais e encharcam terras firmes. Contra todas as dificuldades, gentes felupes lá se instalaram e mantêm povoações prolíficas que envolveram de arrozais. Elalab, uma delas, tornou-se uma das tabancas mais naturais e exuberantes da Guiné Bissau.
arco-íris no Grand Canyon, um exemplo de luz fotográfica prodigiosa
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 1)

E Fez-se Luz na Terra. Saiba usá-la.

O tema da luz na fotografia é inesgotável. Neste artigo, transmitimos-lhe algumas noções basilares sobre o seu comportamento, para começar, apenas e só face à geolocalização, a altura do dia e do ano.
Maui, Havai, Polinésia,
História
Maui, Havai

Maui: o Havai Divino que Sucumbiu ao Fogo

Maui é um antigo chefe e herói do imaginário religioso e tradicional havaiano. Na mitologia deste arquipélago, o semi-deus laça o sol, levanta o céu e leva a cabo uma série de outras proezas em favor dos humanos. A ilha sua homónima, que os nativos creem ter criado no Pacífico do Norte, é ela própria prodigiosa.
Roça Bombaim, Roça Monte Café, ilha São Tomé, bandeira
Ilhas
Centro de São Tomé, São Tomé e Príncipe

De Roça em Roça, Rumo ao Coração Tropical de São Tomé

No caminho entre Trindade e Santa Clara confrontamo-nos com o passado colonial terrífico de Batepá. À passagem pelas roças Bombaim e Monte Café, a história da ilha parece ter-se diluído no tempo e na atmosfera clorofilina da selva santomense.
Igreja Sta Trindade, Kazbegi, Geórgia, Cáucaso
Inverno Branco
Kazbegi, Geórgia

Deus nas Alturas do Cáucaso

No século XIV, religiosos ortodoxos inspiraram-se numa ermida que um monge havia erguido a 4000 m de altitude e empoleiraram uma igreja entre o cume do Monte Kazbek (5047m) e a povoação no sopé. Cada vez mais visitantes acorrem a estas paragens místicas na iminência da Rússia. Como eles, para lá chegarmos, submetemo-nos aos caprichos da temerária Estrada Militar da Geórgia.
Almada Negreiros, Roça Saudade, São Tomé
Literatura
Saudade, São Tomé, São Tomé e Príncipe

Almada Negreiros: da Saudade à Eternidade

Almada Negreiros nasceu, em Abril de 1893, numa roça do interior de São Tomé. À descoberta das suas origens, estimamos que a exuberância luxuriante em que começou a crescer lhe tenha oxigenado a profícua criatividade.
Monte Denali, McKinley, Tecto Sagrado Alasca, América do Norte, cume, Mal de Altitude, Mal de Montanha, Prevenir, Tratar
Natureza
Monte Denali, Alasca

O Tecto Sagrado da América do Norte

Os indígenas Athabascan chamaram-no Denali, ou o Grande e reverenciam a sua altivez. Esta montanha deslumbrante suscitou a cobiça dos montanhistas e uma longa sucessão de ascensões recordistas.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Lago Tinquilco no PN Huerquehue, Pucón, La Araucania, Chile
Parques Naturais
Pucón, Chile

Entre as Araucárias de La Araucania

A determinada latitude do longilíneo Chile, entramos em La Araucanía. Este é um Chile rude, repleto de vulcões, lagos, rios, quedas d’água e das florestas de coníferas de que brotou o nome da região. E é o coração de pinhão da maior etnia indígena do país: a Mapuche.
Catedral São Paulo, Vigan, Asia Hispanica, Filipinas
Património Mundial UNESCO
Vigan, Filipinas

Vigan, a Mais Hispânica das Ásias

Os colonos espanhóis partiram mas as suas mansões estão intactas e as kalesas circulam. Quando Oliver Stone buscava cenários mexicanos para "Nascido a 4 de Julho" encontrou-os nesta ciudad fernandina
Em quimono de elevador, Osaka, Japão
Personagens
Osaka, Japão

Na Companhia de Mayu

A noite japonesa é um negócio bilionário e multifacetado. Em Osaka, acolhe-nos uma anfitriã de couchsurfing enigmática, algures entre a gueixa e a acompanhante de luxo.
Cargueiro Cabo Santa Maria, Ilha da Boa Vista, Cabo Verde, Sal, a Evocar o Sara
Praias
Ilha da Boa Vista, Cabo Verde

Ilha da Boa Vista: Vagas do Atlântico, Dunas do Sara

Boa Vista não é apenas a ilha cabo-verdiana mais próxima do litoral africano e do seu grande deserto. Após umas horas de descoberta, convence-nos de que é um retalho do Sara à deriva no Atlântico do Norte.
Religião
Lhasa, Tibete

Quando o Budismo se Cansa da Meditação

Nem só com silêncio e retiro espiritual se procura o Nirvana. No Mosteiro de Sera, os jovens monges aperfeiçoam o seu saber budista com acesos confrontos dialécticos e bateres de palmas crepitantes.
De volta ao sol. Cable Cars de São Francisco, Vida Altos e baixos
Sobre Carris
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
Sociedade
Margilan, Usbequistão

Um Ganha Pão do Uzbequistão

Numa de muitas padarias de Margilan, desgastado pelo calor intenso do forno tandyr, o padeiro Maruf'Jon trabalha meio-cozido como os distintos pães tradicionais vendidos por todo o Usbequistão
Vida Quotidiana
Profissões Árduas

O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
Bando de flamingos, Laguna Oviedo, República Dominicana
Vida Selvagem
Laguna de Oviedo, República Dominicana

O Mar (nada) Morto da República Dominicana

A hipersalinidade da Laguna de Oviedo oscila consoante a evaporação e da água abastecida pela chuva e pelos caudais vindos da serra vizinha de Bahoruco. Os nativos da região estimam que, por norma, tem três vezes o nível de sal do mar. Lá desvendamos colónias prolíficas de flamingos e de iguanas entre tantas outras espécies que integram este que é um dos ecossistemas mais exuberantes da ilha de Hispaniola.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.