Mérida, México

A Mais Exuberante das Méridas


Passatempos
Condutores de charretes entretêm-se enquanto esperam por passageiros.
Maias
Vendedores maias carregadas com as artesanias que tentam vender aos turistas que encontram em Mérida.
Agente Mian
Guarda de serviço no edifício histórico do cabildo de Mérida.
Vaqueria iucateca
Momento de dança de um espectáculo tradicional realizado aos fins de semana em Mérida.
Noche de Mérida
Trânsito contorna a praça central de Mérida com a noite a reforçar-se sobre a Península do Iucatão.
Mérida de Todas as cores
Edifício colonial garrido contra o céu azulão do norte do Iucatão.
Vida abençoada
Habitantes de Mérida diante da catedral imponente da cidade.
Catedral sobre Loureiros
A catedral de Mérida sobre a "floresta" de loureiros da praça central de Mérida.
Colegas de Bom tom
Músicos repousam na praça central de Mérida antes de entrarem ao serviço.
Pintura Mariachi
Dono de loja renova a pintura do boneco mariachi à entrada.
Geladaria Móvel
Morador de Mérida, junto ao carrinho de gelados com que abastece os transeuntes da Plaza de Independencia.
Vida sob as Arcadas
Moradores de Mérida caminham à sombra das muitas arcadas em redor da Plaza de la Independencia.
Mérida, cidade colonial
Trânsito limitado numa das ruas que percorrem o limiar da Plaza de la Independencia.
Catedral Emoldurada
A catedral de Mérida vista a partir de uma varanda do cabildo, sobre a "floresta" de loureiros da praça central de Mérida.
A Vida Garrida de Mérida
Polícia e ciclista junto a uma das paredes exuberantes da cidade de Mérida.
História de Mérida Abaixo
Cidadão de Mérida desce a escadaria de um edifício colonial.
Quase-Noite de Mérida
Trânsito dá ainda mais cor a uma rua com arquitectura colonial de Mérida.
Monumento da Pátria II
Frente indígena do Monumento da Pátria Mexicana.
Monumento da Pátria
Táxi contorna um dos monumentos mais emblemáticos de Mérida, o da Pátria Mexicana.
Passeio pela História
Transeuntes cruzam-se sob velhas janelas de Mérida.
Em 25 a.C, os romanos fundaram Emerita Augusta, capital da Lusitânia. A expansão espanhola gerou três outras Méridas no mundo. Das quatro, a capital do Iucatão é a mais colorida e animada, resplandecente de herança colonial hispânica e vida multiétnica.

Vinda do Mar das Caraíbas, a frente fria que havia visitado aquela estranha protuberância mexicana começava a dar parte fraca.

O dono de uma loja de recuerdos da Plaza Grande sabia bem que quando o sol começava a entrar pelos retalhos de azul celeste não tardaria a reclamar o seu domínio tropical.

De acordo, inconformado com alguns sinais de envelhecimento precoce do boneco mariachi à porta do seu negócio, armou-se de pequenas latas de tinta e de pincéis e retoca-o de volta à perfeição.

Península Iucatão, Cidade Mérida, México, pintura de mariachi

Dono de loja renova a pintura do boneco mariachi à entrada.

Gerada e enraizada no centro-oeste do país, a tradição mariachi pouco ou nada tem que ver com Mérida ou a isolada Península do Iucatão em geral, para lá de, em termos oficiais, também estarmos no México.

Cancun e a Riviera Maia distam meras quatro horas por estrada.

A maior parte dos gringos que aterram nos seus aeroportos e nas espreguiçadeiras dos inúmeros resorts não conhece o suficiente do México para detectar a incongruência.

Península Iucatão, Cidade Mérida, México, músicos

Músicos repousam na praça central de Mérida antes de entrarem ao serviço.

São raros os que deixam o requinte balnear plástico dos hotéis e estâncias iucatecas do caribe determinados a chegar tão longe como Mérida.

Por norma, o limite da sua exploração pelo interior do Iucatão fica no famoso complexo arqueológico de Chichén Itzá, antigo centro político e económico da civilização Maia, uma das várias etnias indígenas que integram a nação mexicana.

Península Iucatão, Cidade Mérida, México, Monumento da Pátria

Táxi contorna um dos monumentos mais emblemáticos de Mérida, o da Pátria Mexicana.

Tal como Chichén Itzá, o local em que hoje se espraia Mérida já era uma importante cidade Maia séculos antes da chegada do conquistador espanhol Francisco de Montejo y León (El Mozo) e dos seus homens.

A Sobreposição dos Conquistadores Espanhóis ao Povoado Indígena

Foi em 1542 que estes conquistaram T’Hó, um povoado repleto de pirâmides de que os colonos removeram as pedras criteriosamente esculpidas pelos nativos e com elas ergueram os seus próprios edifícios.

Península Iucatão, Cidade Mérida, México, Monumento da Pátria

Frente indígena do Monumento da Pátria Mexicana.

Alguns historiadores consideram a Mérida mexicana a cidade das Américas há mais tempo ocupada em contínuo, há bem mais anos que o povoado homónimo da vizinha Venezuela, e há muitos mais que o das Filipinas.

Preocupados com as revoltas frequentes dos indígenas maias, os residentes peninsulares e mestiços mantiveram a Mérida da península do Iucatão muralhada.

Os paredões de pedra calcária, os defensores e as epidemias de varíola e outras trazidas do Velho Mundo aniquilaram as pretensões de reconquista dos nativos.

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Trânsito contorna a praça central de Mérida com a noite a reforçar-se sobre a Península do Iucatão.

Muitos dos edifícios coloniais erguidos até ao século XIX permanecem intactos no centro histórico, em redor do parque frondoso e rectangular da Plaza Grande.

Em hora de ponta, demasiado infernal para o que o encanto deste cientro merecia, um trânsito repleto de velhos fuscas barulhentos, contorna-a.

À hora do pico do calor, só uns poucos veículos a percorrem.

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Trânsito limitado numa das ruas que percorrem o limiar da Plaza de la Independencia.

A Presença e Vida Maia na Cidade Colonial de Mérida

Señores, no quieren acaso hamacas? “pergunta-nos uma mulher maia, de muito baixa estatura – como quase todas – que traja um vestido branco com limites bordados, à sombra de uma árvore secular e na companhia de algumas moradoras mestiças.

Passamos os olhos pela sua pilha multicolor de redes de repouso enoveladas. O produto não nos seduz. A vendedora aposta em protelar a venda: “Quizás más tarde?

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Vendedores maias carregadas com as artesanias que tentam vender aos turistas que encontram em Mérida.

Tal como as congéneres espanhola, venezuelana e filipina, esta Mérida tem uma forte génese hispânica mas, passados os confrontos históricos, nenhuma outra grande cidade mexicana acolhe, hoje, tantos habitantes maias como a capital do estado de Iucatão (cerca de 60% da sua população).

Claro está que, fruto da longa supremacia dos colonos, os negócios estabelecidos nos principais edifícios da cidade estão entregues aos criollos (habitantes já nascidos no México mas com ascendência hispânica).

À maior parte das mulheres Maias, restam algumas bancas do enorme mercado local ou patrulhar os recantos turísticos da cidade de olho nas autoridades que nem sempre lhes perdoam as multas devidas pela ilegalidade da venda ambulante.

O Cabildo Monumental de Mérida e a Vista Desafogada das suas Varandas

Essas e outras leis emanam do cabildo, instalado noutro edifício secular elegante sustentado por arcadas abobadadas e de que se projecta uma torre de relógio suprema.

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Moradores de Mérida caminham à sombra das muitas arcadas em redor da Plaza de la Independencia.

Saímos da sombra do jardim, atravessamos uma passadeira amarela e subimos uma escadaria interior que nos revela diversas salas com decorações faustosas de antiquário.

Ninguém questiona a nossa incursão, razão porque só nos detemos sobre o parapeito do longo varandim do edifício.

Dali, apreciamos a Plaza de la Independência (nome oficial da Plaza Grande).

Vêmo-la acima do tecto formado pelas copas de grandes loureiros, perfurado pela bandeira mexicana no seu centro, pelo frontão e pelas torres da Catedral e cimos de outros edifícios quase tão altivos.

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A catedral de Mérida sobre a “floresta” de loureiros da praça central de Mérida.

Enquanto o fazemos, uma troupe em vestes artísticas atravessa a mesma passadeira que havíamos cruzado e sobe ao cabildo.

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Transeuntes cruzam-se sob velhas janelas de Mérida.

O Orgulho Meridenho do Agente Policial J. Mian

Antes de regressarmos à realidade térrea da cidade, o agente policial J. Mian aparece do interior do edifício com a missão de controlar a legitimidade do inesperado ajuntamento.

Conversa puxa, conversa, acabamos por o incluir na nossa própria sessão fotográfica.

As câmaras não só não o intimidam ou preocupam – algo raro quanto se trata de um braço da lei – como o deixam visivelmente orgulhoso, a posar de braços atrás das costas e feições endurecidas.

“A ver, a ver….” roga-nos para poder espreitar o pequeno monitor com a avidez de um Narciso fardado e fora de si. ”Muy bién, muy bién, soy el agente Mian.”

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Guarda de serviço no edifício histórico do cabildo de Mérida.

A Azáfama Comercial de Mérida e um Núcleo Gastronómico Providencial

A determinada altura, o sol estava a pique, o calor e a humidade intensificavam-se e agravavam a poluição residente nas ruas entupidas por vendedores de tudo um pouco.

Passámos por uma sucessão de sapatarias e lojas de roupa, legados distantes da bonança económica dos anos 80 e 90, quando inúmeras maquiladoras (fábricas de confecção têxtil) da zona produziam e vendiam, com enormes lucros, uma panóplia de peças de roupa.

Contornámos várias lojas repletas de bugigangas chinesas e a fachada do Mercado Municipal Lucas de Galvez.

Na sequência, subimos uma escadaria e, nas traseiras, demos com um terraço intermédio ocupado pelos incontornáveis comedores (pequenos restaurantes) que quase sempre complementam os mercados. Era o que procurávamos.

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Cidadão de Mérida desce a escadaria de um edifício colonial.

Num ápice, nove ou dez donas de pequenos restaurantes inauguraram uma disputa frenética pela nossa atenção e pelos pesos mexicanos, e obrigaram-nos a escolher as oito ou nove que iríamos rejeitar. Não estávamos com paciência ou sequer com energia para comparar menus.

Numa das paredes, um painel com uma pirâmide e outros motivos maias pintados num kitsch manchado pelo tempo publicitava o negócio de Carmita La Mesticita!

É lá que nos sentamos, instigados pela suavidade do apelo da proprietária: “Bienvenidos señores. Que les puedo servir?” e saboreamos um revigorante almoço tradicional mestiço, enquanto aguardamos que o calor dê de si.

Um motorista de taxi que connosco mete conversa interessa-se por comida e saúde. Testemunha sem qualquer receio que os repastos tradicionais iucatecas são meio caminho para uma vida longa: “desde que não se coma a porcaria que os gringos para cá trouxeram, tem-se tudo para viver muito e bem.

O meu pai já conta 90 anos. A minha mãe vai com 80. E dois dos meus avós estão vivos com mais de 100.”

Estará cheio de razão.

A Grande Catedral de Mérida e a Vida Mestiça de Mérida em Redor

Com o entardecer, caminhamos em direcção à Praça de Santa Lucia, palco de espectáculos musicais e de dança que não queríamos perder.

Pelo caminho, espreitamos com atenção redobrada a Catedral de Mérida.

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Habitantes de Mérida diante da catedral imponente da cidade.

À direita da sua porta sul, há uma pintura de Tutul Xiú, um cacique maia aliado de Francisco de Montejo. Juntos, Montejo e Xiú derrotaram os maias Cocomes.

Em seguida, Xiú converteu-se ao Cristianismo.

Os seus descendentes ainda vivem em Mérida.

Do lado oposto da rua, descortinamos uma outra cena digna dos tempos dos senhores e seus vassalos, se bem que passada nos nossos dias.

O dono de uma pequena frota de calesas turísticas fala ao telemóvel refastelado no banco de uma delas.

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Condutores de charretes entretêm-se enquanto esperam por passageiros.

Cinco condutores e auxiliares todos igualmente sob chapéus de vaqueros fazem-lhe uma óbvia companhia subalterna sentados nos restantes assentos e em redor.

Aguardam por instruções ou por passageiros que tardam em chegar e sorriem deleitados quando nos mostramos obcecados pela pitoresca cena.

A Vaqueria Iucateca

Continuamos a afastar-nos da Plaza Grande em direcção à de Santa Lucia, entre mais e mais fachadas de grandes casas senhoriais adaptadas a museus, instituições estatais ou privadas ou negócios elegantes.

Península Iucatão, Cidade Mérida, México, edifício colonial

Edifício colonial garrido contra o céu azulão do norte do Iucatão.

Quando chegamos, constatamos o laxismo da pontualidade mexicana.

Não vemos sinal do espectáculo que era suposto estar prestes a começar. Um vendedor ambulante ainda instala uma banca de snacks.

Dois jovens irmãos impingem-nos pulseiritas e colheritas de artesanato. Pouco depois, chegam os técnicos encarregues de afinar o som e os primeiros aficionados da vaquería Yucateca – assim se chama a exibição regular – determinados em conseguir lugar na primeira fila.

Passada uma hora, a plateia está composta.

Um apresentador octogenário mas em grande forma surge em trajes típicos, numa guayabera, calças e alpergatas iucatecas brancas.

Inaugura o show e uma série de piadas no intervalo de cada actuação que, popularuchas e deveras machistas, arrancam gargalhadas histéricas entre o público feminino. “Las mujeres son como la yerbabuena. Arriba tienen la yerba y abajo la cosa buena”…

Entram com grande destaque os artistas argentinos com que nos tínhamos encontrado no cabildo e nas ruas da cidade. Pelo meio, há declamação de poesia.

Antes do encerramento têm lugar os actos a que os espectadores estão mais que fartos de assistir mas que, ainda assim, preferem.

Península Iucatão, Cidade Mérida, México, Cabildo, Vaqueria iucateca

Momento de dança de um espectáculo tradicional realizado aos fins de semana em Mérida.

Ficamos a conhecer o folclore regional do estado de Iucatão acelerado e diversificado a que se convencionou chamar vaquería iucateca.

Moda que teve origem nas festas populares que os grandes criadores de gado daquelas partes das Américas organizavam, especialmente antes da ferragem dos animais.

A tarefa que implicava um enorme esforço. Merecia uma recompensa à altura.

Campeche, México

Há 200 Anos a Brincar com a Sorte

No fim do século XVIII, os campechanos renderam-se a um jogo introduzido para esfriar a febre das cartas a dinheiro. Hoje, jogada quase só por abuelitas, a loteria local pouco passa de uma diversão.
Izamal, México

A Cidade Mexicana, Santa, Bela e Amarela

Até à chegada dos conquistadores espanhóis, Izamal era um polo de adoração do deus Maia supremo Itzamná e Kinich Kakmó, o do sol. Aos poucos, os invasores arrasaram as várias pirâmides dos nativos. No seu lugar, ergueram um grande convento franciscano e um prolífico casario colonial, com o mesmo tom solar em que a cidade hoje católica resplandece.
Iucatão, México

A Lei de Murphy Sideral que Condenou os Dinossauros

Cientistas que estudam a cratera provocada pelo impacto de um meteorito há 66 milhões de anos chegaram a uma conclusão arrebatadora: deu-se exatamente sobre uma secção dos 13% da superfície terrestre suscetíveis a tal devastação. Trata-se de uma zona limiar da península mexicana de Iucatão que um capricho da evolução das espécies nos permitiu visitar.
Mérida, Venezuela

Mérida a Los Nevados: nos Confins Andinos da Venezuela

Nos anos 40 e 50, a Venezuela atraiu 400 mil portugueses mas só metade ficou em Caracas. Em Mérida, encontramos lugares mais semelhantes às origens e a geladaria excêntrica dum portista imigrado.
Mérida, Venezuela

A Renovação Vertiginosa do Teleférico mais Alto do Mundo

Em execução a partir de 2010, a reconstrução do teleférico de Mérida foi levada a cabo na Sierra Nevada por operários intrépidos que sofreram na pele a grandeza da obra.
Pueblos del Sur, Venezuela

Os Pauliteiros de Mérida, Suas Danças e Cia

A partir do início do século XVII, com os colonos hispânicos e, mais recentemente, com os emigrantes portugueses consolidaram-se nos Pueblos del Sur, costumes e tradições bem conhecidas na Península Ibérica e, em particular, no norte de Portugal.
San Cristobal de las Casas a Campeche, México

Uma Estafeta de Fé

Equivalente católica da Nª Sra. de Fátima, a Nossa Senhora de Guadalupe move e comove o México. Os seus fiéis cruzam-se nas estradas do país, determinados em levar a prova da sua fé à patrona das Américas.
Campeche, México

Campeche Sobre Can Pech

Como aconteceu por todo o México, os conquistadores chegaram, viram e venceram. Can Pech, a povoação maia, contava com quase 40 mil habitantes, palácios, pirâmides e uma arquitetura urbana exuberante, mas, em 1540, subsistiam menos de 6 mil nativos. Sobre as ruínas, os espanhóis ergueram Campeche, uma das mais imponentes cidades coloniais das Américas.
Tulum, México

A Mais Caribenha das Ruínas Maias

Erguida à beira-mar como entreposto excepcional decisivo para a prosperidade da nação Maia, Tulum foi uma das suas últimas cidades a sucumbir à ocupação hispânica. No final do século XVI, os seus habitantes abandonaram-na ao tempo e a um litoral irrepreensível da península do Iucatão.
Cobá a Pac Chen, México

Das Ruínas aos Lares Maias

Na Península de Iucatão, a história do segundo maior povo indígena mexicano confunde-se com o seu dia-a-dia e funde-se com a modernidade. Em Cobá, passámos do cimo de uma das suas pirâmides milenares para o coração de uma povoação dos nossos tempos.
San Cristóbal de Las Casas, México

O Lar Doce Lar da Consciência Social Mexicana

Maia, mestiça e hispânica, zapatista e turística, campestre e cosmopolita, San Cristobal não tem mãos a medir. Nela, visitantes mochileiros e activistas políticos mexicanos e expatriados partilham uma mesma demanda ideológica.

Cidade do México, México

Alma Mexicana

Com mais de 20 milhões de habitantes numa vasta área metropolitana, esta megalópole marca, a partir do seu cerne de zócalo, o pulsar espiritual de uma nação desde sempre vulnerável e dramática.

Campeche, México

Um Bingo tão lúdico que se joga com bonecos

Nas noites de sextas um grupo de senhoras ocupam mesas do Parque Independencia e apostam ninharias. Os prémios ínfimos saem-lhes em combinações de gatos, corações, cometas, maracas e outros ícones.
Champotón, México

Rodeo Debaixo de Sombreros

Champoton, em Campeche, acolhe uma feira honra da Virgén de La Concepción. O rodeo mexicano sob sombreros local revela a elegância e perícia dos vaqueiros da região.
Iucatão, México

O Fim do Fim do Mundo

O dia anunciado passou mas o Fim do Mundo teimou em não chegar. Na América Central, os Maias da actualidade observaram e aturaram, incrédulos, toda a histeria em redor do seu calendário.
Uxmal, Iucatão, México

A Capital Maia que Se Empilhou Até ao Colapso

O termo Uxmal significa construída três vezes. Na longa era pré-Hispânica de disputa do mundo Maia, a cidade teve o seu apogeu, correspondente ao cimo da Pirâmide do Adivinho no seu âmago. Terá sido abandonada antes da Conquista Espanhola do Iucatão. As suas ruínas são das mais intactas da Península do Iucatão.
Barrancas del Cobre, Chihuahua, México

O México Profundo das Barrancas del Cobre

Sem aviso, as terras altas de Chihuahua dão lugar a ravinas sem fim. Sessenta milhões de anos geológicos sulcaram-nas e tornaram-nas inóspitas. Os indígenas Rarámuri continuam a chamar-lhes casa.
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Chihuahua, México

¡ Ay Chihuahua !

Os mexicanos adaptaram a expressão como uma das suas preferidas manifestações de surpresa. À descoberta da capital do estado homónimo do Noroeste, exclamamo-la amiúde.
Chichen Itza, Iucatão, México

À Beira do Cenote, no Âmago da Civilização Maia

Entre os séculos IX a XIII d.C., Chichen Itza destacou-se como a cidade mais importante da Península do Iucatão e do vasto Império Maia. Se a Conquista Espanhola veio precipitar o seu declínio e abandono, a história moderna consagrou as suas ruínas Património da Humanidade e Maravilha do Mundo.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
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A Reanimação Prodigiosa do PN Liwonde

Durante largo tempo, a incúria generalizada e o alastrar da caça furtiva vitimaram esta reserva animal. Em 2015, a African Parks entrou em cena. Em pouco tempo, também beneficiário da água abundante do lago Malombe e do rio Chire, o Parque Nacional Liwonde tornou-se um dos mais vivos e exuberantes do Malawi.
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Às Portas do ex-Reino do Alto Mustang

Antes do século XII, Kagbeni já era uma encruzilhada de rotas comerciais na confluência de dois rios e duas cordilheiras em que os reis medievais cobravam impostos. Hoje, integra o famoso Circuito dos Annapurnas. Quando lá chegam, os caminhantes sabem que, mais acima, se esconde um domínio que, até 1992, proibia a entrada de forasteiros.
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Uma Obra-Prima da Reabilitação Urbana

Na viragem para o século XXI, o bairro Wynwood mantinha-se repleto de fábricas e armazéns abandonados e grafitados. Tony Goldman, um investidor imobiliário astuto, comprou mais de 25 propriedades e fundou um parque mural. Muito mais que ali homenagear o grafiti, Goldman fundou o grande bastião da criatividade de Miami.
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Sobre Carris
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Fiéis cristãos à saida de uma igreja, Upolu, Samoa Ocidental
Sociedade
Upolu, Samoa  

No Coração Partido da Polinésia

O imaginário do Pacífico do Sul paradisíaco é inquestionável em Samoa mas a sua formosura tropical não paga as contas nem da nação nem dos habitantes. Quem visita este arquipélago encontra um povo dividido entre sujeitar-se à tradição e ao marasmo financeiro ou desenraizar-se em países com horizontes mais vastos.
Casario, cidade alta, Fianarantsoa, Madagascar
Vida Quotidiana
Fianarantsoa, Madagáscar

A Cidade Malgaxe da Boa Educação

Fianarantsoa foi fundada em 1831 por Ranavalona Iª, uma rainha da etnia merina então predominante. Ranavalona Iª foi vista pelos contemporâneos europeus como isolacionista, tirana e cruel. Reputação da monarca à parte, quando lá damos entrada, a sua velha capital do sul subsiste como o centro académico, intelectual e religioso de Madagáscar.
Parque Nacional Gorongosa, Moçambique, Vida Selvagem, leões
Vida Selvagem
PN Gorongosa, Moçambique

O Coração da Vida Selvagem de Moçambique dá Sinais de Vida

A Gorongosa abrigava um dos mais exuberantes ecossistemas de África mas, de 1980 a 1992, sucumbiu à Guerra Civil travada entre a FRELIMO e a RENAMO. Greg Carr, o inventor milionário do Voice Mail recebeu a mensagem do embaixador moçambicano na ONU a desafiá-lo a apoiar Moçambique. Para bem do país e da humanidade, Carr comprometeu-se a ressuscitar o parque nacional deslumbrante que o governo colonial português lá criara.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.