Montserrat, Pequenas Antilhas

A Ilha do Vulcão que se Recusa a Adormecer


O Ferry “Jaden Sun”
O ferry que asseguras as ligações marítimas entre Antígua e Montserrat.
Lady in Red
Cliente do cabeleireiro de Salem numa penumbra espelhada.
Coqueiro Resiliente
Coqueiro eleva-se acima da St. George Hill e, aparentemente, acima do vulcão Soufrière Hills.
Um Cume Dantesco
Enxofre e outros gases ascendem a partir do cume do vulcão Soufrière Hills.
Fim da Linha
Vivendas abandonadas e perdidas na vegetação que tem aumentado a grande ritmo nos últimos anos.
À Porta do Negócio
Moradora de Salem apanha ar fresco à entrada da sua loja de Salem.
Fim da Pesca
Pescador com arpão puxa um pequeno caique para o areal, na Line Kiln Bay
Grande Pescaria
Morador de Montserrat mostra a pescaria do fim de tarde, sobre o areal da Line Kiln Bay.
As Contas Feitas duma ex-Cidade
Balcão de um hotel de Plymouth repleto das cinzas que soterraram a cidade.
Office Jungle
Vegetação e cinzas invadem um escritório de Plymouth.
Selva de Fetos
Fetos apoderam-se do pátio de uma casa no cimo da St. George Hill.
Spanish Point
A grande laje em que se situava o antigo aeroporto, debaixo de lava e de cinza.
Rumo à Ilha Redonda
Cruzeiro em viagem pelas Caraíbas aproxima-se da Ilha Redonda.
Abundam, nas Antilhas, os vulcões denominados Soufrière.  O de Montserrat, voltou a despertar, em 1995, e mantém-se um dos mais activos. À descoberta da ilha, reentramos na área de exclusão e exploramos as áreas ainda intocadas pelas erupções.  

Jermaine intensifica esforços para nos levar às imediações do vulcão.

Volta a sublinhar o carácter excepcional do tour em que nos ia meter. “Acreditem que é só por vocês. Não faço isto há anos. Até porque é bastante proibido, por assim dizer!”

A introdução deixa-nos intrigados a dobrar. Perto do vulcão já tínhamos estado. A St. George Hill que nos anunciava tinha que reservar algo de especial.

Jermaine detém a van em que nos conduzia na meia encosta de uma ladeira, como quase todas, em Montserrat, semi-invadida pela vegetação tropical.

“Daqui, já não passamos!” informa-nos o cicerone, a apontar para uma cancela trancada a cadeado. “Vamos andar um bom bocado mas vai valer a pena!”

A Ascensão às Alturas Panorâmicas da St. George Hills

Além de um bom bocado, o caminho que faltava era quase todo a subir. Pelo nosso lado, há vários meses com quilómetros das Antilhas nas pernas, o esforço pouco apoquentava.

Para Jermaine, o panorama era outro. Depressa percebemos que, não só há muito não percorria aqueles confins da ilha, como não fazia qualquer tipo de exercício.

Montserrat ilha, Plymouth, vulcão Soufriere, caminho para o vulcão

Guia Jermaine aproxima-se do cimo da St. George Hill e do vulcão Soufrière Hills.

De fatigado, o guia passou a extenuado. De extenuado, a derreado. De tal maneira abalado pelas ladeiras que começámos a temer que o vitimasse um qualquer enfarte.

Abrandamos o ritmo, interrompemos a marcha com mais frequência do que necessitávamos. Aos poucos, pouco a pouco, lá atingimos, em trio, as alturas alisadas da St. George Hill, onde a estrada estreitava e uma vegetação pouco incomodativa nos chegava à cintura.

Concluímos que, por aquela altura, Jermaine estaria a salvo de colapsos. Dedicamo-nos a apreciar e a fotografar as novas paragens de Montserrat, elevadas e laterais face ao Soufrière Hills.

De tal maneira próximas que, se fossemos loucos, dali chegaríamos em pouco tempo à cratera sulfurosa do vulcão.

Montserrat ilha, Plymouth, vulcão Soufriere, bolbo

A Natureza aconchega uma relíquia legada pela catástrofe de Plymouth.

Sobre o casario desafortunado de Plymouth e até ao azul do Mar das Caraíbas.

Dali, percebíamos ainda as manchas sulfurosas do cimo do vulcão e de como, delas, vertiam sucessivas erupções de fumos tóxicos.

Montserrat ilha, Plymouth, vulcão Soufrière, cratera fumarenta

Enxofre e outros gases ascendem a partir do cume do vulcão Soufrière Hills.

A Inesperada Quase-Implosão do Dólar das Caraíbas do Leste

Revigorado pela imponência do cenário, Jermaine senta-se sobre a erva e conta-nos algumas peripécias curiosas de Plymouth, uma delas mais fascinante que as demais.

Corria o ano de 1996. Vários políticos da região laudavam o dólar das Caraíbas do Leste como um projecto de moeda comum prodigioso, de tal maneira estável e benéfico que apelavam a que os maiores países caribenhos trocassem as suas moedas concorrenciais e aderissem ao EC$.

Chegamos a Maio de 1997.

O Soufrière Hills que fumegava à nossa frente, estava em erupção desde Julho de 1995.

Tinha soterrado Plymouth, a capital de Montserrat e forçado os seus habitantes a abandonarem a cidade.

Montserrat ilha, Plymouth, vulcão Soufriere, casario soterrado por lava

Torrente solidificada de fluxos piroclásticos ao longo do casario de Plymouth.

No caos da debandada, bens valiosos ficaram para trás.

Entre eles, milhões de dólares das Caraíbas mal guardados num cofre da agência local do Barclays Bank.

Um grupo de ladrões oportunistas inspirou-se numa vaga de pilhagens perpetradas por outros assaltantes, chegados de lancha e noutros tipos de embarcações das ilhas circundantes e agarrou à oportunidade.

Montserrat ilha, Plymouth, vulcão Soufrière, caique pescador

Pescador com arpão puxa um pequeno caique para o areal, na Line Kiln Bay

Conscientes de que ninguém vigiava as redondezas, escavaram um túnel e rebentaram com um cofre feito de cimento com meio metro de espessura, reforçado com grelhas de aço.

Consumado o golpe, escaparam com mais de 900.000 ECs, em notas entre os 5 e os 100 dólares, nenhuma delas considerada “no mercado” ou legal.

O golpe forçou inúmeros negociantes a interromper as suas actividades para verificarem os números de série das notas que haviam recebido durante o dia.

No limiar difuso entre a legalidade e a ilegalidade do dinheiro, enquanto o Banco Central das Caraíbas do Leste não encontrava uma solução eficaz para o imbróglio, o próprio futuro do EC, chegou a ser questionado.

“Aqui em Plymouth, foi ainda mais incrível” conta-nos Jermaine. “Um bêbado que se recusava em deixar a cidade apareceu com a conversa de que ouvia fantasmas no banco Barclays.

Como era de esperar, ninguém lhe ligou. Depois, descobriu-se o que se descobriu.”

Montserrat ilha, Plymouth, vulcão Soufriere

Vivendas alinhadas no fundo da encosta do vulcão Soufrière Hills.

E a Incursão Realizadora de Alguns Velejadores-Aventureiros Franceses

Algum tempo mais tarde, já Plymouth pouco ou nada tinha para pilhar, ancoraram ao largo, dentro da Zona de Exclusão, alguns veleiros franceses. A ausência de vigilância voltou a permitir todas as veleidades.

Os navegantes permaneceram vários dias. Entraram e saíram da cidade abandonada quando quiseram e documentaram a aventura em fotografia e vídeo.

Montserrat, ilha, Plymouth, vulcão Soufriere Hills

O grande vulcão da ilha de Montserrat, visto da St. George Hill.

Os seus registos resultaram em mini-documentários de surpreendente qualidade, assim os qualificou Jermaine.

Terão tido, pelo menos, um tom bem mais genuíno do que o de outras realizações mais tarde lá levadas a cabo.

Quando a Saga dos Reality-Shows de Sobrevivência chegou a Montserrat

Em Setembro de 2011, a Temporada 2 do reality show “Man, Woman, Wild” do Discovery Channel, contou com um episódio denominado “Volcanic Destruction”, todo ele filmado em Montserrat.

Montserrat ilha, Plymouth, vulcão Soufriere, intrusão do vulcão

Vegetação e cinza tomam conta da divisão de uma casa.

Seis anos mais tarde, também os produtores de “Aventura à Flor da Pele” (“Naked and Afraid”) se lembraram de Plymouth.

A sinopse do episódio descreve que “Um instrutor de sobrevivência e um oficial retirado das Forças Armadas são inseridos na ilha devastada por um vulcão de Montserrat.”

A Destruição e Abandono de Plymouth e a Vasta Zona de Exclusão

Não é que a ilha toda tivesse sido arrasada. A destruição centrou-se em Plymouth e áreas em redor da capital, incluindo o aeroporto e o antigo porto da ilha.

A actual área de exclusão – a tal em que tínhamos voltado a penetrar – tornou inacessível todo o terço sul, a contar com duas áreas marinhas adjacentes para onde é expectável que a lava ou os fluxos piroclásticos fluam.

Após 1997, a assolação de Plymouth e a aniquilação da economia da ilha de que a capital era o motor, cerca de metade da população viu-se sem casas, sem lares e sem razões para ali continuar.

A maior parte mudou-se para a metrópole do Reino Unido, onde chegou com plenos direitos de residência e cidadania britânica.

Montserrat ilha, Plymouth, vulcão Soufrière, Escritório invadido

Vegetação e cinzas invadem um escritório de Plymouth.

A Colonização Pioneira Irlandesa de Montserrat e o Triunfo dos Britânicos sobre os Franceses

Isto, apesar de em termos históricos, Montserrat ter sido colonizada por irlandeses, chegados da vizinha do norte de Saint Kitts.

Mais tarde, fruto da inimizade dos irlandeses face aos ingleses, os pioneiros convidaram a França a apoderar-se da ilha (1666).

Os franceses chegaram a invadi-la e a detê-la. Por pouco tempo. Atentos à concorrência francófona, os ingleses conquistaram-na e conseguiram a ratificação da sua soberania.

Montserrat ilha, Plymouth, vulcão Soufriere, cabeleireiro

Cliente do cabeleireiro de Salem numa penumbra espelhada.

Com o passar dos anos, habitaram Montserrat com escravos trazidos da África sub-saariana, forçados a trabalhar em plantações de cana-de-açúcar e de algodão.

No início do século XXI, a actividade do Soufrière Hills esteve reduzida à emissão de cinzas sobre as zonas já desabitadas do sul da ilha.

O Regresso à Actividade do vulcão Soufrière Hills e o Abandono Definitivo

No entanto, uma vez mais, no fim de 2009 e início de 2010, além da cinza, uma forte erupção libertou novo fluxo piroclástico por distintos flancos do vulcão abaixo.

Esta mais recente actividade provou, de uma vez por todas, a inviabilidade de se recuperar as imediações do vulcão.

Consolidou o estatuto da Zona de Exclusão, se bem que dividida em áreas de distintos riscos.

Nós, continuávamos acima do leito do rio Belham, ainda em pleno deslumbre.

Montserrat ilha, Plymouth, vulcão Soufrière, fetos em pátios

Fetos apoderam-se do pátio de uma casa no cimo da St. George Hill.

Nos anos que passaram sem lançamento de cinzas, o mato tropical já se tinha voltado a apoderar da encosta e do sopé oeste do Soufrière Hills.

Há demasiado tempo responsável  por aquela contemplação ilegal, Jermaine inaugura os 3.5km de regresso.

Desta feita, sempre a descer, o cansaço pouco o incomodou mas, tanto o guia como nós, tínhamos estimado uma ida-e-volta muito mais rápida e fácil.

Ninguém se lembrou de levar água suficiente.

Com o sol tropical a apertar, começamos a sofrer de sede. Ainda planeamos uma subida a um coqueiro carregado, facilitada pela catana com que Jermaine andava.

No fim, foram goiabas maduras ali abundantes que nos salvaram.

Montserrat ilha, Plymouth, vulcão Soufrière, coqueiro

Coqueiro eleva-se acima da St. George Hill e, aparentemente, acima do vulcão Soufrière Hills.

Da St. George Hill, regressamos ao centro e norte habitado de Montserrat.

Almoçamos numa banquinha de uma senhora que servia comida caribenha caseira, junto a alguns trabalhadores que animavam a sua refeição de uma conversa quase discussão, donos de vozes muito graves, habituais nestas partes do mundo.

Findo o repasto, Jermaine levou-nos ao miradouro Jack Boy Hill.

De lá, admiramos a vertente leste do vulcão, a grande laje coberta de lava de Spanish Point, onde está, também soterrada, a pista do antigo aeroporto W. A. Bramble.

Montserrat ilha, Plymouth, vulcão Soufriere, Spanish Point

A grande laje em que se situava o antigo aeroporto, debaixo de lava e de cinza.

Desse ponto, subimos a outro que coroa o extremo norte da ilha, bem mais elevado, com vista sobre boa parte do Sul e sobre o novo aeroporto John A. Osbourne, situado na vila de Gerald.

Antes do retorno à Olveston House, ainda paramos no hospital, para tratar de um ouvido que se tinha infectado devido às poeiras projectadas pelos jactos dos aviões, na praia Maho de Sint Maarten.

Devidamente medicados, despedimo-nos de Jermaine.

O dia seguinte, dedicamo-lo a visitar Brades, a actual maior cidade da ilha.

E a caminhar por Salem, a povoação que nos acolhera.

Em Salem, conversamos com donos teimosos de negócios.

Montserrat ilha, Plymouth, vulcão Soufriere, moradora

Moradora de Salem apanha ar fresco à entrada da sua loja de Salem.

Dos que resistiram a partir após a destruição de Plymouth e afiançam que só mesmo em caso extremo deixariam a sua Montserrat.

Num cabeleireiro movimentado, acompanhamos e fotografamos o lento entrançar do cabelo de uma cliente.

Inteiramo-nos do estado do espírito das senhoras e de algumas novidades inesperadas.

Montserrat ilha, Plymouth, vulcão Soufriere, cabeleireiro

Cabeleireira de Salem enrla tranças a uma cliente.

Uma delas, era a de que a empresa dona do ferry “Jaden Sun” em que tínhamos chegado ainda não o tinha reparado.

Ora, com viagem de regresso a Antigua na manhã seguinte, não sabermos de nada, auspiciava sarilhos.

À boa moda caribenha, tudo se resolveu. Após muitas chamadas telefónicas, recebemos indicação para estarmos no aeroporto às seis da manhã.

Meia-hora depois, estávamos a sobrevoar o Mar das Caraíbas com vista de ave sobre o Soufrière Hills.

 

P.S –   Por altura da criação deste artigo, o vulcão Cumbre Vieja da ilha de La Palma, nas Canárias encontrava-se numa fase eruptiva tão ou mais destrutiva.

Por sorte, até à data, nenhuma das povoações da ilha estavam no caminho da lava, entre o vulcão e o destino final do oceano Atlântico.

Plymouth, Montserrat

Das Cinzas às Cinzas

Erguida no sopé do monte Soufrière Hills, sobre depósitos magmáticos, a cidade solitária da ilha caribenha de Montserrat cresceu condenada. Como temido, em 1995, o também vulcão entrou num longo período eruptivo. Plymouth, é a única capital de um território político que permanece soterrada e abandonada.
Vulcões

Montanhas de Fogo

Rupturas mais ou menos proeminentes da crosta terrestre, os vulcões podem revelar-se tão exuberantes quanto caprichosos. Algumas das suas erupções são gentis, outras provam-se aniquiladoras.
Ilha do Pico, Açores

Ilha do Pico: o Vulcão dos Açores com o Atlântico aos Pés

Por um mero capricho vulcânico, o mais jovem retalho açoriano projecta-se no apogeu de rocha e lava do território português. A ilha do Pico abriga a sua montanha mais elevada e aguçada. Mas não só. É um testemunho da resiliência e do engenho dos açorianos que domaram esta deslumbrante ilha e o oceano em redor.
Ilha do Fogo, Cabo Verde

À Volta do Fogo

Ditaram o tempo e as leis da geomorfologia que a ilha-vulcão do Fogo se arredondasse como nenhuma outra em Cabo Verde. À descoberta deste arquipélago exuberante da Macaronésia, circundamo-la contra os ponteiros do relógio. Deslumbramo-nos no mesmo sentido.
Tenerife, Canárias

O Vulcão que Assombra o Atlântico

Com 3718m, El Teide é o tecto das Canárias e de Espanha. Não só. Se medido a partir do fundo do oceano (7500 m), só duas montanhas são mais pronunciadas. Os nativos guanches consideravam-no a morada de Guayota, o seu diabo. Quem viaja a Tenerife, sabe que o velho Teide está em todo o lado.
Corvo, Açores

O Abrigo Atlântico Inverosímil da Ilha do Corvo

17 km2 de vulcão afundado numa caldeira verdejante. Uma povoação solitária assente numa fajã. Quatrocentas e trinta almas aconchegadas pela pequenez da sua terra e pelo vislumbre da vizinha Flores. Bem-vindo à mais destemida das ilhas açorianas.
PN Bromo Tengger Semeru, Indonésia

O Mar Vulcânico de Java

A gigantesca caldeira de Tengger eleva-se a 2000m no âmago de uma vastidão arenosa do leste de Java. Dela se projectam o monte supremo desta ilha indonésia, o Semeru, e vários outros vulcões. Da fertilidade e clemência deste cenário tão sublime quanto dantesco prospera uma das poucas comunidades hindus que resistiram ao predomínio muçulmano em redor.
Nea Kameni, Santorini, Grécia

O Cerne Vulcânico de Santorini

Tinham decorrido cerca de três milénios desde a erupção minóica que desintegrou a maior ilha-vulcão do Egeu. Os habitantes do cimo das falésias observaram terra emergir no centro da caldeira inundada. Nascia Nea Kameni, o coração fumegante de Santorini.
La Palma, CanáriasEspanha

O Mais Mediático dos Cataclismos por Acontecer

A BBC divulgou que o colapso de uma vertente vulcânica da ilha de La Palma podia gerar um mega-tsunami. Sempre que a actividade vulcânica da zona aumenta, os media aproveitam para apavorar o Mundo.
Vulcão Ijen, Indonésia

Os Escravos do Enxofre do Vulcão Ijen

Centenas de javaneses entregam-se ao vulcão Ijen onde são consumidos por gases venenosos e cargas que lhes deformam os ombros. Cada turno rende-lhes menos de 30€ mas todos agradecem o martírio.
Tongariro, Nova Zelândia

Os Vulcões de Todas as Discórdias

No final do século XIX, um chefe indígena cedeu os vulcões do PN Tongariro à coroa britânica. Hoje, parte significativa do povo maori reclama aos colonos europeus as suas montanhas de fogo.
Fira, Santorini, Grécia

Fira: Entre as Alturas e as Profundezas da Atlântida

Por volta de 1500 a.C. uma erupção devastadora fez afundar no Mar Egeu boa parte do vulcão-ilha Fira e levou ao colapso a civilização minóica, apontada vezes sem conta como a Atlântida. Seja qual for o passado, 3500 anos volvidos, Thira, a cidade homónima, tem tanto de real como de mítico.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, colina Normatior
Safari
PN Amboseli, Quénia

Uma Dádiva do Kilimanjaro

O primeiro europeu a aventurar-se nestas paragens masai ficou estupefacto com o que encontrou. E ainda hoje grandes manadas de elefantes e de outros herbívoros vagueiam ao sabor do pasto irrigado pela neve da maior montanha africana.
Fiel em frente à gompa A gompa Kag Chode Thupten Samphel Ling.
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 15º - Kagbeni, Nepal

Às Portas do ex-Reino do Alto Mustang

Antes do século XII, Kagbeni já era uma encruzilhada de rotas comerciais na confluência de dois rios e duas cordilheiras em que os reis medievais cobravam impostos. Hoje, integra o famoso Circuito dos Annapurnas. Quando lá chegam, os caminhantes sabem que, mais acima, se esconde um domínio que, até 1992, proibia a entrada de forasteiros.
Arquitectura & Design
Fortalezas

O Mundo à Defesa – Castelos e Fortalezas que Resistem

Sob ameaça dos inimigos desde os confins dos tempos, os líderes de povoações e de nações ergueram castelos e fortalezas. Um pouco por todo o lado, monumentos militares como estes continuam a resistir.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Aventura
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Danca dragao, Moon Festival, Chinatown-Sao Francisco-Estados Unidos da America
Cerimónias e Festividades
São Francisco, E.U.A.

Com a Cabeça na Lua

Chega a Setembro e os chineses de todo o mundo celebram as colheitas, a abundância e a união. A enorme sino-comunidade de São Francisco entrega-se de corpo e alma ao maior Festival da Lua californiano.
Chihuahua, cidade do México, pedigree, Deza y Ulloa
Cidades
Chihuahua, México

¡ Ay Chihuahua !

Os mexicanos adaptaram a expressão como uma das suas preferidas manifestações de surpresa. À descoberta da capital do estado homónimo do Noroeste, exclamamo-la amiúde.
Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.
Comida
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Silhuetas Islâmicas
Cultura

Istambul, Turquia

Onde o Oriente encontra o Ocidente, a Turquia Procura um Rumo

Metrópole emblemática e grandiosa, Istambul vive numa encruzilhada. Como a Turquia em geral, dividida entre a laicidade e o islamismo, a tradição e a modernidade, continua sem saber que caminho seguir

arbitro de combate, luta de galos, filipinas
Desporto
Filipinas

Quando só as Lutas de Galos Despertam as Filipinas

Banidas em grande parte do Primeiro Mundo, as lutas de galos prosperam nas Filipinas onde movem milhões de pessoas e de Pesos. Apesar dos seus eternos problemas é o sabong que mais estimula a nação.
Camboja, Angkor, Ta Phrom
Em Viagem
Ho Chi-Minh a Angkor, Camboja

O Tortuoso Caminho para Angkor

Do Vietname em diante, as estradas cambojanas desfeitas e os campos de minas remetem-nos para os anos do terror Khmer Vermelho. Sobrevivemos e somos recompensados com a visão do maior templo religioso
Remadores Intha num canal do Lago Inlé
Étnico
Lago Inle, Myanmar

A Deslumbrante Birmânia Lacustre

Com uma área de 116km2, o Lago Inle é o segundo maior lago do Myanmar. É muito mais que isso. A diversidade étnica da sua população, a profusão de templos budistas e o exotismo da vida local, tornam-no um reduto incontornável do Sudeste Asiático.
arco-íris no Grand Canyon, um exemplo de luz fotográfica prodigiosa
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 1)

E Fez-se Luz na Terra. Saiba usá-la.

O tema da luz na fotografia é inesgotável. Neste artigo, transmitimos-lhe algumas noções basilares sobre o seu comportamento, para começar, apenas e só face à geolocalização, a altura do dia e do ano.
aggie grey, Samoa, pacífico do Sul, Marlon Brando Fale
História
Apia, Samoa Ocidental

A Anfitriã do Pacífico do Sul

Vendeu burgers aos GI’s na 2ª Guerra Mundial e abriu um hotel que recebeu Marlon Brando e Gary Cooper. Aggie Grey faleceu em 1988 mas o seu legado de acolhimento perdura no Pacífico do Sul.
Salvamento de banhista em Boucan Canot, ilha da Reunião
Ilhas
Reunião

O Melodrama Balnear da Reunião

Nem todos os litorais tropicais são retiros prazerosos e revigorantes. Batido por rebentação violenta, minado de correntes traiçoeiras e, pior, palco dos ataques de tubarões mais frequentes à face da Terra, o da ilha da Reunião falha em conceder aos seus banhistas a paz e o deleite que dele anseiam.
Quebra-Gelo Sampo, Kemi, Finlândia
Inverno Branco
Kemi, Finlândia

Não é Nenhum “Barco do Amor”. Quebra Gelo desde 1961

Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.
Almada Negreiros, Roça Saudade, São Tomé
Literatura
Saudade, São Tomé, São Tomé e Príncipe

Almada Negreiros: da Saudade à Eternidade

Almada Negreiros nasceu, em Abril de 1893, numa roça do interior de São Tomé. À descoberta das suas origens, estimamos que a exuberância luxuriante em que começou a crescer lhe tenha oxigenado a profícua criatividade.
Vaca cachena em Valdreu, Terras de Bouro, Portugal
Natureza
Campos de Gerês -Terras de Bouro, Portugal

Pelos Campos do Gerês e as Terras de Bouro

Prosseguimos num périplo longo e ziguezagueante pelos domínios da Peneda-Gerês e de Bouro, dentro e fora do nosso único Parque Nacional. Nesta que é uma das zonas mais idolatradas do norte português.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Tsitsikamma Parque Nacional
Parques Naturais
Garden Route, África do Sul

O Litoral Jardim da África do Sul

Estendida por mais de 200km de costa natural, a Garden Route ziguezagueia por florestas, praias, lagos, desfiladeiros e parques naturais esplendorosos. Percorremo-la de leste para oeste, ao longo dos fundos dramáticos do continente africano.
Khiva, Uzbequistão, Fortaleza, Rota da Seda,
Património Mundial UNESCO
Khiva, Uzbequistão

A Fortaleza da Rota da Seda que a União Soviética Aveludou

Nos anos 80, dirigentes soviéticos renovaram Khiva numa versão amaciada que, em 1990, a UNESCO declarou património Mundial. A URSS desintegrou-se no ano seguinte. Khiva preservou o seu novo lustro.
Sósias dos irmãos Earp e amigo Doc Holliday em Tombstone, Estados Unidos da América
Personagens
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
La Digue, Seychelles, Anse d'Argent
Praias
La Digue, Seicheles

Monumental Granito Tropical

Praias escondidas por selva luxuriante, feitas de areia coralífera banhada por um mar turquesa-esmeralda são tudo menos raras no oceano Índico. La Digue recriou-se. Em redor do seu litoral, brotam rochedos massivos que a erosão esculpiu como uma homenagem excêntrica e sólida do tempo à Natureza.
Noiva entra para carro, casamento tradicional, templo Meiji, Tóquio, Japão
Religião
Tóquio, Japão

Um Santuário Casamenteiro

O templo Meiji de Tóquio foi erguido para honrar os espíritos deificados de um dos casais mais influentes da história do Japão. Com o passar do tempo, especializou-se em celebrar bodas tradicionais.
Comboio do Fim do Mundo, Terra do Fogo, Argentina
Sobre Carris
Ushuaia, Argentina

Ultima Estação: Fim do Mundo

Até 1947, o Tren del Fin del Mundo fez incontáveis viagens para que os condenados do presídio de Ushuaia cortassem lenha. Hoje, os passageiros são outros mas nenhuma outra composição passa mais a Sul.
Intervenção policial, judeus utraortodoxos, jaffa, Telavive, Israel
Sociedade
Jaffa, Israel

Protestos Pouco Ortodoxos

Uma construção em Jaffa, Telavive, ameaçava profanar o que os judeus ultra-ortodoxos pensavam ser vestígios dos seus antepassados. E nem a revelação de se tratarem de jazigos pagãos os demoveu da contestação.
Vida Quotidiana
Profissões Árduas

O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
Hipopótamo na Lagoa de Anôr, Ilha de Orango, Bijagós, Guiné Bissau
Vida Selvagem
Ilha Kéré a Orango, Bijagós, Guiné Bissau

Em Busca dos Hipopótamos Lacustres-Marinhos e Sagrados das Bijagós

São os mamíferos mais letais de África e, no arquipélago das Bijagós, preservados e venerados. Em virtude da nossa admiração particular, juntamo-nos a uma expedição na sua demanda. Com partida na ilha de Kéré e fortuna no interior da de Orango.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.