Taos, E.U.A.

A América do Norte Ancestral de Taos


Um halo cristão
Luz artificial amarela a igreja colonial de São Francisco de Assis, sobre o lusco-fusco.
Bandelier
Uma escada dá acesso às habitações escavadas na rocha puebloanas de Bandelier.
Lares de Taos
Casario ancestral de adobe do Taos Pueblo, no Novo México.
Fé sobre azul
Uma das muitas obras decorativas da cidade de Taos.
Beatriz e Joseph
Nativos de Taos em repouso à entrada de uma das casas de adobe de Taos.
Uma vida adobada
Vida tranquila e de adobe do Taos Pueblo
Adobe em branco
Pormenor da entrada da igreja de adobe do Taos Pueblo.
Marca dos Guerreiros II
Espécie de totem identificativo à entrada de um rancho de Taos
Rio Grande Gorge Bridge
A ponte sobre o desfiladeiro profundo do rio Grande
Rio Grande, estrada Grande
Carro percorre a State Road 68, com o canyon do Rio Grande em fundo.
A Marca dos Guerreiros
Entrada de um rancho nos arredores de Taos.
De viagem pelo Novo México, deslumbramo-nos com as duas versões de Taos, a da aldeola indígena de adobe do Taos Pueblo, uma das povoações dos E.U.A. habitadas há mais tempo e em contínuo. E a da Taos cidade que os conquistadores espanhóis legaram ao México, o México cedeu aos Estados Unidos e que uma comunidade criativa de descendentes de nativos e artistas migrados aprimoram e continuam a louvar.

Novo México Acima, a Caminho de Taos

Por alguma razão esta zona do sul interior dos Estados Unidos ficou conhecida por “Terra do Encanto”. Justifica-se que se orgulhe do título ao ponto de as autoridades a usarem como epíteto e o escarrapacharem nas matrículas dos carros do Novo México pelo menos, desde 1999.

Seguimos num carro californiano. Na viagem entre Albuquerque e Santa Fé, surpreendem-nos temperaturas negativas.

E um nevão de toca-e-foge que depressa congela o deslumbre rodoviário em que andávamos. Quase tão rápido como chegara, o tempo frígido rumou a outras paragens.

Desviamos caminho para oeste, apontados ao Bandelier National Monument. Quando lá damos entrada, a desejada combinação de céu limpo e sol radioso abençoava-nos uma vez mais.  Tínhamos dado com os primeiros testemunhos grandiosos que a civilização ameríndia Puebloana deixou a estes confins do Novo México e aos estados vizinhos do Colorado, Utah e Arizona. Não seriam, nem de longe, nem de perto, as últimas.

Bandelier National Park, Novo México, Estados Unidos

Uma escada dá acesso às habitações escavadas na rocha puebloanas de Bandelier.

O Legado Puebloano do Bandelier National Monument

Caminhamos montes e encostas acima e abaixo, intrigados quanto a como, entre 1150 e 1600 d.C. se tinham instalado e prosperado em grutas e aberturas escavadas em grandes paredões de rocha e leitos de rio do Planalto de Pajarito. Exploramos as suas moradias quase milenares durante duas horas a fio. Só não prosseguimos porque, no entretanto, o sol descera mais do que esperávamos.

Taos ainda distava uma hora e meia. Apontamos a Española. Apanhamos a State Road 68 e seguimo-la na companhia do Grande, um de vários rios famosos e cinéfilos da nação ianque.

Mais abaixo no mapa, o Grande deixa o Novo México e entra no Texas. O seu caudal sinuoso marca, ali, o limiar sul deste estado e estabelece a fronteira, ziguezagueante a condizer, dos Estados Unidos com o México.

Estávamos bem a norte dessa raia que o The Donald (Trump) tornou tão polémica. A mesma fronteira em que o sempre soberbo John Wayne faz do Coronel Kirby Yorke, na liderança de um posto de cavalaria infernizado pelos índios apaches que, na longa metragem homónima lançam sucessivos raides a partir do lado mexicano.

O Grande que perseguíamos era outro, recém-nascido. Contava com umas poucas centenas de quilómetros desde a sua nascente, formada pelo  aglomerar de riachos nas montanhas San Juan do Colorado.

Ao Longo do grande Rio Grande

Road 68 acima, vimo-lo passar nas imediações de sucessivas povações com nomes hispânicos: Santa Clara, Española, Pueblito, Alcalde, La Villita, Los Luceros, Velarde, Embudo, Rinconada e por aí fora.

Rio Grande Gorge Bridge

A ponte sobre o desfiladeiro profundo do rio Grande

A determinada altura do seu curso, o rio atraiçoa a RD68. Parte com a 570 e, pouco depois, com a 567, para norte. Nós, mantemo-nos fieis à State Road 68, rumo a Taos.

Chegamos já sobre novo anoitecer gélido a tempo de nos refugiarmos num motel de beira de estrada conveniente, o Super 8. Lá nos instalamos à pressa.

Mas, mudamos de ideias e de saímos disparados em direcção à igreja de San Francisco de Assis, um dos templos missionários da região, situado em Rancho de Taos, ainda hoje, palco de missas regulares.

Vindos de Santa Fé, já nos tínhamos habituado aos edifícios de adobe ora elegantes ora elegantes e monumentais do Novo México.

State Road 68 com o Rio Grande em fundo

Carro percorre a State Road 68, com o canyon do Rio Grande em fundo.

Peregrinação à Igreja Deserta de San Francisco de Assis

Erguida pelos Padres Franciscanos entre 1772 e 1816, a igreja revelar-se-ia apenas mais um. Isto, se a sua origem histórica não fosse a de escudo de fé contra os ataques frequentes dos índios Comanche de que os colonos se viram vítimas.

Àquela hora quase nocturna não encontramos vivalma. Nem de índios nem de cowboys, de padres franciscanos ou qualquer que fosse o género humano válido no Novo México, diga-se de passagem. Mesmo assim, ficamos a fotografá-la sob um crepúsculo que o avançar do tempo tornou religioso.

igreja de San Francisco de Assis, Taos, Novo México, Estados Unidos

A igreja de San Francisco de Assis, um deslumbrante legado colonial de adobe

Afinal, estávamos perante uma das igrejas mais pintadas e fotografadas dos E.U.A. As orgulhosas autoridades de Taos reclamam que o é, aliás, do mundo inteiro.

A sua arquitectura colonial hispânica terá parecido humilde aos frades que a delinearam e supervisionaram. Hoje, essa simplicidade adobada e amarelada é vista como uma incrível expressão de subtileza da elegância. Justificou a adolação de Georgia O’Keeffe e de Ansel Adams, entre tantos outros pintores e fotógrafos, de artistas em geral.

Nem condicionados pelas nossas próprias limitações e pela reverência perante o edifício, queríamos deixar de dali levar um bom registo fotográfico. Esperamos, assim, pelo momento em que o amarelo-torrado da fachada iluminada e o azul da abóbada celeste mais resplandecessem e fazemos as nossas fotos, rendidos a uma trilogia distorcida do templo, da cruz de Cristo e da estátua branca de São Francisco de Assis.

A Caminho de Taos

Uns minutos depois, o breu apoderou-se do cenário. Desde o nascer do sol e de Santa Fé que vínhamos a viajar e a descobrir o âmago pós-colonial do Novo México. Àquela hora tardia, sobrava-nos uma réstia de energia. Ansiávamos pelo repouso no Super 8, o tal motel situado num vale amplo entre o já distante limiar do Deserto de Chihuahua e as montanhas de Sangre de Cristo.

A aurora prenda-nos com uma meteorologia igual à antecessora. Saímos disparados para Taos. Pode até parecer estranho mas, estávamos de tal maneira intrigados quanto ao que encontraríamos no velho Taos Pueblo que atravessámos a Taos cidade sem nos determos.

Quando verificamos o caminho no mapa, reparamos numa realidade curiosa. Até então, o rio Grande tivera o protagonismo fluvial do Novo México.

A Inesperada Confluência Fluvial do Planalto de Taos

Ali, onde Taos e o povoado secular homónimo se haviam instalado, os rios e acequias (canais) eram muitos mais. Fluíam o Lucero e o Pueblo de Taos. Estes, ramificavam-se em vários cursos secundários e voltavam a unir-se. Mais para sudoeste, o Pueblo de Taos render-se-ia ao Grande.

Todos estes fluxos irrigavam e alisavam um planalto aluvial situado acima dos 2.000 metros. Muito devido à água gerada pelo degelo a norte, a aridez do Deserto de Chihuahua dava lugar a uma área de transição para as montanhas que anunciavam as terras altas do Colorado, os seus prados e florestas. Entendíamos, assim, porque os nativos escolheram há muito esta zona para se instalarem.

Uma Aldeia de Adobe Milenar

Estacionamos à entrada de um descampado terroso. Para diante, impunha-se um conglomerado excêntrico de casas de adobe por pintar, umas empilhadas sobre as outras. Formavam uns cinco níveis habitacionais. E retalhos com arestas arredondadas, à primeira vista uniformes mas que compunham uma geometria geral inusitada.

Taos Pueblo, Novo México, E.U.A.

Casario ancestral de adobe do Taos Pueblo, no Novo México.

Nos pisos térreos mais à mão dos visitantes, encontrávamos lojas exíguas e escuras de artesanias: a Taos Indian; a Dancing Hummingbird.

A maior parte, anunciava olaria, trajes e bijutaria. Uma em particular, promovia ainda contadores de histórias.

Avançamos rumo ao coração da aldeia. Sentamo-nos num banco de um lar avançado, de adobe, claro está. Um adobe tão puro que, da sua argila gretada, ainda saía palha amarela. Sem aviso, um casal abre uma porta vermelha e senta-se ao nosso lado. Eram Beatrice e Joseph, irmãos Pueblanos de etnia Tiwa. Perguntam-nos se precisamos de ajuda. Destas suas boas-vindas, a conversa veio a fluir em redor do mundo.

Conversas em Redor da Genética

“Sara, tu pareces Navajo, sabes?” Para a co-autora Sara, era mais uma etnia/nacionalidade a adicionar à sua lista. Uma porque não contava.

Nativos de Taos, Novo México, E.U.A.

Nativos de Taos em repouso à entrada de uma das casas de adobe de Taos.

Até já tínhamos visitado e percorrido a Navajo Nation a norte do Grand Canyon e em redor do famoso e cinéfilo Monument Valley. Por razões que só a razão conhece foi, ali, no povoado de uma das tribos que em tempos mais rivalizaram e guerrearam com os Navajo, que a Sara se viu confrontada com tal comparação.

Os Antigos Pueblanos desta zona também são agora popularmente conhecidos por Anasazi. Ora, Anasazi é o termo há muito usado pelos Navajo para designar os seus “antigos inimigos” do sudoeste. Os descendentes dos Puebloanos desaprovam-no. Preferem ver a sua etnia tratada por Puebloanos Ancestrais. Fosse como fosse, naquele pueblo inverosímil de Taos, continuávamos em paz, entre indígenas amigáveis.

A Sara passou para o lado dos nativos. Quando contemplei o trio, não pude deixar de constatar e sentir uma base sólida na observação de Beatrice e na semelhança dos três visuais: os olhos rasgados e escuros com sobrancelhas incompletas. Os cabelos pretos e lisos e as peles de tons parecidos, o da Sara mais com a de Beatrice.

Como eu a via, a face masculina tostada e marcada pelo sol do tímido Joseph fazia dele um meio-caso à parte. Para mim, Joseph era um verdadeiro pele-vermelha, sem nada de pejorativo.

Continuamos a tagarelar à sombra e retomamos a observação de Beatrice “É que o meu pai é chinês.” explica-lhe a Sara, o que traz à baila a grande migração paleolítica dos povos asiáticos para as Américas pela Ponte Terrestre de Bering. O tema dar-nos-ia muito que falar. Na prática, concordamos em que deveriam partilhar os três uma mesma base genética de há uns 15 ou 16 mil anos atrás.

Vida no Taos Pueblo, Novo México, E.U.A.

Vida tranquila e de adobe do Taos Pueblo

A História de Resiliência de Taos

Estima-se que Taos tenha sido fundada em redor do ano 1000 d.C. É o mais setentrional dos vários Pueblos do Novo México. Lá residem o ano inteiro cerca de 150 pessoas e, muitas mais, partilham as suas vidas entre casas modernas na cidade de Taos em redor (durante o rigor do Inverno) e os seus pequenos negócios no Pueblo, quando a meteorologia suave das restantes estações do ano o permite.

Já a cidade de Taos para que, não tarda, nos mudámos – na origem Don Fernando de Taos – resultou da colonização que se seguiu ao domínio espanhol dos Puebloanos.

Taos Pueblo, Novo México, E.U.A.

Casario ancestral de adobe do Taos Pueblo, no Novo México.

Taos – a cidade – passou por revoltas indígenas contra os missionários e os encomenderos. Mais tarde, integrou o México. E com a supremacia político-militar dos E.U.A. sobre o México que resultou na entrega de boa parte do Norte Mexicano e do Novo México, também Taos mudou de “donos”.

E a sua Nova Era Artística

A excentricidade colonial de adobe de Taos, cedo atraiu uma catadupa de almas criativas. Na viragem para o século XIX, a cidade acolheu os primeiros artistas, entusiasmados pela inspiração daquelas paragens tão distintas dos E.U.A.

As obras da comunidade local de artistas e os seus estúdios, entretanto considerados históricos, ajudaram a notabilizar a povoação e a lá chamar forasteiros curiosos, como nós.

Decoração de rua, em Taos, Novo México, E.U.A.

Uma das muitas obras decorativas da cidade de Taos.

Outros dos seus edifícios emblemáticos é casa de Kit Carson, um lendário pioneiro norte-americano, caçador de peles, agente de assuntos índios que intermediou incontáveis disputas entre os colonos e os indígenas, mais tarde, promovido a oficial do exército dos Estados Unidos.

Carson permanece sepultado nas imediações do lar-museu, junto da terceira esposa Josefa Jaramillo.

Enriquecida pelo seu extraordinário passado multi-étnico, multinacional, multi um pouco de tudo, Taos prossegue no trilho da sua história, mais viva que nunca.

Navajo Nation, E.U.A.

Por Terras da Nação Navajo

De Kayenta a Page, com passagem pelo Marble Canyon, exploramos o sul do Planalto do Colorado. Dramáticos e desérticos, os cenários deste domínio indígena recortado no Arizona revelam-se esplendorosos.
Albuquerque, E.U.A.

Soam os Tambores, Resistem os Índios

Com mais de 500 tribos presentes, o pow wow "Gathering of the Nations" celebra o que de sagrado subsiste das culturas nativo-americanas. Mas também revela os danos infligidos pela civilização colonizadora.
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Grand Canyon, E.U.A.

Viagem pela América do Norte Abismal

O rio Colorado e tributários começaram a fluir no planalto homónimo há 17 milhões de anos e expuseram metade do passado geológico da Terra. Também esculpiram uma das suas mais deslumbrantes entranhas.
Vale da Morte, E.U.A.

O Ressuscitar do Lugar Mais Quente

Desde 1921 que Al Aziziyah, na Líbia, era considerado o lugar mais quente do Planeta. Mas a polémica em redor dos 58º ali medidos fez com que, 99 anos depois, o título fosse devolvido ao Vale da Morte.
Monte Denali, Alasca

O Tecto Sagrado da América do Norte

Os indígenas Athabascan chamaram-no Denali, ou o Grande e reverenciam a sua altivez. Esta montanha deslumbrante suscitou a cobiça dos montanhistas e uma longa sucessão de ascensões recordistas.
Miami, E.U.A.

Uma Obra-Prima da Reabilitação Urbana

Na viragem para o século XXI, o bairro Wynwood mantinha-se repleto de fábricas e armazéns abandonados e grafitados. Tony Goldman, um investidor imobiliário astuto, comprou mais de 25 propriedades e fundou um parque mural. Muito mais que ali homenagear o grafiti, Goldman fundou o grande bastião da criatividade de Miami.
Florida Keys, E.U.A.

A Alpondra Caribenha dos E.U.A.

Os Estados Unidos continentais parecem encerrar-se, a sul, na sua caprichosa península da Flórida. Não se ficam por aí. Mais de cem ilhas de coral, areia e mangal formam uma excêntrica extensão tropical que há muito seduz os veraneantes norte-americanos.
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

Poucos litorais concentram, ao mesmo tempo, tanto calor e exibições de fama, de riqueza e de glória. Situada no extremo sudeste dos E.U.A., Miami Beach tem acesso por seis pontes que a ligam ao resto da Florida. É parco para o número de almas que a desejam.
Little Havana, E.U.A.

A Pequena Havana dos Inconformados

Ao longo das décadas e até aos dias de hoje, milhares de cubanos cruzaram o estreito da Florida em busca da terra da liberdade e da oportunidade. Com os E.U.A. ali a meros 145 km, muitos não foram mais longe. A sua Little Havana de Miami é, hoje, o bairro mais emblemático da diáspora cubana.
Juneau, Alasca

A Pequena Capital do Grande Alasca

De Junho a Agosto, Juneau desaparece por detrás dos navios de cruzeiro que atracam na sua doca-marginal. Ainda assim, é nesta pequena capital que se decidem os destinos do 49º estado norte-americano.
Monument Valley, E.U.A.

Índios ou cowboys?

Realizadores de Westerns emblemáticos como John Ford imortalizaram aquele que é o maior território indígena dos Estados Unidos. Hoje, na Nação Navajo, os navajo também vivem na pele dos velhos inimigos.
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
Las Vegas, E.U.A.

Onde o Pecado tem Sempre Perdão

Projectada do Deserto Mojave como uma miragem de néon, a capital norte-americana do jogo e do espectáculo é vivida como uma aposta no escuro. Exuberante e viciante, Vegas nem aprende nem se arrepende.
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
Mauna Kea, Havai

Mauna Kea: um Vulcão de Olho no Espaço

O tecto do Havai era interdito aos nativos por abrigar divindades benevolentes. Mas, a partir de 1968 várias nações sacrificaram a paz dos deuses e ergueram a maior estação astronómica à face da Terra
Pearl Harbor, Havai

O Dia em que o Japão foi Longe Demais

Em 7 de Dezembro de 1941, o Japão atacou a base militar de Pearl Harbor. Hoje, partes do Havai parecem colónias nipónicas mas os EUA nunca esquecerão a afronta.
PN Katmai, Alasca

Nos Passos do Grizzly Man

Timothy Treadwell conviveu Verões a fio com os ursos de Katmai. Em viagem pelo Alasca, seguimos alguns dos seus trilhos mas, ao contrário do protector tresloucado da espécie, nunca fomos longe demais.
Valdez, Alasca

Na Rota do Ouro Negro

Em 1989, o petroleiro Exxon Valdez provocou um enorme desastre ambientai. A embarcação deixou de sulcar os mares mas a cidade vitimada que lhe deu o nome continua no rumo do crude do oceano Árctico.
Skagway, Alasca

Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, colina Normatior
Safari
PN Amboseli, Quénia

Uma Dádiva do Kilimanjaro

O primeiro europeu a aventurar-se nestas paragens masai ficou estupefacto com o que encontrou. E ainda hoje grandes manadas de elefantes e de outros herbívoros vagueiam ao sabor do pasto irrigado pela neve da maior montanha africana.
Thorong La, Circuito Annapurna, Nepal, foto para a posteridade
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 13º - High Camp a Thorong La a Muktinath, Nepal

No Auge do Circuito dos Annapurnas

Aos 5416m de altitude, o desfiladeiro de Thorong La é o grande desafio e o principal causador de ansiedade do itinerário. Depois de, em Outubro de 2014, ter vitimado 29 montanhistas, cruzá-lo em segurança gera um alívio digno de dupla celebração.
Cabana de Bay Watch, Miami beach, praia, Florida, Estados Unidos,
Arquitectura & Design
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

Poucos litorais concentram, ao mesmo tempo, tanto calor e exibições de fama, de riqueza e de glória. Situada no extremo sudeste dos E.U.A., Miami Beach tem acesso por seis pontes que a ligam ao resto da Florida. É parco para o número de almas que a desejam.
Totems, aldeia de Botko, Malekula,Vanuatu
Aventura
Malekula, Vanuatu

Canibalismo de Carne e Osso

Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.
Cortejo Ortodoxo
Cerimónias e Festividades
Suzdal, Rússia

Séculos de Devoção a um Monge Devoto

Eutímio foi um asceta russo do século XIV que se entregou a Deus de corpo e alma. A sua fé inspirou a religiosidade de Suzdal. Os crentes da cidade veneram-no como ao santo em que se tornou.
Forte de São Filipe, Cidade Velha, ilha de Santiago, Cabo Verde
Cidades
Cidade Velha, Cabo Verde

Cidade Velha: a anciã das Cidades Tropico-Coloniais

Foi a primeira povoação fundada por europeus abaixo do Trópico de Câncer. Em tempos determinante para expansão portuguesa para África e para a América do Sul e para o tráfico negreiro que a acompanhou, a Cidade Velha tornou-se uma herança pungente mas incontornável da génese cabo-verdiana.

Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.
Comida
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Cultura
Apia, Samoa Ocidental

Fia Fia – Folclore Polinésio de Alta Rotação

Da Nova Zelândia à Ilha da Páscoa e daqui ao Havai, contam-se muitas variações de danças polinésias. As noites samoanas de Fia Fia, em particular, são animadas por um dos estilos mais acelerados.
Desporto
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Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
Assuão, Egipto, rio Nilo encontra a África negra, ilha Elefantina
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Assuão, Egipto

Onde O Nilo Acolhe a África Negra

1200km para montante do seu delta, o Nilo deixa de ser navegável. A última das grandes cidades egípcias marca a fusão entre o território árabe e o núbio. Desde que nasce no lago Vitória, o rio dá vida a inúmeros povos africanos de tez escura.
Skyway cruza o Vale de Jamison
Étnico
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As Três Irmãs das Montanhas Azuis

Situadas a oeste de Sydney, as Blue Mountains formam um dos domínios mais procurados pelos ozzies e estrangeiros em busca de evasão. Atrai-os a beleza natural vista de Katoomba, os penhascos afiados das Three Sisters e as cascatas que se despenham sobre o vale de Jamison. À sombra deste frenesim turístico, perdura a habitual marginalização das origens e da cultura aborígene local.
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A realidade passa despercebida a boa parte do mundo, mas existem dois Alascas. Em termos urbanos, o estado é inaugurado no sul do seu oculto cabo de frigideira, uma faixa de terra separada dos restantes E.U.A. pelo litoral oeste do Canadá. Ketchikan, é a mais meridional das cidades alasquenses, a sua Capital da Chuva e a Capital Mundial do Salmão.
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Com 3718m, El Teide é o tecto das Canárias e de Espanha. Não só. Se medido a partir do fundo do oceano (7500 m), só duas montanhas são mais pronunciadas. Os nativos guanches consideravam-no a morada de Guayota, o seu diabo. Quem viaja a Tenerife, sabe que o velho Teide está em todo o lado.
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Não é Nenhum “Barco do Amor”. Quebra Gelo desde 1961

Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.
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Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
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Construído a partir de Cairns para salvar da fome mineiros isolados na floresta tropical por inundações, com o tempo, o Kuranda Railway tornou-se no ganha-pão de centenas de aussies alternativos.
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Personagens
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O Último Estertor do Surreal Mugabué

Em 2015, a primeira-dama do Zimbabué Grace Mugabe afirmou que o presidente, então com 91 anos, governaria até aos 100, numa cadeira-de-rodas especial. Pouco depois, começou a insinuar-se à sua sucessão. Mas, nos últimos dias, os generais precipitaram, por fim, a remoção de Robert Mugabe que substituiram pelo antigo vice-presidente Emmerson Mnangagwa.
Avião em aterragem, Maho beach, Sint Maarten
Praias
Maho Beach, Sint Maarten

A Praia Caribenha Movida a Jacto

À primeira vista, o Princess Juliana International Airport parece ser apenas mais um nas vastas Caraíbas. Sucessivas aterragens a rasar a praia Maho que antecede a sua pista, as descolagens a jacto que distorcem as faces dos banhistas e os projectam para o mar, fazem dele um caso à parte.
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Religião
Nara, Japão

O Berço Colossal do Budismo Nipónico

Nara deixou, há muito, de ser capital e o seu templo Todai-ji foi despromovido. Mas o Grande Salão mantém-se o maior edifício antigo de madeira do Mundo. E alberga o maior buda vairocana de bronze.
Chepe Express, Ferrovia Chihuahua Al Pacifico
Sobre Carris
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Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Mulheres com cabelos longos de Huang Luo, Guangxi, China
Sociedade
Longsheng, China

Huang Luo: a Aldeia Chinesa dos Cabelos mais Longos

Numa região multiétnica coberta de arrozais socalcados, as mulheres de Huang Luo renderam-se a uma mesma obsessão capilar. Deixam crescer os cabelos mais longos do mundo, anos a fio, até um comprimento médio de 170 a 200 cm. Por estranho que pareça, para os manterem belos e lustrosos, usam apenas água e arrôz.
Amaragem, Vida à Moda Alasca, Talkeetna
Vida Quotidiana
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
Curieuse Island, Seychelles, tartarugas de Aldabra
Vida Selvagem
Île Felicité e Île Curieuse, Seychelles

De Leprosaria a Lar de Tartarugas Gigantes

A meio do século XVIII, continuava inabitada e ignorada pelos europeus. A expedição francesa do navio “La Curieuse” revelou-a e inspirou-lhe o baptismo. Os britânicos mantiveram-na uma colónia de leprosos até 1968. Hoje, a Île Curieuse acolhe centenas de tartarugas de Aldabra, o mais longevo animal terrestre.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.