Xilitla, San Luís Potosi, México

O Delírio Mexicano de Edward James


Arcos do Coração
Arcos concebidos por Edward James.
Panoramica Xilitla
Rua de Xilitla e a casa em que habitou Plutarco Gastelum
Mural Musical
Pintura de um violinista decora uma fachada do centro histórico de Xilitla.
O Cinematógrafo
Um dos estranhos projectos arquitectónicos de Edward James.
O Dedo de Xilitla
Um capricho geológico acima de Xilitla.
Arco Refrescante
Arco que faz de moldura a uma pequena queda d'água de Las Pozas.
Mural Musical II
Criança na base de uma pintura de dançarinos.
Casa de Don Eduardo
Pilares instáveis da suposta casa de Edward James.
Banheira Abacate
Uma banheira conceptual recebe água de uma cascata.
Flor
Outra escultura pictórica do jardim surrealista.
Casa de 3 Andares (que podiam ser 5)
Outra casa, outro delírio de Don Eduardo.
Biombo de Favos
Separador estrutural de Las Pozas em forma de favos.
Pórtico para o Caminho dos 7 Pecados Capitais
Um pórtico para uma via ladeada de serpentes de pedra.
Sotano de Las Golondrinas
Uma de várias cavernas profundas em redor de Xilitla.
Serpente dos Pecados
Serpentes verticalizadas, cada qual a simbolizar um pecado.
Cascata
O fim de uma longa cascata de Las Pozas.
Piriquitos
Grandes piriquitos sobrevoam, o sotano de las Golondrinas, em redor de Xilitla.
Na floresta tropical de Xilitla, a mente inquieta do poeta Edward James fez geminar um jardim-lar excêntrico. Hoje, Xilitla é louvada como um Éden do surreal.

Salvador Dali ainda não tinha visto tudo quando qualificou Edward James como “mais louco que todos os surrealistas juntos”. Nós, ao vivo, apreciámos apenas o seu jardim de Las Pozas, em Xilitla. Foi o suficiente para nos pormos de acordo.

Desde que chegámos à Xilitla que apaixonou James que sentíamos uma excentricidade luxuriante no ar, sublimada na névoa que cobria os vales na vertente leste da Sierra Gorda e que pareciam aconchegar a povoação para a noite.

Tão abrupta como se tinha estendido, a névoa debandou na companhia da aurora.

Quando despertámos, já o vale florestado por diante exibia o seu dedo em forma de OK destacado da crista das montanhas, contra o azulão celeste.

Cruzamos o centro da cidade, entregue a azáfama castigadora de qualquer manhã de segunda-feira. Por sucessivas ladeiras íngremes abaixo, não só nos safamos da confusão, como damos connosco envoltos de floresta clorofilina, grande intensidade arbórea e em que saltitavam esquilos e aves estridentes.

Tínhamos passado quatro meses, na Costa Rica, sob o feitiço do canto das oropéndulas de Moctezuma.

Decorrido menos de um ano, o seu reencontro intensificou o inevitável encanto de Xilitla, a mesma sedução pelo selvagem que deixou Edward James inebriado, numa altura em que a povoação era uma amostra da de hoje e a selva quase a engolia.

A Origem Aristocrata Inglesa de Edward James

Edward James nasceu num palacete de West Dean, uma vila do condado inglês de West Sussex. Foi o único filho homem (teve quatro irmãs mais velhas) de William James e de uma escocesa colunável, Evelyn Forbes.

Do pai e do tio, James veio a herdar o palácio e a fortuna gerada pelo avô, o mercador abastado Daniel James.

Essa fortuna permitiu-lhe ter uma educação nos melhores colégios ingleses (incluindo Oxford) e contactos e oportunidades de expressão artística ao alcance apenas de alguns privilegiados.

Em 1930, aos seus 27 anos, James esposou Tilly Losch, uma bailarina e coreógrafa austríaca a quem veio a dedicar várias produções. Decorridos quatro anos de matrimónio, James acusou a esposa de infidelidade. Tilly Losch contestou, em tribunal, que o marido era homossexual.

Perante a lei, a orientação sexual de Edward James ficou por provar. Divorciado, James viu reforçada a sua liberdade, sempre em comunhão com núcleos talentosos da aristocracia europeia.

Admirador da expressão artística irreverente, louvou e, com o seu desafogo financeiro e voluntarismo, apoiou o Surrealismo emergente na ressaca da 1ª Guerra Mundial.

O movimento surgiu como uma reacção conceptual aos valores burgueses, conservadores, ostentatórios e fanfarrões que muitos pensadores e artistas afiançavam terem conduzido ao conflito bélico, até então, mais mortífero da História.

A Ligação ao Surrealismo e a Migração para a América do Pós-Guerra

Neste contexto, de 1938 em diante, já com a 2ª Guerra Mundial à espreita, James tornou-se admirador e patrono de Salvador Dali. Dali, por sua vez, aprofundou o envolvimento de James no Surrealismo.

Apresentou-o a Magritte. Enquanto hóspede de James, o belga retratou-o. Edward James surge em duas obras de Magritte, “Not to Be Reproduced” e “The Pleasure Principle: Portrait of Edward James”.

Em 1940, já com a guerra em pleno, James cruzou o Atlântico. Aterrou em Taos, uma paragem improvável dos Estados Unidos, um pueblo de origem indígena anasazi, colonial hispânico, de adobe e recém-transformado em colónia de artistas.

Alguns anos mais tarde, do Novo México, atravessou a fonteira do Rio Bravo. Segundo narra a historiadora de arte Irene Herner, numa das suas deambulações pelo México, James necessitou de enviar um telegrama.

Entrou no balcão de telégrafos de Cuernavaca, estado mexicano de Morelos.

A Relação para a Vida com Plutarco Gastélum

Lá se deslumbrou com Plutarco Gastélum “um orgulhoso nortenho, filho de uma família de rancheiros de Álamos, Sonora,

bonito, alto, de corpo atlético e que aproveitava as entregas de telegramas para se treinar para a sua incipiente carreira de boxeur.”

Em 1945, a 2ª Guerra Mundial tinha por fim terminado. James procurava um lugar nas Américas em que pudesse reassentar, longe dos escombros terrenos e ideológicos do Velho Mundo.

Convenceu Plutarco a ser seu guia. Passados dois anos, a bordo de um Lincoln Continental vermelho, chegam juntos a Xilitla, no sudeste do estado de San Luís Potosi.

Ainda de acordo com Irene Herner “Plutarco manteve-se sempre um amante esquivo, desdenhoso, e a perspectiva de contrair matrimónio com outro homem parecia-lhe um inferno”. No entanto, Plutarco assinou várias cartas para Edward James como Palú.

Diz-se ainda que, quando se banhavam num rio, os envolveu uma nuvem de borboletas. James viu magia no ar.

Tal magia servir-lhe-ia de inspiração para o que se revelaria o seu “Jardim do Éden” particular, estendido a Xilitla e arredores, onde, mais tarde, seria visto, com frequência, a passear, como Deus o tinha trazido ao mundo.

A Vida Simples no Pueblo Pitoresco de Xilitla

Foram necessários quase seis anos para Edwards convencer Plutarco a radicar-se em Xilitla, de maneira a viverem a sua fantasia partilhada. Em 1952, por fim, Plutarco acedeu.

Tinha-se afeiçoado à vida simples e ao povo. Adorava banhar-se nos riachos com os amigos e com a criançada do pueblo que fazia questão de ensinar a mergulhar.

Quatro anos depois, Plutarco esposou Marina Llamazares, filha de um comerciante espanhol, num casamento apadrinhado por Edwards e com banquete faustoso por ele pago.

Plutarco e Marina teriam quatro filhos.

Nesse tempo, James vira as suas relações familiares britânicas cortadas. Em simultâneo, a lei mexicana impedia os estrangeiros de deter propriedades no México. James fez de Plutarco seu sócio.

Em seu nome, compraram as antigas plantações de café banhadas por cascatas e riachos de um tal de Coronel José Castillo, que Edwards, por confusão, tratava por general.

Nessas terras de quase nove hectares, desenvolveram uma plantação com cerca de cinco mil orquídeas e dezenas de aves selvagens.

A Plantação de Orquídeas de que Brotou um “Jardim do Éden” Escultórico

Em 1962, uma forte granizada destruiu-a. James persuadiu Plutarco a erguerem algo perene. Discordavam, tanto quanto possível quanto ao que seria. Plutarco reclamava uma rede de caminhos em que percorreria a selva no seu jipe.

De forma sub-reptícia, Edwards obtinha a aprovação de Plutarco para erguer escadarias que só serviam para barrar o jipe.

Durante longos trinta e seis anos, Edwards e Plutarco, com a participação entusiasta de Marina, dedicaram-se a dotar “Las Pozas” de estruturas inusitadas. Num total de vinte e sete.

À medida que subimos e serpenteamos, nos passos do jovem guia Fidel Cardenas, descobrimos as sucessivas obras surrealistas de “Las Pozas.

As Sucessivas Obras sem Aparente Nexo de Edward James

A primeira com que nos deparamos é o “Cinematógrafo” que James pensou com a função de “projectar” para os amigos visitantes, através de um arco, o cenário glorioso da selva.

Coroou-o de uma “Escadaria para os Céus” que, como o nome deixa transparecer, não leva a lado nenhum.Jardim Escultórico, Edward James, Xilitla, Huasteca Potosina, San Luis Potosi, México, CinematógrafoNas imediações, Fidel mostra-nos a “A Cabana de Don Eduardo” e as várias casas em que James chegou a manter os animais selvagens que lhe faziam companhia, ocelotes, cobras, veados, flamingos, periquitos, entre outros.

Passamos pelo, elegante, mas desabrigado “Palácio de Bambu”, condizente com a filosofia apreciada por James de viver o mais possível sem paredes e a que preferia chamar “Torre da Esperança”.

Surge destacado da encosta entre helicónias e bromélias encharcadas. Assente numa base que aparenta uma baleia, uma cabine de avião ou um submarino, dizem, alguns, tratar-se do “Náutilus” de Júlio Verne.

Pouco acima, a aproveitar o fluxo de um riacho, vemos uma banheira jacuzzi natural instalada em forma de metade de abacate.

Casas que nunca Chegavam a ser Bem Casas

No extremo oposto à “Cabana de Don Eduardo”, encontramos a “Casa de Três Pisos que Poderiam ser Cinco”. James concebeu-a para receber amigos.

Em particular, a família dona da famosa cerveja Guiness irlandesa, com quem tinha óptima relação.

Ladeou-a de mais escadarias apontadas ao céu.

Tudo interligado de forma tão precária que, de maneira a evitar quedas ou desmoronamentos, a Fundação Pedro y Elena Hernández que após a morte de Edward James passou a gerir “Las Pozas” se viu obrigada a proibir o acesso, antes abusivo, dos visitantes.

Espantamo-nos ainda com grandes flores, mesmo se de cimento, com coroas que nos fazem lembrar as orquídeas que James e Plutarco perderam.

E com uma espécie de biombo que emula os favos das colmeias.

Já no sentido descendente, cruzamos outro portal do seu “Jardim do Éden”.

Os turistas pioneiros baptizaram-no de “Anel da Rainha”. Nós, vemos uma maçã que dá passagem para o “Caminho dos Sete Pecados Capitais”, ladeado das respectivas serpentes.

A Obsessão de Edward James pelo Surreal no Natural

Frustrava Edward James que as suas criações resultassem demasiado lineares. Sempre que tal acontecia, mandava destruir e ditava nova construção do zero. Todo e cada recomeçar satisfazia os trabalhadores.

Empregados por Edwards, as tarefas surgiam-lhes em catadupa e eram mais bem pagas que noutros biscates. Como se não bastasse, em plena natureza e em convívio, eram mais agradáveis de cumprir.

James Edwards ia e voltava da Europa onde mantinha o seu círculo artístico de amigos. Com frequência, levava consigo o telegrafista-feito-artista Gastélum e a esposa Marina que já não dispensavam as incursões boémias ao Velho Mundo.

Assim foi, até que, em 1972, Plutarco se viu a braços com uma doença de Parkinson, uma provável consequência dos seus anos de boxeur. James viajou por várias vezes para a Europa, na demanda de uma cura.

Malgrado o mal de Parkinson, Plutarco viveu mais seis anos que Edward James (faleceu em 1984) e sete que Marina (1983).

James e Plutarco legaram o Éden surrealista de Xilitla para todo o sempre.

 

Como Reservar a sua Visita a Xilitla e à Huasteca Potosina: 

Izamal, México

A Cidade Mexicana, Santa, Bela e Amarela

Até à chegada dos conquistadores espanhóis, Izamal era um polo de adoração do deus Maia supremo Itzamná e Kinich Kakmó, o do sol. Aos poucos, os invasores arrasaram as várias pirâmides dos nativos. No seu lugar, ergueram um grande convento franciscano e um prolífico casario colonial, com o mesmo tom solar em que a cidade hoje católica resplandece.
Campeche, México

Campeche Sobre Can Pech

Como aconteceu por todo o México, os conquistadores chegaram, viram e venceram. Can Pech, a povoação maia, contava com quase 40 mil habitantes, palácios, pirâmides e uma arquitetura urbana exuberante, mas, em 1540, subsistiam menos de 6 mil nativos. Sobre as ruínas, os espanhóis ergueram Campeche, uma das mais imponentes cidades coloniais das Américas.
Tulum, México

A Mais Caribenha das Ruínas Maias

Erguida à beira-mar como entreposto excepcional decisivo para a prosperidade da nação Maia, Tulum foi uma das suas últimas cidades a sucumbir à ocupação hispânica. No final do século XVI, os seus habitantes abandonaram-na ao tempo e a um litoral irrepreensível da península do Iucatão.
Mérida, México

A Mais Exuberante das Méridas

Em 25 a.C, os romanos fundaram Emerita Augusta, capital da Lusitânia. A expansão espanhola gerou três outras Méridas no mundo. Das quatro, a capital do Iucatão é a mais colorida e animada, resplandecente de herança colonial hispânica e vida multiétnica.
Cobá a Pac Chen, México

Das Ruínas aos Lares Maias

Na Península de Iucatão, a história do segundo maior povo indígena mexicano confunde-se com o seu dia-a-dia e funde-se com a modernidade. Em Cobá, passámos do cimo de uma das suas pirâmides milenares para o coração de uma povoação dos nossos tempos.
San Cristóbal de Las Casas, México

O Lar Doce Lar da Consciência Social Mexicana

Maia, mestiça e hispânica, zapatista e turística, campestre e cosmopolita, San Cristobal não tem mãos a medir. Nela, visitantes mochileiros e activistas políticos mexicanos e expatriados partilham uma mesma demanda ideológica.
Campeche, México

Um Bingo tão lúdico que se joga com bonecos

Nas noites de sextas um grupo de senhoras ocupam mesas do Parque Independencia e apostam ninharias. Os prémios ínfimos saem-lhes em combinações de gatos, corações, cometas, maracas e outros ícones.

Cidade do México, México

Alma Mexicana

Com mais de 20 milhões de habitantes numa vasta área metropolitana, esta megalópole marca, a partir do seu cerne de zócalo, o pulsar espiritual de uma nação desde sempre vulnerável e dramática.

Champotón, México

Rodeo Debaixo de Sombreros

Champoton, em Campeche, acolhe uma feira honra da Virgén de La Concepción. O rodeo mexicano sob sombreros local revela a elegância e perícia dos vaqueiros da região.
San Cristobal de las Casas a Campeche, México

Uma Estafeta de Fé

Equivalente católica da Nª Sra. de Fátima, a Nossa Senhora de Guadalupe move e comove o México. Os seus fiéis cruzam-se nas estradas do país, determinados em levar a prova da sua fé à patrona das Américas.
Campeche, México

Há 200 Anos a Brincar com a Sorte

No fim do século XVIII, os campechanos renderam-se a um jogo introduzido para esfriar a febre das cartas a dinheiro. Hoje, jogada quase só por abuelitas, a loteria local pouco passa de uma diversão.
Iucatão, México

O Fim do Fim do Mundo

O dia anunciado passou mas o Fim do Mundo teimou em não chegar. Na América Central, os Maias da actualidade observaram e aturaram, incrédulos, toda a histeria em redor do seu calendário.
Iucatão, México

A Lei de Murphy Sideral que Condenou os Dinossauros

Cientistas que estudam a cratera provocada pelo impacto de um meteorito há 66 milhões de anos chegaram a uma conclusão arrebatadora: deu-se exatamente sobre uma secção dos 13% da superfície terrestre suscetíveis a tal devastação. Trata-se de uma zona limiar da península mexicana de Iucatão que um capricho da evolução das espécies nos permitiu visitar.
Uxmal, Iucatão, México

A Capital Maia que Se Empilhou Até ao Colapso

O termo Uxmal significa construída três vezes. Na longa era pré-Hispânica de disputa do mundo Maia, a cidade teve o seu apogeu, correspondente ao cimo da Pirâmide do Adivinho no seu âmago. Terá sido abandonada antes da Conquista Espanhola do Iucatão. As suas ruínas são das mais intactas da Península do Iucatão.
Barrancas del Cobre, Chihuahua, México

O México Profundo das Barrancas del Cobre

Sem aviso, as terras altas de Chihuahua dão lugar a ravinas sem fim. Sessenta milhões de anos geológicos sulcaram-nas e tornaram-nas inóspitas. Os indígenas Rarámuri continuam a chamar-lhes casa.
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Chihuahua, México

¡ Ay Chihuahua !

Os mexicanos adaptaram a expressão como uma das suas preferidas manifestações de surpresa. À descoberta da capital do estado homónimo do Noroeste, exclamamo-la amiúde.
Chichen Itza, Iucatão, México

À Beira do Cenote, no Âmago da Civilização Maia

Entre os séculos IX a XIII d.C., Chichen Itza destacou-se como a cidade mais importante da Península do Iucatão e do vasto Império Maia. Se a Conquista Espanhola veio precipitar o seu declínio e abandono, a história moderna consagrou as suas ruínas Património da Humanidade e Maravilha do Mundo.
Real de Catorce, San Luís Potosi, México

De Filão da Nova Espanha a Pueblo Mágico Mexicano

No início do século XIX, era uma das povoações mineiras que mais prata garantia à Coroa Espanhola. Um século depois, a prata tinha-se desvalorizado de tal maneira que Real de Catorce se viu abandonada. A sua história e os cenários peculiares filmados por Hollywood, cotaram-na uma das aldeias preciosas do México.
Real de Catorce, San Luís Potosi, México

A Depreciação da Prata que Levou à do Pueblo (Parte II)

Com a viragem para o século XX, o valor do metal precioso bateu no fundo. De povoação prodigiosa, Real de Catorce passou a fantasma. Ainda à descoberta, exploramos as ruínas das minas na sua origem e o encanto do Pueblo ressuscitado.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Hipopótamo exibe as presas, entre outros
Safari
PN Mana Pools, Zimbabwé

O Zambeze no Cimo do Zimbabwé

Passada a época das chuvas, o minguar do grande rio na fronteira com a Zâmbia lega uma série de lagoas que hidratam a fauna durante a seca. O Parque Nacional Mana Pools denomina uma região fluviolacustre vasta, exuberante e disputada por incontáveis espécimes selvagens.
Fieis acendem velas, templo da Gruta de Milarepa, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
Escadaria Palácio Itamaraty, Brasilia, Utopia, Brasil
Arquitectura & Design
Brasília, Brasil

Brasília: da Utopia à Capital e Arena Política do Brasil

Desde os tempos do Marquês de Pombal que se falava da transferência da capital para o interior. Hoje, a cidade quimera continua a parecer surreal mas dita as regras do desenvolvimento brasileiro.
Barcos sobre o gelo, ilha de Hailuoto, Finlândia
Aventura
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
Cerimónias e Festividades
Sósias, actores e figurantes

Estrelas do Faz de Conta

Protagonizam eventos ou são empresários de rua. Encarnam personagens incontornáveis, representam classes sociais ou épocas. Mesmo a milhas de Hollywood, sem eles, o Mundo seria mais aborrecido.
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Cidades
Valdez, Alasca

Na Rota do Ouro Negro

Em 1989, o petroleiro Exxon Valdez provocou um enorme desastre ambientai. A embarcação deixou de sulcar os mares mas a cidade vitimada que lhe deu o nome continua no rumo do crude do oceano Árctico.
Máquinas Bebidas, Japão
Comida
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.
Cultura
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
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Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Vista do John Ford Point, Monument Valley, Nacao Navajo, Estados Unidos
Em Viagem
Monument Valley, E.U.A.

Índios ou cowboys?

Realizadores de Westerns emblemáticos como John Ford imortalizaram aquele que é o maior território indígena dos Estados Unidos. Hoje, na Nação Navajo, os navajo também vivem na pele dos velhos inimigos.
Silhuetas Islâmicas
Étnico

Istambul, Turquia

Onde o Oriente encontra o Ocidente, a Turquia Procura um Rumo

Metrópole emblemática e grandiosa, Istambul vive numa encruzilhada. Como a Turquia em geral, dividida entre a laicidade e o islamismo, a tradição e a modernidade, continua sem saber que caminho seguir

Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

A Vida Lá Fora

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História
Table Mountain, África do Sul

À Mesa do Adamastor

Dos tempos primordiais das Descobertas à actualidade, a Montanha da Mesa sempre se destacou acima da imensidão sul-africana e dos oceanos em redor. Os séculos passaram e a Cidade do Cabo expandiu-se a seus pés. Tanto os capetonians como os forasteiros de visita se habituaram a contemplar, a ascender e a venerar esta meseta imponente e mítica.
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Ilhas
Santa Maria, Açores

Santa Maria: Ilha Mãe dos Açores Há Só Uma

Foi a primeira do arquipélago a emergir do fundo dos mares, a primeira a ser descoberta, a primeira e única a receber Cristovão Colombo e um Concorde. Estes são alguns dos atributos que fazem de Santa Maria especial. Quando a visitamos, encontramos muitos mais.
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Inverno Branco
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Não é Nenhum “Barco do Amor”. Quebra Gelo desde 1961

Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.
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Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios

Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
Cahuita, Costa Rica, Caribe, praia
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Um Regresso Adulto a Cahuita

Durante um périplo mochileiro pela Costa Rica, de 2003, deliciamo-nos com o aconchego caribenho de Cahuita. Em 2021, decorridos 18 anos, voltamos. Além de uma esperada, mas comedida modernização e hispanização do pueblo, pouco mais tinha mudado.
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Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
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Quem Protege os Guardiães do Mundo?

Os indígenas da Serra Nevada de Santa Marta acreditam que têm por missão salvar o Cosmos dos “Irmãos mais Novos”, que somos nós. Mas a verdadeira questão parece ser: "Quem os protege a eles?"
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Com nomes pomposos ou meros códigos rodoviários, certas estradas percorrem cenários realmente sublimes. Da Road 66 à Great Ocean Road, são, todas elas, aventuras imperdíveis ao volante.
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O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
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Balos a Seitan Limani, Creta, Grécia

O Olimpo Balnear de Chania

Não é só Chania, a pólis secular, repleta de história mediterrânica, no extremo nordeste de Creta que deslumbra. Refrescam-na e aos seus moradores e visitantes, Balos, Stavros e Seitan, três dos mais exuberantes litorais da Grécia.

Banhistas em pleno Fim do Mundo-Cenote de Cuzamá, Mérida, México
Religião
Iucatão, México

O Fim do Fim do Mundo

O dia anunciado passou mas o Fim do Mundo teimou em não chegar. Na América Central, os Maias da actualidade observaram e aturaram, incrédulos, toda a histeria em redor do seu calendário.
Executivos dormem assento metro, sono, dormir, metro, comboio, Toquio, Japao
Sobre Carris
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
Fiéis cristãos à saida de uma igreja, Upolu, Samoa Ocidental
Sociedade
Upolu, Samoa  

No Coração Partido da Polinésia

O imaginário do Pacífico do Sul paradisíaco é inquestionável em Samoa mas a sua formosura tropical não paga as contas nem da nação nem dos habitantes. Quem visita este arquipélago encontra um povo dividido entre sujeitar-se à tradição e ao marasmo financeiro ou desenraizar-se em países com horizontes mais vastos.
Cruzamento movimentado de Tóquio, Japão
Vida Quotidiana
Tóquio, Japão

A Noite Sem Fim da Capital do Sol Nascente

Dizer que Tóquio não dorme é eufemismo. Numa das maiores e mais sofisticadas urbes à face da Terra, o crepúsculo marca apenas o renovar do quotidiano frenético. E são milhões as suas almas que, ou não encontram lugar ao sol, ou fazem mais sentido nos turnos “escuros” e obscuros que se seguem.
Jabula Beach, Kwazulu Natal, Africa do Sul
Vida Selvagem
Santa Lucia, África do Sul

Uma África Tão Selvagem Quanto Zulu

Na eminência do litoral de Moçambique, a província de KwaZulu-Natal abriga uma inesperada África do Sul. Praias desertas repletas de dunas, vastos pântanos estuarinos e colinas cobertas de nevoeiro preenchem esta terra selvagem também banhada pelo oceano Índico. Partilham-na os súbditos da sempre orgulhosa nação zulu e uma das faunas mais prolíficas e diversificadas do continente africano.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.