Xilitla, San Luís Potosi, México

O Delírio Mexicano de Edward James


Arcos do Coração
Arcos concebidos por Edward James.
Panoramica Xilitla
Rua de Xilitla e a casa em que habitou Plutarco Gastelum
Mural Musical
Pintura de um violinista decora uma fachada do centro histórico de Xilitla.
O Cinematógrafo
Um dos estranhos projectos arquitectónicos de Edward James.
O Dedo de Xilitla
Um capricho geológico acima de Xilitla.
Arco Refrescante
Arco que faz de moldura a uma pequena queda d'água de Las Pozas.
Mural Musical II
Criança na base de uma pintura de dançarinos.
Casa de Don Eduardo
Pilares instáveis da suposta casa de Edward James.
Banheira Abacate
Uma banheira conceptual recebe água de uma cascata.
Flor
Outra escultura pictórica do jardim surrealista.
Casa de 3 Andares (que podiam ser 5)
Outra casa, outro delírio de Don Eduardo.
Biombo de Favos
Separador estrutural de Las Pozas em forma de favos.
Pórtico para o Caminho dos 7 Pecados Capitais
Um pórtico para uma via ladeada de serpentes de pedra.
Sotano de Las Golondrinas
Uma de várias cavernas profundas em redor de Xilitla.
Serpente dos Pecados
Serpentes verticalizadas, cada qual a simbolizar um pecado.
Cascata
O fim de uma longa cascata de Las Pozas.
Piriquitos
Grandes piriquitos sobrevoam, o sotano de las Golondrinas, em redor de Xilitla.
Na floresta tropical de Xilitla, a mente inquieta do poeta Edward James fez geminar um jardim-lar excêntrico. Hoje, Xilitla é louvada como um Éden do surreal.

Salvador Dali ainda não tinha visto tudo quando qualificou Edward James como “mais louco que todos os surrealistas juntos”. Nós, ao vivo, apreciámos apenas o seu jardim de Las Pozas, em Xilitla. Foi o suficiente para nos pormos de acordo.

Desde que chegámos à Xilitla que apaixonou James que sentíamos uma excentricidade luxuriante no ar, sublimada na névoa que cobria os vales na vertente leste da Sierra Gorda e que pareciam aconchegar a povoação para a noite.

Tão abrupta como se tinha estendido, a névoa debandou na companhia da aurora.

Quando despertámos, já o vale florestado por diante exibia o seu dedo em forma de OK destacado da crista das montanhas, contra o azulão celeste.

Cruzamos o centro da cidade, entregue a azáfama castigadora de qualquer manhã de segunda-feira. Por sucessivas ladeiras íngremes abaixo, não só nos safamos da confusão, como damos connosco envoltos de floresta clorofilina, grande intensidade arbórea e em que saltitavam esquilos e aves estridentes.

Tínhamos passado quatro meses, na Costa Rica, sob o feitiço do canto das oropéndulas de Moctezuma.

Decorrido menos de um ano, o seu reencontro intensificou o inevitável encanto de Xilitla, a mesma sedução pelo selvagem que deixou Edward James inebriado, numa altura em que a povoação era uma amostra da de hoje e a selva quase a engolia.

A Origem Aristocrata Inglesa de Edward James

Edward James nasceu num palacete de West Dean, uma vila do condado inglês de West Sussex. Foi o único filho homem (teve quatro irmãs mais velhas) de William James e de uma escocesa colunável, Evelyn Forbes.

Do pai e do tio, James veio a herdar o palácio e a fortuna gerada pelo avô, o mercador abastado Daniel James.

Essa fortuna permitiu-lhe ter uma educação nos melhores colégios ingleses (incluindo Oxford) e contactos e oportunidades de expressão artística ao alcance apenas de alguns privilegiados.

Em 1930, aos seus 27 anos, James esposou Tilly Losch, uma bailarina e coreógrafa austríaca a quem veio a dedicar várias produções. Decorridos quatro anos de matrimónio, James acusou a esposa de infidelidade. Tilly Losch contestou, em tribunal, que o marido era homossexual.

Perante a lei, a orientação sexual de Edward James ficou por provar. Divorciado, James viu reforçada a sua liberdade, sempre em comunhão com núcleos talentosos da aristocracia europeia.

Admirador da expressão artística irreverente, louvou e, com o seu desafogo financeiro e voluntarismo, apoiou o Surrealismo emergente na ressaca da 1ª Guerra Mundial.

O movimento surgiu como uma reacção conceptual aos valores burgueses, conservadores, ostentatórios e fanfarrões que muitos pensadores e artistas afiançavam terem conduzido ao conflito bélico, até então, mais mortífero da História.

A Ligação ao Surrealismo e a Migração para a América do Pós-Guerra

Neste contexto, de 1938 em diante, já com a 2ª Guerra Mundial à espreita, James tornou-se admirador e patrono de Salvador Dali. Dali, por sua vez, aprofundou o envolvimento de James no Surrealismo.

Apresentou-o a Magritte. Enquanto hóspede de James, o belga retratou-o. Edward James surge em duas obras de Magritte, “Not to Be Reproduced” e “The Pleasure Principle: Portrait of Edward James”.

Em 1940, já com a guerra em pleno, James cruzou o Atlântico. Aterrou em Taos, uma paragem improvável dos Estados Unidos, um pueblo de origem indígena anasazi, colonial hispânico, de adobe e recém-transformado em colónia de artistas.

Alguns anos mais tarde, do Novo México, atravessou a fonteira do Rio Bravo. Segundo narra a historiadora de arte Irene Herner, numa das suas deambulações pelo México, James necessitou de enviar um telegrama.

Entrou no balcão de telégrafos de Cuernavaca, estado mexicano de Morelos.

A Relação para a Vida com Plutarco Gastélum

Lá se deslumbrou com Plutarco Gastélum “um orgulhoso nortenho, filho de uma família de rancheiros de Álamos, Sonora,

bonito, alto, de corpo atlético e que aproveitava as entregas de telegramas para se treinar para a sua incipiente carreira de boxeur.”

Em 1945, a 2ª Guerra Mundial tinha por fim terminado. James procurava um lugar nas Américas em que pudesse reassentar, longe dos escombros terrenos e ideológicos do Velho Mundo.

Convenceu Plutarco a ser seu guia. Passados dois anos, a bordo de um Lincoln Continental vermelho, chegam juntos a Xilitla, no sudeste do estado de San Luís Potosi.

Ainda de acordo com Irene Herner “Plutarco manteve-se sempre um amante esquivo, desdenhoso, e a perspectiva de contrair matrimónio com outro homem parecia-lhe um inferno”. No entanto, Plutarco assinou várias cartas para Edward James como Palú.

Diz-se ainda que, quando se banhavam num rio, os envolveu uma nuvem de borboletas. James viu magia no ar.

Tal magia servir-lhe-ia de inspiração para o que se revelaria o seu “Jardim do Éden” particular, estendido a Xilitla e arredores, onde, mais tarde, seria visto, com frequência, a passear, como Deus o tinha trazido ao mundo.

A Vida Simples no Pueblo Pitoresco de Xilitla

Foram necessários quase seis anos para Edwards convencer Plutarco a radicar-se em Xilitla, de maneira a viverem a sua fantasia partilhada. Em 1952, por fim, Plutarco acedeu.

Tinha-se afeiçoado à vida simples e ao povo. Adorava banhar-se nos riachos com os amigos e com a criançada do pueblo que fazia questão de ensinar a mergulhar.

Quatro anos depois, Plutarco esposou Marina Llamazares, filha de um comerciante espanhol, num casamento apadrinhado por Edwards e com banquete faustoso por ele pago.

Plutarco e Marina teriam quatro filhos.

Nesse tempo, James vira as suas relações familiares britânicas cortadas. Em simultâneo, a lei mexicana impedia os estrangeiros de deter propriedades no México. James fez de Plutarco seu sócio.

Em seu nome, compraram as antigas plantações de café banhadas por cascatas e riachos de um tal de Coronel José Castillo, que Edwards, por confusão, tratava por general.

Nessas terras de quase nove hectares, desenvolveram uma plantação com cerca de cinco mil orquídeas e dezenas de aves selvagens.

A Plantação de Orquídeas de que Brotou um “Jardim do Éden” Escultórico

Em 1962, uma forte granizada destruiu-a. James persuadiu Plutarco a erguerem algo perene. Discordavam, tanto quanto possível quanto ao que seria. Plutarco reclamava uma rede de caminhos em que percorreria a selva no seu jipe.

De forma sub-reptícia, Edwards obtinha a aprovação de Plutarco para erguer escadarias que só serviam para barrar o jipe.

Durante longos trinta e seis anos, Edwards e Plutarco, com a participação entusiasta de Marina, dedicaram-se a dotar “Las Pozas” de estruturas inusitadas. Num total de vinte e sete.

À medida que subimos e serpenteamos, nos passos do jovem guia Fidel Cardenas, descobrimos as sucessivas obras surrealistas de “Las Pozas.

As Sucessivas Obras sem Aparente Nexo de Edward James

A primeira com que nos deparamos é o “Cinematógrafo” que James pensou com a função de “projectar” para os amigos visitantes, através de um arco, o cenário glorioso da selva.

Coroou-o de uma “Escadaria para os Céus” que, como o nome deixa transparecer, não leva a lado nenhum.Jardim Escultórico, Edward James, Xilitla, Huasteca Potosina, San Luis Potosi, México, CinematógrafoNas imediações, Fidel mostra-nos a “A Cabana de Don Eduardo” e as várias casas em que James chegou a manter os animais selvagens que lhe faziam companhia, ocelotes, cobras, veados, flamingos, periquitos, entre outros.

Passamos pelo, elegante, mas desabrigado “Palácio de Bambu”, condizente com a filosofia apreciada por James de viver o mais possível sem paredes e a que preferia chamar “Torre da Esperança”.

Surge destacado da encosta entre helicónias e bromélias encharcadas. Assente numa base que aparenta uma baleia, uma cabine de avião ou um submarino, dizem, alguns, tratar-se do “Náutilus” de Júlio Verne.

Pouco acima, a aproveitar o fluxo de um riacho, vemos uma banheira jacuzzi natural instalada em forma de metade de abacate.

Casas que nunca Chegavam a ser Bem Casas

No extremo oposto à “Cabana de Don Eduardo”, encontramos a “Casa de Três Pisos que Poderiam ser Cinco”. James concebeu-a para receber amigos.

Em particular, a família dona da famosa cerveja Guiness irlandesa, com quem tinha óptima relação.

Ladeou-a de mais escadarias apontadas ao céu.

Tudo interligado de forma tão precária que, de maneira a evitar quedas ou desmoronamentos, a Fundação Pedro y Elena Hernández que após a morte de Edward James passou a gerir “Las Pozas” se viu obrigada a proibir o acesso, antes abusivo, dos visitantes.

Espantamo-nos ainda com grandes flores, mesmo se de cimento, com coroas que nos fazem lembrar as orquídeas que James e Plutarco perderam.

E com uma espécie de biombo que emula os favos das colmeias.

Já no sentido descendente, cruzamos outro portal do seu “Jardim do Éden”.

Os turistas pioneiros baptizaram-no de “Anel da Rainha”. Nós, vemos uma maçã que dá passagem para o “Caminho dos Sete Pecados Capitais”, ladeado das respectivas serpentes.

A Obsessão de Edward James pelo Surreal no Natural

Frustrava Edward James que as suas criações resultassem demasiado lineares. Sempre que tal acontecia, mandava destruir e ditava nova construção do zero. Todo e cada recomeçar satisfazia os trabalhadores.

Empregados por Edwards, as tarefas surgiam-lhes em catadupa e eram mais bem pagas que noutros biscates. Como se não bastasse, em plena natureza e em convívio, eram mais agradáveis de cumprir.

James Edwards ia e voltava da Europa onde mantinha o seu círculo artístico de amigos. Com frequência, levava consigo o telegrafista-feito-artista Gastélum e a esposa Marina que já não dispensavam as incursões boémias ao Velho Mundo.

Assim foi, até que, em 1972, Plutarco se viu a braços com uma doença de Parkinson, uma provável consequência dos seus anos de boxeur. James viajou por várias vezes para a Europa, na demanda de uma cura.

Malgrado o mal de Parkinson, Plutarco viveu mais seis anos que Edward James (faleceu em 1984) e sete que Marina (1983).

James e Plutarco legaram o Éden surrealista de Xilitla para todo o sempre.

 

Como Reservar a sua Visita a Xilitla e à Huasteca Potosina: 

Izamal, México

A Cidade Mexicana, Santa, Bela e Amarela

Até à chegada dos conquistadores espanhóis, Izamal era um polo de adoração do deus Maia supremo Itzamná e Kinich Kakmó, o do sol. Aos poucos, os invasores arrasaram as várias pirâmides dos nativos. No seu lugar, ergueram um grande convento franciscano e um prolífico casario colonial, com o mesmo tom solar em que a cidade hoje católica resplandece.
Campeche, México

Campeche Sobre Can Pech

Como aconteceu por todo o México, os conquistadores chegaram, viram e venceram. Can Pech, a povoação maia, contava com quase 40 mil habitantes, palácios, pirâmides e uma arquitetura urbana exuberante, mas, em 1540, subsistiam menos de 6 mil nativos. Sobre as ruínas, os espanhóis ergueram Campeche, uma das mais imponentes cidades coloniais das Américas.
Tulum, México

A Mais Caribenha das Ruínas Maias

Erguida à beira-mar como entreposto excepcional decisivo para a prosperidade da nação Maia, Tulum foi uma das suas últimas cidades a sucumbir à ocupação hispânica. No final do século XVI, os seus habitantes abandonaram-na ao tempo e a um litoral irrepreensível da península do Iucatão.
Mérida, México

A Mais Exuberante das Méridas

Em 25 a.C, os romanos fundaram Emerita Augusta, capital da Lusitânia. A expansão espanhola gerou três outras Méridas no mundo. Das quatro, a capital do Iucatão é a mais colorida e animada, resplandecente de herança colonial hispânica e vida multiétnica.
Cobá a Pac Chen, México

Das Ruínas aos Lares Maias

Na Península de Iucatão, a história do segundo maior povo indígena mexicano confunde-se com o seu dia-a-dia e funde-se com a modernidade. Em Cobá, passámos do cimo de uma das suas pirâmides milenares para o coração de uma povoação dos nossos tempos.
San Cristóbal de Las Casas, México

O Lar Doce Lar da Consciência Social Mexicana

Maia, mestiça e hispânica, zapatista e turística, campestre e cosmopolita, San Cristobal não tem mãos a medir. Nela, visitantes mochileiros e activistas políticos mexicanos e expatriados partilham uma mesma demanda ideológica.
Campeche, México

Um Bingo tão lúdico que se joga com bonecos

Nas noites de sextas um grupo de senhoras ocupam mesas do Parque Independencia e apostam ninharias. Os prémios ínfimos saem-lhes em combinações de gatos, corações, cometas, maracas e outros ícones.

Cidade do México, México

Alma Mexicana

Com mais de 20 milhões de habitantes numa vasta área metropolitana, esta megalópole marca, a partir do seu cerne de zócalo, o pulsar espiritual de uma nação desde sempre vulnerável e dramática.

Champotón, México

Rodeo Debaixo de Sombreros

Champoton, em Campeche, acolhe uma feira honra da Virgén de La Concepción. O rodeo mexicano sob sombreros local revela a elegância e perícia dos vaqueiros da região.
San Cristobal de las Casas a Campeche, México

Uma Estafeta de Fé

Equivalente católica da Nª Sra. de Fátima, a Nossa Senhora de Guadalupe move e comove o México. Os seus fiéis cruzam-se nas estradas do país, determinados em levar a prova da sua fé à patrona das Américas.
Campeche, México

Há 200 Anos a Brincar com a Sorte

No fim do século XVIII, os campechanos renderam-se a um jogo introduzido para esfriar a febre das cartas a dinheiro. Hoje, jogada quase só por abuelitas, a loteria local pouco passa de uma diversão.
Iucatão, México

O Fim do Fim do Mundo

O dia anunciado passou mas o Fim do Mundo teimou em não chegar. Na América Central, os Maias da actualidade observaram e aturaram, incrédulos, toda a histeria em redor do seu calendário.
Iucatão, México

A Lei de Murphy Sideral que Condenou os Dinossauros

Cientistas que estudam a cratera provocada pelo impacto de um meteorito há 66 milhões de anos chegaram a uma conclusão arrebatadora: deu-se exatamente sobre uma secção dos 13% da superfície terrestre suscetíveis a tal devastação. Trata-se de uma zona limiar da península mexicana de Iucatão que um capricho da evolução das espécies nos permitiu visitar.
Uxmal, Iucatão, México

A Capital Maia que Se Empilhou Até ao Colapso

O termo Uxmal significa construída três vezes. Na longa era pré-Hispânica de disputa do mundo Maia, a cidade teve o seu apogeu, correspondente ao cimo da Pirâmide do Adivinho no seu âmago. Terá sido abandonada antes da Conquista Espanhola do Iucatão. As suas ruínas são das mais intactas da Península do Iucatão.
Barrancas del Cobre, Chihuahua, México

O México Profundo das Barrancas del Cobre

Sem aviso, as terras altas de Chihuahua dão lugar a ravinas sem fim. Sessenta milhões de anos geológicos sulcaram-nas e tornaram-nas inóspitas. Os indígenas Rarámuri continuam a chamar-lhes casa.
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Chihuahua, México

¡ Ay Chihuahua !

Os mexicanos adaptaram a expressão como uma das suas preferidas manifestações de surpresa. À descoberta da capital do estado homónimo do Noroeste, exclamamo-la amiúde.
Chichen Itza, Iucatão, México

À Beira do Cenote, no Âmago da Civilização Maia

Entre os séculos IX a XIII d.C., Chichen Itza destacou-se como a cidade mais importante da Península do Iucatão e do vasto Império Maia. Se a Conquista Espanhola veio precipitar o seu declínio e abandono, a história moderna consagrou as suas ruínas Património da Humanidade e Maravilha do Mundo.
Real de Catorce, San Luís Potosi, México

De Filão da Nova Espanha a Pueblo Mágico Mexicano

No início do século XIX, era uma das povoações mineiras que mais prata garantia à Coroa Espanhola. Um século depois, a prata tinha-se desvalorizado de tal maneira que Real de Catorce se viu abandonada. A sua história e os cenários peculiares filmados por Hollywood, cotaram-na uma das aldeias preciosas do México.
Real de Catorce, San Luís Potosi, México

A Depreciação da Prata que Levou à do Pueblo (Parte II)

Com a viragem para o século XX, o valor do metal precioso bateu no fundo. De povoação prodigiosa, Real de Catorce passou a fantasma. Ainda à descoberta, exploramos as ruínas das minas na sua origem e o encanto do Pueblo ressuscitado.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Fogueira ilumina e aquece a noite, junto ao Reilly's Rock Hilltop Lodge,
Safari
Santuário de Vida Selvagem Mlilwane, eSwatini

O Fogo que Reavivou a Vida Selvagem de eSwatini

A meio do século passado, a caça excessiva extinguia boa parte da fauna do reino da Suazilândia. Ted Reilly, filho do colono pioneiro proprietário de Mlilwane entrou em acção. Em 1961, lá criou a primeira área protegida dos Big Game Parks que mais tarde fundou. Também conservou o termo suazi para os pequenos fogos que os relâmpagos há muito geram.
Bandeiras de oração em Ghyaru, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 4º – Upper Pisang a Ngawal, Nepal

Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
Bertie em calhambeque, Napier, Nova Zelândia
Arquitectura & Design
Napier, Nova Zelândia

De Volta aos Anos 30

Devastada por um sismo, Napier foi reconstruida num Art Deco quase térreo e vive a fazer de conta que parou nos Anos Trinta. Os seus visitantes rendem-se à atmosfera Great Gatsby que a cidade encena.
Barcos sobre o gelo, ilha de Hailuoto, Finlândia
Aventura
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
Cerimónias e Festividades
Pentecostes, Vanuatu

Naghol: O Bungee Jumping sem Modernices

Em Pentecostes, no fim da adolescência, os jovens lançam-se de uma torre apenas com lianas atadas aos tornozelos. Cordas elásticas e arneses são pieguices impróprias de uma iniciação à idade adulta.
Coração Budista do Myanmar
Cidades
Yangon, Myanmar

A Grande Capital da Birmânia (Delírios da Junta Militar à Parte)

Em 2005, o governo ditatorial do Myanmar inaugurou uma nova capital bizarra e quase deserta. A vida exótica e cosmopolita mantém-se intacta, em Yangon, a maior e mais fascinante cidade birmanesa.
Máquinas Bebidas, Japão
Comida
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
Casal Gótico
Cultura

Matarraña a Alcanar, Espanha

Uma Espanha Medieval

De viagem por terras de Aragão e Valência, damos com torres e ameias destacadas de casarios que preenchem as encostas. Km após km, estas visões vão-se provando tão anacrónicas como fascinantes.

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Desporto
Busselton, Austrália

2000 metros em Estilo Aussie

Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
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Em Viagem
Viajar Não Custa

Compre Voos Antes de os Preços Descolarem

Conseguir voos baratos tornou-se quase uma ciência. Fique a par dos princípios porque se rege o mercado das tarifas aéreas e evite o desconforto financeiro de comprar em má hora.
Étnico
São Nicolau, Cabo Verde

Fotografia dess Nha Terra São Nicolau

A voz da saudosa Cesária Verde cristalizou o sentimento dos cabo-verdianos que se viram forçados a deixar a sua ilha. Quem visita São Nicolau ou, vá lá que seja, admira imagens que a bem ilustrem, percebe porque os seus lhe chamam, para sempre e com orgulho, nha terra.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sinais Exóticos de Vida

Mascarado de Zorro em exibição num jantar da Pousada Hacienda del Hidalgo, El Fuerte, Sinaloa, México
História
El Fuerte, Sinaloa, México

O Berço de Zorro

El Fuerte é uma cidade colonial do estado mexicano de Sinaloa. Na sua história, estará registado o nascimento de Don Diego de La Vega, diz-se que numa mansão da povoação. Na sua luta contra as injustiças do jugo espanhol, Don Diego transformava-se num mascarado esquivo. Em El Fuerte, o lendário “El Zorro” terá sempre lugar.
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Ilhas
Ilhas Gili, Indonésia

Gili: as Ilhas da Indonésia que o Mundo Trata por “Ilhas”

São tão humildes que ficaram conhecidas pelo termo bahasa que significa apenas ilhas. Apesar de discretas, as Gili tornaram-se o refúgio predilecto dos viajantes que passam por Lombok ou Bali.
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Inverno Branco
Kazbegi, Geórgia

Deus nas Alturas do Cáucaso

No século XIV, religiosos ortodoxos inspiraram-se numa ermida que um monge havia erguido a 4000 m de altitude e empoleiraram uma igreja entre o cume do Monte Kazbek (5047m) e a povoação no sopé. Cada vez mais visitantes acorrem a estas paragens místicas na iminência da Rússia. Como eles, para lá chegarmos, submetemo-nos aos caprichos da temerária Estrada Militar da Geórgia.
Lago Manyara, parque nacional, Ernest Hemingway, girafas
Literatura
PN Lago Manyara, Tanzânia

África Favorita de Hemingway

Situado no limiar ocidental do vale do Rift, o parque nacional lago Manyara é um dos mais diminutos mas encantadores e ricos em vida selvagem da Tanzânia. Em 1933, entre caça e discussões literárias, Ernest Hemingway dedicou-lhe um mês da sua vida atribulada. Narrou esses dias aventureiros de safari em “As Verdes Colinas de África”.
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Natureza
Cataratas Iguaçu/Iguazu, Brasil/Argentina

O Troar da Grande Água

Após um longo percurso tropical, o rio Iguaçu dá o mergulho dos mergulhos. Ali, na fronteira entre o Brasil e a Argentina, formam-se as cataratas maiores e mais impressionantes à face da Terra.
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Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
República Dominicana, Praia Bahia de Las Águilas, Pedernales. Parque Nacional Jaragua, Praia
Parques Naturais
Laguna Oviedo a Bahia de las Águilas, República Dominicana

Em Busca da Praia Dominicana Imaculada

Contra todas as probabilidades, um dos litorais dominicanos mais intocados também é dos mais remotos. À descoberta da província de Pedernales, deslumbramo-nos com o semi-desértico Parque Nacional Jaragua e com a pureza caribenha da Bahia de las Águilas.
Sombra vs Luz
Património Mundial UNESCO
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Personagens
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Mangal entre Ibo e ilha Quirimba-Moçambique
Praias
Ilha do Ibo a Ilha QuirimbaMoçambique

Ibo a Quirimba ao Sabor da Maré

Há séculos que os nativos viajam mangal adentro e afora entre a ilha do Ibo e a de Quirimba, no tempo que lhes concede a ida-e-volta avassaladora do oceano Índico. À descoberta da região, intrigados pela excentricidade do percurso, seguimos-lhe os passos anfíbios.
Arménia Berço Cristianismo, Monte Aratat
Religião
Arménia

O Berço do Cristianismo Oficial

Apenas 268 anos após a morte de Jesus, uma nação ter-se-á tornado a primeira a acolher a fé cristã por decreto real. Essa nação preserva, ainda hoje, a sua própria Igreja Apostólica e alguns dos templos cristãos mais antigos do Mundo. Em viagem pelo Cáucaso, visitamo-los nos passos de Gregório o Iluminador, o patriarca que inspira a vida espiritual da Arménia.
Composição Flam Railway abaixo de uma queda d'água, Noruega
Sobre Carris
Nesbyen a Flam, Noruega

Flam Railway: Noruega Sublime da Primeira à Última Estação

Por estrada e a bordo do Flam Railway, num dos itinerários ferroviários mais íngremes do mundo, chegamos a Flam e à entrada do Sognefjord, o maior, mais profundo e reverenciado dos fiordes da Escandinávia. Do ponto de partida à derradeira estação, confirma-se monumental esta Noruega que desvendamos.
imperador akihito acena, imperador sem imperio, toquio, japao
Sociedade
Tóquio, Japão

O Imperador sem Império

Após a capitulação na 2ª Guerra Mundial, o Japão submeteu-se a uma constituição que encerrou um dos mais longos impérios da História. O imperador japonês é, hoje, o único monarca a reinar sem império.
Vendedores de fruta, Enxame, Moçambique
Vida Quotidiana
Enxame, Moçambique

Área de Serviço à Moda Moçambicana

Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
Vista aérea das quedas de água de Malolotja.
Vida Selvagem
Reserva Natural de Malolotja, eSwatini

Malolotja: o Rio, as quedas d’água e a Reserva Natural Grandiosa

Meros 32km a nordeste da capital Mbabane, sobre a fronteira com a África do Sul, ascendemos a terras altas, rugosas e vistosas de eSwatini. Por lá flui o rio Malolotja e se despenham as cascatas homónimas, as mais altas do Reino. Manadas de zebras e de antílopes percorrem os pastos e florestas em redor, numa das reservas com maior biodiversidade do sul de África.  
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.