Mar de Aral, Uzbequistão

O Lago que o Algodão Absorveu


Barcos em seco
Barcos perdidos no leito seco antes coberto pelo Mar de Aral.
Monumento
Monumento ao Mar de Aral Integral.
Puro espanto
Visitante usbeque examina a carcaça enferrujada de um dos navios que antes sulcava o Mar de Aral.
À Entrada de Moynaq
Sinalização de estrada antecipa a chegada a Moynaq.
Nem Sinal de Mar
Vista do interior de outra embarcação abandonada.
Dias de fartura
Pintura exibe o quotidiano piscatório dos velhos dias do Mar de Aral.
Saltanak
Funcionária Saltanak.
Herança do Algodão
Sequência de barcos enferrujados, alinhados junto à antiga margem do Mar de Aral.
Sinal desactualizado
Sinalização de estrada a indicar Kizi-Jar, uma povoação antes a meias com as margens do Mar de Aral.
Aral de Arquivo
Imagens de um album num museu dedicado à história do Mar de Aral e de Muynaq.
Conserva
Latas de conservas produzidas pelas fábricas antes instaladas nas margens de um Mar de Aral repleto de peixe.
Barcos em seco II
Barcos perdidos no leito seco antes coberto pelo Mar de Aral.
Aral Expo
Quadros que retratam a antiga vida em redor do Mar de Aral.
Recordações dos Velhos Tempos
Funcionária Saltanak mostra um álbum com imagens antigas de Moynaq e do Mar de Aral.
Ancoradouro sobre duna
Barco enferrujado e encalhado sobre pequena duna do Mar de Aral
Em 1960, o Mar de Aral era um dos quatro maiores lagos do mundo mas projectos de irrigação secaram grande parte da água e do modo de vida dos pescadores. Em troca, a URSS inundou o Uzbequistão com ouro branco vegetal.

Alguns mapas mostram em tons de verde a vastidão que vai de Nukus a Moynaq.

Assinalam, assim, o delta do rio Amu Darya e as suas distintas ramificações que irrigam o estremo oeste da República do Karakalpaquistão, uma região autónoma do Uzbequistão. Tínhamos partido da capital, Nukus havia três horas mas continuávamos entregues à aridez poeirenta do deserto de Qizil Qum.

Apesar do percurso algo monótono e de só termos  conhecido recentemente a guia e o motorista, a conversa fluía bem mais que os caudais que continuávamos sem ver: “Se cada visitante estrangeiro trouxesse um balde de água, o Mar de Aral seria salvo” diz-nos Nilufar com a concordância sorridente de Ravshan, mais preocupado em evitar os buracos que minam o quase asfalto.

Tão naife como improvável, esta crença depressa se popularizou e foi retida na cultura uzbeque, ao mesmo tempo que a comunidade científica e os habitantes da Ásia Central viam o lago mirrar ano após ano, iludidos de que a comunidade internacional acabaria por intervir e convencer os líderes da região a evitar a tragédia anunciada.

A Entrada na Cidade em Tempos Ribeirinha de Moynaq

Aproximamo-nos de Moynaq, a única cidade portuária do Uzbequistão, se alguém se atrever a mencionar tal título nos dias que correm. Passamos um desvio para a fronteira com o Cazaquistão e, mais à frente, surgem portais que anunciam a iminência de outras povoações.

sinaletica, carrinha transporte, Mar de Aral, Usbequistão

Sinalização de estrada a indicar Kizi-Jar, uma povoação antes a meias com as margens do Mar de Aral.

Kizil Jar – Shirkat Xojaligi”: o primeiro comunica o caminho para uma aldeia convertida em associação de produtores agrícolas. Por estranho que pareça, o portal é coroado por uma bandeira do Uzbequistão que faz também de barco.

Algumas dezenas de quilómetros depois, damos com o que estabelece os limites geográficos de Moynaq, decorado com um peixe a saltar, por ondas e uma ave sobre a água. Não tardamos a encontrar o líquido precioso mas a visão prova-se tão efémera como estranha.

Pequenas manadas de vacas anfíbias percorrem um paul raso e devoram pasto semi-ensopado. O cenário perde-se no horizonte e deixa-nos a pensar se tratará de uma qualquer franja do grande lago.

Ravshan recorre ao seu alemão quase fluente, dispensa a tradução e antecipa-se à inevitável questão: “Não, ainda não chegámos ao Aral. Estamos na foz do Amu Darya.” Nilufar restabelece a ordem. “É que foi e é tirada tanta água ao rio que já não tem força para chegar ao leito do lago e espraia-se.

Aral Expo

Quadros que retratam a antiga vida em redor do Mar de Aral.

Ainda falta um pouco para Moynaq e das antigas margens do Aral. É uma velha história, entretanto ficam a perceber tudo.” Nessa altura, já estávamos a par do essencial.

A Intervenção Aniquiladora do Regime Soviético

Por volta de 1960, Nikita Krushchev liderava uma União Soviética em plena ascensão na esfera político-económica mundial. Os imensos Cazaquistão e Uzbequistão quase passavam despercebidos no território vermelho sem fim mas não aos dirigentes sem escrúpulos do Kremlin.

Desde os tempos de Estaline que o regime ambicionava concretizar projectos agrícolas megalómanos que envolviam o desvio de parte dos caudais dos rios Amu Darya e Syr Darya para irrigação de plantações de algodão conquistadas aos desertos de Qizil Qum e Qara Qum.

Apesar de parte considerável da água se perder no transvase devido à má qualidade dos canais, tal como previsto, o cultivo do ouro branco deu origem a enormes lucros. O algodão tornou-se numa das grandes produções da União Soviética e continua a ser a principal exportação do Uzbequistão.

Enquanto isso, o tributo milenar dos rios diminuía, como o Mar de Aral que tem hoje cerca de 10% da sua dimensão original e se dividiu em quatro lagos mais pequenos.

A água afastou-se gradualmente das antigas margens e as comunidades que prosperavam com a pesca viram-se arredadas do seu modo de subsistência tradicional. Mas esse não foi o único problema.

Sinaletica estrada, Mar de Aral, Usbequistão

Sinalização de estrada antecipa a chegada a Moynaq.

A Realidade Ressequida e Ainda Tóxica de Moynaq

Internamo-nos na povoação sob um calor atroz.

O lugar parece deserto e só encontramos vivalma no museu local instalado paredes meias com outras repartições públicas de inspiração soviética, decoradas com murais populistas. “Azis jas jubaylar, sizlerge baxt kulip baqsin” comunica um deles que é como quem diz: “Jovens casais, que Deus vos abençoe”.

fotos museu-Mar de Aral-Usbequistão

Imagens de um album num museu dedicado à história do Mar de Aral e de Muynaq.

Em Moynaq, as palavras dificilmente poderiam fazer sentido. Em tempos, a cidade acolhia dezenas de milhares de habitantes protegidos pela pujança da indústria pesqueira e conserveira.

Nos dias que correm, são menos de 9.000 os resistentes, vítimas de um desastre ecológico agravado de cada vez que as tempestades de areia cobrem as ruas e os edifícios de poeiras contaminadas de químicos resultantes da acumulação de fertilizantes e pesticidas no leito seco do Aral.

Os poucos que se atreveram a ficar – a maior parte karakalpaques – estão à mercê de um conjunto de doenças crónicas e agudas, de tal maneira que as mulheres ganharam consciência de que, para protegerem os seus filhos, não os devem amamentar.

A Evocação dos Tempos Piscatórios e Conserveiros do Mar de Aral

Saltanak Aimanova recebe-nos no museu com simpatia protocolar apresenta-nos o que estamos prestes a ver. Mapas explicam a diminuição drástica do lago. Pinturas de Raphael Matevosyan e Fahim Madgazin, entre outros, cobrem as paredes altas.

albuns de fotografia do museu, Mar de Aral, Usbequistão

Funcionária Saltanak mostra um álbum com imagens antigas de Moynaq e do Mar de Aral.

Exibem cenários portuários produtivos e pitorescos, com as tonalidades e texturas – areias, neves e vegetação – ditadas pelos profundos contrastes climatéricos da região.

Noutro sector, surgem empilhadas centenas de latas de conserva com designs soviéticos, resultados coloridos e artísticos da faina e da indústria que davam sentido a tantas vidas.

latas conserva, Mar de Aral, Usbequistão

Latas de conservas produzidas pelas fábricas antes instaladas nas margens de um Mar de Aral repleto de peixe.

Junto à entrada, folheamos um álbum repleto de grandes fotografias a preto e branco do dia-a-dia de Moynaq, a bordo das embarcações e nas fábricas em que a pescaria era processada.

Saltanak vê-nos examinar o livro com interesse redobrado, intervém e pede a ajuda de Nilufar que nos traduz a sua mistura de uzbeque com karakalpaque: “Eu era bem pequena, mas lembro-me de o meu pai me levar para o trabalho e de me maravilhar com as descargas dos enormes esturjões e peixes-gato.”

Desvios Sistemáticos do Lago que o Algodão Absorveu para Sempre

À medida que o caudal dos grandes rios tributários foi desviado para os campos de algodão, a água ligeiramente salobra em que aquelas e outras vinte espécies de peixes proliferavam, tornou-se cada vez mais escassa e salina.

A determinada altura, recuou tanto que não mais se via do litoral e deixou as embarcações de pesca encalhadas no leito seco, num estado, ainda assim, não tão decadente como o que estávamos prestes a encontrar.

monumento, Mar de Aral, Usbequistão

Monumento ao Mar de Aral Integral.

Despedimo-nos e deixamos o museu.

Ravshan  e Nilufar conduzem-nos ao limite oposto da povoação e a um promontório encimado por um monumento aguçado de cimento que remete para os tempos fartos do Aral, e em cuja sombra dormita um homem karakalpaque.

Dali, avistamos o areal sem fim aparente e salpicado de arbustos, em tempos coberto pelo lago e, no sopé da encosta, uma série de carcaças de embarcações alinhadas.

barcos em doca seca, Mar de Aral, Usbequistão

Barcos perdidos no leito seco antes coberto pelo Mar de Aral.

O Mar de Areia Surreal de Aral

Descemos e exploramos de perto e sobre os convés retorcidos aquela misteriosa herança de ferrugem que as autoridades da região resolveram mover da sua posição original no lago para melhor satisfazerem a curiosidade dos visitantes.

É algo que, segundo apuramos mais tarde, o tal homem raramente se presta a fazer.

Já em Tashkent, a capital uzbeque, falamos com Temur, o chefe de Nilufar e de Ravshan sobre a viagem e, por alguma razão, mencionamos o monumento e o nativo karakalpaque.

“Ah já sei de quem é que estão a falar, exclama entusiasmado, Temur.

“Esse homem está sempre por ali mas quase nunca fala com quem chega. Uma vez, sem eu saber muito bem porquê, engraçou comigo e contou-me uma série de coisas sobre os velhos tempos de Moynaq: que o Mar de Aral era tão profundo que chegava quase ao topo do miradouro onde colocaram agora o monumento.

Que os nativos se deslocavam a partir dali, de helicóptero, para outras povoações lacustres distantes. Que, no pino do Inverno, as extremidades do lago gelavam de tal maneira que os pescadores usavam cavalos para ir buscar as redes às zonas interiores ainda desbloqueadas.

barco enferrujado, Mar de Aral, Usbequistão

Barco enferrujado e encalhado sobre pequena duna do Mar de Aral

Que chegaram a acontecer acidentes e vários cavalos e pessoas se afogaram na água gélida ou foram salvos in extremis pelos helicópteros que as vítimas avisavam com disparos de sinalização e dispositivos de radar de segurança.”

De si, o tal karakalpaque falou pouco. Contou apenas a Temur que o barco em que trabalhava se chamava ‘Буйный’ (revoltoso ou tempestuoso).

Como fez ao Mar de Aral, o algodão uzbeque secou-lhe a identidade.

Usbequistão

Viagem Pelo Pseudo-Alcatrão do Usbequistão

Os séculos passaram. As velhas e degradadas estradas soviéticas sulcam os desertos e oásis antes atravessados pelas caravanas da Rota da Seda. Sujeitos ao seu jugo durante uma semana, vivemos cada paragem e incursão nos lugares e cenários usbeques como recompensas rodoviárias históricas.
Tbilisi, Geórgia

Geórgia ainda com Perfume a Revolução das Rosas

Em 2003, uma sublevação político-popular fez a esfera de poder na Geórgia inclinar-se do Leste para Ocidente. De então para cá, a capital Tbilisi não renegou nem os seus séculos de história também soviética, nem o pressuposto revolucionário de se integrar na Europa. Quando a visitamos, deslumbramo-nos com a fascinante mixagem das suas passadas vidas.
Uplistsikhe e Gori, Geórgia

Do Berço da Geórgia à Infância de Estaline

À descoberta do Cáucaso, exploramos Uplistsikhe, uma cidade troglodita antecessora da Geórgia. E a apenas 10km, em Gori, damos com o lugar da infância conturbada de Joseb Jughashvili, que se tornaria o mais famoso e tirano dos líderes soviéticos.
Samarcanda, Usbequistão

O Sultão Astrónomo

Neto de um dos grandes conquistadores da Ásia Central, Ulugh Beg preferiu as ciências. Em 1428, construiu um observatório espacial em Samarcanda. Os seus estudos dos astros levaram-lhe o nome a uma cratera da Lua.
Margilan, Usbequistão

Um Ganha Pão do Uzbequistão

Numa de muitas padarias de Margilan, desgastado pelo calor intenso do forno tandyr, o padeiro Maruf'Jon trabalha meio-cozido como os distintos pães tradicionais vendidos por todo o Usbequistão
Vale da Morte, E.U.A.

O Ressuscitar do Lugar Mais Quente

Desde 1921 que Al Aziziyah, na Líbia, era considerado o lugar mais quente do Planeta. Mas a polémica em redor dos 58º ali medidos fez com que, 99 anos depois, o título fosse devolvido ao Vale da Morte.
Vale de Fergana, Usbequistão

Uzbequistão, a Nação a Que Não Falta o Pão

Poucos países empregam os cereais como o Usbequistão. Nesta república da Ásia Central, o pão tem um papel vital e social. Os Uzbeques produzem-no e consomem-no com devoção e em abundância.
Samarcanda, Uzbequistão

Um Legado Monumental da Rota da Seda

Em Samarcanda, o algodão é agora o bem mais transaccionado e os Ladas e Chevrolets substituíram os camelos. Hoje, em vez de caravanas, Marco Polo iria encontrar os piores condutores do Uzbequistão.
Khiva, Uzbequistão

A Fortaleza da Rota da Seda que a União Soviética Aveludou

Nos anos 80, dirigentes soviéticos renovaram Khiva numa versão amaciada que, em 1990, a UNESCO declarou património Mundial. A URSS desintegrou-se no ano seguinte. Khiva preservou o seu novo lustro.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Fogueira ilumina e aquece a noite, junto ao Reilly's Rock Hilltop Lodge,
Safari
Santuário de Vida Selvagem Mlilwane, eSwatini

O Fogo que Reavivou a Vida Selvagem de eSwatini

A meio do século passado, a caça excessiva extinguia boa parte da fauna do reino da Suazilândia. Ted Reilly, filho do colono pioneiro proprietário de Mlilwane entrou em acção. Em 1961, lá criou a primeira área protegida dos Big Game Parks que mais tarde fundou. Também conservou o termo suazi para os pequenos fogos que os relâmpagos há muito geram.
Thorong Pedi a High Camp, circuito Annapurna, Nepal, caminhante solitário
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 12º - Thorong Phedi a High Camp

O Prelúdio da Travessia Suprema

Este trecho do Circuito Annapurna só dista 1km mas, em menos de duas horas, leva dos 4450m aos 4850m e à entrada do grande desfiladeiro. Dormir no High Camp é uma prova de resistência ao Mal de Montanha que nem todos passam.
Competição do Alaskan Lumberjack Show, Ketchikan, Alasca, EUA
Arquitectura & Design
Ketchikan, Alasca

Aqui Começa o Alasca

A realidade passa despercebida a boa parte do mundo, mas existem dois Alascas. Em termos urbanos, o estado é inaugurado no sul do seu oculto cabo de frigideira, uma faixa de terra separada dos restantes E.U.A. pelo litoral oeste do Canadá. Ketchikan, é a mais meridional das cidades alasquenses, a sua Capital da Chuva e a Capital Mundial do Salmão.
Aventura
Viagens de Barco

Para Quem Só Enjoa de Navegar na Net

Embarque e deixe-se levar em viagens de barco imperdíveis como o arquipélago filipino de Bacuit e o mar gelado do Golfo finlandês de Bótnia.
Corrida de camelos, Festival do Deserto, Sam Sam Dunes, Rajastão, Índia
Cerimónias e Festividades
Jaisalmer, Índia

Há Festa no Deserto do Thar

Mal o curto Inverno parte, Jaisalmer entrega-se a desfiles, a corridas de camelos e a competições de turbantes e de bigodes. As suas muralhas, ruelas e as dunas em redor ganham mais cor que nunca. Durante os três dias do evento, nativos e forasteiros assistem, deslumbrados, a como o vasto e inóspito Thar resplandece afinal de vida.
Kolmanskop, Deserto do Namibe, Namíbia
Cidades
Kolmanskop, Namíbia

Gerada pelos Diamantes do Namibe, Abandonada às suas Areias

Foi a descoberta de um campo diamantífero farto, em 1908, que originou a fundação e a opulência surreal de Kolmanskop. Menos de 50 anos depois, as pedras preciosas esgotaram-se. Os habitantes deixaram a povoação ao deserto.
Máquinas Bebidas, Japão
Comida
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
costa, fiorde, Seydisfjordur, Islandia
Cultura
Seydisfjordur, Islândia

Da Arte da Pesca à Pesca da Arte

Quando armadores de Reiquejavique compraram a frota pesqueira de Seydisfjordur, a povoação teve que se adaptar. Hoje, captura discípulos da arte de Dieter Roth e outras almas boémias e criativas.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Fuga de Seljalandsfoss
Em Viagem
Islândia

Ilha de Fogo, Gelo, Cascatas e Quedas de Água

A cascata suprema da Europa precipita-se na Islândia. Mas não é a única. Nesta ilha boreal, com chuva ou neve constantes e em plena batalha entre vulcões e glaciares, despenham-se torrentes sem fim.
Pequeno navegador
Étnico
Honiara e Gizo, Ilhas Salomão

O Templo Profanado das Ilhas Salomão

Um navegador espanhol baptizou-as, ansioso por riquezas como as do rei bíblico. Assoladas pela 2ª Guerra Mundial, por conflitos e catástrofes naturais, as Ilhas Salomão estão longe da prosperidade.
luz solar fotografia, sol, luzes
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 2)

Um Sol, tantas Luzes

A maior parte das fotografias em viagem são tiradas com luz solar. A luz solar e a meteorologia formam uma interacção caprichosa. Saiba como a prever, detectar e usar no seu melhor.
Sydney, cidade criminosos exemplar da Austrália, Harbour Bridge
História
Sydney, Austrália

De Desterro de Criminosos a Cidade Exemplar

A primeira das colónias australianas foi erguida por reclusos desterrados. Hoje, os aussies de Sydney gabam-se de antigos condenados da sua árvore genealógica e orgulham-se da prosperidade cosmopolita da megalópole que habitam.
Albreda, Gâmbia, Fila
Ilhas
Barra a Kunta Kinteh, Gâmbia

Viagem às Origens do Tráfico Transatlântico de Escravos

Uma das principais artérias comerciais da África Ocidental, a meio do século XV, o rio Gâmbia era já navegado pelos exploradores portugueses. Até ao XIX, fluiu pelas suas águas e margens, boa parte da escravatura perpetrada pelas potências coloniais do Velho Mundo.
Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo
Inverno Branco
Lapónia, Finlândia

Em Busca da Raposa de Fogo

São exclusivas dos píncaros da Terra as auroras boreais ou austrais, fenómenos de luz gerados por explosões solares. Os nativos Sami da Lapónia acreditavam tratar-se de uma raposa ardente que espalhava brilhos no céu. Sejam o que forem, nem os quase 30º abaixo de zero que se faziam sentir no extremo norte da Finlândia nos demoveram de as admirar.
Baie d'Oro, Île des Pins, Nova Caledonia
Literatura
Île-des-Pins, Nova Caledónia

A Ilha que se Encostou ao Paraíso

Em 1964, Katsura Morimura deliciou o Japão com um romance-turquesa passado em Ouvéa. Mas a vizinha Île-des-Pins apoderou-se do título "A Ilha mais próxima do Paraíso" e extasia os seus visitantes.
Enriquillo, Grande lago das Antilhas, República Dominicana, vista da Cueva das Caritas de Taínos
Natureza
Lago Enriquillo, República Dominicana

Enriquillo: o Grande Lago das Antilhas

Com entre 300 e 400km2, situado a 44 metros abaixo do nível do mar, o Enriquillo é o lago supremo das Antilhas. Mesmo hipersalino e abafado por temperaturas atrozes, não pára de aumentar. Os cientistas têm dificuldade em explicar porquê.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Kogi, PN Tayrona, Guardiães do Mundo, Colômbia
Parques Naturais
PN Tayrona, Colômbia

Quem Protege os Guardiães do Mundo?

Os indígenas da Serra Nevada de Santa Marta acreditam que têm por missão salvar o Cosmos dos “Irmãos mais Novos”, que somos nós. Mas a verdadeira questão parece ser: "Quem os protege a eles?"
Ilha de Miyajima, Xintoismo e Budismo, Japão, Portal para uma ilha sagrada
Património Mundial UNESCO
Miyajima, Japão

Xintoísmo e Budismo ao Sabor das Marés

Quem visita o tori de Itsukushima admira um dos três cenários mais reverenciados do Japão. Na ilha de Miyajima, a religiosidade nipónica confunde-se com a Natureza e renova-se com o fluir do Mar interior de Seto.
Monumento do Heroes Acre, Zimbabwe
Personagens
Harare, Zimbabwe

O Último Estertor do Surreal Mugabué

Em 2015, a primeira-dama do Zimbabué Grace Mugabe afirmou que o presidente, então com 91 anos, governaria até aos 100, numa cadeira-de-rodas especial. Pouco depois, começou a insinuar-se à sua sucessão. Mas, nos últimos dias, os generais precipitaram, por fim, a remoção de Robert Mugabe que substituiram pelo antigo vice-presidente Emmerson Mnangagwa.
ilha Martinica, Antilhas Francesas, Caraíbas Monumento Cap 110
Praias
Martinica, Antilhas Francesas

Caraíbas de Baguete debaixo do Braço

Circulamos pela Martinica tão livremente como o Euro e as bandeiras tricolores esvoaçam supremas. Mas este pedaço de França é vulcânico e luxuriante. Surge no coração insular das Américas e tem um delicioso sabor a África.
Braga ou Braka ou Brakra, no Nepal
Religião
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
Comboio do Fim do Mundo, Terra do Fogo, Argentina
Sobre Carris
Ushuaia, Argentina

Ultima Estação: Fim do Mundo

Até 1947, o Tren del Fin del Mundo fez incontáveis viagens para que os condenados do presídio de Ushuaia cortassem lenha. Hoje, os passageiros são outros mas nenhuma outra composição passa mais a Sul.
patpong, bar go go, banguecoque, mil e uma noites, tailandia
Sociedade
Banguecoque, Tailândia

Mil e Uma Noites Perdidas

Em 1984, Murray Head cantou a magia e bipolaridade nocturna da capital tailandesa em "One Night in Bangkok". Vários anos, golpes de estado, e manifestações depois, Banguecoque continua sem sono.
Vida Quotidiana
Profissões Árduas

O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Vida Selvagem
Valdez, Alasca

Na Rota do Ouro Negro

Em 1989, o petroleiro Exxon Valdez provocou um enorme desastre ambientai. A embarcação deixou de sulcar os mares mas a cidade vitimada que lhe deu o nome continua no rumo do crude do oceano Árctico.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.