Elmina, Gana

O Primeiro Jackpot dos Descobrimentos Portugueses


Em plena costa do Ouro
Uma vaga desenrola-se no Golfo da Guiné, com a fortaleza de São Jorge da Mina em fundo.
Sem retorno
Motorista de visita à fortaleza junto à porta sem retorno de onde os escravos ganeses eram enviados para o continente americano.
Mar de pescadores
Vista do porto de Elmina a partir do forte Coenraadsburg, uma fortaleza construída após a conquista de São Jorge da Mina e da região pelos holandeses.
Acima de Elmina
Visitantes ganeses num dos pátios dotados de canhões do forte de São Jorge da Mina.
Em rede
Pescadores ganeses em plena faina no porto sempre atarefado de Elmina.
O âmago de Elmina
Interior da fortaleza de São Jorge de Mina com o seu pátio na base de várias secções imponentes.
Mercado espontâneo
Vendedoras de peixe exibem o seu produto mesmo em frente à fortaleza de São Jorge da Mina
Uma chamada histórica
Ganês fala ao telefone sobre uma das varandas do interior do forte de São Jorge da Mina.
Doca em frenesim
Centenas de barcos de pesca coloridos pela sua pintura e por pequenas bandeiras de vários países do mundo, no estuário do rio Benya.
No séc. XVI, Mina gerava à Coroa mais de 310 kg de ouro anuais. Este proveito suscitou a cobiça da Holanda e da Inglaterra que se sucederam no lugar dos portugueses e fomentaram o tráfico de escravos para as Américas. A povoação em redor ainda é conhecida por Elmina mas, hoje, o peixe é a sua mais evidente riqueza.

As ondas do Atlântico desfazem-se areal acima. Desenrolam-se, vigorosas, quase até linha de coqueiros cimeira entre o limiar da Costa do Ouro e a estrada N1 que percorremos desde a já longínqua Acra.

A determinada altura, um meandro do asfalto concede-nos a visão longínqua de um castelo branco ladeado por mais coqueiros hirtos e que parece flutuar entre o azul do oceano e o do céu.

A configuração do percurso não tarda a esconde-lo mesmo se nos aproximamos, a cada quilómetro que passa, da povoação envolvente.

Em plena costa do Ouro

Uma vaga desenrola-se no Golfo da Guiné, com a fortaleza de São Jorge da Mina em fundo.

A estrada volta a render-se ao afago das vagas. Logo, serpenteia entre pequenas enseadas inundadas de barcos de pesca folclóricos ou pelo meio de um casario também garrido que se adensa.

Deixamos o carro. Completamos o que faltava do percurso até à base da língua de terra em que sabíamos ir-se materializar a miragem de há minutos. Os primeiros moradores da zona estão demasiado atarefados para ligarem à nossa incursão.

O Legado Controverso de Elmina

Até que, com o castelo pela frente, na comunhão de bandos errantes de cabras e de uma multidão frenética de pescadores e varinas ganesas, nos abordam alguns vendedores e candidatos a guias cada qual com as suas próprias abordagens de encantar.

“De que país são? Portugal? Isto era vosso, já sabem, não é ? … Encontraram o guia certo para vos explicar como tudo se passou!”

Prosseguimos em direcção ao forte a responder às propostas concorrentes e persistentes de venda de serviços e de artesanato da forma o mais paciente possível.

É assim, semi-escoltados, que chegamos à entrada do velho castelo, isolada por fossos e disfarçada na sua imponente fachada virada a terra, como é suposto numa fortaleza erguida para se conservar.

Uma chamada histórica

Ganês fala ao telefone sobre uma das varandas do interior do forte de São Jorge da Mina.

Invadimo-la curiosos pelo que encontraríamos no interior, onde nos esperava Alex Afful o guia pré-incumbido de nos apresentar o monumento. Instantes depois, já seguíamos os seus passos e as suas palavras numa deslumbrante viagem ao passado épico mas também pesaroso da actual Elmina.

A Costa de Ouro como Triunfo do Projecto de Descoberta de África

O Infante D. Henrique enviava navegadores a explorar a costa africana desde 1418, instigado pelos rumores de abundância de ouro, marfim, pedras preciosas e de outras riquezas.

Pelo anseio de encontrar uma rota alternativa que permitisse chegar directamente às especiarias da Ásia e de assim descartar os comerciantes árabes, até então, intermediários incontornáveis.

Pelo interesse da igreja em converter ao Cristianismo os povos a sul da Ibéria.

Acima de Elmina

Visitantes ganeses num dos pátios dotados de canhões do forte de São Jorge da Mina.

Após cinquenta anos em que esses navegadores foram aportando ao longo da costa de África, em 1471, chegaram à zona de Mina. Regia, então, Afonso V.

O rei mostrava-se pouco interessado em continuar a apoiar as expedições marítimas e o comércio da Guiné que só recentemente tinham começado a dar proveitos à Coroa. O rei arrendou a exploração da Costa da Guiné, sob regime de monopólio comercial, a um comerciante de nome Fernão Gomes.

Ao chegar à zona do actual Gana, Fernão Gomes deparou-se com um comércio de ouro já estabelecido entre nativos de distintas etnias e entre estes e os sempre incómodos comerciantes árabes e berberes. Fernão Gomes apressou-se a impor as suas próprias regras, como era de esperar, apoiado pela Coroa.

Com o Tratado de Alcáçovas a assegurar os direitos exclusivos sobre a recém-baptizada Costa do Ouro, D. João II, o rei que se seguiu, deliberou que devia ser construído um novo entreposto que protegesse o comércio aurífero de Portugal no Golfo da Guiné.

O âmago de Elmina

Interior da fortaleza de São Jorge de Mina com o seu pátio na base de várias secções imponentes.

O Entreposto Fortificado de Elmina

O projecto foi atribuído a um cavaleiro da Ordem de Aviz granjeado com várias comendas e conselheiro do rei. D. Diogo de Azambuja combatera lado a lado com Afonso V na conquista de Alcácer-Ceguer. Foi determinante na Guerra de Sucessão de Castela de 1475-1479 em que o inimigo lhe feriu gravemente uma perna.

A nova aventura africana de que D. João II o incumbiu celebrizou-o ainda mais. Em 1481, Azambuja comandou uma frota de nove caravelas e duas naus que transportou 600 soldados, 100 pedreiros e carpinteiros e toneladas de pedra e outros materiais necessários à construção da fortaleza planeada.

Volvido um ano, Azambuja já aproveitava o pé-de-guerra entre as poderosas etnias da região: os Akans, os Ashantis, os Fantis e outros.  Aliado aos Akans, conseguiu permissão para erguer a fortaleza, obra que terá terminado em 1482.

Na sequência, enviou a frota de volta a Lisboa. Permaneceu em Mina até 1484, com 60 soldados – entre os quais Cristovão Colombo – e a tarefa adicional de aprofundar contactos comerciais com a população nativa que aumentassem o proveito da Coroa.

Enquanto seguimos Alex Afful, testemunhamos a seriedade com que Azambuja desempenhou a sua missão. Por ter sido construída sobre camadas profundas de rocha sedimentar, a fortaleza de Mina resistiu às vagas do Atlântico que, como presenciámos, a continuam a fustigar.

À Descoberta do Grande Forte em Tempos Português

Passou pelo tempo de tal maneira que mal parece acabada de erguer. Mantêm-se intactos os seus três grandes pátios: o principal, o interior e o de serviço. À medida que a eles acedemos por escadarias íngremes e adarves amplos percebemos o grau de complexidade e a clareza arquitectónica da estrutura. Vislumbramos o Atlântico sem fim dos seus baluartes virados a Ocidente.

Subimos aos aposentos construídos no cimo da estrutura para albergar o Capitão-Mor. Apercebêmo-nos, de imediato, de como são amplos e os ventila uma brisa permanente vinda do oceano. Ao contrário das divisões em redor do pátio principal que vieram mais tarde a servir para aprisionar captivos africanos.

Alex Afful sublinha que o comércio de escravos convencional só teve início após os portugueses perderem a fortaleza para os holandeses.

Mesmo assim, atalha num ápice a visita guiada para os seus recantos mais tenebrosos e elucida-nos quanto às agruras que ali viriam, entretanto, a ser cometidas. “E esta era a famosa Door of No Return, semelhante à de outros fortes e casebres ao longo da costa africana.

Sem retorno

Motorista de visita à fortaleza junto à porta sem retorno de onde os escravos ganeses eram enviados para o continente americano.

As Masmorras Tenebrosas do Forte com Saída na Door of No Return

Daqui, desta masmorra tenebrosa, os escravos eram acorrentados e despachados para os barcos. Aqueles que sobreviviam à travessia do oceano nunca mais voltavam a ver África.” Reparamos em várias grinaldas de flores colocadas por visitantes anteriores em pesar pelos seus antepassados e, à entrada do forte, num texto negro encrustado num mármore branco que dita:

”Na Memória Eterna: da angústia dos nossos ancestrais. Que possam aqueles que morreram repousar em paz. Que possam aqueles que regressarem encontrar as suas raízes. Que a Humanidade nunca mais perpetre tal injustiça contra a Humanidade. Nós os que vivemos, juramos que assim será.”

Subimos a um varandim amplo virado para a povoação que acabamos por partilhar com um grupo de ganeses, alguns trajados de jilabas, que se fotografam de iPad em riste, entre uma bateria de velhos canhões negros. Desse miradouro muralhado, apreciamos o casario multicolor de Elmina e um outro forte destacado acima na encosta.

O Frenesim Piscatório do Rio Benya

E, mais impressionante, que tudo, testemunhamos a incrível azáfama que tomava conta da foz do rio Benya.

Um atrás do outro, dezenas de barcos venciam as ondas do fim do estuário e na entravam na boca do rio apontados às docas de pesca mais repletas de embarcações e inundadas de gente e de peixe que até hoje presenciámos, em mais de quinze anos de viagens pela Terra.

Doca em frenesim

Centenas de barcos de pesca coloridos pela sua pintura e por pequenas bandeiras de vários países do mundo, no estuário do rio Benya.

Haveríamos de examinar de mais perto. Até então, continuámos a descobrir os recantos intrigantes e os segredos do forte de São Jorge de Mina.

No ápice do comércio do ouro, no século XVIII, mais de 300 toneladas de ouro por ano foram trocadas por trigo, tecidos e roupas árabes, colares e artigos de latão, panelas e penicos que fizeram um sucesso muito especial. Entre 1504 e 1582, terão sido trocados por ouro mais de 270.000 unidades de penicos.

Também eram trocados por ouro escravos trazidos do vizinho Benim e de outras paragens. Fosse qual fosse a moeda de troca, o ouro abundava. Em 1500, cerca de 10% das reservas de ouro do mundo.

Os corsários franceses e ingleses apressaram-se a atormentar os navios portugueses que lá ancoravam.

Em rede

Pescadores ganeses em plena faina no porto sempre atarefado de Elmina.

A Inevitável Interferência Histórica da Holanda

No contexto da dinastia filipina, a Espanha entrou em conflito com os Países Baixos. Estes expandiram os seus ataques a posses coloniais antes portuguesas tanto no Nordeste do Brasil como no Golfo da Guiné.

Em 1637, após cinco dias de resistência de quarenta homens que se diz doentes e mal-armados tomaram a fortaleza de São Jorge de Mina, à imagem do que fizeram a outros fortes portugueses no litoral africano.

Um dos factos mais fascinantes com que nos confrontamos é que os holandeses tiveram como reforços mercenários de várias partes da Europa. Também índios tapuias do Brasil que se aliaram ao conde Maurício de Nassau quando os holandeses se apoderaram de Pernambuco.

Os novos senhores de Mina rebaptizaram e ampliaram a fortaleza. Mas, por volta de 1620, o ouro diminuiu. Tornou-se mais difícil de obter. Os holandeses reagiram.

Adaptaram este e outros fortes erguidos pelos portugueses a um comércio que – numa rota geográfica bem distinta da aproveitada pelos portugueses – começara a gerar lucros exorbitantes: o fornecimento de escravos africanos às colónias das Américas, isto com o patrocínio dos próprios chefes das etnias akan, ashanti e fanti que os capturavam às tribos rivais e forneciam aos europeus.

A Continuidade Holandesa da Escravatura Transatlântica

O historiador ganês Kwesi Anquandah afiança que só no século XVII, a região da Costa do Ouro exportou mais de 650.000 escravos para o continente americano. Uma parte substancial, passou pela Door of No Return de Mina. Entre 1700 e 1755, muitos tiveram como destino o Brasil onde eram chamados de “minas”.

Prisioneiros de guerra altivos, provaram-se desobedientes e pouco dispostos a trabalhos forçados. No Brasil, participaram na maior parte das revoltas de escravos do século XVIII e deram origem a inúmeros quilombos. Em 1850, os ingleses, proibiram e fomentaram o fim do comércio de escravos.

Chegaram, inclusive, a capturar navios negreiros. Vinte e três anos depois, também capturaram aos holandeses o forte de Mina e apoderaram-se de todo o Gana. Como constatámos vezes sem conta, persiste uma forte cumplicidade histórica, cantada pelos novos ídolos do hip-hop e rap nacional entre o Gana e principalmente as Índias Ocidentais e os E.U.A..

Além da sua herança genética, ao invés da maior parte dos vizinhos africanos que, com a excepção da Nigéria, são francófonos, estas nações preservam língua e cultura anglófonas.

Mar de pescadores

Vista do porto de Elmina a partir do forte Coenraadsburg, uma fortaleza construída após a conquista de São Jorge da Mina e da região pelos holandeses.

Após deixarmos o forte que ainda contornamos pelo exterior, embrenhamo-nos nas margens do rio Benya, olhados de soslaio pelas varinas que se mostram enfurecidas mal levantamos as máquinas fotográficas e, quase todas, se apressam a informar-nos do preço das suas imagens: “vai-vos custar 20 cedis! ”.

Aquela fraca disposição para a fotografia obriga-nos a complexas manobras diplomáticas.

Colocamo-los em prática com paciência até mesmo no antro pestilento e caótico das margens e docas de pesca, entre barcos com bandeirinhas de centenas de países do mundo.

Mercado espontâneo

Vendedoras de peixe exibem o seu produto mesmo em frente à fortaleza de São Jorge da Mina

E incontáveis espécimes recém-capurados no Atlântico ao largo, hoje, a prosperidade árdua mas garantida dos ganeses orgulhosos de Elmina.

Haveríamos de prosseguir para Ocidente, em busca da aldeia lacustre de Nzulezu.

Nzulezu, Gana

Uma Aldeia à Tona do Gana

Partimos da estância balnear de Busua, para o extremo ocidente da costa atlântica do Gana. Em Beyin, desviamos para norte, rumo ao lago Amansuri. Lá encontramos Nzulezu, uma das mais antigas e genuínas povoações lacustres da África Ocidental.
Cape Coast, Gana

O Festival da Divina Purificação

Reza a história que, em tempos, uma praga devastou a população da Cape Coast do actual Gana. Só as preces dos sobreviventes e a limpeza do mal levada a cabo pelos deuses terão posto cobro ao flagelo. Desde então, os nativos retribuem a bênção das 77 divindades da região tradicional Oguaa com o frenético festival Fetu Afahye.
Table Mountain, África do Sul

À Mesa do Adamastor

Dos tempos primordiais das Descobertas à actualidade, a Montanha da Mesa sempre se destacou acima da imensidão sul-africana e dos oceanos em redor. Os séculos passaram e a Cidade do Cabo expandiu-se a seus pés. Tanto os capetonians como os forasteiros de visita se habituaram a contemplar, a ascender e a venerar esta meseta imponente e mítica.
Ilha Ibo, Moçambique

Ilha de um Moçambique Ido

Foi fortificada, em 1791, pelos portugueses que expulsaram os árabes das Quirimbas e se apoderaram das suas rotas comerciais. Tornou-se o 2º entreposto português da costa oriental de África e, mais tarde, a capital da província de Cabo Delgado, Moçambique. Com o fim do tráfico de escravos na viragem para o século XX e a passagem da capital para Porto Amélia, a ilha Ibo viu-se no fascinante remanso em que se encontra.
Ilha de Moçambique, Moçambique  

A Ilha de Ali Musa Bin Bique. Perdão, de Moçambique

Com a chegada de Vasco da Gama ao extremo sudeste de África, os portugueses tomaram uma ilha antes governada por um emir árabe a quem acabaram por adulterar o nome. O emir perdeu o território e o cargo. Moçambique - o nome moldado - perdura na ilha resplandecente em que tudo começou e também baptizou a nação que a colonização lusa acabou por formar.
Cabo da Boa Esperança - Cape of Good Hope NP, África do Sul

À Beira do Velho Fim do Mundo

Chegamos onde a grande África cedia aos domínios do “Mostrengo” Adamastor e os navegadores portugueses tremiam como varas. Ali, onde a Terra estava, afinal, longe de acabar, a esperança dos marinheiros em dobrar o tenebroso Cabo era desafiada pelas mesmas tormentas que lá continuam a grassar.
Acra, Gana

A Capital no Berço da Costa do Ouro

Do desembarque dos navegadores portugueses à independência em 1957, sucederam-se as potências que dominaram a região do Golfo da Guiné. Após o século XIX, Acra, a actual capital do Gana, instalou-se em redor de três fortes coloniais erguidos pela Grã-Bretanha, Holanda e Dinamarca. Nesse tempo, cresceu de mero subúrbio até uma das megalópoles mais pujantes de África.
Mactan, Cebu, Filipinas

O Atoleiro de Magalhães

Tinham decorrido quase 19 meses de navegação pioneira e atribulada em redor do mundo quando o explorador português cometeu o erro da sua vida. Nas Filipinas, o carrasco Datu Lapu Lapu preserva honras de herói. Em Mactan, uma sua estátua bronzeada com visual de super-herói tribal sobrepõe-se ao mangal da tragédia.

Ilha de Goreia, Senegal

Uma Ilha Escrava da Escravatura

Foram vários milhões ou apenas milhares os escravos a passar por Goreia a caminho das Américas? Seja qual for a verdade, esta pequena ilha senegalesa nunca se libertará do jugo do seu simbolismo.​

Volta, Gana

Uma Volta pelo Volta

Em tempos coloniais, a grande região africana do Volta foi alemã, britânica e francesa. Hoje, a área a leste deste rio majestoso da África Ocidental e do lago em que se espraia forma uma província homónima. E um recanto montanhoso, luxuriante e deslumbrante do Gana.
Kumasi a Kpetoe, Gana

Uma Viagem-Celebração da Moda Tradicional Ganesa

Após algum tempo na grande capital ganesa ashanti cruzamos o país até junto à fronteira com o Togo. Os motivos para esta longa travessia foram os do kente, um tecido de tal maneira reverenciado no Gana que diversos chefes tribais lhe dedicam todos os anos um faustoso festival.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
O rio Zambeze, PN Mana Poools
Safari
Kanga Pan, Mana Pools NP, Zimbabwe

Um Manancial Perene de Vida Selvagem

Uma depressão situada a 15km para sudeste do rio Zambeze retém água e minerais durante toda a época seca do Zimbabué. A Kanga Pan, como é conhecida, nutre um dos ecossistemas mais prolíficos do imenso e deslumbrante Parque Nacional Mana Pools.
Jovens percorrem a rua principal de Chame, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Jardin Escultórico, Edward James, Xilitla, Huasteca Potosina, San Luis Potosi, México, Cobra dos Pecados
Arquitectura & Design
Xilitla, San Luís Potosi, México

O Delírio Mexicano de Edward James

Na floresta tropical de Xilitla, a mente inquieta do poeta Edward James fez geminar um jardim-lar excêntrico. Hoje, Xilitla é louvada como um Éden do surreal.
Barcos sobre o gelo, ilha de Hailuoto, Finlândia
Aventura
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
Cerimónias e Festividades
Pueblos del Sur, Venezuela

Os Pauliteiros de Mérida, Suas Danças e Cia

A partir do início do século XVII, com os colonos hispânicos e, mais recentemente, com os emigrantes portugueses consolidaram-se nos Pueblos del Sur, costumes e tradições bem conhecidas na Península Ibérica e, em particular, no norte de Portugal.
Sé Catedral, Funchal, Madeira
Cidades
Funchal, Madeira

Portal para um Portugal Quase Tropical

A Madeira está situada a menos de 1000km a norte do Trópico de Câncer. E a exuberância luxuriante que lhe granjeou o cognome de ilha jardim do Atlântico desponta em cada recanto da sua íngreme capital.
Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.
Comida
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Indígena Coroado
Cultura
Pueblos del Sur, Venezuela

Por uns Trás-os-Montes da Venezuela em Fiesta

Em 1619, as autoridades de Mérida ditaram a povoação do território em redor. Da encomenda, resultaram 19 aldeias remotas que encontramos entregues a comemorações com caretos e pauliteiros locais.
Natação, Austrália Ocidental, Estilo Aussie, Sol nascente nos olhos
Desporto
Busselton, Austrália

2000 metros em Estilo Aussie

Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
Cenário marciano do Deserto Branco, Egipto
Em Viagem
Deserto Branco, Egipto

O Atalho Egípcio para Marte

Numa altura em que a conquista do vizinho do sistema solar se tornou uma obsessão, uma secção do leste do Deserto do Sahara abriga um vasto cenário afim. Em vez dos 150 a 300 dias que se calculam necessários para atingir Marte, descolamos do Cairo e, em pouco mais de três horas, damos os primeiros passos no Oásis de Bahariya. Em redor, quase tudo nos faz sentir sobre o ansiado Planeta Vermelho.
António do Remanso, Comunidade Quilombola Marimbus, Lençóis, Chapada Diamantina
Étnico
Lençois da Bahia, Brasil

A Liberdade Pantanosa do Quilombo do Remanso

Escravos foragidos subsistiram séculos em redor de um pantanal da Chapada Diamantina. Hoje, o quilombo do Remanso é um símbolo da sua união e resistência mas também da exclusão a que foram votados.
arco-íris no Grand Canyon, um exemplo de luz fotográfica prodigiosa
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 1)

E Fez-se Luz na Terra. Saiba usá-la.

O tema da luz na fotografia é inesgotável. Neste artigo, transmitimos-lhe algumas noções basilares sobre o seu comportamento, para começar, apenas e só face à geolocalização, a altura do dia e do ano.
DMZ, Coreia do Sul, Linha sem retorno
História
DMZ, Dora - Coreia do Sul

A Linha Sem Retorno

Uma nação e milhares de famílias foram divididas pelo armistício na Guerra da Coreia. Hoje, enquanto turistas curiosos visitam a DMZ, várias das fugas dos oprimidos norte-coreanos terminam em tragédia
Vista do Pico Verde para a Praia Grande, São Vicente, Cabo Verde
Ilhas
São Vicente, Cabo Verde

O Deslumbre Árido-Vulcânico de Soncente

Uma volta a São Vicente revela uma aridez tão deslumbrante como inóspita. Quem a visita, surpreende-se com a grandiosidade e excentricidade geológica da quarta menor ilha de Cabo Verde.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Inverno Branco
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
Literatura
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Maori haka, Waitangi Treaty Grounds, Nova Zelândia
Natureza
Bay of Islands, Nova Zelândia

O Âmago Civilizacional da Nova Zelândia

Waitangi é o lugar chave da Independência e da já longa coexistência dos nativos maori com os colonos britânicos. Na Bay of Islands em redor, celebra-se a beleza idílico-marinha dos antípodas neozelandeses mas também a complexa e fascinante nação kiwi.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Teleférico que liga Puerto Plata ao cimo do PN Isabel de Torres
Parques Naturais
Puerto Plata, República Dominicana

Prata da Casa Dominicana

Puerto Plata resultou do abandono de La Isabela, a segunda tentativa de colónia hispânica das Américas. Quase meio milénio depois do desembarque de Colombo, inaugurou o fenómeno turístico inexorável da nação. Numa passagem-relâmpago pela província, constatamos como o mar, a montanha, as gentes e o sol do Caribe a mantêm a reluzir.
Os vulcões Semeru (ao longe) e Bromo em Java, Indonésia
Património Mundial UNESCO
PN Bromo Tengger Semeru, Indonésia

O Mar Vulcânico de Java

A gigantesca caldeira de Tengger eleva-se a 2000m no âmago de uma vastidão arenosa do leste de Java. Dela se projectam o monte supremo desta ilha indonésia, o Semeru, e vários outros vulcões. Da fertilidade e clemência deste cenário tão sublime quanto dantesco prospera uma das poucas comunidades hindus que resistiram ao predomínio muçulmano em redor.
Em quimono de elevador, Osaka, Japão
Personagens
Osaka, Japão

Na Companhia de Mayu

A noite japonesa é um negócio bilionário e multifacetado. Em Osaka, acolhe-nos uma anfitriã de couchsurfing enigmática, algures entre a gueixa e a acompanhante de luxo.
Praias
Gizo, Ilhas Salomão

Gala dos Pequenos Cantores de Saeraghi

Em Gizo, ainda são bem visíveis os estragos provocados pelo tsunami que assolou as ilhas Salomão. No litoral de Saeraghi, a felicidade balnear das crianças contrasta com a sua herança de desolação.
cavaleiros do divino, fe no divino espirito santo, Pirenopolis, Brasil
Religião
Pirenópolis, Brasil

Cavalgada de Fé

Introduzida, em 1819, por padres portugueses, a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis agrega uma complexa rede de celebrações religiosas e pagãs. Dura mais de 20 dias, passados, em grande parte, sobre a sela.
Sobre Carris
Sobre Carris

Viagens de Comboio: O Melhor do Mundo Sobre Carris

Nenhuma forma de viajar é tão repetitiva e enriquecedora como seguir sobre carris. Suba a bordo destas carruagens e composições díspares e aprecie os melhores cenários do Mundo sobre Carris.
Ilha Sentosa, Singapura, Família em praia artificial de Sentosa
Sociedade
Sentosa, Singapura

A Evasão e a Diversão de Singapura

Foi uma fortaleza em que os japoneses assassinaram prisioneiros aliados e acolheu tropas que perseguiram sabotadores indonésios. Hoje, a ilha de Sentosa combate a monotonia que se apoderava do país.
Mulheres com cabelos longos de Huang Luo, Guangxi, China
Vida Quotidiana
Longsheng, China

Huang Luo: a Aldeia Chinesa dos Cabelos mais Longos

Numa região multiétnica coberta de arrozais socalcados, as mulheres de Huang Luo renderam-se a uma mesma obsessão capilar. Deixam crescer os cabelos mais longos do mundo, anos a fio, até um comprimento médio de 170 a 200 cm. Por estranho que pareça, para os manterem belos e lustrosos, usam apenas água e arrôz.
Lago Manyara, parque nacional, Ernest Hemingway, girafas
Vida Selvagem
PN Lago Manyara, Tanzânia

África Favorita de Hemingway

Situado no limiar ocidental do vale do Rift, o parque nacional lago Manyara é um dos mais diminutos mas encantadores e ricos em vida selvagem da Tanzânia. Em 1933, entre caça e discussões literárias, Ernest Hemingway dedicou-lhe um mês da sua vida atribulada. Narrou esses dias aventureiros de safari em “As Verdes Colinas de África”.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.