PN Yala-Ella-Candia, Sri Lanka

Jornada Pelo Âmago de Chá do Sri Lanka


Em 2ª Classe
Passageiros de 2ª Classe do comboio Ella - Kandy.
Frescura Tropical
Banhistas cingaleses refrescam-se nas quedas d'água de Ravona.
A Caminho do Campo
Camponesa conduz duas vacas pelo cimo ferroviário da Nine Arches Bridge.
Uma Ponte com 9 Arcos
Composição cruza a Nine Arches Bridge, a poucos km da estação de Ella.
O Chefe da estação
O chefe da estação ferroviária de Ella, no seu gabinete.
Modo de espera
Família cingalesa aguarda na estação ferroviária de Ella.
Comboios humanos
Passageiros saem da estação de Ella sobre os carris.
Plantacao cha-Sri Lanka
Um retalho das plantações de chá vastas de ambos os lados da linha na zona entre Ella e Kandy.
Uma Plateia a Bordo
Passageiros apreciam a vista das portas e janelas do comboio.
Em 2ª Classe
Passageiros de 2ª Classe do comboio Ella - Kandy.
Passageiros à janela-comboio Ella Kandy-Sri Lanka
Passageiros refrescam-se de janelas abertas e fora das janelas.
O caminho mais óbvio
Pedestre caminha pela linha à saída da estação de Nanu Oya.
Um arejar arriscado
Passageiros debruçam-se para o exterior da composição, à entrada de um túnel.
A Máquina Motriz
Locomotiva à saída da estação de Nanu Oya.
Passageiros dependurados-Comboio Ella Kandi-Sri Lanka
Passageiros dependurados da composição detida numa estação.
Deixamos a orla marinha do PN Yala rumo a Ella. A caminho de Nanu Oya, serpenteamos sobre carris pela selva, entre plantações do famoso Ceilão. Três horas depois, uma vez mais de carro, damos entrada em Kandy, a capital budista que os portugueses nunca conseguiram dominar.

Passámos a madrugada e o início da manhã às voltas na floresta do PN Yala, à procura dos seus sempre elusivos leopardos.

Por volta do meio-dia, donos e senhores de fotografias mal-amanhadas de espécimes demasiado distantes ou demasiado escondidos, voltamos à companhia do motorista Ari e inauguramos o trajecto que nos levaria a Ella.

Passamos por Kataragama, por Sella e pelo templo hindu local em que os fiéis louvam Lord Ganesh. Cumpridos alguns quilómetros na mesma estrada, cruzamo-nos com elefantes de verdade, entretidos a devorar frutas de árvores à beira do asfalto.

Em Buttala, flectimos para oeste. Uns minutos depois, Ari anuncia-nos Wellawaya e, não tarda, a primeira paragem digna desse nome: “Pronto, já cá estamos em Buduruwagala.

Este é um dos santuários budistas mais antigos e importantes do Sri Lanka. Eles costumam fechar cedo, por isso viemos mais depressa e directos. Divirtam-se, vou estar por aqui.”

Monge Budista, esculturas de Buduruwagala, Sri Lanka

Monge budista de visita às esculturas milenares de Buduruwagala.

Escala em Buduruwagala, um Santuário Budista Milenar

Não que fosse necessário mas a sequência Sella-Kataragama – Buduruwagala voltava a evidenciar-nos a complexidade religiosa da nação singalesa.

À hora tardia em que damos entrada no espaço de Buduruwagala, o reduto natural envolvente parecia por nossa conta.

Milenar, o monumento consiste em sete imagens esculpidas lado a lado, na face de um grande rochedo enegrecido pelo tempo. Seis delas surgem alinhadas ao lado de um buda Avalokitesvara agora embranquecido, a maior escultura de Buda do Sri Lanka. Crê-se que uma delas represente Tara, a consorte de Buda.

Um passar de olhos mais atento pela superfície ampla do rochedo prova-nos que tínhamos afinal companhia. Num recanto, cada qual sentado sobre sua rocha arredondada, dois monges budistas admiravam as esculturas.

Por respeito à sua paz reverente, mantivemo-nos à distância mas quando um deles caminhou sobre a laje de pedra na base do monumento e se prostrou na base do grande Buda a rezar, aproveitamos para enriquecer as imagens que dali levávamos com uma preciosa escala e relação humana.

Os monges não tardaram a debandar. Pressionados pelo percurso que ainda tínhamos pela frente, seguimos-lhes o exemplo.

A Ascensão Lenta e Sinuosa para Ella

Aos poucos, deixamos as terras planas do sul e inauguramos uma ascensão sinuosa e vagarosa para os mil metros de altitude de Ella. Pelo caminho, a selva de montanha adensava-se a olhos vistos. Irrigavam-na incontáveis veios que conduziam de volta ao Índico a água despejada pelas persistentes chuvas.

Devagar devagarinho, retidos por sucessivos camiões Tata (mas não só), atingimos um meandro da estrada atravessado por um desses riachos, frequentado por dezenas de cingaleses saídos de autocarros de excursão com pinturas exuberantes.

Banhistas cingaleses, Ravona, Sri Lanka

Banhistas cingaleses refrescam-se nas quedas d’água de Ravona.

O Deleite Melodramático das Ravana Falls

Ari detém o carro. Aconselha-nos a redobrarmos cuidados ao caminharmos sobre as pedras polidas que ladeavam o curso íngreme das quedas d’ água acima, as Ravana Falls.

“Todos os anos aí escorrega alguém e já vários turistas, até estrangeiros, acabaram por morrer. Trinta e seis até agora, acreditem ou não. As autoridades já deviam ter feito alguma coisa a este lugar… “

Malgrado o dramatismo do alerta, dedicamo-nos a admirar e a registar mais que as quedas d’água em si, o frenesim balnear que os cingaleses de visita ali geravam, entregues a aturados banhos de sari ou de tanga (consoante o género) sob repuxos caídos de pequenos tanques, ou em convívios bem-dispostos nas lagoas então quase rasas abastecidas pelas cascatas.

Atentos como nós às tropelias e comoções dos banhistas, macacos sinicas felpudos endémicos do Sri Lanka espreitavam as melhores oportunidades para furtarem os petiscos e posses dos primos humanos desatentos.

Ella já só distava cinco quilómetros, vinte minutos de derradeiras curvas e contracurvas. Por essa altura, o despertar madrugador começava a cobrar-nos o seu preço. Como o reclamava também a Ari.

De acordo, regressámos ao carro e completámos o percurso até à guest house recôndita em que tínhamos reservado estada.

Instalamo-nos e damos ao motorista, a liberdade porque tanto ansiava, com o compromisso doloroso de nos voltar a apanhar às oito da manhã.

Camponesa e vacas, Nine Arches Bridge, Sri Lanka

Camponesa conduz duas vacas pelo cimo ferroviário da Nine Arches Bridge.

A Epopeia Ferroviária do Trecho Ferroviário Ella – Kandy

A essa mesma hora, metemos as malas na bagageira do carro, após o que Ari nos deixou à entrada de um desvio que conduzia a um vale cruzado pelos carris do trajecto ferroviária Ella-Kandy. Sabíamos que o comboio passava sobre uma ponte da era colonial, a Ponte dos Nove Arcos.

Após uma descida por caminho de cabras para o nível dos carris. Instalamo-nos num lugar privilegiado para o apreciarmos. No processo, atravessaram a também chamada Ponte no Céu sucessivos camponeses, alguns deles conduziam vacas.

Por fim, por volta das 9h20, o comboio apareceu da curva dissimulada que antecede a estrutura. Primeiro, uma locomotiva longa e poderosa.

Aos poucos, as onze carruagens puxadas pela máquina, o conjunto de um azul-claro que se destacava do panorama vegetal-tropical em redor.

Composição sobre Nine Arches Bridge, Ella, Sri Lanka

Composição cruza a Nine Arches Bridge, a poucos km da estação de Ella.

Estávamos longe de ser os únicos dedicados àquele programa. Noutras ladeiras subsumidas na vegetação, sobre varandas e terraços feitos panorâmicos de restaurantes e pousadinhas em redor, vários outros estrangeiros admiravam o filme ferroviário.

Breve Convívio com a Autoridade Cingalesa

De um lado e do outro da ponte, dois polícias enfiados nas tradicionais fardas cingalesas cor-de-mostarda controlavam os movimentos dos forasteiros de maneira a evitar que as suas desventuras fotográficas terminassem em tragédia.

Após descermos do poiso instável que havíamos escolhido, sentamo-nos num bar improvisado na floresta, entre a ponte e o túnel que seguia. Lá bebemos duas lassis à conversa com J.M.W.S Karunarathne e A.W.M Nandasena, o duo da autoridade destacado para a ponte.

Revigorados pelo descanso e pelo iogurte-refresco, seguimos carris-a-fora até à estação de Ella, meros 2km dali, e onde subiríamos a bordo do comboio.

Como já esperávamos, os lugares em turística e em 2ª Classe com assento marcado estavam esgotados. Compramos bilhetes para 2ª Classe Normal e sujeitamo-nos ao imprevisto.

A Fascinante Estação de Ella

Durante a nova espera pelo comboio, fizemos da vida da estação de Ella, uma deliciosa viagem cultural.

Enfiamo-nos no gabinete pitoresco do chefe da estação e fotografamo-lo, orgulhoso do seu posto, sob fotos emolduradas do presidente do Sri Lanka, com uma bandeirinha cingalesa sobre a sua secretária de mogno.

Chefe de estação ferroviária Ella, Sri Lanka

O chefe da estação ferroviária de Ella, no seu gabinete.

Examinámos com inevitável curiosidade étnico-religiosa, a entrada na plataforma de uma família muçulmana, as suas três mulheres cobertas por chadares negros.

Entretanto, o surgimento súbito da composição interrompeu as brincadeiras de um grupo de amigos indianos sobre os carris e gerou uma disputa frenética pela beira da plataforma.

Por Fim, a Bordo e a Caminho

Mais confusão menos confusão, conseguimos instalar-nos à porta de uma das carruagens que o absoluto relaxamento da empresa ferroviária estatal do Sri Lanka nos permitiu – como a tantos outros jovens passageiros acrobatas – manter abertas, a servir de poleiros e de arejamento providencial aos vendedores de comida que caminhavam de uma ponta à outra da composição sem descanso.

Passageiros, Comboio Ella Kandy, Sri Lanka

Passageiros de 2ª Classe do comboio Ella – Kandy.

O comboio fluía com a suavidade comprometida pelos muitos meandros impostos pela serrania e pelos sucessivos túneis que a perfuram.

O trecho inicial do percurso fez-se por uma selva algo ressequida, antecedida por bananeiras e papaeiras da beira-linha.

A determinada altura, já numa altitude superior, passa a fluir entre plantações de chá vastas e ondulantes, as mesmas aperfeiçoadas pelos colonos britânicos e que continuam a produzir e a exportar o famoso chá do Ceilão, como é o caso da reputada e infindável Edinburgh State.

Badulla, Ohiya, Pattipola, Ambewela, as estações sucediam-se.

A cada paragem, a composição renovava as suas gentes, os saris, as camisas lustrosas dos homens, os sacos, trouxas e embrulhos atirados de ambos os lados das carruagens com a habitual emergência e audácia destas paragens sobrelotadas.

Dois miúdos pintarolas recém-subidos a bordo encantam-se com a nossa comoção fotográfica.

Sem pejo ou cerimónias reclamam-nos a atenção com poses e mais poses estilosas atrás de sorrisos juvenis e dos óculos baratuchos a fingir de aviador.

Nestes e noutros entreténs, não damos pela chegada à paragem em que Ari nos esperava. Só o aviso estridente comunicado, via altifalantes, pelo chefe de estação nos salva de prosseguirmos a em vão.

Desembarque Antecipado em Nanu Oya

Tínhamos já percorrido a secção realmente imperdível do trecho Ella-Kandy que o Lonely Planet classificou de forma sensacionalista como “A Viagem de Comboio Mais Bela do Mundo”. De acordo, em boa parte devido conselho de Ari, saímos em Nanu Oya.

Não encontramos o motorista nem à primeira nem à segunda. Desistimos de o procurar.

Vemos os moradores da povoação caminharem sobre os carris como se de um trilho se tratasse e emulamos-lhes os passos asulipados. Acabamos a fotografar a composição vermelha que tínhamos abandonado a atravessar uma outra ponte local.

Ari apareceu do nada. Ou melhor – assim calculávamos – de mais um dos seus frequentes masala chais. Voltámos ao carro híbrido em que nos conduzia e ao asfalto.

Eram duas da tarde. Kandy distava 85km, três horas no pior dos casos. Alertamos Ari de que íamos continuar sem pressas, com as paragens necessárias, nem que chegássemos de noite. Dito e feito.

Duas da Tarde: Hora da Descoberta do Chá Cingalês

Cruzamos Nuwara Eliya, outra hill station pós-colonial repleta de chá, no momento, coberta por um manto de névoa que irrigava as plantações verdejantes.

Uns quilómetros adicionais para norte, detemo-nos na fábrica de chá Glen Loch, também ela sintomática da predominância colonial escocesa destas paragens.

Ari estaciona e deixa-nos entregue à guia de serviço, Shiva Kala de seu nome, uma cingalesa senão deusa da destruição, do tempo e da morte (como os deuses que tinham inspirado o seu baptismo) pelo menos, divinal; a mulher mais bonita e encantadora que tínhamos encontrado no Sri Lanka, concordamos pouco depois, sem demasiados atritos.

Seguimo-la e às suas narrativas sorridentes. Cheiramos folhas de chá verde. Comparamos com outras tostadas, do negro. Provamos uma série de infusões aromáticas e espreitamos a loja bem abastecida de caixas e saquinhos com designs apelativos.

Éramos os últimos visitantes da fábrica, numa tarde que se tornara chuvosa.

Os Derradeiros Quilómetros para Kandy

Calculamos que, sorrisos à parte, Shiva Kala deveria estar desejosa de nos trocar pela família e fazemos-lhe a vontade.

Chegamos a Kandy às oito e um quarto da noite, hora tardia que deixou Ari apreensivo quanto às jornadas que estavam por vir. Para compensar, deixámo-lo levar-nos a um hotel em que se poderia hospedar de graça. Arrependemo-nos em três tempos.

Fosse como fosse, estávamos em Kandy, coração do Ceilão, na Cidade-Reino histórica que Portugal nunca conseguiu subjugar e que, a partir do século XVII e da conquista holandesa do forte de Galle, precipitou o colapso do Ceilão Português,

Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
Sigiriya, Sri Lanka

A Capital Fortaleza de um Rei Parricida

Kashyapa I chegou ao poder após emparedar o monarca seu pai. Receoso de um provável ataque do irmão herdeiro do trono, mudou a principal cidade do reino para o cimo de um pico de granito. Hoje, o seu excêntrico refúgio está mais acessível que nunca e permitiu-nos explorar o enredo maquiavélico deste drama cingalês.
Sobre Carris

Viagens de Comboio: O Melhor do Mundo Sobre Carris

Nenhuma forma de viajar é tão repetitiva e enriquecedora como seguir sobre carris. Suba a bordo destas carruagens e composições díspares e aprecie os melhores cenários do Mundo sobre Carris.
Fianarantsoa-Manakara, Madagáscar

A Bordo do TGV Malgaxe

Partimos de Fianarantsoa às 7a.m. Só às 3 da madrugada seguinte completámos os 170km para Manakara. Os nativos chamam a este comboio quase secular Train Grandes Vibrations. Durante a longa viagem, sentimos, bem fortes, as do coração de Madagáscar.
Galle, Sri Lanka

Nem Além, Nem Aquém da Lendária Taprobana

Camões eternizou o Ceilão como um marco indelével das Descobertas onde Galle foi das primeiras fortalezas que os portugueses controlaram e cederam. Passaram-se cinco séculos e o Ceilão deu lugar ao Sri Lanka. Galle resiste e continua a seduzir exploradores dos quatro cantos da Terra.
Nesbyen a Flam, Noruega

Flam Railway: Noruega Sublime da Primeira à Última Estação

Por estrada e a bordo do Flam Railway, num dos itinerários ferroviários mais íngremes do mundo, chegamos a Flam e à entrada do Sognefjord, o maior, mais profundo e reverenciado dos fiordes da Escandinávia. Do ponto de partida à derradeira estação, confirma-se monumental esta Noruega que desvendamos.
Ushuaia, Argentina

Ultima Estação: Fim do Mundo

Até 1947, o Tren del Fin del Mundo fez incontáveis viagens para que os condenados do presídio de Ushuaia cortassem lenha. Hoje, os passageiros são outros mas nenhuma outra composição passa mais a Sul.
Cairns-Kuranda, Austrália

Comboio para o Meio da Selva

Construído a partir de Cairns para salvar da fome mineiros isolados na floresta tropical por inundações, com o tempo, o Kuranda Railway tornou-se no ganha-pão de centenas de aussies alternativos.
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
Cândia, Sri Lanka

Incursão à Raíz Dental do Budismo Cingalês

Situada no âmago montanhoso do Sri Lanka, no final do século XV, Cândia assumiu-se a capital do reino do velho Ceilão que resistiu às sucessivas tentativas coloniais de conquista. Tornou-se ainda o seu âmago budista, para o que continua a contribuir o facto de a cidade preservar e exibir um dente sagrado de Buda.
Rio e Lagoa Madu, Sri Lanka

No Curso do Budismo Cingalês

Por ter escondido e protegido um dente de Buda, uma ilha diminuta da lagoa da lagoa Madu recebeu um templo evocativo e é considerada sagrada. O Maduganga imenso em redor, por sua vez, tornou-se uma das zonas alagadas mais louvadas do Sri Lanka.
Unawatuna a Tongalle, Sri Lanka

Pelo Fundo Tropical do Velho Ceilão

Deixamos a fortaleza de Galle para trás. De Unawatuna a Tangale, o sul do Sri Lanka faz-se de praias com areia dourada e de coqueirais atraídos pela frescura do Índico. Em tempos, palco de conflito entre potências locais e coloniais, este litoral é há muito partilhado por mochileiros dos quatro cantos do Mundo.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Delta do Okavango, Nem todos os rios Chegam ao Mar, Mokoros
Safari
Delta do Okavango, Botswana

Nem Todos os Rios Chegam ao Mar

Terceiro rio mais longo do sul de África, o Okavango nasce no planalto angolano do Bié e percorre 1600km para sudeste. Perde-se no deserto do Kalahari onde irriga um pantanal deslumbrante repleto de vida selvagem.
Muktinath a Kagbeni, Circuito Annapurna, Nepal, Kagbeni
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 14º - Muktinath a Kagbeni, Nepal

Do Lado de Lá do Desfiladeiro

Após a travessia exigente de Thorong La, recuperamos na aldeia acolhedora de Muktinath. Na manhã seguinte, voltamos a descer. A caminho do antigo reino do Alto Mustang e da aldeia de Kagbeni que lhe serve de entrada.
Jardin Escultórico, Edward James, Xilitla, Huasteca Potosina, San Luis Potosi, México, Cobra dos Pecados
Arquitectura & Design
Xilitla, San Luís Potosi, México

O Delírio Mexicano de Edward James

Na floresta tropical de Xilitla, a mente inquieta do poeta Edward James fez geminar um jardim-lar excêntrico. Hoje, Xilitla é louvada como um Éden do surreal.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Aventura
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Festival MassKara, cidade de Bacolod, Filipinas
Cerimónias e Festividades
Bacolod, Filipinas

Um Festival para Rir da Tragédia

Por volta de 1980, o valor do açúcar, uma importante fonte de riqueza da ilha filipina de Negros caia a pique e o ferry “Don Juan” que a servia afundou e tirou a vida a mais de 176 passageiros, grande parte negrenses. A comunidade local resolveu reagir à depressão gerada por estes dramas. Assim surgiu o MassKara, uma festa apostada em recuperar os sorrisos da população.
Palácio Gyeongbokgung, Seul, Viagem Coreia, Manobras a cores
Cidades
Seul, Coreia do Sul

Um Vislumbre da Coreia Medieval

O Palácio de Gyeongbokgung resiste protegido por guardiães em trajes sedosos. Em conjunto, formam um símbolo da identidade sul-coreana. Sem o esperarmos, acabamos por nos ver na era imperial destas paragens asiáticas.
jovem vendedora, nacao, pao, uzbequistao
Comida
Vale de Fergana, Usbequistão

Uzbequistão, a Nação a Que Não Falta o Pão

Poucos países empregam os cereais como o Usbequistão. Nesta república da Ásia Central, o pão tem um papel vital e social. Os Uzbeques produzem-no e consomem-no com devoção e em abundância.
Aldeia da Cuada, Ilha das Flores, Açores, quarto de arco-íris
Cultura
Aldeia da Cuada, Ilha das Flores, Açores

O Éden Açoriano Traído pelo outro Lado do Mar

A Cuada foi fundada, estima-se que em 1676, junto ao limiar oeste das Flores. Já em pleno século XX, os seus moradores juntaram-se à grande debandada açoriana para as Américas. Deixaram para trás uma aldeia tão deslumbrante como a ilha e os Açores.
Espectador, Melbourne Cricket Ground-Rules footbal, Melbourne, Australia
Desporto
Melbourne, Austrália

O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Em Viagem
Morondava, Avenida dos Baobás, Madagáscar

O Caminho Malgaxe para o Deslumbre

Saída do nada, uma colónia de embondeiros com 30 metros de altura e 800 anos ladeia uma secção da estrada argilosa e ocre paralela ao Canal de Moçambique e ao litoral piscatório de Morondava. Os nativos consideram estas árvores colossais as mães da sua floresta. Os viajantes veneram-nas como uma espécie de corredor iniciático.
Étnico
Gizo, Ilhas Salomão

Gala dos Pequenos Cantores de Saeraghi

Em Gizo, ainda são bem visíveis os estragos provocados pelo tsunami que assolou as ilhas Salomão. No litoral de Saeraghi, a felicidade balnear das crianças contrasta com a sua herança de desolação.
Portfólio, Got2Globe, melhores imagens, fotografia, imagens, Cleopatra, Dioscorides, Delos, Grécia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

O Terreno e o Celestial

História
Napier, Nova Zelândia

De volta aos Anos 30 – Calhambeque Tour

Numa cidade reerguida em Art Deco e com atmosfera dos "anos loucos" e seguintes, o meio de locomoção adequado são os elegantes automóveis clássicos dessa era. Em Napier, estão por toda a parte.
festa no barco, ilha margarita, PN mochima, venezuela
Ilhas
Ilha Margarita ao PN Mochima, Venezuela

Ilha Margarita ao Parque Nacional Mochima: um Caribe bem Caribenho

A exploração do litoral venezuelano justifica uma festa náutica de arromba. Mas, estas paragens também nos revelam a vida em florestas de cactos e águas tão verdes como a selva tropical de Mochima.
Casal mascarado para a convenção Kitacon.
Inverno Branco
Kemi, Finlândia

Uma Finlândia Pouco Convencional

As próprias autoridades definem Kemi como ”uma pequena cidade ligeiramente aloucada do norte finlandês”. Quando a visitamos, damos connosco numa Lapónia inconformada com os modos tradicionais da região.
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Literatura
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
viajantes contemplam, monte fitz roy, argentina
Natureza
El Chalten, Argentina

O Apelo de Granito da Patagónia

Duas montanhas de pedra geraram uma disputa fronteiriça entre a Argentina e o Chile.Mas estes países não são os únicos pretendentes.Há muito que os cerros Fitz Roy e Torre atraem alpinistas obstinados
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Viajante acima da lagoa gelada de Jökursarlón, Islândia
Parques Naturais
Lagoa Jökursarlón, Glaciar Vatnajökull, Islândia

Já Vacila o Glaciar Rei da Europa

Só na Gronelândia e na Antárctica se encontram geleiras comparáveis ao Vatnajökull, o glaciar supremo do velho continente. E no entanto, até este colosso que dá mais sentido ao termo Terra do Gelo se está a render ao cerco inexorável do aquecimento global.
Grand Canyon, Arizona, Viagem América do Norte, Abismal, Sombras Quentes
Património Mundial UNESCO
Grand Canyon, E.U.A.

Viagem pela América do Norte Abismal

O rio Colorado e tributários começaram a fluir no planalto homónimo há 17 milhões de anos e expuseram metade do passado geológico da Terra. Também esculpiram uma das suas mais deslumbrantes entranhas.
Em quimono de elevador, Osaka, Japão
Personagens
Osaka, Japão

Na Companhia de Mayu

A noite japonesa é um negócio bilionário e multifacetado. Em Osaka, acolhe-nos uma anfitriã de couchsurfing enigmática, algures entre a gueixa e a acompanhante de luxo.
El Nido, Palawan a Ultima Fronteira Filipina
Praias
El Nido, Filipinas

El Nido, Palawan: A Última Fronteira Filipina

Um dos cenários marítimos mais fascinantes do Mundo, a vastidão de ilhéus escarpados de Bacuit esconde recifes de coral garridos, pequenas praias e lagoas idílicas. Para a descobrir, basta uma bangka.
Maksim, povo Sami, Inari, Finlandia-2
Religião
Inari, Finlândia

Os Guardiães da Europa Boreal

Há muito discriminado pelos colonos escandinavos, finlandeses e russos, o povo Sami recupera a sua autonomia e orgulha-se da sua nacionalidade.
Trem do Serra do Mar, Paraná, vista arejada
Sobre Carris
Curitiba a Morretes, Paraná, Brasil

Paraná Abaixo, a Bordo do Trem Serra do Mar

Durante mais de dois séculos, só uma estrada sinuosa e estreita ligava Curitiba ao litoral. Até que, em 1885, uma empresa francesa inaugurou um caminho-de-ferro com 110 km. Percorremo-lo, até Morretes, a estação, hoje, final para passageiros. A 40km do término original e costeiro de Paranaguá.
Bar de Rua, Fremont Street, Las Vegas, Estados Unidos
Sociedade
Las Vegas, E.U.A.

O Berço da Cidade do Pecado

Nem sempre a famosa Strip concentrou a atenção de Las Vegas. Muitos dos seus hotéis e casinos replicaram o glamour de néon da rua que antes mais se destacava, a Fremont Street.
Retorno na mesma moeda
Vida Quotidiana
Dawki, Índia

Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Vida Selvagem
Valdez, Alasca

Na Rota do Ouro Negro

Em 1989, o petroleiro Exxon Valdez provocou um enorme desastre ambientai. A embarcação deixou de sulcar os mares mas a cidade vitimada que lhe deu o nome continua no rumo do crude do oceano Árctico.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.