Inari, Finlândia

Os Guardiães da Europa Boreal


Altar de Pielpajarvi
Altar austero da igreja luterana de Pielpajarvi, um dos templos da nova fé do povo sami.
Mulher Sami
Armi Palonoja junto à sua casa-restaurante, situada a norte de Saariselka, onde acolhe visitantes para passeios de rena guiados pelo genro Maksim.
Lago Inari Gelado
Vista do lago Inari do topo da ilha de Ukonsaari.
Senhora Sami
Armi Palonoja apoia-se no parapeito da varanda da sua casa-restaurante, trajada com roupas e joias tradicionais sami.
Virsi Kirja
Biblia colocada junto ao altar da igreja luterana de Pielpajarvi.
Esquilo vermelho, Pielpajarvi
Um esquilo felpudo analisa a paisagem em redor numa floresta em redor da igreja luterana de Pielpajarvi.
Igreja luterana de Pielpajarvi
A igreja luterana de Pielpajarvi, atrás da sua vedação rosada.
Igreja de Pielpajarvi
Púlpito destacado no Interior de madeira pintada da igreja luterana de Pielpajarvi.
Ilha Ukonsaari
A ilha de Ukonsaari, situada no meio do lago Inari e sagrada para os sami da Lapónia finlandesa.
Escadaria ilha Ukonkivi
Cenário do lago Inari completamente gelado, como visto do cimo da ilha de Ukonkivi.
Nota aos fiéis
Uma nota dá as boas-vindas e explica parte da história da igreja luterana de Pielpajarvi, erguida em 1760.
Sami e rena
Sami de origem russa, Maksim, conduz um passeio de renas a norte de Inari.
Sami Maksim
Retrato do russo Maksim, protegido pelos trajes tradicionais sami que usa, contrariado, no dia a dia profissional
Igreja de Pielpajarvi
A igreja luterana de Pielpajarvi, à margem do lago Inari.
Ardósia da igreja de Pielpajarvi
Quadro de ardosia na velha igreja luterana de Pielpajarvi, a que muitos visitantes chegam de mota de neve mas a fé continua a ser renovada à moda antiga.
Pegadas rumo a Ukonsaari.
Um rasto conduz à ilha sagrada de Ukonsaari, no coração do lago Inari e cercada por gelo na maior parte do longo Inverno boreal do extremo norte da Lapónia
Há muito discriminado pelos colonos escandinavos, finlandeses e russos, o povo Sami recupera a sua autonomia e orgulha-se da sua nacionalidade.

Chegam as dez da manhã.

Comprova-se mais um dia árctico inspirador de céu limpo e sol radioso que, com o reflexo na neve predominante, gera uma agradável luminosidade Invernal. O primeiro contacto com Maksim não parece condizer.

As vestes folclóricas com que aparece são as típicas dos nativos da terra Sapmi, com o padrão das cores vivas da bandeira nacional, dispostas sobre o azul profundo que lhe serve de base. Já as suas expressões, pelo contrário, são rígidas e sisudas.

Entramos na carrinha. O anfitrião organiza-se. Prepara a mente para mais uma das suas missões.

Assim que acciona o modo conformativo, faz pergunta sobre pergunta acerca destes convidados e as suas origens. Aos poucos, as nossas respostas divertem-no e suscitam-lhe comentários cómicos.

Maksim, o Guia Sami avesso ao Calor

Os olhos quase turquesa adoçam-se como a personagem em si que começa de imediato a encantar-nos. “Estão quase 20º em Portugal? Que horror, eu não era capaz de aguentar isso! Só gosto de frio.

Sou sami mas da zona mais gélida da Rússia. Lembro-me da nossa infância lá na aldeia. Fechavam a escola dos 30º negativos para baixo. Quando estava quase a acontecer, reuníamo-nos à volta do termómetro da entrada, a rezar para que a temperatura caísse mais um pouco. Aos -31º, começava a festa.

Agarrávamos nos trenós e brincávamos que nem loucos. Achavam que era demasiado frio para nos aguentarmos na escola mas, à solta, nenhum de nós se queixava!”

Maksim conduz-nos até à base operacional da família, uma enorme casa de madeira escurecida pelo fumo, perdida no meio da tundra e dotada de cercas que retêm as renas.

O sami aparelha alguns dos animais e convida-nos e a outros visitantes a subirmos às carroças deslizantes.

Maksim, povo Sami, Inari, Finlandia-2

Sami de origem russa, Maksim, conduz um passeio de renas a norte de Inari.

A Miss Universo Finlandesa, a Sopa de Salmão e o Elogio da Finlândia

Começa, ali, um percurso panorâmico por trilhos já marcados que, sem percebermos como, volta ao ponto de partida. De regresso, espera-nos um almoço de sopa de salmão suculento e uma sobremesa de crepe com doce e frutos silvestres confeccionados pela sogra Armi Palonoja.

Maksim parece aliviado pelo fim do castigo. No exterior, o sol fere-lhe as íris de husky.

Assim que vence o desconforto, informa-nos que Armi foi um nome popularizado pela famosa Miss Universo finlandesa de 1952 (Armi Kuusela, a primeira Miss Universo de sempre), que tinha corrido o país e o estrangeiro numa espécie de tournée ferroviária, na companhia do marido e antes de se estabelecer nas Filipinas com o marido, o empresário Virgílio Hilário.

Não detectamos na senhora mãe da esposa, também ela trajada com roupa tradicional sami, nenhum prodígio de beleza. Para compensar, a comida que oferecia aos clientes no seu restaurante Joiku-Kotsamu merecia toda a aclamação.

Armi Palonoja, povo sami, Inari, Finlandia

Armi Palonoja junto à sua casa-restaurante, situada a norte de Saariselka, onde acolhe visitantes para passeios de rena guiados pelo genro Maksim.

O anfitrião retoma a conversa e aproveita para desabafar: “a verdade é que estou farto de ter que andar com esta roupa para turista ver. Na Rússia, não uso traje sami mas este emprego dá um bom dinheiro. Não estamos propriamente em Helsínquia mas é claro que têm muito melhores condições cá na Finlândia que do outro lado da fronteira.

De início, assustava-me com o que ia do ordenado para os impostos mas, aqui, o estado comparticipa e trata de tudo. Aliás, em suomi nem sequer existem verbos em tempo futuro. Tudo se resolve de imediato. Quando se quer deixar algo para mais tarde diz-se, no pior dos casos, faço-o amanhã!”

O Povo da Europa Boreal, em Tempos sem Fronteiras, Sami

Maksim tem um filho de um outro casamento na Rússia que só vê de tempos a tempos. Há um mês e meio, a filha dos patrões tinha-o prendado com o segundo. Mas o parto foi periclitante: “tivemos que percorrer 250 km daqui até Rovaniemi e estavam -40º. Felizmente correu bem.

Maksim, homem Sami, Inari, Finlandia

Retrato do russo Maksim, protegido pelos trajes tradicionais sami que usa, contrariado, no dia a dia profissional

Na Rússia teria sido bem pior. Acho que vou ficar por cá. Quero que os meus filhos vivam uma vida mais fácil.”

Nem sempre o povo sami pôde contar com a segurança adicional concedida pelos governos, principalmente o norueguês, o sueco e o finlandês.

Em tempos ancestrais, os sami percorriam livremente as estepes geladas do topo da Europa em função dos melhores pastos para as manadas de renas ou da pesca, no caso das tribos instaladas em zonas litorais.

A sua adaptação ao exigente clima árctico garantiu-lhes uma prosperidade invejada a sul e frequentes encontros comerciais com os vizinhos.

esquilo vermelho-inari-Finlandia, Inari, Finlandia

Um esquilo felpudo analisa a paisagem em redor numa floresta em redor da igreja luterana de Pielpajarvi.

A Inevitável Imposição das Nações Dominantes a Sul

No século XIX, estas nações mais poderosas começaram a impor-lhes as suas culturas e, através da acção dos missionários a aceitação da religião luterana em detrimento da milenar xamanista. O uso dos dialectos de Sapmi foi desencorajado e proibido.

A aquisição e exploração de terras anexadas, só era permitida aos sami que dominassem as línguas dos colonos. Estes, por sua vez, recebiam incentivos para se mudarem para terras de Sapmi.

Biblia, igreja de Pielpajarvi, Inari, Finandia

Biblia colocada junto ao altar da igreja luterana de Pielpajarvi.

No extremo norte da Finlândia, como em redor, a determinada altura, muitos sami sentiam vergonha de si próprios.

Os séculos passaram e as potências ocupantes evoluíram em termo civilizacionais como poucas na Europa. Este facto, em conjunto com uma emergente consciência da identidade dos indígenas, reverteu os diferentes processos destrutivos da suas várias sub-etnias.

Como em tantas outras comunidades da pan-nação são muitos os revezes para ultrapassar. Mas, agora, os indígenas assumem o desafio com forte mobilização política e uma combinação de determinação e dignidade nunca antes sonhada.

A Incursão Motorizada à Ilha Sagrada de Ukonsaari, Lago Inari

Na manhã seguinte, Jarmo Sirvio, um outro residente, espera-nos para nos guiar num passeio de mota de neve pelo lago Inari – então sob uma camada gelada com mais de um metro de espessura – e a Ukonsaari, uma ilha em forma de tiranossauro que é sagrada para os sami.

Ukonkivi, Lago Inari, Finlandia

Um rasto conduz à ilha sagrada de Ukonsaari, no coração do lago Inari e cercada por gelo na maior parte do longo Inverno boreal do extremo norte da Lapónia

Paramos primeiro na igreja luterana de Pielpajarvi, de madeira velha (erguida em 1760) e perdida entre as árvores das margens de uma forma surpreendentemente pitoresca.

Jarmo tem uma afeição especial por aquele lugar: “A minha mãe nasceu em 1954 ou 1955, já não sei bem.

Igreja de Pielpajarvi, lago Inari, finandia

A igreja luterana de Pielpajarvi, à margem do lago Inari.

Sei que ela andava horas a pé para aqui vir às missas e vender produtos sami. Incrível não é? Nós agora vamos fazer bem mais que os 8 km que ela fazia nuns meros minutos.”

Altar da igreja de Pielpajarvi, Inari, Finlandia

Altar austero da igreja luterana de Pielpajarvi, um dos templos da nova fé do povo sami.

Regressamos às motas e arrancamos para atravessar o lago. A 80 ou 90 km/h, o frio extremo depressa neutraliza a máquina de filmar, penetra nas luvas e fere-nos as mãos.

Em boa hora, lembramo-nos da dica do instrutor e salvamo-nos do sofrimento quando accionamos os potentes aquecedores de punhos.

Ilha Ukonkivi, Lago Inari, Finlandia

Cenário do lago Inari completamente gelado, como visto do cimo da ilha de Ukonsaari.

Mais cedo do que esperamos, chegamos à base da ilha que os samis ancestrais usavam para realizarem rituais de sacrifício e sepulcrais em honra dos seus deuses celestes.

Subimos a longa escadaria de madeira. Ainda algo ofegantes, sorvemos o ar denso e frígido com sofreguidão através das máscaras.

Recuperamos o fôlego e ficamos a  contemplar, deliciados, o vasto território sami branco em redor.

Vista a partir de Ukonkivi, Lago Inari, Finlandia

Vista do lago Inari do topo da ilha de Ukonsaari.

Inari, Finlândia

O Parlamento Babel da Nação Sami

A Nação sami integra quatro países, que ingerem nas vidas dos seus povos. No parlamento de Inari, em vários dialectos, os sami governam-se como podem.
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
Kemi, Finlândia

Não é Nenhum "Barco do Amor". Quebra Gelo desde 1961

Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.
Lapónia, Finlândia

Em Busca da Raposa de Fogo

São exclusivas dos píncaros da Terra as auroras boreais ou austrais, fenómenos de luz gerados por explosões solares. Os nativos Sami da Lapónia acreditavam tratar-se de uma raposa ardente que espalhava brilhos no céu. Sejam o que forem, nem os quase 30º abaixo de zero que se faziam sentir no extremo norte da Finlândia nos demoveram de as admirar.
Ilha Hailuoto, Finlândia

À Pesca do Verdadeiro Peixe Fresco

Abrigados de pressões sociais indesejadas, os ilhéus de Hailuoto sabem sustentar-se. Sob o mar gelado de Bótnia capturam ingredientes preciosos para os restaurantes de Oulu, na Finlândia continental.
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Kuusamo ao PN Oulanka, Finlândia

Sob o Encanto Gélido do Árctico

Estamos a 66º Norte e às portas da Lapónia. Por estes lados, a paisagem branca é de todos e de ninguém como as árvores cobertas de neve, o frio atroz e a noite sem fim.
Saariselka, Finlândia

O Delicioso Calor do Árctico

Diz-se que os finlandeses criaram os SMS para não terem que falar. O imaginário dos nórdicos frios perde-se na névoa das suas amadas saunas, verdadeiras sessões de terapia física e social.
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Helsínquia, Finlândia

A Fortaleza em Tempos Sueca da Finlândia

Destacada num pequeno arquipélago à entrada de Helsínquia, Suomenlinna foi erguida por desígnios político-militares do reino sueco. Durante mais de um século, a Rússia deteve-a. Desde 1917, que o povo suómi a venera como o bastião histórico da sua espinhosa independência.
Helsínquia, Finlândia

Uma Via Crucis Frígido-Erudita

Chegada a Semana Santa, Helsínquia exibe a sua crença. Apesar do frio de congelar, actores pouco vestidos protagonizam uma re-encenação sofisticada da Via Crucis por ruas repletas de espectadores.
Helsínquia, Finlândia

A Páscoa Pagã de Seurasaari

Em Helsínquia, o sábado santo também se celebra de uma forma gentia. Centenas de famílias reúnem-se numa ilha ao largo, em redor de fogueiras acesas para afugentar espíritos maléficos, bruxas e trolls
Helsínquia, Finlândia

O Design que Veio do Frio

Com boa parte do território acima do Círculo Polar Árctico, os finlandeses respondem ao clima com soluções eficientes e uma obsessão pela arte, pela estética e pelo modernismo inspirada na vizinha Escandinávia.
Porvoo, Finlândia

Uma Finlândia Medieval e Invernal

Uma das povoações anciãs da nação suómi, no início do século XIV, Porvoo era um entreposto ribeirinho atarefado e a sua terceira cidade. Com o tempo, Porvoo perdeu a importância comercial. Em troca, tornou-se um dos redutos históricos venerados da Finlândia.  
Oulu, Finlândia

Oulu: uma Ode ao Inverno

Situada no cimo nordeste do Golfo de Bótnia, Oulu é uma das cidades mais antigas da Finlândia e a sua capital setentrional. A meros 220km do Círculo Polar Árctico, até nos meses mais frígidos concede uma vida ao ar livre prodigiosa.
Helsínquia, Finlândia

A Filha Suomi do Báltico

Várias cidades cresceram, emanciparam-se e prosperaram à beira deste mar interior do Norte. Helsínquia lá se destacou como a capital monumental da jovem nação finlandesa.
Kemi, Finlândia

Uma Finlândia Pouco Convencional

As próprias autoridades definem Kemi como ”uma pequena cidade ligeiramente aloucada do norte finlandês”. Quando a visitamos, damos connosco numa Lapónia inconformada com os modos tradicionais da região.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Hipopótamo move-se na imensidão alagada da Planície dos Elefantes.
Safari
Parque Nacional de Maputo, Moçambique

O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
Aurora ilumina o vale de Pisang, Nepal.
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 3º- Upper Pisang, Nepal

Uma Inesperada Aurora Nevada

Aos primeiros laivos de luz, a visão do manto branco que cobrira a povoação durante a noite deslumbra-nos. Com uma das caminhadas mais duras do Circuito Annapurna pela frente, adiamos a partida tanto quanto possível. Contrariados, deixamos Upper Pisang rumo a Ngawal quando a derradeira neve se desvanecia.
Igreja colonial de São Francisco de Assis, Taos, Novo Mexico, E.U.A
Arquitectura & Design
Taos, E.U.A.

A América do Norte Ancestral de Taos

De viagem pelo Novo México, deslumbramo-nos com as duas versões de Taos, a da aldeola indígena de adobe do Taos Pueblo, uma das povoações dos E.U.A. habitadas há mais tempo e em contínuo. E a da Taos cidade que os conquistadores espanhóis legaram ao México, o México cedeu aos Estados Unidos e que uma comunidade criativa de descendentes de nativos e artistas migrados aprimoram e continuam a louvar.
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Aventura
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Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Festival MassKara, cidade de Bacolod, Filipinas
Cerimónias e Festividades
Bacolod, Filipinas

Um Festival para Rir da Tragédia

Por volta de 1980, o valor do açúcar, uma importante fonte de riqueza da ilha filipina de Negros caia a pique e o ferry “Don Juan” que a servia afundou e tirou a vida a mais de 176 passageiros, grande parte negrenses. A comunidade local resolveu reagir à depressão gerada por estes dramas. Assim surgiu o MassKara, uma festa apostada em recuperar os sorrisos da população.
Panorama no vale Licungo e sua plantação de chá
Cidades
Gurué, Moçambique, Parte 2

Em Gurué, entre Encostas de Chá

Após um reconhecimento inicial de Gurué, chega a hora do chá em redor. Em dias sucessivos, partimos do centro da cidade à descoberta das plantações nos sopés e vertentes dos montes Namuli. Menos vastas que até à independência de Moçambique e à debandada dos portugueses, adornam alguns dos cenários mais grandiosos da Zambézia.
Comida
Mercados

Uma Economia de Mercado

A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
costa, fiorde, Seydisfjordur, Islandia
Cultura
Seydisfjordur, Islândia

Da Arte da Pesca à Pesca da Arte

Quando armadores de Reiquejavique compraram a frota pesqueira de Seydisfjordur, a povoação teve que se adaptar. Hoje, captura discípulos da arte de Dieter Roth e outras almas boémias e criativas.
Desporto
Competições

Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
Pórtico de entrada em Ellikkalla, Uzbequistão
Em Viagem
Usbequistão

Viagem Pelo Pseudo-Alcatrão do Usbequistão

Os séculos passaram. As velhas e degradadas estradas soviéticas sulcam os desertos e oásis antes atravessados pelas caravanas da Rota da Seda. Sujeitos ao seu jugo durante uma semana, vivemos cada paragem e incursão nos lugares e cenários usbeques como recompensas rodoviárias históricas.
Forte de São Filipe, Cidade Velha, ilha de Santiago, Cabo Verde
Étnico
Cidade Velha, Cabo Verde

Cidade Velha: a anciã das Cidades Tropico-Coloniais

Foi a primeira povoação fundada por europeus abaixo do Trópico de Câncer. Em tempos determinante para expansão portuguesa para África e para a América do Sul e para o tráfico negreiro que a acompanhou, a Cidade Velha tornou-se uma herança pungente mas incontornável da génese cabo-verdiana.

Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Portfólio Fotográfico Got2Globe

Dias Como Tantos Outros

Sósias dos irmãos Earp e amigo Doc Holliday em Tombstone, Estados Unidos da América
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Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
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Maui: o Havai Divino que Sucumbiu ao Fogo

Maui é um antigo chefe e herói do imaginário religioso e tradicional havaiano. Na mitologia deste arquipélago, o semi-deus laça o sol, levanta o céu e leva a cabo uma série de outras proezas em favor dos humanos. A ilha sua homónima, que os nativos creem ter criado no Pacífico do Norte, é ela própria prodigiosa.
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Há muito que esta região do interior elevado da Madeira tem a cargo a repopulação das trutas arco-íris da ilha. Entre os vários trilhos e levadas que confluem nos seus viveiros, o Parque Florestal Ribeiro Frio oculta panoramas grandiosos sobre o Pico Arieiro, o Pico Ruivo e o vale da Ribeira da Metade que se estende à costa norte.
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Boa Vista não é apenas a ilha cabo-verdiana mais próxima do litoral africano e do seu grande deserto. Após umas horas de descoberta, convence-nos de que é um retalho do Sara à deriva no Atlântico do Norte.
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Circuito Annapurna – A Aclimatização Dolorosa do Ice Lake

Na subida para o povoado de Ghyaru, tivemos uma primeira e inesperada mostra do quão extasiante se pode provar o Circuito Annapurna. Nove quilómetros depois, em Braga, pela necessidade de aclimatizarmos ascendemos dos 3.470m de Braga aos 4.600m do lago de Kicho Tal. Só sentimos algum esperado cansaço e o avolumar do deslumbre pela Cordilheira Annapurna.
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Sobre Carris
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Flam Railway: Noruega Sublime da Primeira à Última Estação

Por estrada e a bordo do Flam Railway, num dos itinerários ferroviários mais íngremes do mundo, chegamos a Flam e à entrada do Sognefjord, o maior, mais profundo e reverenciado dos fiordes da Escandinávia. Do ponto de partida à derradeira estação, confirma-se monumental esta Noruega que desvendamos.
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Onde Assenta a Telavive Sempre em Festa

Telavive é famosa pela noite mais intensa do Médio Oriente. Mas, se os seus jovens se divertem até à exaustão nas discotecas à beira Mediterrâneo, é cada vez mais na vizinha Old Jaffa que dão o nó.
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Vida Quotidiana
Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
Glaciar Meares
Vida Selvagem
Prince William Sound, Alasca

Viagem por um Alasca Glacial

Encaixado contra as montanhas Chugach, Prince William Sound abriga alguns dos cenários descomunais do Alasca. Nem sismos poderosos nem uma maré negra devastadora afectaram o seu esplendor natural.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.