Quioto, Japão

Um Japão Milenar Quase Perdido


Sombras de intriga
Japoneses curiosos examinam painéis afixados na proximidade do santuário Yasaka-jinja.
Jogos de luz
Visitantes do templo Yasaka-jinja admiram o mosaico de lanternas xintoístas.
Santuário sobre a floresta II
A varanda do santuário Kiomizudera sobre a floresta outonal que envolve Quioto.
Reverência xintoísta
Duas estudantes inclinam-se perante um pequeno santuário do templo Kiomizu-dera.
Templo do Pavilhão Dourado
Vista dupla do templo mais famoso de Quioto, tema do romance homónimo de Yukio Mishima.
Mascote porteira
Um pequeno West Highland White Terrier à entrada do café Garakuta.
Portal hiperbólico
O tori gigante que marca a entrada no domínio xintoísta do santuário Heian.
Restaurantes emparelhados
Bloco de bares e restaurantes na margem do rio Kamo.
Empregada de quimono
Um manequim em trajes tradicionais à entrada de um restaurante da cidade.
Luz da crença
Lanternas xintoístas dão mais cor ao santuário Yasaka-jinja, junto ao bairro de Gion.
Contra-fotografia
Fotógrafo à saída de um túnel de toris do santuário Fushimi Inari.
Uma ladeira emblemática
Transeuntes nipónicos na rua Ninen Zaka.
Farol de diversão
O lampião de um estabelecimento ilumina a ruela histórica de Ponto Cho.
Santuário sobre a floresta
O templo de madeira de Kiomizu-dera com vistas privilegiadas sobre o casario de Quioto.
Quioto futurista
A Torre de Quioto, um monumento à modernidade numa cidade essencialmente histórica.
Taxi-humano
Puxador de rickshaw prepara-se para conduzir duas raparigas nipónicas em redor de Arashiyama.
Sombras de intriga
Japoneses curiosos examinam painéis afixados na proximidade do santuário Yasaka-jinja.
Jogos de luz
Visitantes do templo Yasaka-jinja admiram o mosaico de lanternas xintoístas.
Santuário sobre a floresta II
A varanda do santuário Kiomizudera sobre a floresta outonal que envolve Quioto.
Reverência xintoísta
Duas estudantes inclinam-se perante um pequeno santuário do templo Kiomizu-dera.
Quioto esteve na lista de alvos das bombas atómicas dos E.U.A. e foi mais que um capricho do destino que a preservou. Salva por um Secretário de Guerra norte-americano apaixonado pela sua riqueza histórico-cultural e sumptuosidade oriental, a cidade foi substituída à última da hora por Nagasaki no sacrifício atroz do segundo cataclismo nuclear.

Quando desembarcamos na estação central de Quioto, o edifício imponente de vidro e aço, labiríntico e de arquitectura futurista baralha-nos toda e qualquer expectativa quanto ao Japão milenar.

Estamos num país oriental, xintoísta e budista mas que é, ao mesmo tempo aspirante a ocidental, capitalista e consumista. À medida que a interminável escada rolante nos eleva do nível térreo, ouvimos temas de Frank Sinatra, Nat King Cole e outros clássicos norte-americanos.

O movimento diagonal revela-nos uma orquestra acompanhada de coros e um anfiteatro gigantesco pejado de gente que se ergue a partir do palco até ao terraço no cimo do enorme complexo. Sem que alguma vez o tivéssemos esperado, desse topo, desvendamos o vale de Yamashiro preenchido pela vasta Quioto em redor.

Inaugurada em Setembro de 2007, a Kyoto Central Station originou reacções mistas. Certos críticos ficaram impressionados com os seus espaços amplos e linhas arrojadas que se dão com o visual de foguetão da Kyoto TV Tower, aterrada sobre um dos prédios em frente.

Torre TV de Quioto, um Japão Milenar quase perdido

A Torre de Quioto, um monumento à modernidade numa cidade essencialmente histórica.

Outros, não perdoaram uma ruptura tão destoante com a arquitectura tradicional, por vezes, milenar. Essa polémica está longe de ser exclusiva da estação.

A Quioto Milenar Camuflada na Quioto Moderna

As primeiras ruas e avenidas da cidade que percorremos dão-nos uma sensação de aparente insipiência histórica reforçada pelo edifício-sede carrancudo da Nintendo.

Esta impressão desfez-se, no entanto, em três tempos contra as fachadas resplandecentes dos monumentos quase sempre meio escondidos pelo aglomerado do casario mais recente desta cidade milenar.

Apanhamos o metro. Saímos já bem longe do considerado centro. Recebe-nos Shoji, um anfitrião nipónico dos seus quarenta e muitos anos, determinado em acolher hóspedes do máximo de países do mundo. O seu projecto já é de si surpreendente. Mais ainda nos espanta quando percebemos que lhe dedica toda uma vivenda tradicional.

Restaurante, Quioto, um Japão Milenar quase perdido

Um manequim em trajes tradicionais à entrada de um restaurante da cidade.

Shoji podia aluga-la mas prefere desde há muito o contacto com os gaijin (estrangeiros) que dessa forma lhe enriquecem a vida mesmo que não domine nenhuma língua para lá da sua materna e só fale algo digno de registo com aqueles que estudaram o nipónico.

O dono da casa dá o seu melhor para nos instalar. Explica-nos os truques e segredos do lar, desdobra um mapa sobre uma mesa baixa e aponta-nos as atracções da cidade que, a seu ver, não podíamos perder por nada deste mundo.

E, no entanto, foi por um triz que a Quioto milenar não foi obliterada pelas bombas atómicas “Little Boy” ou “Fatman”, em Agosto de 1945.

O Japão Milenar Quase Perdido para a História

A paixão suscitada por Quioto no coração dos visitantes vem de há muito. Por coincidência e infortúnio de Hiroxima e Nagasaki, o Secretário de Guerra americano das administrações Roosevelt e Truman, Henry L. Stimson, frequentara a cidade diversas vezes durante os anos 20 enquanto Governador das Filipinas.

Alguns historiadores afiançam que Quioto foi também o destino da sua lua-de-mel. Fosse como fosse, a acção disuasora que protagonizou, granjeou-lhe a fama de derradeiro responsável pela sua salvação.

Quioto é a cidade mais reverenciada do Japão. Dezassete monumentos dos seus 1600 templos budistas e cerca de 400 santuários xintoístas são Património Mundial da UNESCO.

A quantidade de monumentos sublimes revela-se tal que um autor da famosa editora de guias de viagem Lonely Planet se deu ao trabalho de advertir os leitores “… em Quioto, é fácil ser-se vítima de uma overdose de templos …”.

Fushimi Inari, Quioto, um Japão Milenar quase perdido

Fotógrafo à saída de um túnel de toris do santuário Fushimi Inari.

Quioto, uma Cidade Erguida à Imagem das Grandes Cidades Asiáticas de Então

À imagem da vizinha Nara, Quioto foi erguida num padrão de grelha inspirado em Chang’an (actual Xi’an), a capital da dinastia chinesa Tang.

A imitação da mais poderosa China era, à época, uma forma assumida de progresso. Por fim, na vanguarda da civilização nipónica, Quioto acolheu a família imperial japonesa. Fê-lo de 794 a 1868, um longo período em que, enquanto o Japão em geral era governado por xogunatos em permanente confronto, a cidade se destacou a nível cultural.

Quioto, um Japão Milenar quase perdido

Visitantes na base do templo Chion.

No fim do século XIX, o movimento de restauração Meiji – que visava a consolidação do poder imperial – forçou a mudança dos imperadores e família para Edo (mais tarde conhecida por Tóquio) a capital do Leste.

Depois de Heyan-kyo (cidade da paz), Kyo Miyako (cidade capital), Keishi (metrópole) e, no Ocidente, Meaco ou Miako, Quioto juntou mais um título à sua já extensa colecção de nomenclaturas. Por algum tempo, tornou-se na Saikyo (a capital do Oeste).

A Espécie de Overdose de Templos, Santuários e Outros Monumentos de Quioto

Na Quioto dos dias d’hoje, até os visitantes mais optimistas depressa se conformam com a impossibilidade de apreciarem tudo o que a cidade tem para oferecer. É então que se rendem a uma espécie de ranking oficioso das suas atracções.

O rio de gente que vemos fluir nas zonas históricas de Ninen-zaka (Colina dos Dois Anos) e Sannen-zaka (Colina dos Três Anos) anuncia sérios concorrentes à popularidade do Pavilhão Dourado.

Pavilhão Dourado, Quioto, um Japão Milenar quase perdido

Vista dupla do templo mais famoso de Quioto, tema do romance homónimo de Yukio Mishima.

Ali se encontram duas das ruas mais antigas de Quioto, feitas de longas sequências de machiyas (habitações de madeira típicas), lojas, restaurantes e velhas casas de chá.

Subimos a encosta de Gojo-zaka, com passagem obrigatória pela Chawan-zaka (Colina do Bule), uma ruela repleta de doçarias e estabelecimentos de artesanato.

O Retiro Florestal do templo Kiomizu-dera

No cimo, à laia de recompensa, deparamo-nos com o templo Kiomizu-dera, outra das vedetas patrimoniais da cidade.

O seu edifício principal prolonga-se numa varanda assente em troncos e estacas, assim destacada da colina.­­­

Kiomizudera, Quioto, um Japão Milenar quase perdido

A varanda do santuário Kiomizudera sobre a floresta outonal que envolve Quioto.

Sem surpresa, este templo está quase sempre a abarrotar de japoneses de todas as idades de que se destacam as sucessivas excursões escolares, identificáveis pelos uniformes azuis: pulôver, fato com gravata e calça que os rapazes fazem questão de combinar com os ténis mais espalhafatosos que encontraram; ­­­pulôver, fato e saia (por vezes, transformada em mini-saia) usados pelas raparigas faça o frio que fizer.

Prece, Quioto, um Japão Milenar quase perdido

Duas estudantes inclinam-se perante um pequeno santuário do templo Kiomizu-dera.

Mais que simples extensões, as varandas de madeira do Kiomizu-dera são miradouros privilegiados para a Quioto vislumbrável para lá da floresta verdejante que preenche a planície até às montanhas longínquas de Kitayama e Nishiyama.

Não faltam, também neste templo, rituais sagrados. Descemos uma longa escadaria disposta abaixo das varandas. No seu fundo, encontramos a Otowa-no-Taki, uma pequena cascata transformada em fonte em que os visitantes formam longas filas para se munirem de enormes colheres de ferro e nelas beberem água que acreditam ter propriedades terapêuticas.

Fonte Kiomizu-dera, Quioto, um Japão Milenar quase perdido

Visitantes e crentes bebem água sagrada no templo Kiomizu-dera.

Já nas imediações do templo secundário de Jishu-jinja, o objectivo dos crentes é garantir sucesso ao amor. Para tal, devem caminhar cerca de dezoito metros entre duas pedras com os olhos fechados. Alertam-nos de que falhar a segunda pedra significa uma condenação sem retorno a uma vida de celibato.

O risco parece-nos demasiado. Descartamos o desafio.

Ninen-zaka, Sannen-zaka e o templo de Kiomizu-dera fazem parte do roteiro South Higashiyama que continua pela rua Ishibei-koji, passa pela entrada do templo Kodai-ji, pelo Parque Maruyama e se prolonga para oeste até ao Yazaka-jinja, este um novo complexo de templos.

E o Bairro Tradicional Gion que as Gueixas ainda Percorrem

Ali, ao fim da tarde, quando as gueixas e as maikos (aprendizes de gueixas) sobem a escadaria e cruzam o tori (portal) para passear e rezar, sentimos estabelecer-se uma intersecção fascinante entre a esfera religiosa de Quioto e o seu domínio boémio e noctívago formado pelas zonas de Ponto-Cho e Gion.

O célebre distrito Ponto-Cho pouco mais é que uma ruela apertada, paralela ao rio Kamo-gawa. O “pouco mais” conta com os inúmeros restaurantes e bares que, ainda assim, acolhe e à passagem constante e misteriosa de gueixas a caminho dos compromissos com os danna, os seus patronos.

Geisha em Gion, Geisha, Quioto, Japao

Gueixa percorre um beco do bairro de Pontocho.

Deambulamos por este domínio quando cai a noite e Ponto-Cho ganha vida, iluminado e colorido pelas lanternas orientais que emprestam à zona uma atmosfera mística do Japão clássico.

Logo ao lado fica Gion. O bairro vizinho é dominado pela arquitectura moderna e, à hora de ponta, inundado de trânsito. Ainda assim, preserva algumas bolsas históricas também dignas do melhor imaginário gueixa.

As suas ruas protagonistas são a Hanami-koji e a Shinmonzen-dori, ambas delimitadas por mais casas antigas, restaurantes, antiquários e outras casas de chá. Muitas destas últimas são, na realidade estabelecimentos dedicados ao entretenimento secular geisha (gei=arte + sha=pessoa) que, apesar de se encontrar num lento processo de extinção, continua a ter lugar por detrás de tantas portas fechadas da cidade.

De oitenta mil gueixas, nos anos 20, restam, hoje, entre mil a duas mil, quase todas em Quioto.

Henry L. Stimson o Secretário da Guerra Apreciador e Salvador de Quioto

Se retrocedermos uma vez mais na história, é-nos fácil concluirmos que poderia perfeitamente não restar nenhuma. E nunca soará a exagerado o crédito de Henry L. Stimson.

Em pleno processo de decisão das urbes nipónicas a aniquilar, o Los Alamos Target Committee formado por generais e cientistas dos E.U.A. e liderado por Robert Oppenheimer, insistia em colocar Quioto no topo da lista.

Justificavam-no “por Quioto nunca antes ter sido bombardeada, por incluir uma área industrial e contar com um milhão de habitantes.” Também consideravam a sua população em grande parte universitária “mais apta a apreciar o significado de uma arma como o engenho que seria utilizado.”

Vitrines restaurantes, Quioto, um Japão Milenar quase perdido

Bloco de bares e restaurantes na margem do rio Kamo.

Contra tudo e contra todos, em 1945, o Secretário de Guerra Stimson, ordenou que Quioto fosse retirada da lista. Argumentou que tinha forte importância cultural e que não era um alvo militar. Os militares resistiram. Continuaram a repor a cidade no topo da lista até ao fim de Julho de 1945.

Esta teimosia forçou Stimson a dirigir-se em pessoa ao presidente Truman.

Stimson escreveu no seu diário que “Truman concordou com que, caso não removessem Quioto da lista, o ressentimento nipónico para com os E.U.A. seria tal que tornaria impossível qualquer reconciliação no pós-guerra com os americanos e, em vez, a viabilizaria, com os Russos.” Por essa altura, as tensões que levaram à Guerra Fria já se faziam sentir.

Tori, Quioto, um Japão Milenar quase perdido

O tori gigante que marca a entrada no domínio xintoísta do santuário Heian.

Truman estava determinado a não alimentar o monstro comunista, nem na Ásia, nem em nenhuma outra parte do mundo. Até semanas antes da primeira bomba nuclear ter sido lançada, Nagasaki não constava sequer na lista de cidades-alvo.

Por ironia do destino mas, acima de tudo, devido ao amor de Henry L. Stimson por Quioto, Nagasaki tomou o lugar daquela no derradeiro sacrifício. Depois de Hiroxima, Nagasaki sucumbiu ao apocalipse.

Quioto continuou a resplandecer.

Tóquio, Japão

Ronronares Descartáveis

Tóquio é a maior das metrópoles mas, nos seus apartamentos exíguos, não há lugar para mascotes. Empresários nipónicos detectaram a lacuna e lançaram "gatis" em que os afectos felinos se pagam à hora.
Tóquio, Japão

O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
Tóquio, Japão

O Imperador sem Império

Após a capitulação na 2ª Guerra Mundial, o Japão submeteu-se a uma constituição que encerrou um dos mais longos impérios da História. O imperador japonês é, hoje, o único monarca a reinar sem império.
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Miyajima, Japão

Xintoísmo e Budismo ao Sabor das Marés

Quem visita o tori de Itsukushima admira um dos três cenários mais reverenciados do Japão. Na ilha de Miyajima, a religiosidade nipónica confunde-se com a Natureza e renova-se com o fluir do Mar interior de Seto.
Nara, Japão

O Berço Colossal do Budismo Nipónico

Nara deixou, há muito, de ser capital e o seu templo Todai-ji foi despromovido. Mas o Grande Salão mantém-se o maior edifício antigo de madeira do Mundo. E alberga o maior buda vairocana de bronze.
Takayama, Japão

Takayama do Japão Antigo e da Hida Medieval

Em três das suas ruas, Takayama retém uma arquitectura tradicional de madeira e concentra velhas lojas e produtoras de saquê. Em redor, aproxima-se dos 100.000 habitantes e rende-se à modernidade.
Okinawa, Japão

O Pequeno Império do Sol

Reerguida da devastação causada pela 2ª Guerra Mundial, Okinawa recuperou a herança da sua civilização secular ryukyu. Hoje, este arquipélago a sul de Kyushu abriga um Japão à margem, prendado por um oceano Pacífico turquesa e bafejado por um peculiar tropicalismo nipónico.
Ogimashi, Japão

Uma Aldeia Fiel ao A

Ogimashi revela uma herança fascinante da adaptabilidade nipónica. Situada num dos locais mais nevosos à face da Terra, esta povoação aperfeiçoou casas com verdadeiras estruturas anti-colapso.
Magome-Tsumago, Japão

Magome a Tsumago: o Caminho Sobrelotado Para o Japão Medieval

Em 1603, o xogum Tokugawa ditou a renovação de um sistema de estradas já milenar. Hoje, o trecho mais famoso da via que unia Edo a Quioto é percorrido por uma turba ansiosa por evasão.
Quioto, Japão

Uma Fé Combustível

Durante a celebração xintoísta de Ohitaki são reunidas no templo de Fushimi preces inscritas em tabuínhas pelos fiéis nipónicos. Ali, enquanto é consumida por enormes fogueiras, a sua crença renova-se.
Quioto, Japão

Sobrevivência: A Última Arte Gueixa

Já foram quase 100 mil mas os tempos mudaram e as gueixas estão em vias de extinção. Hoje, as poucas que restam vêem-se forçadas a ceder a modernidade menos subtil e elegante do Japão.
Monte Koya, Japão

A Meio Caminho do Nirvana

Segundo algumas doutrinas do budismo, são necessárias várias vidas para atingir a iluminação. O ramo shingon defende que se consegue numa só. A partir do Monte Koya, pode ser ainda mais fácil.
Tóquio, Japão

Um Santuário Casamenteiro

O templo Meiji de Tóquio foi erguido para honrar os espíritos deificados de um dos casais mais influentes da história do Japão. Com o passar do tempo, especializou-se em celebrar bodas tradicionais.
Okinawa, Japão

Danças de Ryukyu: têm séculos. Não têm grandes pressas.

O reino Ryukyu prosperou até ao século XIX como entreposto comercial da China e do Japão. Da estética cultural desenvolvida pela sua aristocracia cortesã contaram-se vários estilos de dança vagarosa.
Iriomote, Japão

Iriomote, uma Pequena Amazónia do Japão Tropical

Florestas tropicais e manguezais impenetráveis preenchem Iriomote sob um clima de panela de pressão. Aqui, os visitantes estrangeiros são tão raros como o yamaneko, um lince endémico esquivo.
Nikko, Japão

O Derradeiro Cortejo do Xogum Tokugawa

Em 1600, Ieyasu Tokugawa inaugurou um xogunato que uniu o Japão por 250 anos. Em sua homenagem, Nikko re-encena, todos os anos, a transladação medieval do general para o mausoléu faustoso de Toshogu.
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
Tóquio, Japão

Pachinko: o Vídeo - Vício Que Deprime o Japão

Começou como um brinquedo mas a apetência nipónica pelo lucro depressa transformou o pachinko numa obsessão nacional. Hoje, são 30 milhões os japoneses rendidos a estas máquinas de jogo alienantes.
Hiroxima, Japão

Hiroxima: uma Cidade Rendida à Paz

Em 6 de Agosto de 1945, Hiroxima sucumbiu à explosão da primeira bomba atómica usada em guerra. Volvidos 70 anos, a cidade luta pela memória da tragédia e para que as armas nucleares sejam erradicadas até 2020.
Tóquio, Japão

Ronronares Descartáveis

Tóquio é a maior das metrópoles mas, nos seus apartamentos exíguos, não há lugar para mascotes. Empresários nipónicos detectaram a lacuna e lançaram "gatis" em que os afectos felinos se pagam à hora.
Tóquio, Japão

O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
Tóquio, Japão

O Imperador sem Império

Após a capitulação na 2ª Guerra Mundial, o Japão submeteu-se a uma constituição que encerrou um dos mais longos impérios da História. O imperador japonês é, hoje, o único monarca a reinar sem império.
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Miyajima, Japão

Xintoísmo e Budismo ao Sabor das Marés

Quem visita o tori de Itsukushima admira um dos três cenários mais reverenciados do Japão. Na ilha de Miyajima, a religiosidade nipónica confunde-se com a Natureza e renova-se com o fluir do Mar interior de Seto.
Nara, Japão

O Berço Colossal do Budismo Nipónico

Nara deixou, há muito, de ser capital e o seu templo Todai-ji foi despromovido. Mas o Grande Salão mantém-se o maior edifício antigo de madeira do Mundo. E alberga o maior buda vairocana de bronze.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Hipopótamo exibe as presas, entre outros
Safari
PN Mana Pools, Zimbabwé

O Zambeze no Cimo do Zimbabwé

Passada a época das chuvas, o minguar do grande rio na fronteira com a Zâmbia lega uma série de lagoas que hidratam a fauna durante a seca. O Parque Nacional Mana Pools denomina uma região fluviolacustre vasta, exuberante e disputada por incontáveis espécimes selvagens.
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 5º - Ngawal a BragaNepal

Rumo a Braga. A Nepalesa.

Passamos nova manhã de meteorologia gloriosa à descoberta de Ngawal. Segue-se um curto trajecto na direcção de Manang, a principal povoação no caminho para o zénite do circuito Annapurna. Ficamo-nos por Braga (Braka). A aldeola não tardaria a provar-se uma das suas mais inolvidáveis escalas.
Jardin Escultórico, Edward James, Xilitla, Huasteca Potosina, San Luis Potosi, México, Cobra dos Pecados
Arquitectura & Design
Xilitla, San Luís Potosi, México

O Delírio Mexicano de Edward James

Na floresta tropical de Xilitla, a mente inquieta do poeta Edward James fez geminar um jardim-lar excêntrico. Hoje, Xilitla é louvada como um Éden do surreal.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Aventura
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.
Cerimónias e Festividades
Militares

Defensores das Suas Pátrias

Mesmo em tempos de paz, detectamos militares por todo o lado. A postos, nas cidades, cumprem missões rotineiras que requerem rigor e paciência.
Torres da catedral de Puelba iluminada durante o ocaso
Cidades
Puebla, México

Uma Cidade Atulhada de Fé, no Sopé do Vulcão

Foi tal o ímpeto proselitista católico na fundação de Puebla de Los Angeles, no século XVI, que determinados cronistas já lá relatavam uma igreja para cada dia do ano. Puebla conta com quase duzentas e noventa. Num domínio ex-colonial barroco e majestoso desafiador de Popocatépetl (5426m), a “montanha fumarenta” do México.
jovem vendedora, nacao, pao, uzbequistao
Comida
Vale de Fergana, Usbequistão

Uzbequistão, a Nação a Que Não Falta o Pão

Poucos países empregam os cereais como o Usbequistão. Nesta república da Ásia Central, o pão tem um papel vital e social. Os Uzbeques produzem-no e consomem-no com devoção e em abundância.
Músicos de etnia karanga jnunto às ruínas de Grande Zimbabwe, Zimbabwe
Cultura
Grande ZimbabuéZimbabué

Grande Zimbabwe, Pequena Dança Bira

Nativos de etnia Karanga da aldeia KwaNemamwa exibem as danças tradicionais Bira aos visitantes privilegiados das ruínas do Grande Zimbabwe. o lugar mais emblemático do Zimbabwe, aquele que, decretada a independência da Rodésia colonial, inspirou o nome da nova e problemática nação.  
Desporto
Competições

Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
Cruzeiro Princess Yasawa, Maldivas
Em Viagem
Maldivas

Cruzeiro pelas Maldivas, entre Ilhas e Atóis

Trazido de Fiji para navegar nas Maldivas, o Princess Yasawa adaptou-se bem aos novos mares. Por norma, bastam um ou dois dias de itinerário, para a genuinidade e o deleite da vida a bordo virem à tona.
Vista do John Ford Point, Monument Valley, Nacao Navajo, Estados Unidos
Étnico
Monument Valley, E.U.A.

Índios ou cowboys?

Realizadores de Westerns emblemáticos como John Ford imortalizaram aquele que é o maior território indígena dos Estados Unidos. Hoje, na Nação Navajo, os navajo também vivem na pele dos velhos inimigos.
Portfólio, Got2Globe, melhores imagens, fotografia, imagens, Cleopatra, Dioscorides, Delos, Grécia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

O Terreno e o Celestial

Forte Galle, Sri Lanka, Ceilão Lendária Taprobana
História
Galle, Sri Lanka

Nem Além, Nem Aquém da Lendária Taprobana

Camões eternizou o Ceilão como um marco indelével das Descobertas onde Galle foi das primeiras fortalezas que os portugueses controlaram e cederam. Passaram-se cinco séculos e o Ceilão deu lugar ao Sri Lanka. Galle resiste e continua a seduzir exploradores dos quatro cantos da Terra.
barco colorido, ilhas gili, indonesia
Ilhas
Ilhas Gili, Indonésia

Gili: as Ilhas da Indonésia que o Mundo Trata por “Ilhas”

São tão humildes que ficaram conhecidas pelo termo bahasa que significa apenas ilhas. Apesar de discretas, as Gili tornaram-se o refúgio predilecto dos viajantes que passam por Lombok ou Bali.
Barcos sobre o gelo, ilha de Hailuoto, Finlândia
Inverno Branco
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
Literatura
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Pitões das Júnias, Montalegre, Portugal
Natureza
Montalegre, Portugal

Pelo Alto do Barroso, Cimo de Trás-os-Montes

Mudamo-nos das Terras de Bouro para as do Barroso. Com base em Montalegre, deambulamos à descoberta de Paredes do Rio, Tourém, Pitões das Júnias e o seu mosteiro, povoações deslumbrantes do cimo raiano de Portugal. Se é verdade que o Barroso já teve mais habitantes, visitantes não lhe deviam faltar.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Geisers El Tatio, Atacama, Chile, Entre o gelo e o calor
Parques Naturais
El Tatio, Chile

Géiseres El Tatio – Entre o Gelo e o Calor do Atacama

Envolto de vulcões supremos, o campo geotermal de El Tatio, no Deserto de Atacama surge como uma miragem dantesca de enxofre e vapor a uns gélidos 4200 m de altitude. Os seus géiseres e fumarolas atraem hordas de viajantes.
Cortejo garrido
Património Mundial UNESCO
Suzdal, Rússia

Mil Anos de Rússia à Moda Antiga

Foi uma capital pródiga quando Moscovo não passava de um lugarejo rural. Pelo caminho, perdeu relevância política mas acumulou a maior concentração de igrejas, mosteiros e conventos do país dos czares. Hoje, sob as suas incontáveis cúpulas, Suzdal é tão ortodoxa quanto monumental.
Mascarado de Zorro em exibição num jantar da Pousada Hacienda del Hidalgo, El Fuerte, Sinaloa, México
Personagens
El Fuerte, Sinaloa, México

O Berço de Zorro

El Fuerte é uma cidade colonial do estado mexicano de Sinaloa. Na sua história, estará registado o nascimento de Don Diego de La Vega, diz-se que numa mansão da povoação. Na sua luta contra as injustiças do jugo espanhol, Don Diego transformava-se num mascarado esquivo. Em El Fuerte, o lendário “El Zorro” terá sempre lugar.
Conversa ao pôr-do-sol
Praias
Boracay, Filipinas

A Praia Filipina de Todos os Sonhos

Foi revelada por mochileiros ocidentais e pela equipa de filmagem de “Assim Nascem os Heróis”. Seguiram-se centenas de resorts e milhares de veraneantes orientais mais alvos que o areal de giz.
planicie sagrada, Bagan, Myanmar
Religião
Bagan, Myanmar

A Planície dos Pagodes, Templos e Redenções Celestiais

A religiosidade birmanesa sempre assentou num compromisso de redenção. Em Bagan, os crentes endinheirados e receosos continuam a erguer pagodes na esperança de conquistarem a benevolência dos deuses.
Comboio do Fim do Mundo, Terra do Fogo, Argentina
Sobre Carris
Ushuaia, Argentina

Ultima Estação: Fim do Mundo

Até 1947, o Tren del Fin del Mundo fez incontáveis viagens para que os condenados do presídio de Ushuaia cortassem lenha. Hoje, os passageiros são outros mas nenhuma outra composição passa mais a Sul.
Kente Festival Agotime, Gana, ouro
Sociedade
Kumasi a Kpetoe, Gana

Uma Viagem-Celebração da Moda Tradicional Ganesa

Após algum tempo na grande capital ganesa ashanti cruzamos o país até junto à fronteira com o Togo. Os motivos para esta longa travessia foram os do kente, um tecido de tal maneira reverenciado no Gana que diversos chefes tribais lhe dedicam todos os anos um faustoso festival.
Retorno na mesma moeda
Vida Quotidiana
Dawki, Índia

Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
Vista aérea das quedas de água de Malolotja.
Vida Selvagem
Reserva Natural de Malolotja, eSwatini

Malolotja: o Rio, as quedas d’água e a Reserva Natural Grandiosa

Meros 32km a nordeste da capital Mbabane, sobre a fronteira com a África do Sul, ascendemos a terras altas, rugosas e vistosas de eSwatini. Por lá flui o rio Malolotja e se despenham as cascatas homónimas, as mais altas do Reino. Manadas de zebras e de antílopes percorrem os pastos e florestas em redor, numa das reservas com maior biodiversidade do sul de África.  
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.