Wadjemup, Rottnest Island, Austrália

Entre Quokkas e outros Espíritos Aborígenes


Subida Custosa
Ciclistas na Rottnest Island
A Grande Torre
Farol da Rottnest Island
O Farol num dia de Chuva
O farol da Rottnest Island
Henrietta Rocks
As Henrietta Rocks
Lago Salgado
Ancoradouro das Lanchas
Enseada de Coral
Parker Point
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A Escadaria de Parker Point
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Banhista Estilista
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Duo Banhista
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Litoral Imaculado
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Austrália de todos os sonhos
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Duo Quokka
Rottnest Island, Wadjemup, Australia, Quokkas
No século XVII, um capitão holandês apelidou esta ilha envolta de um oceano Índico turquesa, de “Rottnest, um ninho de ratos”. Os quokkas que o iludiram sempre foram, todavia, marsupiais, considerados sagrados pelos aborígenes Whadjuk Noongar da Austrália Ocidental. Como a ilha edénica em que os colonos britânicos os martirizaram.

Com o Verão austral no seu término e na mais solitária das cidades australianas, a mais de 2000km de outra grande urbe, os passageiros a bordo eram uns poucos, adeptos de uma paz silenciosa que favorecia a contemplação.

Pelo menos, a possível, nos 25 minutos do trajecto a partir de Freemantle. Em menos que esse tempo, as linhas de Rottnest definem-se.

Acentua-se o ciano que decora o mar mais próximo da ilha, para dentro da barreira de recife que a protege.

O ferry rasa a referência geológica da Philip Rock. Logo, atraca na costa leste, protegido pelo pontão que atenua a força das vagas, quase sempre orientadas de sul.

A área urbanizada da ilha fica ali mesmo, numa faixa oriental exígua, instalada entre a Baía de Thomson que nos tinha acolhido e os nove ou dez lagos que salpicam a secção oriental de Rottnest.

Périplo pela Rottnest Island. Sobre Rodas

Dessa franja arruada e repleta de negócios turísticos, estendia-se uma vastidão natural e intrigante.

Com quase um mês a vivermos a vida citadina de Perth, sentíamo-nos ansiosos por nos deixarmos perder.

Confirmamos que a ilha media meros 10km, de uma ponta à outra. Alugamos bicicletas.

Como acontece demasiada vezes a quem viaja, funcionais em plano e a descer, verdadeiros castigos, mal mecanizados, até nas mais suaves ladeiras.

Apostamos no sul.

Pedalada após pedalada, a Parker Point Rd. aproxima-nos de uma tal de Baía Porpoise. Não avistamos os botos que o baptismo anglófono indicia serem visitantes habituais.

Só por si, a pequena enseada e praia de Paterson que antecede a baía, revela o esplendor balnear que, interesse histórico à parte, atrai forasteiros a Rottnest.

Um Oceano Índico frio mas de Visual Tropical

Um areal coralífero de uma alvura imaculada entra pelo mar translúcido.

Adensa o tom esmeralda de uns poucos metros.

Logo, com a profundidade a aumentar, passa a turquesa ou a um azul-petróleo denso.

A estrada desce por uma península, até a um ponto de observação, já elevado sobre o areal, que lhe empresta o nome.

Uma escadaria de madeira, dá acesso a uma praia vizinha da de Paterson.

Lá em baixo, uns poucos ciclistas tinham-se já convertido em banhistas.

Aos 32º de latitude, mais de 1100 km abaixo da Coral Bay em que o Trópico de Capricórnio intersecta a costa ocidental da Austrália e na provável iminência do indefinido oceano Antárctico, só os tons do mar que banha a Rottnest Island são tropicais.

Entre o frio e o fresco, aquele litoral Índico irrepreensível falha em demover os verdadeiros amantes da Natureza.

Vemo-los desfrutarem de enseadas sem vagas e quase-privadas.

A barreira de recife ao largo protege-os e aconchega-os.

Nada faz pelos aventureiros que se metem no oceano Índico aberto.

Um Mar Turquesa que Dissimula a Presença de Tubarões

Há muito que a vida selvagem letal da Austrália contribui para o seu imaginário de exotismo deslumbrante.

À cabeça das espécies perigosas encontram-se, claro está, os tubarões. A Rottnest Island não é excepção.

O que não tem impedido diversas agências de actividades de lá organizarem saídas de snorkeling e mergulho, nem milhares de clientes de nelas participarem.

A última das inevitáveis fatalidades deu-se, em Outubro de 2011. Um americano que fazia mergulho, sozinho, a 500 metros ao largo da costa norte, foi atacado por um tubarão que lhe provocou ferimentos fatais.

Na década que passou, registaram-se outros contactos trágicos ou quase trágicos, a espaços, com os grandes tubarões-brancos.

Em 2021, as autoridades viram-se forçadas a encerrar todas as praias da ilha.

Uma carcaça de baleia que deu à costa, gerou um banquete de tubarões famintos.

Os meros avistamentos, esses, verificam-se todos meses.

A ilha acolhe colónias de leões-marinhos australianos e de focas. Há muito que os tubarões a patrulham em busca de alimento.

Os Aborígenes Whadjuk Noongar e a sua Relação com a Vida Selvagem da Ilha

Na mitologia dos aborígenes da costa australiana – os que chegavam a avistar o animal – os maiores tubarões eram tidos como espíritos da criação e da destruição, em simultâneo, símbolos de bravura e de destemor, de tribo para tribo, ora deificados ora demonizados, e até as duas coisas a par.

Os aborígenes do sudoeste da Austrália não desenvolveram o uso de canoas, como fez o povo maori da Nova Zelândia. Os nativos destas partes da grande ilha costumavam nadar nos rios e nos estuários, incluindo o do rio Swan.

Nunca se aventuraram mar adentro, nem sequer em busca das ilhas mais próximas do continente, aquelas a que chamavam Wadjemup (a de Rottnest) e a de Meeandip (a Garden Island a sul).

Ora, subsiste uma tradição oral aborígene das zonas hoje ocupadas pelo estuário do rio Swan e outras partes de Perth que o testemunha. Diz-se que um aborígene mais destemido se aventurou a nadar até Wadjemup.

Regressou são e salvo, intimidado por ter encontrado o lugar cercado por tubarões.

Daí para cá, nenhum outro aborígene se atreveu a imitar o feito.

Os Aborígenes Ancestrais da Austrália Ocidental, os Pioneiros da Rottnest Island

Em tempos pré-históricos, povos indígenas Noongar chegaram a habitar Rottnest.

Provam-no artefactos lá encontrados, datados de entre há 7000 e 30.000 a 50.000 anos.

Estima-se que, há cerca de 7000 anos, à medida que o aumento da temperatura e do nível do mar causavam a separação da ilha do continente, os indígenas viram-se forçados a abandoná-la para outras partes do interior australiano,

Haveriam de voltar, num contexto que a sua elaborada mitologia nunca previu, a invasão e colonização da Austrália pelos povos europeus.

Prosseguimos na nossa Volta a Rottnest em bicicleta, entretanto, já ao longo da vasta baía de Salmon.

A mesma Parker Point Rd. leva-nos às imediações de uma escola de surf local.

E à torre do farol de Rottnest.

Admiramo-la, destacada, à laia de foguetão, do topo do outeiro de Wadjemup, acima de arbustos e árvores diminutas, todos de tons de verde resplandecentes que contrastam com o céu carregado de humidade e de um azul etéreo condizente.

Acompanha o farol uma bateria de canhões e posto de observação, e um quartel erguido para abrigar mulheres do exército australiano, que tem acolhido sobretudo grupos encarregues de estudos científicos.

A Intrusão Colonial Europeia. Múltipla e Devastadora dos Aborígenes

A ilha tem um outro farol.

Formam o duo dos edifícios mais altos construídos pelos colonos chegados do Velho Mundo.

Desde o início do século XVII que diversas expedições holandesas, francesas e britânicas avistaram a ilha.

Seria o relato de um capitão holandês que, em 1696, haveria de inspirar o nome ocidental do lugar, Rottnest.

Por mais que uma vez, cruzamo-nos com animais que nunca tínhamos visto, nada fugidios, num ou outro caso, aparentemente sorridentes.

O seu sorriso levou, aliás, a que os quokkas (setonyx brachyurus) sejam apelidados “o animal mais feliz à face da Terra”.

Isso não impede que a enfermaria da ilha receba, amiúde, visitas de forasteiros que abusaram nas suas abordagens,  feridos por mordidas dos seus dentes aguçados.

Os quokkas são marsupiais.

Os Quokkas, os Marsupiais Felpudos e Intrigantes da Rottnest Island

Tal como os tubarões, integram a mitologia Dreamtime dos aborígenes que o descrevem como capaz de metamorfoses noutras criaturas.

Como guardiães sagrados dos lagos e das fontes de água dos nativos, de tal maneira que estes usam as suas peles em cerimónias da chuva.

Toda esta sacralidade e adulação destoa do desdém com que os primeiros europeus encontraram e descreveram o animal. O primeiro relato registado, fê-lo Willem de Vlamingh, o tal capitão holandês.

Confrontado com a abundância dos quokkas, de Vlamingh apelidou a ilha de Eyland’t Rottenest, “ilha ninho dos Ratos.”

Como é conhecido, os britânicos suplantaram os holandeses na colonização da Austrália, muito graças à política de para lá desterrarem milhares dos condenados que enchiam as suas prisões.

Em 1831, na sequência da colónia britânica do rio Swan, pelo menos uma família numerosa recebeu terras em Rottnest.

Para lá se mudou, onde prosperou da criação de gado e da venda do sal que ainda abunda nos lagos do leste da ilha.

À época, os britânicos mantinham uma relação belicosa com os aborígenes que, procuravam, por todos os meios, expulsar e até dizimar, de forma a se apoderarem das suas terras.

Pois, apenas sete anos após a chegada dessa família britânica, até 1931, as autoridades da colónia do Swan usaram a ilha como prisão de aborígenes, lá escravizados para, entre outros, trabalhos de pedreira, agrícolas e recolha de sal.

Nesse período, foram tratados de forma cruel e desumana, e enterrados a condizer no actual Wadjemup Aboriginal Burial Ground, próximo da prisão em que eram mantidos.

Outra das ironias reside no facto de os edifícios do reformatório para rapazes indígenas, funcional entre 1881 e 1901, ser agora usado como um dos mais populares alojamentos de férias da ilha.

A  Rottnest Island subsiste tão sagrada para os aborígenes como popular entre os colonos australianos.

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Totems, aldeia de Botko, Malekula,Vanuatu
Aventura
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Numa de muitas padarias de Margilan, desgastado pelo calor intenso do forno tandyr, o padeiro Maruf'Jon trabalha meio-cozido como os distintos pães tradicionais vendidos por todo o Usbequistão
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Festival dos Ksour: Castelos de Areia que Não Desmoronam

Os ksour foram construídos como fortificações pelos berberes do Norte de África. Resistiram às invasões árabes e a séculos de erosão. O Festival dos Ksour presta-lhes, todos os anos, uma devida homenagem.
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Desporto
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A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
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Étnico
Meghalaya, Índia

Pontes de Povos que Criam Raízes

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Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Portfólio Fotográfico Got2Globe

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Bangkas na ilha de Coron, Filipinas
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A Armada Japonesa Secreta mas Pouco

Na 2ª Guerra Mundial, uma frota nipónica falhou em ocultar-se ao largo de Busuanga e foi afundada pelos aviões norte-americanos. Hoje, os seus destroços subaquáticos atraem milhares de mergulhadores.
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Singapura

A Capital Asiática da Comida

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Inverno Branco
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Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
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Literatura
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O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
Pescadores em canoas, rio Volta, Gana
Natureza
Volta, Gana

Uma Volta pelo Volta

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Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
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Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Barco e timoneiro, Cayo Los Pájaros, Los Haitises, República Dominicana
Parques Naturais
Península de Samaná, PN Los Haitises, República Dominicana

Da Península de Samaná aos Haitises Dominicanos

No recanto nordeste da República Dominicana, onde a natureza caribenha ainda triunfa, enfrentamos um Atlântico bem mais vigoroso que o esperado nestas paragens. Lá cavalgamos em regime comunitário até à famosa cascata Limón, cruzamos a baía de Samaná e nos embrenhamos na “terra das montanhas” remota e exuberante que a encerra.
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Património Mundial UNESCO
Batad, Filipinas

Os Socalcos que Sustentam as Filipinas

Há mais de 2000 anos, inspirado pelo seu deus do arroz, o povo Ifugao esquartejou as encostas de Luzon. O cereal que os indígenas ali cultivam ainda nutre parte significativa do país.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Personagens
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Um Lobo Pouco Solitário

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La Digue, Seychelles, Anse d'Argent
Praias
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Monumental Granito Tropical

Praias escondidas por selva luxuriante, feitas de areia coralífera banhada por um mar turquesa-esmeralda são tudo menos raras no oceano Índico. La Digue recriou-se. Em redor do seu litoral, brotam rochedos massivos que a erosão esculpiu como uma homenagem excêntrica e sólida do tempo à Natureza.
Celebração newar, Bhaktapur, Nepal
Religião
Bhaktapur, Nepal

As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
A Toy Train story
Sobre Carris
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Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
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Sociedade
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A Última Monarquia da Polinésia

Da Nova Zelândia à Ilha da Páscoa e ao Havai nenhuma outra monarquia resistiu à chegada dos descobridores europeus e da modernidade. Para Tonga, durante várias décadas, o desafio foi resistir à monarquia.
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Profissões Árduas

O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
Curieuse Island, Seychelles, tartarugas de Aldabra
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O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.