Santiago, Cabo Verde

Santiago de Baixo a Cima


Cumes de São Jorge dos Órgãos
O cimo serrado das montanhas visto do Mirador de Tancon de São Jorge dos Órgãos.
Assomada
O casario de cima e o de baixo, em Assomada.
Miúdas Bouganvilea
Amigas posam e brincam em frente a uma grande colónia de bouganvileas.
Assomada
Pico aguçado desponta de trás do casario de Assomada.
Dança do Campo
Camponês dança acima da grande sumauma Pé di Polón.
Ao Sopé do Pé di Polon
Casal à sobra do grande Pé di Polón.
Caldo de Cana em Ebulição
Um grupo de produtores acompanha a fervura do caldo de cana-de-açúcar.
De Volta do Alambique
Anciãos tratam da montagem de um alambique.
Melaço
Uma prova bem mexida de grogue com melaço.
Carga Pesada
Camponeses carregam sacas de grãos, junto à base do Pé di Polón.
Picos (Achada Igreja)
A crista verdejante em que alonga Picos (Achada Igreja)
Igreja São Salvador do Mundo
A Igreja São Salvador do Mundo na base do Monte Guililância.
Dª Teresa
Moradora de Leitãozinho nas imediações do trapiche local.
Cumes no Horizonte
Sucessivos picos acima de um casario disperso de Santiago.
Serra da Malagueta
Vale fluvial profundo visto do cimo da Serra da Malagueta.
Vulcão Fogo
O cone do vulcão Fogo muito acima da linha mais alta de Santiago.
Tarrafal à Vista
O casario do Tarrafal, no cimo noroeste da ilha de Santiago.
A Ilha e o vulcão Fogo
Ocaso alaranja o horizonte e reforça a silhueta da ilha e do vulcão Fogo.
Aterrados na capital cabo-verdiana de Praia, exploramos a sua pioneira antecessora. Da Cidade Velha, percorremos a crista montanhosa e deslumbrante de Santiago, até ao topo desafogado de Tarrafal.

Chegamos à rotunda que interrompe a Circular da Praia nas imediações do Estádio Nacional de Cabo Verde.

Duas rotundas impostas à vastidão ressequida e espinhosa distribuem o trânsito para Praia e outras direcções. Uma amostra de manada de vacas mantém-se sobre um separador central da via que conduz à Cidade Velha.

Estranha, inesperada, a visão distrai-nos. Faz-nos perder a saída correcta. Damos mais uma volta, acompanhada, com suspeição, pelo gado. Por fim, na sequência da segunda rotunda, acertamos com o Norte de Santiago.

Num ápice, a estrada estreita. Ajusta-se aos dois sentidos mais habituais em Cabo Verde. Uns quilómetros depois, já cruzado o Pedegral e o povoado de Ribeirão Chiqueiro, entra num modo de pré-desfiladeiro que nos prepara para o relevo imponente e recortado por diante.

Uma das vias sinuosas que passa por Caiada e por Água Gato leva-nos ao município de São Lourenço dos Órgãos e ao reduto montanhoso e dramático a que contávamos dedicar algum tempo.

O Domínio Montanhoso e Verdejante de São Jorge dos Órgãos

Ali, no sector mais frondoso e florido da Escola Superior de Ciências Agrárias da Universidade de Cabo Verde, encontramos o Jardim Botânico Nacional Grandvaux Barbosa.

Foi criado em 1986, baptizado em homenagem a Luís Augusto Granvaux (1914-1983), um botânico português hiperdedicado à flora do Ultramar, sobretudo à de Cabo Verde.

Na rédea solta em que andávamos, preferimos admirá-la no seu contexto e ecossistema natural. De acordo, prosseguimos para o âmago de São Jorge dos Órgãos.

Já em pleno na vila, o relevo confronta-nos com a igreja azul de São Jorge, enfiada entre elevações com cumes aguçados.

Sentimos a urgência de nos distanciarmos do casario, de encontrarmos um ponto de observação condigno. Metemo-nos assim, por um desvio estreito, de terra mal batida que ziguezagueava por uma das encostas acima.

Desconfiados quanto aos danos que o piso agravado poderia causar no carro, encontramos num grupo de camponesas, sentadas sobre sacas e medas de milho seco, o pretexto ideal para abortarmos o desvario.

Uma Comunidade Bem-Disposta de Camponesas Solidárias

“Nós juntámo-nos aqui em trabalho comunitário” explicam-nos, como se se tratasse de uma banalidade. “Nestas partes mais isoladas, os aldeãos sofrem para dar conta das colheitas só por eles. Assim, ajudamo-nos uns aos outros.”

Criados em boa parte no campo das Beiras, lembrávamo-nos de quando essa harmonia comunitária por lá prevalecia. Mas também estávamos conscientes de como o individualismo e facilitismo a tinham exterminado, sobretudo da década de 90 em diante.

Encantados com o subsistir dessa saudosa solidariedade, entregamo-nos a uma cavaqueira, no português familiar a todos e no crioulo badiu a que as senhoras recorriam, entre elas, sempre que uma nova observação ou piada se impunha.

Na sua companhia, contemplamos o cume bicudo a dobrar do Pico de Antónia (1394m) o ponto mais elevado da ilha, terceiro de Cabo Verde, cerne de um parque nacional homónimo.

Se bem que, neste caso, o homónimo tem que se lhe diga. Quando mais investigamos mais constatamos o quanto divergiu o nome do zénite de Santiago.

O Contexto Histórico e Semântico Instável do Tecto de Santiago

Fontes supostamente credíveis explicam que, desde cedo, o monte foi tratado por Piku D’Antoni por ter sido uma das primeiras elevações de Cabo Verde registadas pelo navegador genovês António da Noli, ao serviço do Infante Dom Henrique.

Ao longo do tempo, foi referido em documentos e até em letras do cancioneiro popular cabo-verdiano. Nuns, surge como de António. Noutros, no feminino.

Algures no decorrer da história de Santiago e do respectivo tratamento vernacular, o povo terá mudado o género do seu descobridor. Rodeados de mulheres santiaguenses, anuímos.

Gilda, uma delas, está atrasada, a mais de uma hora e meia a pé de São Jorge dos Órgãos, a vila a que nos convinha regressar. Damos-lhe boleia, descemos a montanha à conversa e entregamo-la à sua vida.

Logo, subimos a um tal de Miradouro de Tancon. Debruçados sobre o seu parapeito generoso, voltamos a admirar o Pico de António e os vizinhos, agora, de oeste para leste, frontais e, como tal, mais definidos e destacados.

Com o deslumbre renovado, retomamos o caminho. Chã de Vaca fica para trás. Alternamos entre os municípios de São Lourenço dos Órgãos e o contíguo de São Salvador do Mundo quando um monumento natural de Santiago reclama um desvio às profundezas de Leitãozinho.

Pé di Polón: em Busca da Maior Árvore de Santiago

Descemos a vertente imediata. Sobre a oposta, encontramos o colosso vegetal que buscávamos, o Pé de Polião, em crioulo, Pé di Polón, um embondeiro ou sumaúma (Ceiba pentandra) endémico celebrado como a árvore suprema de Cabo Verde e uma das mais antigas.

Nessa altura, já com alguma folhagem, a árvore-da-lã pendia sobre o talvegue. Sustinham-na raízes colossais que ondulavam vertente abaixo, sedentas dos lençóis freáticos que a curta época das chuvas de Santiago desdobrava.

Ermo à chegada, o lugar depressa nos revela a sua vida.

Dois jovens da zona percorrem um trilho no sopé da árvore, carregados com sacas a transbordar de um qualquer grão, como se não bastasse, um deles a puxar por um grande bode preso a uma corda.

Instantes depois, sucede-os um casal a caminho das suas terras, também eles a passearem um par de cabras negras ansiosas por pasto.

Centenas de fotografias depois, soltamo-nos para uma passeata que estimávamos curta pelo entorno cultivado. Demoramo-nos mais do que contávamos.

A Cana-de-Açúcar e a Produção de Grogue da Região

Uns metros acima, entre um coqueiro solitário e bananeiras rasas, cruzamo-nos com um camponês.

Quando nos vê, em vez de nos saudar de volta, exibe-nos uma dança extasiada, descomplexada e, assim nos vemos forçados a concluir, embriagada.

Elogiamo-lo e à sua plantação com a diplomacia que nos vem à mente. De regresso ao cimo da povoação, detectamos o motivo mais provável da sua animação.

Damos com moradores das redondezas reunidos junto ao trapiche local, em redor de um poço de caldo de cana-de-açúcar em que borbulha uma fervença amarela e vaporosa.

Um trabalhador de boina mexe o líquido com uma pá longa.

De tempos a tempos, retira uma amostra para um prato e examina a espessura e aspecto do composto.

Dona Teresa e Sr. Zé Maria, donos ou, pelo menos, encarregados do trapiche reconhecem o empenho fotográfico que colocamos na operação. Chamam-nos à parte.

Prendam-nos com uma meia casca de coco, cheia de melaço alcoolizado. Sabe-nos que nem ginjas. Bastante melhor que ginja, devemos assumi-lo.

Conscientes do perfil orográfico extremo do que nos faltava conduzir, rejeitamos uma terceira dose.

Em vez, acompanhamos a montagem do alambique, um processo que se prova demasiado complexo e arrastado para o tempo de que dispúnhamos.

Ilha de Santiago Acima: por Achada Igreja e Assomada

Despedimo-nos, agradecidos pela paciência e pelo acolhimento dos anfitriões. Desbloqueamos um monte de grandes pedras recém-mal-descarregadas.

Uma vez desimpedido o cimo da ladeira, retomamos o asfalto e o rumo do norte Santiaguense.

 

Passamos por Achada Igreja (Picos), povoação instalada sobre uma crista, coroada pela igreja de São Salvador do Mundo.

E, proeminente, por um enorme e excêntrico rochedo. A gente destas partes trata-o por Monte Gulilância.

Vê nele um homem montado a cavalo, com tal simbolismo para o município que chega a ser comparado com a estátua do Marquês de Pombal.

Segue-se Assomada, a cidade das cidades do interior de Santiago, peculiar a condizer, com o seu casario dividido por dois níveis, um principal e superior, no cimo de uma meseta de que parece despontar o cume serrado do Monte Brianda.

Um outro, simbiótico, alojado no fundo da mesa.

Assomada abriga o mercado mais bem abastecido e activo de Santiago, ao que não é alheio o facto de o concelho de Santa Catarina em redor ser ter tornado o celeiro indisputado da ilha.

Santiago, ilha, Cabo Verde, Assomada

O casario de cima e o de baixo, em Assomada.

Os Montes dos Vendavais da Serra da Malagueta

Continuamos por Boa Entrada e por Fundura. Não tarda, pela Serra da Malagueta acima, às tantas, expostos a uns ventos Alísios tão poderosos que receamos que nos virem o carro.

Desses mesmos montes dos vendavais santiaguenses, ainda a boa distância, admiramos as terras mais planas que acolheram Chão Bom, a cidade de Tarrafal.

E, entre ambas, o infame campo prisional da Morte Lenta mandado erguer, em 1936, pelo governo do Estado Novo português.

Eram paragens a que tínhamos decidido dedicar o seu próprio artigo. De acordo, viramos o olhar para poente.

Admiramos o consolidar da silhueta triangular do vulcão Fogo a ornar a ilha homónima e vizinha, sobranceiro e muito face às linhas mais altas de Santiago.

Cidade Velha, Cabo Verde

Cidade Velha: a anciã das Cidades Tropico-Coloniais

Foi a primeira povoação fundada por europeus abaixo do Trópico de Câncer. Em tempos determinante para expansão portuguesa para África e para a América do Sul e para o tráfico negreiro que a acompanhou, a Cidade Velha tornou-se uma herança pungente mas incontornável da génese cabo-verdiana.

São Nicolau, Cabo Verde

Fotografia dess Nha Terra São Nicolau

A voz da saudosa Cesária Verde cristalizou o sentimento dos cabo-verdianos que se viram forçados a deixar a sua ilha. Quem visita São Nicolau ou, vá lá que seja, admira imagens que a bem ilustrem, percebe porque os seus lhe chamam, para sempre e com orgulho, nha terra.
Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã "Francês" à Mercê do Fogo

Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    
Ilha do Sal, Cabo Verde

O Sal da Ilha do Sal

Na iminência do século XIX, Sal mantinha-se carente de água potável e praticamente inabitada. Até que a extracção e exportação do sal lá abundante incentivou uma progressiva povoação. Hoje, o sal e as salinas dão outro sabor à ilha mais visitada de Cabo Verde.
Ilha da Boa Vista, Cabo Verde

Ilha da Boa Vista: Vagas do Atlântico, Dunas do Sara

Boa Vista não é apenas a ilha cabo-verdiana mais próxima do litoral africano e do seu grande deserto. Após umas horas de descoberta, convence-nos de que é um retalho do Sara à deriva no Atlântico do Norte.
Santa Maria, Sal, Cabo Verde

Santa Maria e a Bênção Atlântica do Sal

Santa Maria foi fundada ainda na primeira metade do século XIX, como entreposto de exportação de sal. Hoje, muito graças à providência de Santa Maria, o Sal ilha vale muito que a matéria-prima.
Santo Antão, Cabo Verde

Pela Estrada da Corda Toda

Santo Antão é a mais ocidental das ilhas de Cabo Verde. Lá se situa um limiar Atlântico e rugoso de África, um domínio insular majestoso que começamos por desvendar de uma ponta à outra da sua deslumbrante Estrada da Corda.
Ilha do Fogo, Cabo Verde

À Volta do Fogo

Ditaram o tempo e as leis da geomorfologia que a ilha-vulcão do Fogo se arredondasse como nenhuma outra em Cabo Verde. À descoberta deste arquipélago exuberante da Macaronésia, circundamo-la contra os ponteiros do relógio. Deslumbramo-nos no mesmo sentido.
São Nicolau, Cabo Verde

São Nicolau: Romaria à Terra di Sodade

Partidas forçadas como as que inspiraram a famosa morna “Sodade” deixaram bem vincada a dor de ter que deixar as ilhas de Cabo Verde. À descoberta de Saninclau, entre o encanto e o deslumbre, perseguimos a génese da canção e da melancolia.
Chã das Caldeiras a Mosteiros, Ilha do Fogo, Cabo Verde

Chã das Caldeiras a Mosteiros: descida pelos Confins do Fogo

Com o cimo de Cabo Verde conquistado, dormimos e recuperamos em Chã das Caldeiras, em comunhão com algumas das vidas à mercê do vulcão. Na manhã seguinte, iniciamos o regresso à capital São Filipe, 11 km de caminho para Mosteiros abaixo.
Brava, Cabo Verde

A Ilha Brava de Cabo Verde

Aquando da colonização, os portugueses deparam-se com uma ilha húmida e viçosa, coisa rara, em Cabo Verde. Brava, a menor das ilhas habitadas e uma das menos visitadas do arquipélago preserva uma genuinidade própria da sua natureza atlântica e vulcânica algo esquiva.
Príncipe, São Tomé e Príncipe

Viagem ao Retiro Nobre da Ilha do Príncipe

A 150 km de solidão para norte da matriarca São Tomé, a ilha do Príncipe eleva-se do Atlântico profundo num cenário abrupto e vulcânico de montanha coberta de selva. Há muito encerrada na sua natureza tropical arrebatadora e num passado luso-colonial contido mas comovente, esta pequena ilha africana ainda abriga mais estórias para contar que visitantes para as escutar.
Santo Antão, Cabo Verde

Porto Novo a Ribeira Grande pelo Caminho do Mar

Desembarcados e instalados em Porto Novo de Santo Antão, depressa constatamos duas rotas para chegar à segunda maior povoação da ilha. Já rendidos ao sobe-e-desce monumental da Estrada da Corda, deslumbramo-nos com o dramatismo vulcânico e atlântico da alternativa costeira.
Ponta do Sol a Fontainhas, Santo Antão, Cabo Verde

Uma Viagem Vertiginosa a Partir da Ponta do Sol

Atingimos o limiar norte de Santo Antão e de Cabo Verde. Em nova tarde de luz radiosa, acompanhamos a azáfama atlântica dos pescadores e o dia-a-dia menos litoral da vila. Com o ocaso iminente, inauguramos uma demanda sombria e intimidante do povoado das Fontainhas.
Mindelo, São Vicente, Cabo Verde

O Milagre de São Vicente

São Vicente sempre foi árida e inóspita a condizer. A colonização desafiante da ilha submeteu os colonos a sucessivas agruras. Até que, por fim, a sua providencial baía de águas profundas viabilizou o Mindelo, a urbe mais cosmopolita e a capital cultural de Cabo Verde.
Nova Sintra, Brava, Cabo Verde

Uma Sintra Crioula, em Vez de Saloia

Quando os colonos portugueses descobriram a ilha de Brava, repararam no seu clima, muito mais húmido que a maior parte de Cabo Verde. Determinados em manterem ligações com a distante metrópole, chamaram a principal povoação de Nova Sintra.
Tarrafal, Santiago, Cabo Verde

O Tarrafal da Liberdade e da Vida Lenta

A vila de Tarrafal delimita um recanto privilegiado da ilha de Santiago, com as suas poucas praias de areia branca. Quem por lá se encanta tem ainda mais dificuldade em entender a atrocidade colonial do vizinho campo prisional.
Ribeira Grande, Santo AntãoCabo Verde

Santo Antão, Ribeira Grande Acima

Na origem, uma Povoação diminuta, a Ribeira Grande seguiu o curso da sua história. Passou a vila, mais tarde, a cidade. Tornou-se um entroncamento excêntrico e incontornável da  ilha de Santo Antão.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Jabula Beach, Kwazulu Natal, Africa do Sul
Safari
Santa Lucia, África do Sul

Uma África Tão Selvagem Quanto Zulu

Na eminência do litoral de Moçambique, a província de KwaZulu-Natal abriga uma inesperada África do Sul. Praias desertas repletas de dunas, vastos pântanos estuarinos e colinas cobertas de nevoeiro preenchem esta terra selvagem também banhada pelo oceano Índico. Partilham-na os súbditos da sempre orgulhosa nação zulu e uma das faunas mais prolíficas e diversificadas do continente africano.
Fiel em frente à gompa A gompa Kag Chode Thupten Samphel Ling.
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 15º - Kagbeni, Nepal

Às Portas do ex-Reino do Alto Mustang

Antes do século XII, Kagbeni já era uma encruzilhada de rotas comerciais na confluência de dois rios e duas cordilheiras em que os reis medievais cobravam impostos. Hoje, integra o famoso Circuito dos Annapurnas. Quando lá chegam, os caminhantes sabem que, mais acima, se esconde um domínio que, até 1992, proibia a entrada de forasteiros.
Arquitectura & Design
Cemitérios

A Última Morada

Dos sepulcros grandiosos de Novodevichy, em Moscovo, às ossadas maias encaixotadas de Pomuch, na província mexicana de Campeche, cada povo ostenta a sua forma de vida. Até na morte.
Pleno Dog Mushing
Aventura
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.
Gelados, Festival moriones, Marinduque, Filipinas
Cerimónias e Festividades
Marinduque, Filipinas

Quando os Romanos Invadem as Filipinas

Nem o Império do Oriente chegou tão longe. Na Semana Santa, milhares de centuriões apoderam-se de Marinduque. Ali, se reencenam os últimos dias de Longinus, um legionário convertido ao Cristianismo.
mao tse tung, coracao dragao, praca tianamen, Pequim, China
Cidades
Pequim, China

O Coração do Grande Dragão

É o centro histórico incoerente da ideologia maoista-comunista e quase todos os chineses aspiram a visitá-la mas a Praça Tianamen será sempre recordada como um epitáfio macabro das aspirações da nação
Comida
Comida do Mundo

Gastronomia Sem Fronteiras nem Preconceitos

Cada povo, suas receitas e iguarias. Em certos casos, as mesmas que deliciam nações inteiras repugnam muitas outras. Para quem viaja pelo mundo, o ingrediente mais importante é uma mente bem aberta.
Tombola, bingo de rua-Campeche, Mexico
Cultura
Campeche, México

Um Bingo tão lúdico que se joga com bonecos

Nas noites de sextas um grupo de senhoras ocupam mesas do Parque Independencia e apostam ninharias. Os prémios ínfimos saem-lhes em combinações de gatos, corações, cometas, maracas e outros ícones.
Desporto
Competições

Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
Devils Marbles, Alice Springs a Darwin, Stuart hwy, Caminho do Top End
Em Viagem
Alice Springs a Darwin, Austrália

Estrada Stuart, a Caminho do Top End da Austrália

Do Red Centre ao Top End tropical, a estrada Stuart Highway percorre mais de 1.500km solitários através da Austrália. Nesse trajecto, o Território do Norte muda radicalmente de visual mas mantém-se fiel à sua alma rude.
António do Remanso, Comunidade Quilombola Marimbus, Lençóis, Chapada Diamantina
Étnico
Lençois da Bahia, Brasil

A Liberdade Pantanosa do Quilombo do Remanso

Escravos foragidos subsistiram séculos em redor de um pantanal da Chapada Diamantina. Hoje, o quilombo do Remanso é um símbolo da sua união e resistência mas também da exclusão a que foram votados.
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Portfólio Fotográfico Got2Globe
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O Terreno e o Celestial

História
Sósias, actores e figurantes

Estrelas do Faz de Conta

Protagonizam eventos ou são empresários de rua. Encarnam personagens incontornáveis, representam classes sociais ou épocas. Mesmo a milhas de Hollywood, sem eles, o Mundo seria mais aborrecido.
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Ilhas
Gran Canária, Canárias

Gran (diosas) Canária (s)

É apenas a terceira maior ilha do arquipélago. Impressionou tanto os navegadores e colonos europeus que estes se habituaram a tratá-la como a suprema.
Igreja Sta Trindade, Kazbegi, Geórgia, Cáucaso
Inverno Branco
Kazbegi, Geórgia

Deus nas Alturas do Cáucaso

No século XIV, religiosos ortodoxos inspiraram-se numa ermida que um monge havia erguido a 4000 m de altitude e empoleiraram uma igreja entre o cume do Monte Kazbek (5047m) e a povoação no sopé. Cada vez mais visitantes acorrem a estas paragens místicas na iminência da Rússia. Como eles, para lá chegarmos, submetemo-nos aos caprichos da temerária Estrada Militar da Geórgia.
Enseada, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos
Literatura
Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios

Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
Homer, Alasca, baía Kachemak
Natureza
Anchorage a Homer, E.U.A.

Viagem ao Fim da Estrada Alasquense

Se Anchorage se tornou a grande cidade do 49º estado dos E.U.A., Homer, a 350km, é a sua mais famosa estrada sem saída. Os veteranos destas paragens consideram esta estranha língua de terra solo sagrado. Também veneram o facto de, dali, não poderem continuar para lado nenhum.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
A Gran Sabana
Parques Naturais

Gran Sabana, Venezuela

Um Verdadeiro Parque Jurássico

Apenas a solitária estrada EN-10 se aventura pelo extremo sul selvagem da Venezuela. A partir dela, desvendamos cenários de outro mundo, como o da savana repleta de dinossauros da saga de Spielberg.

Goiás Velho, Legado da Febre do ouro, Brasil
Património Mundial UNESCO
Goiás Velho, Brasil

Um Legado da Febre do Ouro

Dois séculos após o apogeu da prospecção, perdida no tempo e na vastidão do Planalto Central, Goiás estima a sua admirável arquitectura colonial, a riqueza supreendente que ali continua por descobrir.
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Personagens
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Machangulo, Moçambique, ocaso
Praias
Machangulo, Moçambique

A Península Dourada de Machangulo

A determinada altura, um braço de mar divide a longa faixa arenosa e repleta de dunas hiperbólicas que delimita a Baía de Maputo. Machangulo, assim se denomina a secção inferior, abriga um dos litorais mais grandiosos de Moçambique.
Ilha Maurícia, viagem Índico, queda de água de Chamarel
Religião
Maurícias

Uma Míni Índia nos Fundos do Índico

No século XIX, franceses e britânicos disputaram um arquipélago a leste de Madagáscar antes descoberto pelos portugueses. Os britânicos triunfaram, re-colonizaram as ilhas com cortadores de cana-de-açúcar do subcontinente e ambos admitiram a língua, lei e modos francófonos precedentes. Desta mixagem, surgiu a exótica Maurícia.
white pass yukon train, Skagway, Rota do ouro, Alasca, EUA
Sobre Carris
Skagway, Alasca

Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
Mulheres com cabelos longos de Huang Luo, Guangxi, China
Sociedade
Longsheng, China

Huang Luo: a Aldeia Chinesa dos Cabelos mais Longos

Numa região multiétnica coberta de arrozais socalcados, as mulheres de Huang Luo renderam-se a uma mesma obsessão capilar. Deixam crescer os cabelos mais longos do mundo, anos a fio, até um comprimento médio de 170 a 200 cm. Por estranho que pareça, para os manterem belos e lustrosos, usam apenas água e arrôz.
Vendedores de fruta, Enxame, Moçambique
Vida Quotidiana
Enxame, Moçambique

Área de Serviço à Moda Moçambicana

Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Vida Selvagem
Valdez, Alasca

Na Rota do Ouro Negro

Em 1989, o petroleiro Exxon Valdez provocou um enorme desastre ambientai. A embarcação deixou de sulcar os mares mas a cidade vitimada que lhe deu o nome continua no rumo do crude do oceano Árctico.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.