Santiago, Cabo Verde

Santiago de Baixo a Cima


Cumes de São Jorge dos Órgãos
O cimo serrado das montanhas visto do Mirador de Tancon de São Jorge dos Órgãos.
Assomada
O casario de cima e o de baixo, em Assomada.
Miúdas Bouganvilea
Amigas posam e brincam em frente a uma grande colónia de bouganvileas.
Assomada
Pico aguçado desponta de trás do casario de Assomada.
Dança do Campo
Camponês dança acima da grande sumauma Pé di Polón.
Ao Sopé do Pé di Polon
Casal à sobra do grande Pé di Polón.
Caldo de Cana em Ebulição
Um grupo de produtores acompanha a fervura do caldo de cana-de-açúcar.
De Volta do Alambique
Anciãos tratam da montagem de um alambique.
Melaço
Uma prova bem mexida de grogue com melaço.
Carga Pesada
Camponeses carregam sacas de grãos, junto à base do Pé di Polón.
Picos (Achada Igreja)
A crista verdejante em que alonga Picos (Achada Igreja)
Igreja São Salvador do Mundo
A Igreja São Salvador do Mundo na base do Monte Guililância.
Dª Teresa
Moradora de Leitãozinho nas imediações do trapiche local.
Cumes no Horizonte
Sucessivos picos acima de um casario disperso de Santiago.
Serra da Malagueta
Vale fluvial profundo visto do cimo da Serra da Malagueta.
Vulcão Fogo
O cone do vulcão Fogo muito acima da linha mais alta de Santiago.
Tarrafal à Vista
O casario do Tarrafal, no cimo noroeste da ilha de Santiago.
A Ilha e o vulcão Fogo
Ocaso alaranja o horizonte e reforça a silhueta da ilha e do vulcão Fogo.
Aterrados na capital cabo-verdiana de Praia, exploramos a sua pioneira antecessora. Da Cidade Velha, percorremos a crista montanhosa e deslumbrante de Santiago, até ao topo desafogado de Tarrafal.

Chegamos à rotunda que interrompe a Circular da Praia nas imediações do Estádio Nacional de Cabo Verde.

Duas rotundas impostas à vastidão ressequida e espinhosa distribuem o trânsito para Praia e outras direcções. Uma amostra de manada de vacas mantém-se sobre um separador central da via que conduz à Cidade Velha.

Estranha, inesperada, a visão distrai-nos. Faz-nos perder a saída correcta. Damos mais uma volta, acompanhada, com suspeição, pelo gado. Por fim, na sequência da segunda rotunda, acertamos com o Norte de Santiago.

Num ápice, a estrada estreita. Ajusta-se aos dois sentidos mais habituais em Cabo Verde. Uns quilómetros depois, já cruzado o Pedegral e o povoado de Ribeirão Chiqueiro, entra num modo de pré-desfiladeiro que nos prepara para o relevo imponente e recortado por diante.

Uma das vias sinuosas que passa por Caiada e por Água Gato leva-nos ao município de São Lourenço dos Órgãos e ao reduto montanhoso e dramático a que contávamos dedicar algum tempo.

O Domínio Montanhoso e Verdejante de São Jorge dos Órgãos

Ali, no sector mais frondoso e florido da Escola Superior de Ciências Agrárias da Universidade de Cabo Verde, encontramos o Jardim Botânico Nacional Grandvaux Barbosa.

Foi criado em 1986, baptizado em homenagem a Luís Augusto Granvaux (1914-1983), um botânico português hiperdedicado à flora do Ultramar, sobretudo à de Cabo Verde.

Na rédea solta em que andávamos, preferimos admirá-la no seu contexto e ecossistema natural. De acordo, prosseguimos para o âmago de São Jorge dos Órgãos.

Já em pleno na vila, o relevo confronta-nos com a igreja azul de São Jorge, enfiada entre elevações com cumes aguçados.

Sentimos a urgência de nos distanciarmos do casario, de encontrarmos um ponto de observação condigno. Metemo-nos assim, por um desvio estreito, de terra mal batida que ziguezagueava por uma das encostas acima.

Desconfiados quanto aos danos que o piso agravado poderia causar no carro, encontramos num grupo de camponesas, sentadas sobre sacas e medas de milho seco, o pretexto ideal para abortarmos o desvario.

Uma Comunidade Bem-Disposta de Camponesas Solidárias

“Nós juntámo-nos aqui em trabalho comunitário” explicam-nos, como se se tratasse de uma banalidade. “Nestas partes mais isoladas, os aldeãos sofrem para dar conta das colheitas só por eles. Assim, ajudamo-nos uns aos outros.”

Criados em boa parte no campo das Beiras, lembrávamo-nos de quando essa harmonia comunitária por lá prevalecia. Mas também estávamos conscientes de como o individualismo e facilitismo a tinham exterminado, sobretudo da década de 90 em diante.

Encantados com o subsistir dessa saudosa solidariedade, entregamo-nos a uma cavaqueira, no português familiar a todos e no crioulo badiu a que as senhoras recorriam, entre elas, sempre que uma nova observação ou piada se impunha.

Na sua companhia, contemplamos o cume bicudo a dobrar do Pico de Antónia (1394m) o ponto mais elevado da ilha, terceiro de Cabo Verde, cerne de um parque nacional homónimo.

Se bem que, neste caso, o homónimo tem que se lhe diga. Quando mais investigamos mais constatamos o quanto divergiu o nome do zénite de Santiago.

O Contexto Histórico e Semântico Instável do Tecto de Santiago

Fontes supostamente credíveis explicam que, desde cedo, o monte foi tratado por Piku D’Antoni por ter sido uma das primeiras elevações de Cabo Verde registadas pelo navegador genovês António da Noli, ao serviço do Infante Dom Henrique.

Ao longo do tempo, foi referido em documentos e até em letras do cancioneiro popular cabo-verdiano. Nuns, surge como de António. Noutros, no feminino.

Algures no decorrer da história de Santiago e do respectivo tratamento vernacular, o povo terá mudado o género do seu descobridor. Rodeados de mulheres santiaguenses, anuímos.

Gilda, uma delas, está atrasada, a mais de uma hora e meia a pé de São Jorge dos Órgãos, a vila a que nos convinha regressar. Damos-lhe boleia, descemos a montanha à conversa e entregamo-la à sua vida.

Logo, subimos a um tal de Miradouro de Tancon. Debruçados sobre o seu parapeito generoso, voltamos a admirar o Pico de António e os vizinhos, agora, de oeste para leste, frontais e, como tal, mais definidos e destacados.

Com o deslumbre renovado, retomamos o caminho. Chã de Vaca fica para trás. Alternamos entre os municípios de São Lourenço dos Órgãos e o contíguo de São Salvador do Mundo quando um monumento natural de Santiago reclama um desvio às profundezas de Leitãozinho.

Pé di Polón: em Busca da Maior Árvore de Santiago

Descemos a vertente imediata. Sobre a oposta, encontramos o colosso vegetal que buscávamos, o Pé de Polião, em crioulo, Pé di Polón, um embondeiro ou sumaúma (Ceiba pentandra) endémico celebrado como a árvore suprema de Cabo Verde e uma das mais antigas.

Nessa altura, já com alguma folhagem, a árvore-da-lã pendia sobre o talvegue. Sustinham-na raízes colossais que ondulavam vertente abaixo, sedentas dos lençóis freáticos que a curta época das chuvas de Santiago desdobrava.

Ermo à chegada, o lugar depressa nos revela a sua vida.

Dois jovens da zona percorrem um trilho no sopé da árvore, carregados com sacas a transbordar de um qualquer grão, como se não bastasse, um deles a puxar por um grande bode preso a uma corda.

Instantes depois, sucede-os um casal a caminho das suas terras, também eles a passearem um par de cabras negras ansiosas por pasto.

Centenas de fotografias depois, soltamo-nos para uma passeata que estimávamos curta pelo entorno cultivado. Demoramo-nos mais do que contávamos.

A Cana-de-Açúcar e a Produção de Grogue da Região

Uns metros acima, entre um coqueiro solitário e bananeiras rasas, cruzamo-nos com um camponês.

Quando nos vê, em vez de nos saudar de volta, exibe-nos uma dança extasiada, descomplexada e, assim nos vemos forçados a concluir, embriagada.

Elogiamo-lo e à sua plantação com a diplomacia que nos vem à mente. De regresso ao cimo da povoação, detectamos o motivo mais provável da sua animação.

Damos com moradores das redondezas reunidos junto ao trapiche local, em redor de um poço de caldo de cana-de-açúcar em que borbulha uma fervença amarela e vaporosa.

Um trabalhador de boina mexe o líquido com uma pá longa.

De tempos a tempos, retira uma amostra para um prato e examina a espessura e aspecto do composto.

Dona Teresa e Sr. Zé Maria, donos ou, pelo menos, encarregados do trapiche reconhecem o empenho fotográfico que colocamos na operação. Chamam-nos à parte.

Prendam-nos com uma meia casca de coco, cheia de melaço alcoolizado. Sabe-nos que nem ginjas. Bastante melhor que ginja, devemos assumi-lo.

Conscientes do perfil orográfico extremo do que nos faltava conduzir, rejeitamos uma terceira dose.

Em vez, acompanhamos a montagem do alambique, um processo que se prova demasiado complexo e arrastado para o tempo de que dispúnhamos.

Ilha de Santiago Acima: por Achada Igreja e Assomada

Despedimo-nos, agradecidos pela paciência e pelo acolhimento dos anfitriões. Desbloqueamos um monte de grandes pedras recém-mal-descarregadas.

Uma vez desimpedido o cimo da ladeira, retomamos o asfalto e o rumo do norte Santiaguense.

 

Passamos por Achada Igreja (Picos), povoação instalada sobre uma crista, coroada pela igreja de São Salvador do Mundo.

E, proeminente, por um enorme e excêntrico rochedo. A gente destas partes trata-o por Monte Gulilância.

Vê nele um homem montado a cavalo, com tal simbolismo para o município que chega a ser comparado com a estátua do Marquês de Pombal.

Segue-se Assomada, a cidade das cidades do interior de Santiago, peculiar a condizer, com o seu casario dividido por dois níveis, um principal e superior, no cimo de uma meseta de que parece despontar o cume serrado do Monte Brianda.

Um outro, simbiótico, alojado no fundo da mesa.

Assomada abriga o mercado mais bem abastecido e activo de Santiago, ao que não é alheio o facto de o concelho de Santa Catarina em redor ser ter tornado o celeiro indisputado da ilha.

Santiago, ilha, Cabo Verde, Assomada

O casario de cima e o de baixo, em Assomada.

Os Montes dos Vendavais da Serra da Malagueta

Continuamos por Boa Entrada e por Fundura. Não tarda, pela Serra da Malagueta acima, às tantas, expostos a uns ventos Alísios tão poderosos que receamos que nos virem o carro.

Desses mesmos montes dos vendavais santiaguenses, ainda a boa distância, admiramos as terras mais planas que acolheram Chão Bom, a cidade de Tarrafal.

E, entre ambas, o infame campo prisional da Morte Lenta mandado erguer, em 1936, pelo governo do Estado Novo português.

Eram paragens a que tínhamos decidido dedicar o seu próprio artigo. De acordo, viramos o olhar para poente.

Admiramos o consolidar da silhueta triangular do vulcão Fogo a ornar a ilha homónima e vizinha, sobranceiro e muito face às linhas mais altas de Santiago.

Cidade Velha, Cabo Verde

Cidade Velha: a anciã das Cidades Tropico-Coloniais

Foi a primeira povoação fundada por europeus abaixo do Trópico de Câncer. Em tempos determinante para expansão portuguesa para África e para a América do Sul e para o tráfico negreiro que a acompanhou, a Cidade Velha tornou-se uma herança pungente mas incontornável da génese cabo-verdiana.

São Nicolau, Cabo Verde

Fotografia dess Nha Terra São Nicolau

A voz da saudosa Cesária Verde cristalizou o sentimento dos cabo-verdianos que se viram forçados a deixar a sua ilha. Quem visita São Nicolau ou, vá lá que seja, admira imagens que a bem ilustrem, percebe porque os seus lhe chamam, para sempre e com orgulho, nha terra.
Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã "Francês" à Mercê do Fogo

Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    
Ilha do Sal, Cabo Verde

O Sal da Ilha do Sal

Na iminência do século XIX, Sal mantinha-se carente de água potável e praticamente inabitada. Até que a extracção e exportação do sal lá abundante incentivou uma progressiva povoação. Hoje, o sal e as salinas dão outro sabor à ilha mais visitada de Cabo Verde.
Ilha da Boa Vista, Cabo Verde

Ilha da Boa Vista: Vagas do Atlântico, Dunas do Sara

Boa Vista não é apenas a ilha cabo-verdiana mais próxima do litoral africano e do seu grande deserto. Após umas horas de descoberta, convence-nos de que é um retalho do Sara à deriva no Atlântico do Norte.
Santa Maria, Sal, Cabo Verde

Santa Maria e a Bênção Atlântica do Sal

Santa Maria foi fundada ainda na primeira metade do século XIX, como entreposto de exportação de sal. Hoje, muito graças à providência de Santa Maria, o Sal ilha vale muito que a matéria-prima.
Santo Antão, Cabo Verde

Pela Estrada da Corda Toda

Santo Antão é a mais ocidental das ilhas de Cabo Verde. Lá se situa um limiar Atlântico e rugoso de África, um domínio insular majestoso que começamos por desvendar de uma ponta à outra da sua deslumbrante Estrada da Corda.
Ilha do Fogo, Cabo Verde

À Volta do Fogo

Ditaram o tempo e as leis da geomorfologia que a ilha-vulcão do Fogo se arredondasse como nenhuma outra em Cabo Verde. À descoberta deste arquipélago exuberante da Macaronésia, circundamo-la contra os ponteiros do relógio. Deslumbramo-nos no mesmo sentido.
São Nicolau, Cabo Verde

São Nicolau: Romaria à Terra di Sodade

Partidas forçadas como as que inspiraram a famosa morna “Sodade” deixaram bem vincada a dor de ter que deixar as ilhas de Cabo Verde. À descoberta de Saninclau, entre o encanto e o deslumbre, perseguimos a génese da canção e da melancolia.
Chã das Caldeiras a Mosteiros, Ilha do Fogo, Cabo Verde

Chã das Caldeiras a Mosteiros: descida pelos Confins do Fogo

Com o cimo de Cabo Verde conquistado, dormimos e recuperamos em Chã das Caldeiras, em comunhão com algumas das vidas à mercê do vulcão. Na manhã seguinte, iniciamos o regresso à capital São Filipe, 11 km de caminho para Mosteiros abaixo.
Brava, Cabo Verde

A Ilha Brava de Cabo Verde

Aquando da colonização, os portugueses deparam-se com uma ilha húmida e viçosa, coisa rara, em Cabo Verde. Brava, a menor das ilhas habitadas e uma das menos visitadas do arquipélago preserva uma genuinidade própria da sua natureza atlântica e vulcânica algo esquiva.
Príncipe, São Tomé e Príncipe

Viagem ao Retiro Nobre da Ilha do Príncipe

A 150 km de solidão para norte da matriarca São Tomé, a ilha do Príncipe eleva-se do Atlântico profundo num cenário abrupto e vulcânico de montanha coberta de selva. Há muito encerrada na sua natureza tropical arrebatadora e num passado luso-colonial contido mas comovente, esta pequena ilha africana ainda abriga mais estórias para contar que visitantes para as escutar.
Santo Antão, Cabo Verde

Porto Novo a Ribeira Grande pelo Caminho do Mar

Desembarcados e instalados em Porto Novo de Santo Antão, depressa constatamos duas rotas para chegar à segunda maior povoação da ilha. Já rendidos ao sobe-e-desce monumental da Estrada da Corda, deslumbramo-nos com o dramatismo vulcânico e atlântico da alternativa costeira.
Ponta do Sol a Fontainhas, Santo Antão, Cabo Verde

Uma Viagem Vertiginosa a Partir da Ponta do Sol

Atingimos o limiar norte de Santo Antão e de Cabo Verde. Em nova tarde de luz radiosa, acompanhamos a azáfama atlântica dos pescadores e o dia-a-dia menos litoral da vila. Com o ocaso iminente, inauguramos uma demanda sombria e intimidante do povoado das Fontainhas.
Mindelo, São Vicente, Cabo Verde

O Milagre de São Vicente

São Vicente sempre foi árida e inóspita a condizer. A colonização desafiante da ilha submeteu os colonos a sucessivas agruras. Até que, por fim, a sua providencial baía de águas profundas viabilizou o Mindelo, a urbe mais cosmopolita e a capital cultural de Cabo Verde.
Nova Sintra, Brava, Cabo Verde

Uma Sintra Crioula, em Vez de Saloia

Quando os colonos portugueses descobriram a ilha de Brava, repararam no seu clima, muito mais húmido que a maior parte de Cabo Verde. Determinados em manterem ligações com a distante metrópole, chamaram a principal povoação de Nova Sintra.
Tarrafal, Santiago, Cabo Verde

O Tarrafal da Liberdade e da Vida Lenta

A vila de Tarrafal delimita um recanto privilegiado da ilha de Santiago, com as suas poucas praias de areia branca. Quem por lá se encanta tem ainda mais dificuldade em entender a atrocidade colonial do vizinho campo prisional.
Ribeira Grande, Santo AntãoCabo Verde

Santo Antão, Ribeira Grande Acima

Na origem, uma Povoação diminuta, a Ribeira Grande seguiu o curso da sua história. Passou a vila, mais tarde, a cidade. Tornou-se um entroncamento excêntrico e incontornável da  ilha de Santo Antão.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Leão, elefantes, PN Hwange, Zimbabwe
Safari
PN Hwange, Zimbabwé

O Legado do Saudoso Leão Cecil

No dia 1 de Julho de 2015, Walter Palmer, um dentista e caçador de trofeus do Minnesota matou Cecil, o leão mais famoso do Zimbabué. O abate gerou uma onda viral de indignação. Como constatamos no PN Hwange, quase dois anos volvidos, os descendentes de Cecil prosperam.
Fiel em frente à gompa A gompa Kag Chode Thupten Samphel Ling.
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 15º - Kagbeni, Nepal

Às Portas do ex-Reino do Alto Mustang

Antes do século XII, Kagbeni já era uma encruzilhada de rotas comerciais na confluência de dois rios e duas cordilheiras em que os reis medievais cobravam impostos. Hoje, integra o famoso Circuito dos Annapurnas. Quando lá chegam, os caminhantes sabem que, mais acima, se esconde um domínio que, até 1992, proibia a entrada de forasteiros.
Visitantes nas ruínas de Talisay, ilha de Negros, Filipinas
Arquitectura & Design
Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
Salto Angel, Rio que cai do ceu, Angel Falls, PN Canaima, Venezuela
Aventura
PN Canaima, Venezuela

Kerepakupai, Salto Angel: O Rio Que Cai do Céu

Em 1937, Jimmy Angel aterrou uma avioneta sobre uma meseta perdida na selva venezuelana. O aventureiro americano não encontrou ouro mas conquistou o baptismo da queda d'água mais longa à face da Terra
Cerimónias e Festividades
Pentecostes, Vanuatu

Naghol: O Bungee Jumping sem Modernices

Em Pentecostes, no fim da adolescência, os jovens lançam-se de uma torre apenas com lianas atadas aos tornozelos. Cordas elásticas e arneses são pieguices impróprias de uma iniciação à idade adulta.
Catedral São Paulo, Vigan, Asia Hispanica, Filipinas
Cidades
Vigan, Filipinas

Vigan, a Mais Hispânica das Ásias

Os colonos espanhóis partiram mas as suas mansões estão intactas e as kalesas circulam. Quando Oliver Stone buscava cenários mexicanos para "Nascido a 4 de Julho" encontrou-os nesta ciudad fernandina
Máquinas Bebidas, Japão
Comida
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
Desfile de nativos-mericanos, Pow Pow, Albuquerque, Novo México, Estados Unidos
Cultura
Albuquerque, E.U.A.

Soam os Tambores, Resistem os Índios

Com mais de 500 tribos presentes, o pow wow "Gathering of the Nations" celebra o que de sagrado subsiste das culturas nativo-americanas. Mas também revela os danos infligidos pela civilização colonizadora.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Chiang Khong a Luang prabang, Laos, Pelo Mekong Abaixo
Em Viagem
Chiang Khong - Luang Prabang, Laos

Barco Lento, Rio Mekong Abaixo

A beleza do Laos e o custo mais baixo são boa razões para navegar entre Chiang Khong e Luang Prabang. Mas esta longa descida do rio Mekong pode ser tão desgastante quanto pitoresca.
Camponesa, Majuli, Assam, India
Étnico
Majuli, Índia

Uma Ilha em Contagem Decrescente

Majuli é a maior ilha fluvial da Índia e seria ainda uma das maiores à face da Terra não fosse a erosão do rio Bramaputra que há séculos a faz diminuir. Se, como se teme, ficar submersa dentro de vinte anos, mais que uma ilha, desaparecerá um reduto cultural e paisagístico realmente místico do Subcontinente.
arco-íris no Grand Canyon, um exemplo de luz fotográfica prodigiosa
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 1)

E Fez-se Luz na Terra. Saiba usá-la.

O tema da luz na fotografia é inesgotável. Neste artigo, transmitimos-lhe algumas noções basilares sobre o seu comportamento, para começar, apenas e só face à geolocalização, a altura do dia e do ano.
Santo Domingo, Cidade Colonial, República Dominicana, Diego Colombo
História
Santo Domingo, República Dominicana

A Mais Longeva Anciã Colonial das Américas

Santo Domingo é a colónia há mais tempo habitada do Novo Mundo. Fundada, em 1498, por Bartolomeu Colombo, a capital da República Dominicana preserva intacto um verdadeiro tesouro de resiliência histórica.
Mirador de La Peña, El Hierro, Canárias, Espanha
Ilhas
El Hierro, Canárias

A Orla Vulcânica das Canárias e do Velho Mundo

Até Colombo ter chegado às Américas, El Hierro era vista como o limiar do mundo conhecido e, durante algum tempo, o Meridiano que o delimitava. Meio milénio depois, a derradeira ilha ocidental das Canárias fervilha de um vulcanismo exuberante.
Quebra-Gelo Sampo, Kemi, Finlândia
Inverno Branco
Kemi, Finlândia

Não é Nenhum “Barco do Amor”. Quebra Gelo desde 1961

Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Literatura
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Garranos galopam pelo planalto acima de Castro Laboreiro, PN Peneda-Gerês, Portugal
Natureza
Castro Laboreiro, Portugal  

Do Castro de Laboreiro à Raia da Serra Peneda – Gerês

Chegamos à (i) eminência da Galiza, a 1000m de altitude e até mais. Castro Laboreiro e as aldeias em redor impõem-se à monumentalidade granítica das serras e do Planalto da Peneda e de Laboreiro. Como o fazem as suas gentes resilientes que, entregues ora a Brandas ora a Inverneiras, ainda chamam casa a estas paragens deslumbrantes.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, Brasil, cachoeira Véu de Noiva
Parques Naturais
Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, Brasil

No Coração Ardente da América do Sul

Foi só em 1909 que o centro geodésico sul-americano foi apurado por Cândido Rondon, um marechal brasileiro. Hoje, fica na cidade de Cuiabá. Tem nas imediações, os cenários deslumbrantes mas demasiado combustíveis da Chapada dos Guimarães.
Moradores de Iloilo em frente a uma das suas várias igrejas
Património Mundial UNESCO
Iloilo, Filipinas

A Cidade Muy Leal y Noble das Filipinas

Em 1566, os espanhóis fundaram Iloilo no sul da ilha de Panay e, até à iminência do século XIX, foi capital das imensas Índias Espanholas Orientais. Mesmo se há quase cento e trinta anos filipina, Iloilo conserva-se uma das cidades mais hispânicas da Ásia.
Sósias dos irmãos Earp e amigo Doc Holliday em Tombstone, Estados Unidos da América
Personagens
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Santa Marta, Tayrona, Simón Bolivar, Ecohabs do Parque Nacional Tayrona
Praias
Santa Marta e PN Tayrona, Colômbia

O Paraíso de que Partiu Simón Bolívar

Às portas do PN Tayrona, Santa Marta é a cidade hispânica habitada em contínuo mais antiga da Colômbia.  Nela, Simón Bolívar, começou a tornar-se a única figura do continente quase tão reverenciada como Jesus Cristo e a Virgem Maria.
Braga ou Braka ou Brakra, no Nepal
Religião
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
De volta ao sol. Cable Cars de São Francisco, Vida Altos e baixos
Sobre Carris
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
Sociedade
Cemitérios

A Última Morada

Dos sepulcros grandiosos de Novodevichy, em Moscovo, às ossadas maias encaixotadas de Pomuch, na província mexicana de Campeche, cada povo ostenta a sua forma de vida. Até na morte.
Mulheres com cabelos longos de Huang Luo, Guangxi, China
Vida Quotidiana
Longsheng, China

Huang Luo: a Aldeia Chinesa dos Cabelos mais Longos

Numa região multiétnica coberta de arrozais socalcados, as mulheres de Huang Luo renderam-se a uma mesma obsessão capilar. Deixam crescer os cabelos mais longos do mundo, anos a fio, até um comprimento médio de 170 a 200 cm. Por estranho que pareça, para os manterem belos e lustrosos, usam apenas água e arrôz.
Hipopótamo exibe as presas, entre outros
Vida Selvagem
PN Mana Pools, Zimbabwé

O Zambeze no Cimo do Zimbabwé

Passada a época das chuvas, o minguar do grande rio na fronteira com a Zâmbia lega uma série de lagoas que hidratam a fauna durante a seca. O Parque Nacional Mana Pools denomina uma região fluviolacustre vasta, exuberante e disputada por incontáveis espécimes selvagens.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.