São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade


Encruzilhada Amarelada
Encruzilhada de alamedas cobertas de folhas, nos Summer Gardens
Outono Grego
Estátua nos Summer Gardens de São Petersburgo
Como nos velhos tempos
Charrete percorre os jardins dourados do Palácio de Catarina
A Catedral de Pedro e Paulo
A catedral de Pedro e Paulo, nas imediações do Palácio de Peterhof.
Timidez de Mármore
Outra estátua grega na alameda principal dos Summer Gardens de São Petersburgo.
Czar Pedro, o Grande
Estátua de Pedro o Grande, czar fundador de São Petersburgo.
Ritual Outonal
Visitantes do Palácio de Catarina apanham sol e convivem num edifício à beira do grande lago.
O Palácio de Catarina
Perspectiva lateral do Palácio de Catarina, arredores de São Petersburgo.
Reino das Grinaldas
Jovens russas criam e usam grinaldas outonais exuberantes.
Natureza Viva
Cão à beira do grande lago do Palácio de Catarina
Rainha do Outono
Miúda coroada com uma grinalda de folhas de Outono, no jardim do Palácio de Catarina.
Brincadeira Dourada
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Túnel de Outono
Casal percorre um túnel de vegetação do Palácio de Peterhof
palacio-peterhof-jardim-sao-petersburgo-outono-russia
Casal entretido com fotografia num jardim do Palácio de Peterhof.
Peterhof Monumental II
Palácio de Peterhof visto dos jardins da sua rectaguarda.
Alameda Outonal
Visitantes percorrem uma alameda Outonal dos Summer Gardens
Pavilhão Grotto do Palácio de Catarina
Outono em redor do grande lago do Palácio de Catarina.
Outono Pintado
Pintura também outonal numa estação de metro de São Petersburgo
De Volta a Casa
Moradora percorre um trilho num bairro de São Petersburgo.
Natureza Moribunda
Folhas outonais prestes a cair, em São Petersburgo
Encruzilhada Amarelada
Encruzilhada de alamedas cobertas de folhas, nos Summer Gardens
Outono Grego
Estátua nos Summer Gardens de São Petersburgo
Como nos velhos tempos
Charrete percorre os jardins dourados do Palácio de Catarina
A Catedral de Pedro e Paulo
A catedral de Pedro e Paulo, nas imediações do Palácio de Peterhof.
À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.

Era a segunda vez que nos aventurávamos pelos Jardins de Verão, mandados erguer, em 1704, pelo Czar Pedro o Grande.

Da primeira vez, em pleno Estio, predominava um verde clorofilino espectável.

Decorridos três meses e meio, a Natureza entrava em cena. Com o Outono a instalar-se por toda a Rússia, contradizia a nomenclatura escolhida pelo czar. Alourava as árvores que despontavam dos seus solos.

A luz reflectida pela folhagem resistente parecia desafiar a sua génese solar.

Visitantes percorrem uma alameda Outonal dos Summer Gardens

Visitantes percorrem uma alameda Outonal dos Summer Gardens

Numa tarde de sexta-feira, com o ocaso ainda distante, uma multidão comedida de Peterburgueses e forasteiros invade-o.

O Outono Súbito de São Petersburgo e dos Jardins de Verão

Os visitantes percorrem as suas avenidas forradas e coloridas pela queda, sob o olhar petrificado das cem estátuas de mármore alinhadas de ambos os lados da alameda principal, paralela ao braço de rio Fontanka do rio Neva.

Mulher fotografa folhagem acumulada num lago seco dos Summer Gardens

Mulher fotografa folhagem acumulada num lago seco dos Summer Gardens

Aqui e ali, detêm-se para fotos e selfies comemorativas da vida.

Onde as folhas mortas se acumulam, apanham-nas, jogam-nas para o ar, sobre as cabeças, as suas e as dos seus.

Vários visitantes insistem nas fotos e nas selfies. Instalam-se em recantos aconchegantes do jardim, à conversa.

Jovens russas criam e usam grinaldas outonais exuberantes.

Jovens russas criam e usam grinaldas outonais exuberantes.

Recolhem folhas que escolhem a rigor, entrelaçam grinaldas vegetais com que se coroam da beleza outonal de São Petersburgo.

Mesmo de mármore – já nem sequer as originais talhadas por escultores venezianos – umas poucas estátuas de figuras mitológicas contribuem para as emoções geradas jardins fora, com esgares de surpresa ou leves indignações.

Outra estátua grega na alameda principal dos Summer Gardens de São Petersburgo.

Outra estátua grega na alameda principal dos Summer Gardens de São Petersburgo.

A meio de uma das alamedas, duas crianças, uma delas adornada por grinaldas douradas, empoleiram-se na base de um pedestal, aos pés de uma estátua de bronze negro.

A figura parece contemplá-las no lugar certo.

Eterniza Ivan Krylov, o mais popular e conceituado criador de fábulas russo.

Nos primórdios da sua obra, um admirador e tradutor de La Fontaine que, com o tempo, se autonomizou e se especializou em escrever fábulas satíricas.

A Inspiração Francesa e Óbvia do Palácio de Versailles

De certa maneira, esta inspiração evolutiva é comparável à que esteve na génese dos Jardins de Verão de Pedro o Grande que nos encantavam.

Diz-se que foram desenhados pelo Czar, ele próprio, com o apoio dos paisagistas holandeses Nicolaas Bidloo e, até 1726, por Jan Roosen.

Jean-Baptiste Le Blond, um arquitecto francês recém-chegado a São Petersburgo, tratou de afrancesar o projecto.

E viu a tarefa simplificada pela influência que a arquitectura e paisagismo gauleses, em particular, de Paris, exerciam sobre os monarcas de outras paragens.

Czares incluídos.

Estátua de Pedro o Grande, czar fundador de São Petersburgo.

Estátua de Pedro o Grande, czar fundador de São Petersburgo.

Na viragem para o século XVIII, liderados por Pedro o Grande, os russos triunfaram na Grande Guerra do Norte. Conseguiram, assim, rebater a expansão do Império Sueco para leste.

Tomaram-lhes as terras entre o Golfo da Finlândia e o Lago Ladoga, sulcadas pelo rio Neva, em que, em 1703, o czar veio a fundar São Petersburgo.

Por alguma razão o czar recebeu o seu cognome. No que disse respeito a adornar e embelezar a nova capital, Pedro pouco ou nada esperou. Muito menos se poupou a gastos.

Estátua nos Summer Gardens de São Petersburgo

Estátua nos Summer Gardens de São Petersburgo

Luís XIV tinha terminado o Palácio de Versailles, incluindo os jardins colossais anexos, em 1662. Desse ano em diante, aos poucos, para lá mudou a sua corte, o governo francês e os inúmeros demais.

De tal maneira, que Versailles se tornou o cerne gaulês das perucas, dos cetins, da pompa supérflua. Mesmo assim, a capital funcional de França.

Estimulado pelos recentes triunfos bélicos, pela expansão do Império Russo e pelos proveitos financeiros que os triunfos sobre os rivais ditaram, Pedro o Grande, fez questão de suplantar Luís XIV e os edifícios franceses que, aliás, uns anos antes, tinha ficado a conhecer.

Além dos Jardins de Verão, o czar Pedro ergueu o Palácio de Verão contíguo, e o complexo de Palácios de Peterhof.

Palácio de Peterhof visto dos jardins da sua rectaguarda.

Palácio de Peterhof visto dos jardins da sua rectaguarda.

Este – que viria ser considerado o inequívoco Palácio de Versailles Russo – engloba três estruturas monumentais com nomes franceses: o Grand Palace, o Marly e, mesmo sobre a margem sul do rio Neva, o superlativo Hermitage.

Terminamos a sexta a apreciar um pôr-do-sol amarelado a dobrar, ainda nos Jardins de Verão.

Um Périplo pelos Palácios Grandiosos nos Arredores de São Petersburgo

Já a arrastarmo-nos, acompanhamos o evoluir do crepúsculo a partir de uma das pontes levadiças sobre o Neva. Ainda saímos a um tal de bar “Fidel”, um dos preferidos do nosso anfitrião, filho da cidade, Alexei Kravchenko.

Mesmo assim, conseguimos levantar-nos a horas dignas. A tempo de vermos que efeito estava a ter o Outono nos restantes palácios de São Petersburgo.

A via que tomamos para ocidente do Golfo da Finlândia é rápida.

Assim que dela saímos, já mais próximos do Palácio de Peterhof, com a ilha-cidade de Kronstadt a norte, detém-nos um trânsito que frustra Alexei. “Isto, num Sábado de manhã, é mesmo muito estranho.

Moradora percorre um trilho num bairro de São Petersburgo.

Moradora percorre um trilho num bairro de São Petersburgo.

Aqui no telefone não vejo nenhum acidente sinalizado. Sabem o que me parece? É que os fins-de-semana de Outono solarengos são tão raros, em São Petersburgo, que, com esta folhagem amarela exuberante… deve estar toda a gente a ir para o mesmo lugar que nós.”

Breve Passagem pelo Palácio de Peterhof

As árvores predominantes em Peterhof eram distintas dos carvalhos e aceres dos Summer Gardens.

As poucas que tinham tido ou ainda ostentavam folhas outonais, foram vítimas de uma poda de Eduardo Mãos de Tesoura radical que as reduzia a amostras triangulares ou quadradas.

Casal entretido com fotografia num jardim do Palácio de Peterhof.

Casal entretido com fotografia num jardim do Palácio de Peterhof.

Não obstante, um jovem casal, passeia-se entre elas, satisfeito com a privacidade romântica que damos por nós a quebrar.

Os jardins principais de Peterhof têm, em redor, mais sebes arbustivas que árvores. As árvores surgem, afastadas, com um visual já quase florestal. Como se não bastasse, um contraluz intenso escurecia a frente do palácio.

A Catedral de Pedro e Paulo e a Infâmia esperada dos Invasores Nazis

Concordamos, assim, em apontarmos ao Palácio de Catarina e aos seus jardins. Pelo caminho, detemo-nos a apreciar a catedral de Pedro e Paulo, quase piramidal, repleta de cúpulas.

De certa maneira, uma discípula da bem mais famosa do Salvador sobre o Sangue Derramado.

A catedral de Pedro e Paulo, nas imediações do Palácio de Peterhof.

A catedral de Pedro e Paulo, nas imediações do Palácio de Peterhof.

Encontramo-la envolta do seu próprio arvoredo outonal, reflectida num dos lagos amplos que a ladeiam.

Apenas trinta e seis anos após ter sido concluída, em plena “Operação Barbarrosa“, as forças Nazis que chegaram a estas paragens da Rússia ignoraram a sua beleza e santidade. Usaram-na como depósito de artilharia. E causaram danos substanciais só muito mais tarde reparados.

O trânsito volta a surgir no quarteirão de Pushkinsky por que progride a longa avenida Akademicheskiy Prospekt.

Confirmamos que o Palácio de Catarina, os seus jardins e lagos, eram, mais que Peterhof, o passeio de fim de semana outonal favorito dos Peterburguenses.

A Deslumbrante Versão Outonal do Palácio de Catarina

À imagem do que tínhamos constatado nos Jardins de Verão, lá colhiam folhas caídas e comparavam a exuberância das suas grinaldas.

Charrete percorre os jardins dourados do Palácio de Catarina

Charrete percorre os jardins dourados do Palácio de Catarina

Umas poucas charretes conduzem passageiros em deleite. Circulam em redor do Bolshoi Prud, o Grande Lago e, em particular, do Pavilhão Grotto na orla norte deste lago maior, oposto ao da Mesquita e Banho Turco.

Também por entre o arvoredo amarelo que condizia com as cúpulas áureas do palácio azul de Catarina, digno de fábulas de encantar, não necessariamente as de Krylov.

Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina

Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina

Ao Palácio rococó surreal de Catarina, mandado erguer pela imperatriz Elisabete (filha de Pedro o Grande) em nome da sua mãe, os Nazis fizeram ainda pior que à catedral de Pedro e Paulo.

Quando se viram forçados a retirar do demolidor cerco de Leninegrado, fizeram tudo para destruir o edifício.

Acabaram por deixar pouco mais que as paredes exteriores danificadas.

A reconstrução só teve início em 1957. Provou-se complexa e morosa. Por fim, recuperou outro dos caprichos sumptuosos e multimilionários dos Czares nos arredores de São Petersburgo.

Perspectiva lateral do Palácio de Catarina, arredores de São Petersburgo.

Perspectiva lateral do Palácio de Catarina, arredores de São Petersburgo.

Vladimir Putin, czar não assumido – para incredulidade generalizada dos Russos – apontado por Boris Yeltsin seu sucessor no Kremlin, agravou sem retorno, em Fevereiro de 2022, um capricho de submissão imperialista da Ucrânia iniciado no ano seguinte à nossa última ida a São Petersburgo, com a anexação da Crimeia.

De então para cá, os Outonos continuaram a dourar a majestosa Cidade Boreal.

Os Russos, esses, têm ainda menos razões para os celebrarem.

Cão à beira do grande lago do Palácio de Catarina

Cão à beira do grande lago do Palácio de Catarina

Bolshoi Solovetsky, Rússia

Uma Celebração do Outono Russo da Vida

Na iminência do oceano Ártico, a meio de Setembro, a folhagem boreal resplandece de dourado. Acolhidos por cicerones generosos, louvamos os novos tempos humanos da grande ilha de Solovetsky, famosa por ter recebido o primeiro dos campos prisionais soviéticos Gulag.
Moscovo, Rússia

A Fortaleza Suprema da Rússia

Foram muitos os kremlins erguidos, ao longos dos tempos, na vastidão do país dos czares. Nenhum se destaca, tão monumental como o da capital Moscovo, um centro histórico de despotismo e prepotência que, de Ivan o Terrível a Vladimir Putin, para melhor ou pior, ditou o destino da Rússia.
Kronstadt, Rússia

O Outono da Ilha-Cidade Russa de Todas as Encruzilhadas

Fundada por Pedro o Grande, tornou-se o porto e base naval que protegem São Petersburgo e o norte da grande Rússia. Em Março de 1921, rebelou-se contra os Bolcheviques que apoiara na Revolução de Outubro. Neste Outubro que atravessamos, Kronstadt volta a cobrir-se do mesmo amarelo exuberante da incerteza.
Novgorod, Rússia

A Avó Viking da Mãe Rússia

Durante quase todo o século que passou, as autoridades da U.R.S.S. omitiram parte das origens do povo russo. Mas a história não deixa lugar para dúvidas. Muito antes da ascensão e supremacia dos czares e dos sovietes, os primeiros colonos escandinavos fundaram, em Novgorod, a sua poderosa nação.
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Suzdal, Rússia

Séculos de Devoção a um Monge Devoto

Eutímio foi um asceta russo do século XIV que se entregou a Deus de corpo e alma. A sua fé inspirou a religiosidade de Suzdal. Os crentes da cidade veneram-no como ao santo em que se tornou.
São Petersburgo, Rússia

A Rússia Vai Contra a Maré. Siga a Marinha

A Rússia dedica o último Domingo de Julho às suas forças navais. Nesse dia, uma multidão visita grandes embarcações ancoradas no rio Neva enquanto marinheiros afogados em álcool se apoderam da cidade.
Suzdal, Rússia

Em Suzdal, é de Pequenino que se Celebra o Pepino

Com o Verão e o tempo quente, a cidade russa de Suzdal descontrai da sua ortodoxia religiosa milenar. A velha cidade também é famosa por ter os melhores pepinos da nação. Quando Julho chega, faz dos recém-colhidos um verdadeiro festival.
Suzdal, Rússia

Mil Anos de Rússia à Moda Antiga

Foi uma capital pródiga quando Moscovo não passava de um lugarejo rural. Pelo caminho, perdeu relevância política mas acumulou a maior concentração de igrejas, mosteiros e conventos do país dos czares. Hoje, sob as suas incontáveis cúpulas, Suzdal é tão ortodoxa quanto monumental.
Ilhas Solovetsky, Rússia

A Ilha-Mãe do Arquipélago Gulag

Acolheu um dos domínios religiosos ortodoxos mais poderosos da Rússia mas Lenine e Estaline transformaram-na num gulag. Com a queda da URSS, Solovestky recupera a paz e a sua espiritualidade.
São Petersburgo, Rússia

Na Pista de "Crime e Castigo"

Em São Petersburgo, não resistimos a investigar a inspiração para as personagens vis do romance mais famoso de Fiódor Dostoiévski: as suas próprias lástimas e as misérias de certos concidadãos.
Rostov Veliky, Rússia

Sob as Cúpulas da Alma Russa

É uma das mais antigas e importantes cidades medievais, fundada durante as origens ainda pagãs da nação dos czares. No fim do século XV, incorporada no Grande Ducado de Moscovo, tornou-se um centro imponente da religiosidade ortodoxa. Hoje, só o esplendor do kremlin moscovita suplanta o da cidadela da tranquila e pitoresca Rostov Veliky.
Bolshoi Zayatsky, Rússia

Misteriosas Babilónias Russas

Um conjunto de labirintos pré-históricos espirais feitos de pedras decoram a ilha Bolshoi Zayatsky, parte do arquipélago Solovetsky. Desprovidos de explicações sobre quando foram erguidos ou do seu significado, os habitantes destes confins setentrionais da Europa, tratam-nos por vavilons.
Bolshoi Solovetsky, Rússia

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Na iminência do oceano Ártico, a meio de Setembro, a folhagem boreal resplandece de dourado. Acolhidos por cicerones generosos, louvamos os novos tempos humanos da grande ilha de Solovetsky, famosa por ter recebido o primeiro dos campos prisionais soviéticos Gulag.
Moscovo, Rússia

A Fortaleza Suprema da Rússia

Foram muitos os kremlins erguidos, ao longos dos tempos, na vastidão do país dos czares. Nenhum se destaca, tão monumental como o da capital Moscovo, um centro histórico de despotismo e prepotência que, de Ivan o Terrível a Vladimir Putin, para melhor ou pior, ditou o destino da Rússia.
Kronstadt, Rússia

O Outono da Ilha-Cidade Russa de Todas as Encruzilhadas

Fundada por Pedro o Grande, tornou-se o porto e base naval que protegem São Petersburgo e o norte da grande Rússia. Em Março de 1921, rebelou-se contra os Bolcheviques que apoiara na Revolução de Outubro. Neste Outubro que atravessamos, Kronstadt volta a cobrir-se do mesmo amarelo exuberante da incerteza.
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A Avó Viking da Mãe Rússia

Durante quase todo o século que passou, as autoridades da U.R.S.S. omitiram parte das origens do povo russo. Mas a história não deixa lugar para dúvidas. Muito antes da ascensão e supremacia dos czares e dos sovietes, os primeiros colonos escandinavos fundaram, em Novgorod, a sua poderosa nação.
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Em 1964, Katsura Morimura deliciou o Japão com um romance-turquesa passado em Ouvéa. Mas a vizinha Île-des-Pins apoderou-se do título "A Ilha mais próxima do Paraíso" e extasia os seus visitantes.
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Por fim, desembarcarmos na Graciosa, a nossa nona ilha dos Açores. Mesmo se menos dramática e verdejante que as suas vizinhas, a Graciosa preserva um encanto atlântico que é só seu. Quem tem o privilégio de o viver, leva desta ilha do grupo central uma estima que fica para sempre.
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Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
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Planeta Azul-Gelado

Formam-se nas grandes latitudes e/ou altitudes. No Alasca ou na Nova Zelândia, na Argentina ou no Chile, os rios de gelo são sempre visões impressionantes de uma Terra tão frígida quanto inóspita.
Canal de Lazer
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De Canal em Canal, numa Holanda Surreal

Liberal no que a drogas e sexo diz respeito, Amesterdão acolhe uma multidão de forasteiros. Entre canais, bicicletas, coffee shops e montras de bordéis, procuramos, em vão, pelo seu lado mais pacato.
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Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
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Ilha da Boa Vista: Vagas do Atlântico, Dunas do Sara

Boa Vista não é apenas a ilha cabo-verdiana mais próxima do litoral africano e do seu grande deserto. Após umas horas de descoberta, convence-nos de que é um retalho do Sara à deriva no Atlântico do Norte.
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Incursão à Raíz Dental do Budismo Cingalês

Situada no âmago montanhoso do Sri Lanka, no final do século XV, Cândia assumiu-se a capital do reino do velho Ceilão que resistiu às sucessivas tentativas coloniais de conquista. Tornou-se ainda o seu âmago budista, para o que continua a contribuir o facto de a cidade preservar e exibir um dente sagrado de Buda.
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Durante mais de dois séculos, só uma estrada sinuosa e estreita ligava Curitiba ao litoral. Até que, em 1885, uma empresa francesa inaugurou um caminho-de-ferro com 110 km. Percorremo-lo, até Morretes, a estação, hoje, final para passageiros. A 40km do término original e costeiro de Paranaguá.
Teleférico de Mérida, Renovação, Venezuela, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
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Em execução a partir de 2010, a reconstrução do teleférico de Mérida foi levada a cabo na Sierra Nevada por operários intrépidos que sofreram na pele a grandeza da obra.
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PN Tortuguero, Costa Rica

A Costa Rica e Alagada de Tortuguero

O Mar das Caraíbas e as bacias de diversos rios banham o nordeste da nação tica, uma das zonas mais chuvosas e rica em fauna e flora da América Central. Assim baptizado por as tartarugas verdes nidificarem nos seus areais negros, Tortuguero estende-se, daí para o interior, por 312 km2 de deslumbrante selva aquática.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.