Ilha Robinson Crusoe, Chile

Alexander Selkirk: na Pele do Verdadeiro Robinson Crusoe


A principal ilha do arquipélago Juan Fernández foi abrigo de piratas e tesouros. A sua história fez-se de aventuras como a de Alexander Selkirk, o marinheiro abandonado que inspirou o romance de Dafoe

Assim que deixa para trás o continente sul-americano, o elegante Twin Otter encontra um céu salpicado de pequenas nuvens.

Aqui e ali, perfura-as.

Seiscentos quilómetros depois, a nebulosidade intensifica-se e encobre o arquipélago de Juan Fernández. Deixa descobertas algumas arestas de terra que o piloto reconhece sem hesitações.

A pista surge apertada entre as nuvens e o topo dos penhascos de Robinson Crusoe. Apesar do vento forte, o piloto conduz o avião à terra batida com suavidade.

Aterragem iminente, Alexander Selkirk, na Pele Robinson Crusoe, Chile

Avião faz-se à pista elevada de Robinson Crusoe, com início no topo de um enorme penhasco.

Onde detém o avião, uma bandeira esvoaçante desfaz qualquer dúvida que a distância e a estranheza do terreno pudessem levantar. Regressávamos a solo chileno.

Bandeira Chilena, Alexander Selkirk, na Pele Robinson Crusoe, Chile

Uma bandeira do Chile assinala a posse chilena de um arquipélago situado a mais de 600km da costa do Chile

O aeródromo fica num lado da ilha. San Juan Bautista, a povoação onde se concentram os seus quinhentos habitantes, fica noutro. A impossibilidade de cumprir o caminho por terra obriga a um translado pelo mar. Além de lento, complicado.

O velho jipe ferrugento que assegura a ligação ao barco recusa-se a pegar.

Quando pega, porque é o único veículo disponível, tem que cumprir várias viagens de ida e volta, cada uma mais arrastada que anterior.

De empurrão, Alexander Selkirk, na Pele Robinson Crusoe, Chile

Habitantes de Robinson Crusoe tentam dar vida ao jipe que faz a ligação entre o aeródromo e a Bahia del Padre.

Como se não bastasse, a ondulação é forte. Atira a embarcação em que devíamos prosseguir contra o molhe da Bahia del Padre.

A agitação gera sucessivas discussões entre a tripulação.

Em redor, dezenas de leões-marinhos nadam inquietos. Parecem analisar o frenesim.

Quando o barco por fim zarpa, seguem-no por algumas centenas de metros, como que a assegurar a integridade do seu território.

Bahia del Padre, Alexander Selkirk, na Pele Robinson Crusoe, Chile

Uma enseada circular quase fechada de Robinson Crusoe, partilhada por leões-marinhos e pescadores.

As desventuras ainda estavam por terminar. A apenas cinco minutos de atingir o destino, o barco imobiliza-se. A tripulação percebe que vem a perder combustível desde que embateu num dos pilares do molhe da Bahia del Padre.

Em Robinson Crusoe, tudo se resolve.

Em três tempos, do nada, aparece uma pequena embarcação que, a grande esforço, nos reboca.

A reboque, Alexander Selkirk, na Pele Robinson Crusoe, Chile

Traineira que faz a ligação entre a Baía del Padre e San Juan Bautista é rebocada por um barco mais pequeno após ser danificada pela ondulação.

A chegada à vila é atribulada mas apoteótica. Dezenas de ilhéus acenam ansiosos pelos reencontros com os familiares, ou tão só entusiasmados pelo renovar das gentes. Começamos, a desvendar uma peculiar forma de vida.

Sobre o molhe, os moradores pescam à linha e puxam da água, peixe atrás de peixe. Ao largo, embarcações diminutas descarregam caixotes de lagosta acabada de capturar.

Contribuem assim para a principal exportação da ilha.

Lagostão, Alexander Selkirk, na Pele Robinson Crusoe, Chile

Pescador mostra uma das muitas lagostas pescadas ao largo do arquipélago Juan Fernandez.

Robinson Crusoe envia todos os anos, muitas toneladas destes crustáceos para o continente chileno.

As suas remessas tornaram-se de tal maneira importantes que a Lassa – a companhia aérea que opera os voos de e para Valparaíso e Santiago – lhes reserva metade do espaço dos seus aviões.

Quando escrevemos metade, referimo-nos a todo um dos lados da cabine.

Como pudemos testemunhar, nessas ocasiões, as cadeiras são removidas. E o espaço disponibilizado é preenchido por caixotes que tresandam a marisco.

Espaço para lagostas, Alexander Selkirk, na Pele Robinson Crusoe, Chile

Auxiliares removem cadeiras de um avião prestes a descolar para o continente chileno para terem espaço para transportar caixotes de lagostas.

O mar sempre se revelou generoso para os locais. Dá-lhes que fazer e alimenta-os. Anula as razões mais óbvias para se saturarem de vez do isolamento de Robinson Crusoe.

A 600 km do litoral da América do Sul, esta é uma separação que nem o passar dos séculos nem a modernização do Chile conseguiram ainda resolver.

Ilha Robinson Crusoe: dos Piratas ao Caçador de Tesouros

Assim que nos instalamos, damos início à exploração da ilha.

Acompanham-nos os guias e instrutores de mergulho Pedro Niada e Marco Araya Torres, um casal de franceses recém-chegado e Toni um barcelonense estudante ERASMUS de Biologia, há já algum tempo na ilha.

Saímos com o propósito de desbravar o litoral rude e de mergulhar com os leões-marinhos, uma das espécies endémicas locais, agora em plena recuperação da matança sistemática levada a cabo por caçadores de vários países até ao início do século XIX.

Briga de Leões-marinhos, Alexander Selkirk, na Pele Robinson Crusoe, Chile

Leões-marinhos debatem-se pelo território rochoso no sopé de uma enorme falésia.

O percurso para as colónias dos “lobos” (como lhes chamam em Robinson Crusoe) revela o esplendor vulcânico dos cenários contrastantes que mudam consoante a orientação e a exposição aos ventos húmidos do Pacífico.

Temos também tempo para uma paragem estratégica na Baía do Inglês.

Ali, Pedro Niada introduz-nos a história de George Anson, o marinheiro que baptizou a baía onde se formou o povoado pirata de Cumberland e deu ao vale contíguo o seu nome.

Explicações de Pedro Niada, Alexander Selkirk, na Pele Robinson Crusoe, Chile

Guia Pedro Niada explica diversas pistas que parecem confirmar a presença de tesouros escondidos em Robinson Crusoe.

Explica-nos que Anson escondeu na baía um tesouro de valor incalculável e que já foram muitos os que o tentaram desenterrar. Em vão.

Adianta-nos ainda que Bernard Keiser, um milionário norte-americano, continua a tentar. Niada tinha acompanhado Bernard Keiser em várias das suas épocas de trabalho.

Com paciência e eloquência, à laia de documentário, o guia chileno percorre a enseada e elucida-nos sobre cada marca na rocha, cada medida e pista deixada pelos piratas com referência a pedras com formas curiosas, riachos ou árvores.

A narração deixa-nos ainda mais fascinados pela ilha. E algo desiludidos por estarmos em pleno semestre de restrição às escavações de Kaiser, uma restrição imposta pelo governo chileno.

O Arquipélago Exuberante de Juan Fernández

Deixamos a Baía do Inglês. Seguimos ao longo de uma costa batida pelo mar agitado que só acalma quando nos deparamos com a enseada dos leões-marinhos.

Contacto visual, Alexander Selkirk, na Pele Robinson Crusoe, Chile

Visitante e leão-marinho observam-se frente a frente.

Detectado um recanto suficientemente tranquilo para o mergulho, equipamo-nos. Logo, saltamos para a água.

Em três tempos, vêmo-nos cercados por crias e adultos frenéticos que não resistem à curiosidade, nos desafiam e chegam a morder-nos as barbatanas como que a tentar perceber de que espécie somos.

Por questões de calendário relacionadas com os voos e com as limitações impostas pelo transporte de lagosta, não temos o tempo que queríamos para descobrir a ilha. De acordo, após algumas viagens pelo litoral, decidimos passar a explorá-la para o interior, por trilhos quase sempre íngremes.

Trilho do Mirador, Alexander Selkirk, na Pele Robinson Crusoe, Chile

Visitante desce um trilho íngreme numa zona elevada de Robinson Crusoe.

Quando caminhamos pelo âmago recortado de Robinson Crusoe, deslumbra-nos a sua flora fascinante, enriquecida por espécies endémicas. Só por si, as paisagens despertam um enorme fascínio. Mas o interesse de Robinson Crusoe e das suas irmãs vai muito além dos panoramas.

A quantidade de espécies animais e vegetais autóctones e a geologia dramática na base dos seus ecossistemas, atraem, há muito, ao arquipélago inúmeros cientistas.

Colibri de Juan Fernandez, Alexander Selkirk, na Pele Robinson Crusoe, Chile

Colibri de Juan Fernandez, uma ave endémica cada vez mais rara do arquipélago.

Como causa e consequência, em 1977, a UNESCO declarou-a uma Reserva Mundial da Biosfera, representativa da Região Oceânica da Polinésia do Sudeste.

O Verdadeiro Robinson Crusoe

A personagem chave da ilha Robinson Crusoe chegou muito antes. Estava pouco interessado na fauna e na flora. Sem quase ter tido tempo de perceber como ou porquê, passou a delas depender. A peripécia ficou para a posteridade como um dos momentos mais excêntricos da navegação corsária britânica.

À imagem das ilhas próximas – Alexander Selkirk e Santa Clara – Robinson Crusoe foi descoberta em 1574, por Juan Fernández, um navegador castelhano de família portuguesa.

Vislumbre da ilha, Alexander Selkirk, na Pele Robinson Crusoe, Chile

Brecha num manto de nuvens revela um recanto da ilha Robinson Crusoe.

Pouco depois, o arquipélago a que Fernández deu nome transformou-se num porto de abrigo preferido dos piratas que atacavam os galeões carregados de ouro e pedras preciosas destinados a Cartagena das Índias e a outras paragens do vasto império hispânico.

Em 1704, fundeou na baía de Cumberland, o “Cinque Ports“, um navio corsário inglês.

Tinha como capitão William Dampier, um criador de mapas admirado mas considerado inapto para liderar embarcações repletas de homens rudes e conflituosos nos mares mais perigosos até então conhecidos.

A Obsessão Tresloucada de William Dampier

Obcecado por saquear os navios espanhóis e portugueses que contornavam a costa oeste da América do Sul, Dampier insistiu, contra o bom senso e a vontade dos seus marinheiros, em contornar o temido Cabo Horn durante o Inverno Austral, a época do anos em que as tempestades ali são mais frequentes e ameaçadoras.

Por três vezes tentou o feito. Em todas, o navio foi afastado para longe da rota e sofreu danos avultados. Quando a tripulação que já padecia de escorbuto, ameaçou revoltar-se, o contramestre, o escocês Alexander Selkirk alertou Dampier.

Este, recusou-se a dar ouvidos. Em vez, manobrou o “Cinque Ports” uma vez mais para sul do Cabo Horn, sempre à mercê de um mar traiçoeiro.

A sorte estava do lado do capitão. Mesmo danificado, o navio lá conseguiu passar do Atlântico para o Pacífico. Então, Dampier conduziu-o a Masatierra (a actual Robinson Crusoe) para que os seus homens pudessem recuperar da travessia.

San Juan Bautista, Alexander Selkirk, na Pele Robinson Crusoe, Chile

A principal povoação do arquipélago Juan Fernández, abrigada numa enseada virada a sul, foi muito afectada por um tsunami gerado pelo sismo que assolou o Chile em 2010.

O Abandono Auto-Ditado de Alexander Selkirk

Selkirk esperava que Dampier ordenasse uma reparação geral do “Cinque Ports“. Dampier continuava ansioso e queria zarpar o quanto antes. Convencido de que o navio não iria aguentar mais tempestades, o contramestre Selkirk exigiu ser deixado na ilha. Farto das suas confrontações. Dampier fez-lhe a vontade.

Selkirk voltou uma derradeira vez ao barco. Levou para terra o seu colchão, uma espingarda, pólvora e balas, tabaco, um machado e uma faca, uma bíblia, instrumentos de navegação e alguns livros. Pensou estaria bem preparado para o que estimava ser uma curta espera.

No momento decisivo, à medida que o barco a remos se afastava da costa de Masatierra, Selkirk ainda foi assolado pela dúvida e correu para a borda da água para chamar de volta os companheiros.

Forçados pelo capitão a ignorá-lo, os remadores continuaram em direcção ao “Cinque Ports”.  Selkirk ficou a ver o navio desaparecer no horizonte.

A sua solidão duraria quatro anos e quatro meses.

A Sobrevivência Desesperante de Alexander Selkirk

Nesse tempo, alimentou-se de cabras que tinham escapado de outros barcos e colonizado a ilha. Bem como do seu leite, de frutas e de vegetais que os espanhóis tinham plantado anos antes.

A paisagem circundante era, à sua maneira, paradisíaca e proliferavam nascentes de água doce.

Apesar de beneficiar de um relativo bem-estar sobrevivente, Selkirk ansiou, desde o primeiro minuto, pela chegada de uma embarcação que o salvasse. Subia, várias vezes por dia, aos pontos mais altos da ilha onde ficava a perscrutar o horizonte.

Vista Miradouro, Alexander Selkirk, na Pele Robinson Crusoe, Chile

Um dos panoramas perscrutado por Alexander Selkirk vezes sem conta em busca de navios

Passaram-se meses sem que o Pacífico lhe trouxesse novidades.

Tratou, então, de se instalar com mais condições. Construiu uma cabana com troncos que forrou com peles de cabra. Mais tarde, mudou-se para o interior de uma gruta.

Onde quer que estivesse, Selkirk mantinha uma fogueira acesa no exterior, esperançado de que alguém avistasse o fumo.

A sua longa solidão só terminou no início de 1709 quando avistou o “Duque”, o navio que o levaria de volta à Grã-Bretanha.

O piloto deste navio era William Dampier, o ex-capitão do “Cinque Ports” que o havia votado àquele longo e cruel abandono.

Cumprido o regresso, a aventura de Alexander Selkirk correu as docas, tabernas e estalagens da velha Albion. Incluía trechos tão mágicos como danças e cantorias com cabras amestradas sob a luz da lua.

Tornou-se de tal forma famosa que inspirou Daniel Dafoe a escrever “As Incríveis e Surpreendentes Aventuras de Robinson Crusoe” com base numa personagem fictícia e passado nas Caraíbas.

Nos Passos do Marinheiro Abandonado

Ao jeito de homenagem, de maneira aproveitar o potencial turístico da relação entre Alexander Selkirk e Robinson Crusoe, este último seria adaptado como o nome actual da ilha. Foi o escolhido pelos habitantes para substituir Masatierra, usado, até então, por a ilha ser a mais próxima do continente sul-americano.

Deixamos para o fim o percurso doloroso que conduzia ao Miradouro de Selkirk.

A cavalo, Alexander Selkirk, na Pele Robinson Crusoe, Chile

Nativo desce a cavalo do miradouro de Selkirk para o litoral de San Juan Bautista.

Após dois quilómetros de curvas e contracurvas sempre íngremes, o caminho avança sob autênticos túneis de vegetação densa.

Logo depois, revela-nos o posto de vigia de Selkirk, celebrado na aresta elevada da montanha por uma placa de bronze explicativa.

Selkirk, Na Pele de Robinson Crusoe, Alexander Selkirk, Chile

Sobrenome do marinheiro que ficou abandonado na principal ilha do arquipélago Juan Fernández e inspirou o romance de Daniel Dafoe.

Dali, cansados e fustigados pelo vento, observamos, deliciados, a beleza fascinante de Robinson Crusoe, reforçada pelas vertentes verdejantes dos montes em redor e pela língua de terra inóspita que se prolonga para sul das Tres Puntas.

No que a terra diz respeito, a vista terminava na distante Isla de Santa Clara, a menor das ilhas de Juan Fernández.

Santa Clara é a ilha “vizinha” que Alexander Selkirk se habituou a contemplar dia após dia.

Ilha de Santa Clara, Alexander Selkirk, na Pele Robinson Crusoe, Chile

Nuvem paira sobre a pequena ilha de Santa Clara.

Até à passagem do “Duke” a embarcação que o resgatou, mas que nunca resgatou Robinson Crusoe.

Ilha da Páscoa, Chile

A Descolagem e a Queda do Culto do Homem-Pássaro

Até ao século XVI, os nativos da Ilha da Páscoa esculpiram e idolatraram enormes deuses de pedra. De um momento para o outro, começaram a derrubar os seus moais. Sucedeu-se a veneração de tangatu manu, um líder meio humano meio sagrado, decretado após uma competição dramática pela conquista de um ovo.
PN Torres del Paine, Chile

A Mais Dramática das Patagónias

Em nenhuma outra parte os confins austrais da América do Sul se revelam tão arrebatadores como na cordilheira de Paine. Ali, um castro natural de colossos de granito envolto de lagos e glaciares projecta-se da pampa e submete-se aos caprichos da meteorologia e da luz.
Viagens de Barco

Para Quem Só Enjoa de Navegar na Net

Embarque e deixe-se levar em viagens de barco imperdíveis como o arquipélago filipino de Bacuit e o mar gelado do Golfo finlandês de Bótnia.
Sainte-Luce, Martinica

Um Projeccionista Saudoso

De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.
Rapa Nui - Ilha da Páscoa, Chile

Sob o Olhar dos Moais

Rapa Nui foi descoberta pelos europeus no dia de Páscoa de 1722. Mas, se o nome cristão ilha da Páscoa faz todo o sentido, a civilização que a colonizou de moais observadores permanece envolta em mistério.
Deserto de Atacama, Chile

A Vida nos Limites do Deserto de Atacama

Quando menos se espera, o lugar mais seco do mundo revela novos cenários extraterrestres numa fronteira entre o inóspito e o acolhedor, o estéril e o fértil que os nativos se habituaram a atravessar.
Puerto Natales-Puerto Montt, Chile

Cruzeiro num Cargueiro

Após longa pedinchice de mochileiros, a companhia chilena NAVIMAG decidiu admiti-los a bordo. Desde então, muitos viajantes exploraram os canais da Patagónia, lado a lado com contentores e gado.
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
El Tatio, Chile

Géiseres El Tatio - Entre o Gelo e o Calor do Atacama

Envolto de vulcões supremos, o campo geotermal de El Tatio, no Deserto de Atacama surge como uma miragem dantesca de enxofre e vapor a uns gélidos 4200 m de altitude. Os seus géiseres e fumarolas atraem hordas de viajantes.
San Pedro de Atacama, Chile

São Pedro de Atacama: a Vida em Adobe no Mais Árido dos Desertos

Os conquistadores espanhóis tinham partido e o comboio desviou as caravanas de gado e nitrato. San Pedro recuperava a paz mas uma horda de forasteiros à descoberta da América do Sul invadiu o pueblo.
Vulcão Villarrica, Chile

Ascensão à Cratera do Vulcão Villarrica, Sempre em Actividade

Pucón abusa da confiança da natureza e prospera no sopé da montanha Villarrica.Seguimos este mau exemplo por trilhos gelados e conquistamos a cratera de um dos vulcões mais activos da América do Sul.
Pucón, Chile

Entre as Araucárias de La Araucania

A determinada latitude do longilíneo Chile, entramos em La Araucanía. Este é um Chile rude, repleto de vulcões, lagos, rios, quedas d’água e das florestas de coníferas de que brotou o nome da região. E é o coração de pinhão da maior etnia indígena do país: a Mapuche.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, colina Normatior
Safari
PN Amboseli, Quénia

Uma Dádiva do Kilimanjaro

O primeiro europeu a aventurar-se nestas paragens masai ficou estupefacto com o que encontrou. E ainda hoje grandes manadas de elefantes e de outros herbívoros vagueiam ao sabor do pasto irrigado pela neve da maior montanha africana.
Fieis acendem velas, templo da Gruta de Milarepa, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
Visitantes nos Jameos del Água
Arquitectura & Design
Lanzarote, Ilhas Canárias

A César Manrique o que é de César Manrique

Só por si, Lanzarote seria sempre uma Canária à parte mas é quase impossível explorá-la sem descobrir o génio irrequieto e activista de um dos seus filhos pródigos. César Manrique faleceu há quase trinta anos. A obra prolífica que legou resplandece sobre a lava da ilha vulcânica que o viu nascer.
Salto Angel, Rio que cai do ceu, Angel Falls, PN Canaima, Venezuela
Aventura
PN Canaima, Venezuela

Kerepakupai, Salto Angel: O Rio Que Cai do Céu

Em 1937, Jimmy Angel aterrou uma avioneta sobre uma meseta perdida na selva venezuelana. O aventureiro americano não encontrou ouro mas conquistou o baptismo da queda d'água mais longa à face da Terra
Ilha de Miyajima, Xintoismo e Budismo, Japão, Portal para uma ilha sagrada
Cerimónias e Festividades
Miyajima, Japão

Xintoísmo e Budismo ao Sabor das Marés

Quem visita o tori de Itsukushima admira um dos três cenários mais reverenciados do Japão. Na ilha de Miyajima, a religiosidade nipónica confunde-se com a Natureza e renova-se com o fluir do Mar interior de Seto.
Moscovo, Kremlin, Praça Vermelha, Rússia, rio Moscovo
Cidades
Moscovo, Rússia

A Fortaleza Suprema da Rússia

Foram muitos os kremlins erguidos, ao longos dos tempos, na vastidão do país dos czares. Nenhum se destaca, tão monumental como o da capital Moscovo, um centro histórico de despotismo e prepotência que, de Ivan o Terrível a Vladimir Putin, para melhor ou pior, ditou o destino da Rússia.
Comida
Comida do Mundo

Gastronomia Sem Fronteiras nem Preconceitos

Cada povo, suas receitas e iguarias. Em certos casos, as mesmas que deliciam nações inteiras repugnam muitas outras. Para quem viaja pelo mundo, o ingrediente mais importante é uma mente bem aberta.
Cultura
Apia, Samoa Ocidental

Fia Fia – Folclore Polinésio de Alta Rotação

Da Nova Zelândia à Ilha da Páscoa e daqui ao Havai, contam-se muitas variações de danças polinésias. As noites samoanas de Fia Fia, em particular, são animadas por um dos estilos mais acelerados.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
ilha Streymoy, Ilhas Faroe, Tjornuvik, Gigante e Bruxa
Em Viagem
Streymoy, Ilhas Faroé

Streymoy Acima, ao Sabor da Ilha das Correntes

Deixamos a capital Torshavn rumo a norte. Cruzamos de Vestmanna para a costa leste de Streymoy. Até chegarmos ao extremo setentrional de Tjornuvík, deslumbramo-nos vezes sem conta com a excentricidade verdejante da maior ilha faroesa.
Maksim, povo Sami, Inari, Finlandia-2
Étnico
Inari, Finlândia

Os Guardiães da Europa Boreal

Há muito discriminado pelos colonos escandinavos, finlandeses e russos, o povo Sami recupera a sua autonomia e orgulha-se da sua nacionalidade.
portfólio, Got2Globe, fotografia de Viagem, imagens, melhores fotografias, fotos de viagem, mundo, Terra
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Porfólio Got2Globe

O Melhor do Mundo – Portfólio Got2Globe

Vulto na Praia do Curral, Ilhabela, Brasil
História
Ilhabela, Brasil

Ilhabela: Depois do Horror, a Beleza Atlântica

Nocenta por cento de Mata Atlântica preservada, cachoeiras idílicas e praias gentis e selvagens fazem-lhe jus ao nome. Mas, se recuarmos no tempo, também desvendamos a faceta histórica horrífica de Ilhabela.
Igreja Ortodoxa de Bolshoi Zayatski, ilhas Solovetsky, Rússia
Ilhas
Bolshoi Zayatsky, Rússia

Misteriosas Babilónias Russas

Um conjunto de labirintos pré-históricos espirais feitos de pedras decoram a ilha Bolshoi Zayatsky, parte do arquipélago Solovetsky. Desprovidos de explicações sobre quando foram erguidos ou do seu significado, os habitantes destes confins setentrionais da Europa, tratam-nos por vavilons.
Quebra-Gelo Sampo, Kemi, Finlândia
Inverno Branco
Kemi, Finlândia

Não é Nenhum “Barco do Amor”. Quebra Gelo desde 1961

Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.
Enseada, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos
Literatura
Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios

Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
Homer, Alasca, baía Kachemak
Natureza
Anchorage a Homer, E.U.A.

Viagem ao Fim da Estrada Alasquense

Se Anchorage se tornou a grande cidade do 49º estado dos E.U.A., Homer, a 350km, é a sua mais famosa estrada sem saída. Os veteranos destas paragens consideram esta estranha língua de terra solo sagrado. Também veneram o facto de, dali, não poderem continuar para lado nenhum.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Fortaleza de Massada, Israel
Parques Naturais
Massada, Israel

Massada: a Derradeira Fortaleza Judaica

Em 73 d.C, após meses de cerco, uma legião romana constatou que os resistentes no topo de Massada se tinham suicidado. De novo judaica, esta fortaleza é agora o símbolo supremo da determinação sionista
Forte de São Filipe, Cidade Velha, ilha de Santiago, Cabo Verde
Património Mundial UNESCO
Cidade Velha, Cabo Verde

Cidade Velha: a anciã das Cidades Tropico-Coloniais

Foi a primeira povoação fundada por europeus abaixo do Trópico de Câncer. Em tempos determinante para expansão portuguesa para África e para a América do Sul e para o tráfico negreiro que a acompanhou, a Cidade Velha tornou-se uma herança pungente mas incontornável da génese cabo-verdiana.

aggie grey, Samoa, pacífico do Sul, Marlon Brando Fale
Personagens
Apia, Samoa Ocidental

A Anfitriã do Pacífico do Sul

Vendeu burgers aos GI’s na 2ª Guerra Mundial e abriu um hotel que recebeu Marlon Brando e Gary Cooper. Aggie Grey faleceu em 1988 mas o seu legado de acolhimento perdura no Pacífico do Sul.
Cargueiro Cabo Santa Maria, Ilha da Boa Vista, Cabo Verde, Sal, a Evocar o Sara
Praias
Ilha da Boa Vista, Cabo Verde

Ilha da Boa Vista: Vagas do Atlântico, Dunas do Sara

Boa Vista não é apenas a ilha cabo-verdiana mais próxima do litoral africano e do seu grande deserto. Após umas horas de descoberta, convence-nos de que é um retalho do Sara à deriva no Atlântico do Norte.
Peregrinos no cimo, Monte Sinai, Egipto
Religião
Monte Sinai, Egipto

Força nas Pernas e Fé em Deus

Moisés recebeu os Dez Mandamentos no cume do Monte Sinai e revelou-os ao povo de Israel. Hoje, centenas de peregrinos vencem, todas as noites, os 4000 degraus daquela dolorosa mas mística ascensão.
white pass yukon train, Skagway, Rota do ouro, Alasca, EUA
Sobre Carris
Skagway, Alasca

Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
Em quimono de elevador, Osaka, Japão
Sociedade
Osaka, Japão

Na Companhia de Mayu

A noite japonesa é um negócio bilionário e multifacetado. Em Osaka, acolhe-nos uma anfitriã de couchsurfing enigmática, algures entre a gueixa e a acompanhante de luxo.
Mulheres com cabelos longos de Huang Luo, Guangxi, China
Vida Quotidiana
Longsheng, China

Huang Luo: a Aldeia Chinesa dos Cabelos mais Longos

Numa região multiétnica coberta de arrozais socalcados, as mulheres de Huang Luo renderam-se a uma mesma obsessão capilar. Deixam crescer os cabelos mais longos do mundo, anos a fio, até um comprimento médio de 170 a 200 cm. Por estranho que pareça, para os manterem belos e lustrosos, usam apenas água e arrôz.
O rio Zambeze, PN Mana Poools
Vida Selvagem
Kanga Pan, Mana Pools NP, Zimbabwe

Um Manancial Perene de Vida Selvagem

Uma depressão situada a 15km para sudeste do rio Zambeze retém água e minerais durante toda a época seca do Zimbabué. A Kanga Pan, como é conhecida, nutre um dos ecossistemas mais prolíficos do imenso e deslumbrante Parque Nacional Mana Pools.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.