Serra Dourada, Goiás, Brasil

Onde o Cerrado Ondula Dourado


Os Retalhos da Serra Dourada
O Monte da Sombra
O Guia Orlei
De Olho na Boiada
Caipira Cansado
Linhas da Serra Dourada
Ipê Rosado
O Dourado da Serra Dourada
Cachoeira
Palmeiral
A Cidade de Pedra
Ocaso Colorado
Cidade de Pedra empilhada
Mais Dourado da Serra Dourada
Um dos tipos de savana da América do Sul, o Cerrado estende-se por mais de um quinto do território brasileiro que abastece de boa parte da água doce. Situado no âmago do Planalto Central e do estado de Goiás, o do Parque Estadual Serra Dourada resplandece a dobrar.

Um passeio demorado em redor da Vila Boa de Goiás revela a beleza pitoresca de certas bolsas de floresta e das roças.

As plantações de cana-de-açúcar alongam-se sem fim. A boiada pasta na vastidão das planícies gramadas e infestadas de cupinzeiros.

Os ipês brancos e rosados destacam-se dos prados, na proximidade de chácaras e sítios centenários a que descendentes de emigrantes europeus perdidos no tempo, há muito entregam o seu suor.

Numa delas, cruzamo-nos com um grupo de caipiras.

Seguem uma longa caravana de juntas de bois que, para nos darem passagem, se veem obrigados a desviar do caminho.

Um dos caipiras, ancião, abriga-se do sol tropical sob um chapéu de couro negro, de abas largas que condiz com as calças escuras.

Malgrado a protecção, tem a pele avermelhada e os olhos verdes embaciados pelos raios solares, como que esvaziados de emoção.

Mostra-se tão intimidado pelos forasteiros que prefere não interromper o corte de cana a que se dedicava.

Saúda-nos de volta, de forma fugidia. Permite que tiremos um retrato. Logo, regressa ao aconchego do afazer rural.

Cerrado de Goiás e a Complexidade dos seus Ecossistemas

Por ali, como por toda a vastidão do Planalto Central, os “oásis” de buritis assinalam os rios e lençóis de água subterrâneos, prolíficos neste Centro-Oeste retirado de Brasília e do Brasil.

Os fazendeiros sabem-no. Expandem e alinham as suas propriedades de acordo com os sagrados buritizais, quanto mais densos e extensos, melhor. O que não quer, todavia, dizer que a água doce seja escassa.

O Cerrado brasileiro é conhecido pelos cientistas como o “berço das águas” ou a caixa d’água do país. Renova-se sobre três grandes aquíferos, essenciais ao Brasil. O maior, o Guarani, situa-se no sul e sudoeste. Tem continuação sobre terras argentinas. Bastante menores, o Urucuia e o Bambui estão mais para leste.

Em qualquer dos casos, retêm-nos as raízes profundas da vegetação do Cerrado, no caso do da Serra Dourada, prolífica, diversificada e com nomes que, com frequência, ainda são os usados pelos indígenas da zona, ou deles derivam.

Dependendo das combinações da sua flora, a Serra Dourada pode abarcar distintos sub-Cerrados. O típico, o Cerradão ou as Veredas.

Serra Dourada, Cerrado, Goiás, Brasil

Estas, escondem água suficiente para irrigar as fantasmagóricas árvores de pau-papel e as distintas palmeiras que, a espaços, nos voltam a encantar.

Além dos buritis, proliferam as babaçus, bacuris, guarirobas, jussaras e outras, em espaços percorridos por onças, por tamanduás-bandeira, tatus ou até lobos-guarás, entre tantos outros.

À distância pode não parecer, mas, o bioma do cerrado está também pejado de árvores de fruta mais baixas e lenhosas com nomes também eles algo surreais, os araticuns, diversos araçás, jabuticabas, goiabas e marmelinhos, mangabas, cajás, gravatás entre tantas, tantas outras.

Encontramos e saboreamos parte delas nas casas de sucos e batidos da Vila Boa. Deliciamo-nos também com o pequi, ingrediente do arroz com pequi de Goiás, uma das especialidades da região.

Orlei, um dos guias de serviço aos visitantes da Vila Boa e do município de Mossâmedes, é filho de Goiás. Conhece um pouco de tudo, incluindo os recantos mais improváveis da Serra Dourada.

Com ele como cicerone, a bordo seu buggy amarelo condizente, deambulamos pela serrania.

Serra Dourada, Cerrado, Goiás, Brasil, guia Orlei

A Cidade de Pedra da Serra Dourada

Metemo-nos no labirinto cinzento da Cidade de Pedra, uma de várias que coexistem neste centro-oeste e noutras áreas mais ou menos distantes do Brasil, como é o caso da dos Pireneus, arredores da vizinha cidade de Pirenópolis.

Lá desvendamos um reduto em que uma base de rocha foi erodida e esculpida pelos agentes naturais com tal critério que legou uma urbe de colunas recortadas, arcos e outras formações caprichosas.

Algumas, menos altas, assemelham-se a vultos.

A Sabotagem Tresloucada da Famosa Pedra Goiana

Outras ainda, colapsaram mas preservam um lugar de destaque no passado de Goiás. É o caso da Pedra Goiana.

Até 11 de Julho de 1965, um enorme monólito áspero, com peso estimado entre as 25 e as 50 toneladas, mantinha-se num equilíbrio natural prodigioso, sobre dois pés diminutos e a 1050 metros de altitude, com acesso complicado, algures entre Goiás e Mossâmedes.

Séria desafiadora da gravidade, a pedra atraía um bom número de visitantes, ávidos por a admirarem e, amiúde, se fazerem fotografar na sua base ou, em pose conquistadora, sobre o topo.

Este outro produto da erosão, único na Serra Dourada resistiu aos sucessivos milénios. Sem que alguém se atrevesse a prevê-lo aniquilou-o a estupidez de jovens de Goiás.

A escritora Ercília Macedo-Eckel era uma séria admiradora da “Pedra que Caiu do Céu”.

Reconhecia-lhe os poderes extraterrestres, imunes “às leis da mudança, da decrepitude e da morte”. Via nela um dos mais sérios simbolismos do deus indígena Goyá, que habitaria as vizinhanças da Serra Dourada.

E como assim homenageou a Pedra Goiana, também se dignou a pôr o dedo na ferida e a apontar a autoria de “uma gangue composta de nove playboys da cidade de Goiás:

Aluizio de Alencastro (Luz da Lua), Joel de Alencastro Veiga (Vequinho), José Alves (Zé Sancha), Sebastião Alves (Tião Sancha), Ailton da Silva Oliveira (“Dentista”), Sebastião Bento de Morais (Bentinho), Nelson Curado Filho (Curê). Luiz Nascimento (Lulu) e Eugênio Brito Jardim (Tatá).

Apesar da abertura, à data, “de um inquérito rigoroso”, a maior parte do grupo tinha familiares ou amigos influentes na cidade. Nenhum deles sofreu punição pelo crime.

Vários tiveram, mais tarde, profissões e cargos de relevo na comunidade de Goiás. Um, foi professor universitário, director de faculdade e de fundação. Um outro, foi servidor da Assembleia Legislativa de Tocantins.

Malgrado as várias posteriores teorizações, a sua atrocidade foi resultado de um desejo de grupo, idiota e possivelmente acachaçado, de protagonismo e notoriedade.

E a Narrativa de Incredulidade da Escritora Ercília Macedo-Eckel

Ercília Macedo-Eckel vai ao ponto de narrar um aviso desafiador que o grupo fez à passagem por um militar: “ Olhe, soldado Miguel, não vá dizer que não avisamos. Estamos indo destronar a Pedra Goiana, de aproximadamente 30 toneladas.

Queremos entrar na História de Goiás, através desse feito original e inimaginável. A ex-capital já não aguenta mais os quebra-quebras promovidos por nós, sob efeito de cachaça ou não…

“Brevemente seremos manchete em Goiás e no Brasil.” “ O Soldado Miguel nem ligou, achou um disparate, conversa de doidos, de bêbados quebradores de baile.”

E, no entanto, o grupo subiu a bordo da pick-up de Alaor Barros Curado, munido de um macaco hidráulico, talvez também de dinamite.

Tal como haviam prometido, em breves instantes, fizeram rolar encosta abaixo e danificaram o monólito que a Natureza tinha demorado mais de 700 milhões de anos a esculpir.

Insatisfeitos com a réplica que ergueram em Goiânia, elementos da Universidade Federal de Goiás e o governo do Estado uniram recentemente esforços para reporem a pedra original de volta no seu lugar.

Até agora, sem resultados.

A Imensidão do Cerrado da Serra Dourada

Sem a podermos admirar, entregamo-nos, de mãos dadas com o mistério, ao restante cenário inverosímil, selvagem e agreste.

Uns nenhures rochosos em que, malgrado o imaginário citadino, qualquer forasteiro incauto se perde em três tempos e se vê em apuros.

Numa primeira impressão imperceptíveis, refrescam-no riachos e lagoas cristalinas que, durante a longa época das chuvas, de Outubro a Março, geram quedas d’água curtas.

Ainda e sempre a bordo do buggy poderoso de Orlei, subimos ao miradouro Urubu-Rei.

Ao entardecer, do cimo panorâmico, percebemos o quão óbvio se torna o nome da serra, com os seus retalhos verdes, amarelados e áureos dispostos como uma manta de retalhos.

Do miradouro do Urubu-Rei serpenteamos, aos solavancos, rumo ao Vale da Areia, um domínio de solo alvo e granulado escondido no meio do planalto.

Na sua iminência, Orlei esclarece-nos com indisfarçável orgulho: “São estas areias e pedras que a Goiandira usava nas pinturas dela.” conta-nos enquanto recolhe amostras do solo. (…)

“Ela vinha de vez em quando à serra procurá-las, nos mesmos locais onde os bandeirantes prospectavam o ouro, como fizeram também em Pirenópolis e tantas outras partes.” (…) “Permanece no seu atelier uma colecção de mais de 500 tons de areia e pigmentos da Serra Dourada.”

Goiandira Ayres do Couto (1915-2011) foi uma artista plástica conterrânea, prima da também já falecida poetisa Cora Coralina.

Mesmo após os seus 90 anos, ainda com muita vitalidade, Goiandira continuou a retratar os casarões e paisagens vilaboenses.

Goiás Velho, Legado da Febre do ouro, Brasil

Morador percorre um recanto típico da cidade sobre um burro.

Para tal, criou uma técnica de pintura própria que patenteou no Rio de Janeiro e que lhe granjeou o reconhecimento internacional: riscava o desenho na tela, aplicava cola e salpicava areia nos dedos.

Quadros da sua autoria decoram a sede da ONU. Estão patentes em museus e integram colecções de grandes personalidades brasileiras e estrangeiras de dezenas de países.

Serra Dourada, Cerrado, Goiás, Brasil

Para desgosto de Orlei, boa parte dessas personalidades – como tantos outros possíveis visitantes da região – ainda desconhecem os motivos retratados pela autora.

O reconhecimento adiado é algo que não perturba demasiado a região.

Como o tempo se esqueceu de Goiás e da Serra Dourada, a Goiás e à Serra Dourada já não custa esperar.

Serra Dourada, Cerrado, Goiás, Brasil, Ocaso

Goiás Velho, Brasil

Um Legado da Febre do Ouro

Dois séculos após o apogeu da prospecção, perdida no tempo e na vastidão do Planalto Central, Goiás estima a sua admirável arquitectura colonial, a riqueza supreendente que ali continua por descobrir.
Pirenópolis, Brasil

Uma Pólis nos Pirinéus Sul-Americanos

Minas de Nossa Senhora do Rosário da Meia Ponte foi erguida por bandeirantes portugueses, no auge do Ciclo do Ouro. Por saudosismo, emigrantes provavelmente catalães chamaram à serra em redor de Pireneus. Em 1890, já numa era de independência e de incontáveis helenizações das suas urbes, os brasileiros baptizaram esta cidade colonial de Pirenópolis.
Lençois da Bahia, Brasil

A Liberdade Pantanosa do Quilombo do Remanso

Escravos foragidos subsistiram séculos em redor de um pantanal da Chapada Diamantina. Hoje, o quilombo do Remanso é um símbolo da sua união e resistência mas também da exclusão a que foram votados.
Brasília, Brasil

Brasília: da Utopia à Capital e Arena Política do Brasil

Desde os tempos do Marquês de Pombal que se falava da transferência da capital para o interior. Hoje, a cidade quimera continua a parecer surreal mas dita as regras do desenvolvimento brasileiro.
Chapada Diamantina, Brasil

Bahia de Gema

Até ao final do séc. XIX, a Chapada Diamantina foi uma terra de prospecção e ambições desmedidas.Agora que os diamantes rareiam os forasteiros anseiam descobrir as suas mesetas e galerias subterrâneas
Pirenópolis, Brasil

Cruzadas à Brasileira

Os exércitos cristãos expulsaram as forças muçulmanas da Península Ibérica no séc. XV mas, em Pirenópolis, estado brasileiro de Goiás, os súbditos sul-americanos de Carlos Magno continuam a triunfar.
Pirenópolis, Brasil

Cavalgada de Fé

Introduzida, em 1819, por padres portugueses, a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis agrega uma complexa rede de celebrações religiosas e pagãs. Dura mais de 20 dias, passados, em grande parte, sobre a sela.
Lençois da Bahia, Brasil

Lençois da Bahia: nem os Diamantes São Eternos

No século XIX, Lençóis tornou-se na maior fornecedora mundial de diamantes. Mas o comércio das gemas não durou o que se esperava. Hoje, a arquitectura colonial que herdou é o seu bem mais precioso.
Fazenda São João, Miranda, Brasil

Pantanal com o Paraguai à Vista

Quando a fazenda Passo do Lontra decidiu expandir o seu ecoturismo, recrutou a outra fazenda da família, a São João. Mais afastada do rio Miranda, esta outra propriedade revela um Pantanal remoto, na iminência do Paraguai. Do país e do rio homónimo.
Manaus, Brasil

Ao Encontro do Encontro das Águas

O fenómeno não é único mas, em Manaus, reveste-se de uma beleza e solenidade especial. A determinada altura, os rios Negro e Solimões convergem num mesmo leito do Amazonas mas, em vez de logo se misturarem, ambos os caudais prosseguem lado a lado. Enquanto exploramos estas partes da Amazónia, testemunhamos o insólito confronto do Encontro das Águas.

Florianópolis, Brasil

O Legado Açoriano do Atlântico Sul

Durante o século XVIII, milhares de ilhéus portugueses perseguiram vidas melhores nos confins meridionais do Brasil. Nas povoações que fundaram, abundam os vestígios de afinidade com as origens.

Ilha do Marajó, Brasil

A Ilha dos Búfalos

Uma embarcação que transportava búfalos da Índia terá naufragado na foz do rio Amazonas. Hoje, a ilha de Marajó que os acolheu tem uma das maiores manadas do mundo e o Brasil já não passa sem estes bovídeos.
Passo do Lontra, Miranda, Brasil

O Brasil Alagado a um Passo da Lontra

Estamos no limiar oeste do Mato Grosso do Sul mas mato, por estes lados, é outra coisa. Numa extensão de quase 200.000 km2, o Brasil surge parcialmente submerso, por rios, riachos, lagoas e outras águas dispersas em vastas planícies de aluvião. Nem o calor ofegante da estação seca drena a vida e a biodiversidade de lugares e fazendas pantaneiras como a que nos acolheu às margens do rio Miranda.
Manaus, Brasil

Os Saltos e Sobressaltos da ex-Capital Mundial da Borracha

De 1879 a 1912, só a bacia do rio Amazonas gerava o latex de que, de um momento para o outro, o mundo precisou e, do nada, Manaus tornou-se uma das cidades mais avançadas à face da Terra. Mas um explorador inglês levou a árvore para o sudeste asiático e arruinou a produção pioneira. Manaus voltou a provar a sua elasticidade. É a maior cidade da Amazónia e a sétima do Brasil.
Miranda, Brasil

Maria dos Jacarés: o Pantanal abriga criaturas assim

Eurides Fátima de Barros nasceu no interior da região de Miranda. Há 38 anos, instalou-se e a um pequeno negócio à beira da BR262 que atravessa o Pantanal e ganhou afinidade com os jacarés que viviam à sua porta. Desgostosa por, em tempos, as criaturas ali serem abatidas, passou a tomar conta delas. Hoje conhecida por Maria dos Jacarés, deu nome de jogador ou treinador de futebol a cada um dos bichos. Também garante que reconhecem os seus chamamentos.
Curitiba, Brasil

A Vida Elevada de Curitiba

Não é só a altitude de quase 1000 metros a que a cidade se situa. Cosmopolita e multicultural, a capital paranaense tem uma qualidade de vida e rating de desenvolvimento humano que a tornam um caso à parte no Brasil.
Morro de São Paulo, Brasil

Um Litoral Divinal da Bahia

Há três décadas, não passava de uma vila piscatória remota e humilde. Até que algumas comunidades pós-hippies revelaram o retiro do Morro ao mundo e o promoveram a uma espécie de santuário balnear.
Ilhabela, Brasil

Ilhabela: Depois do Horror, a Beleza Atlântica

Nocenta por cento de Mata Atlântica preservada, cachoeiras idílicas e praias gentis e selvagens fazem-lhe jus ao nome. Mas, se recuarmos no tempo, também desvendamos a faceta histórica horrífica de Ilhabela.
Ilhabela, Brasil

Em Ilhabela, a Caminho de Bonete

Uma comunidade de caiçaras descendentes de piratas fundou uma povoação num recanto da Ilhabela. Apesar do acesso difícil, Bonete foi descoberta e considerada uma das dez melhores praias do Brasil.
Hidroeléctrica Binacional de Itaipu, Brasil

HidroElétrica Binacional do Itaipu: a Febre do Watt

Em 1974, milhares de brasileiros e paraguaios confluíram para a zona de construção da então maior barragem do Mundo. 30 anos após a conclusão, Itaipu gera 90% da energia paraguaia e 20% da do Brasil.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Hipopótamo move-se na imensidão alagada da Planície dos Elefantes.
Safari
Parque Nacional de Maputo, Moçambique

O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
Rebanho em Manang, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 8º Manang, Nepal

Manang: a Derradeira Aclimatização em Civilização

Seis dias após a partida de Besisahar chegamos por fim a Manang (3519m). Situada no sopé das montanhas Annapurna III e Gangapurna, Manang é a civilização que mima e prepara os caminhantes para a travessia sempre temida do desfiladeiro de Thorong La (5416 m).
Luderitz, Namibia
Arquitectura & Design
Lüderitz, Namibia

Wilkommen in Afrika

O chanceler Bismarck sempre desdenhou as possessões ultramarinas. Contra a sua vontade e todas as probabilidades, em plena Corrida a África, o mercador Adolf Lüderitz forçou a Alemanha assumir um recanto inóspito do continente. A cidade homónima prosperou e preserva uma das heranças mais excêntricas do império germânico.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Aventura
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Cortejo Ortodoxo
Cerimónias e Festividades
Suzdal, Rússia

Séculos de Devoção a um Monge Devoto

Eutímio foi um asceta russo do século XIV que se entregou a Deus de corpo e alma. A sua fé inspirou a religiosidade de Suzdal. Os crentes da cidade veneram-no como ao santo em que se tornou.
Competição do Alaskan Lumberjack Show, Ketchikan, Alasca, EUA
Cidades
Ketchikan, Alasca

Aqui Começa o Alasca

A realidade passa despercebida a boa parte do mundo, mas existem dois Alascas. Em termos urbanos, o estado é inaugurado no sul do seu oculto cabo de frigideira, uma faixa de terra separada dos restantes E.U.A. pelo litoral oeste do Canadá. Ketchikan, é a mais meridional das cidades alasquenses, a sua Capital da Chuva e a Capital Mundial do Salmão.
Máquinas Bebidas, Japão
Comida
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
Festival MassKara, cidade de Bacolod, Filipinas
Cultura
Bacolod, Filipinas

Um Festival para Rir da Tragédia

Por volta de 1980, o valor do açúcar, uma importante fonte de riqueza da ilha filipina de Negros caia a pique e o ferry “Don Juan” que a servia afundou e tirou a vida a mais de 176 passageiros, grande parte negrenses. A comunidade local resolveu reagir à depressão gerada por estes dramas. Assim surgiu o MassKara, uma festa apostada em recuperar os sorrisos da população.
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Desporto
Busselton, Austrália

2000 metros em Estilo Aussie

Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
Verão Escarlate
Em Viagem

Valência a Xàtiva, Espanha

Do outro Lado da Ibéria

Deixada de lado a modernidade de Valência, exploramos os cenários naturais e históricos que a "comunidad" partilha com o Mediterrâneo. Quanto mais viajamos mais nos seduz a sua vida garrida.

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Étnico
Batad, Filipinas

Os Socalcos que Sustentam as Filipinas

Há mais de 2000 anos, inspirado pelo seu deus do arroz, o povo Ifugao esquartejou as encostas de Luzon. O cereal que os indígenas ali cultivam ainda nutre parte significativa do país.
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Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

Fim do dia no lago da barragem do rio Teesta, em Gajoldoba, Índia
História
Dooars, Índia

Às Portas dos Himalaias

Chegamos ao limiar norte de Bengala Ocidental. O subcontinente entrega-se a uma vasta planície aluvial preenchida por plantações de chá, selva, rios que a monção faz transbordar sobre arrozais sem fim e povoações a rebentar pelas costuras. Na iminência da maior das cordilheiras e do reino montanhoso do Butão, por óbvia influência colonial britânica, a Índia trata esta região deslumbrante por Dooars.
Playa Nogales, La Palma, Canárias
Ilhas
La Palma, Canárias

A Isla Bonita das Canárias

Em 1986, Madonna Louise Ciccone lançou um êxito que popularizou a atracção exercida por uma isla imaginária. Ambergris Caye, no Belize, colheu proveitos. Do lado de cá do Atlântico, há muito que os palmeros assim veem a sua real e deslumbrante Canária.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Inverno Branco
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Na pista de Crime e Castigo, Sao Petersburgo, Russia, Vladimirskaya
Literatura
São Petersburgo, Rússia

Na Pista de “Crime e Castigo”

Em São Petersburgo, não resistimos a investigar a inspiração para as personagens vis do romance mais famoso de Fiódor Dostoiévski: as suas próprias lástimas e as misérias de certos concidadãos.
Parque Terra Nostra, Furnas, São Miguel, Açores, Portugal
Natureza
Vale das Furnas, São Miguel

O Calor Açoriano do Vale das Furnas

Surpreendemo-nos, na maior ilha dos Açores, com uma caldeira retalhada por minifúndios agrícolas, massiva e profunda ao ponto de abrigar dois vulcões, uma enorme lagoa e quase dois mil micaelenses. Poucos lugares do arquipélago são, ao mesmo tempo, tão grandiosos e acolhedores como o verdejante e fumegante Vale das Furnas.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Nuvem lenticular, Mount Cook, Nova Zelândia
Parques Naturais
Mount Cook, Nova Zelândia

O Monte Fura Nuvens

O Aoraki/Monte Cook até pode ficar muito aquém do tecto do Mundo mas é a montanha mais imponente e elevada da Nova Zelândia.
Forte de São Filipe, Cidade Velha, ilha de Santiago, Cabo Verde
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Cidade Velha: a anciã das Cidades Tropico-Coloniais

Foi a primeira povoação fundada por europeus abaixo do Trópico de Câncer. Em tempos determinante para expansão portuguesa para África e para a América do Sul e para o tráfico negreiro que a acompanhou, a Cidade Velha tornou-se uma herança pungente mas incontornável da génese cabo-verdiana.

Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
Personagens
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
vista monte Teurafaatiu, Maupiti, Ilhas sociedade, Polinesia Francesa
Praias
Maupiti, Polinésia Francesa

Uma Sociedade à Margem

À sombra da fama quase planetária da vizinha Bora Bora, Maupiti é remota, pouco habitada e ainda menos desenvolvida. Os seus habitantes sentem-se abandonados mas quem a visita agradece o abandono.
Pemba, Moçambique, Capital de Cabo Delgado, de Porto Amélia a Porto de Abrigo, Paquitequete
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Pemba, Moçambique

De Porto Amélia ao Porto de Abrigo de Moçambique

Em Julho de 2017, visitámos Pemba. Dois meses depois, deu-se o primeiro ataque a Mocímboa da Praia. Nem então nos atrevemos a imaginar que a capital tropical e solarenga de Cabo Delgado se tornaria a salvação de milhares de moçambicanos em fuga de um jihadismo aterrorizador.
Composição Flam Railway abaixo de uma queda d'água, Noruega
Sobre Carris
Nesbyen a Flam, Noruega

Flam Railway: Noruega Sublime da Primeira à Última Estação

Por estrada e a bordo do Flam Railway, num dos itinerários ferroviários mais íngremes do mundo, chegamos a Flam e à entrada do Sognefjord, o maior, mais profundo e reverenciado dos fiordes da Escandinávia. Do ponto de partida à derradeira estação, confirma-se monumental esta Noruega que desvendamos.
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Sociedade
Tóquio, Japão

Fotografia Tipo-Passe à Japonesa

No fim da década de 80, duas multinacionais nipónicas já viam as fotocabines convencionais como peças de museu. Transformaram-nas em máquinas revolucionárias e o Japão rendeu-se ao fenómeno Purikura.
Retorno na mesma moeda
Vida Quotidiana
Dawki, Índia

Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
Leão, elefantes, PN Hwange, Zimbabwe
Vida Selvagem
PN Hwange, Zimbabwé

O Legado do Saudoso Leão Cecil

No dia 1 de Julho de 2015, Walter Palmer, um dentista e caçador de trofeus do Minnesota matou Cecil, o leão mais famoso do Zimbabué. O abate gerou uma onda viral de indignação. Como constatamos no PN Hwange, quase dois anos volvidos, os descendentes de Cecil prosperam.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.