Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã “Francês” à Mercê do Fogo


Casinhas de outros tempos
Casinhas de lava vendidas por nativos, à entrada do PN Fogo.
Meandro na lava
Moradora da Chã das Caldeiras percorre a estrada que sobrou do grande mar de lava.
Adriano & Filomena
Adriano e Filomena Montrond, à entrada da casa que habitavam, agora preenchida por lava solidificada.
O grande Fogo
O cone quase perfeito do vulcão Fogo, a maior das montanhas de Cabo Verde, com 2829 m de altitude.
Por esse vulcão abaixo
Guia João da Silva caminha pela base do Fogo, rumo à zona habitada da Chã das Caldeiras.
Aos saltos
Guia João da Silva salta vertente abaixo em direcção à cratera do Pequeno Fogo, de onde tinham tido origem as últimas erupções.
Encurralados
Gado guardado num curral cercado pela lava libertada pelo Fogo.
No lugar errado II
Casas de Chã das Caldeiras debaixo da lava que delas se apoderou em Novembro de 2014.
Car-sharing
Tiago e Aírson, crianças descendentes do clã; Montrond, um alourado como, com o tempo, se tornou comum na Chã das Caldeiras.
Persistência
Casas recém-construídas uma vez mais no possível caminho da lava libertada numa próxima erupção do Fogo.
No lugar errado III
Pormenor de outro edifício invadido pela lava.
Vítima isolada
Casa perdida na torrente de lava.
No cimo de Cabo Verde
Guia João da Silva contempla o oceano Atlântico em redor da ilha do Fogo.
A submissão da lava
Os povoados de Chã das Caldeiras soterrados pela última erupção do vulcão Fogo.
A grande Chã
A vasta caldeira do Fogo, com 9km de diâmetro e a oeste do grande cone do vulcão.
Fogo em Fogo
Ocaso envolve o cone do Fogo de um céu ardente.
Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    

A Viagem Madrugadora de São Filipe a Chã das Caldeiras

Os despertadores tocam às 5h15. Quinze minutos depois, ainda escuro como breu, zarpamos de São Filipe, no táxi conduzido por Edilson, o mesmo adolescente que, uns dias antes, nos tinha trazido do aeroporto para a capital da ilha do Fogo.

Aos poucos, ascendemos a encosta sudeste do grande cone no âmago da ilha. Não vislumbramos vivalma quando passamos a grande placa de madeira que sinaliza a entrada no Parque Natural do Fogo. Entramos no âmago da montanha. A vastidão de lava solidificada em redor e acima só acentua o negrume.

Edilson avança devagar devagarinho receoso de que a estrada irregular e dura provocasse estragos no carro do patrão. É, assim, com a iminente aurora já a reavivar a caldeira que chegamos à zona habitada da Chã das Caldeiras.

Lá nos encontramos com João Silva, o guia local com quem subiríamos ao cume do vulcão. João dá-nos as boas-vindas. Não desperdiça palavras. Já tinha conquistado o Fogo inúmeras vezes, à frente de forasteiros de distintas partes. Para ele, aquela ascensão seria apenas mais uma.

Em simultâneo, uma ajuda financeira preciosa e um transtorno no trabalho de construção da nova e desafogada pousada que, apesar da ameaça sempre latente do vulcão, a sua família erguia.

A Ascensão dolorosa ao Cume do vulcão Fogo

Nas suas últimas más-disposições, o Fogo tinha recoberto a secção leste da caldeira com lava fresca. O caminho abrasivo que tomamos começa por a atravessar numa inclinação branda para, pouco depois, apontar às alturas da vertente oriental e nos submeter a um exasperante esforço.

Quanto mais subimos, melhor se define o leito circular e raso da Chã e a torrente de lava que a preenchia e havia envolvido e arrasado boa parte dos edifícios de Portela, Bangaeira e de Dje de Lorna, povoações de que, dali ou de onde quer que fosse, já só quase se avistavam telhados.

A visão longínqua da sua desgraça deteve-nos por várias vezes num fascínio contemplativo.

Aldeias soterradas, Chã das Caldeiras, ilha do Fogo, Cabo Verde

Os povoados de Chã das Caldeiras soterrados pela última erupção do vulcão Fogo.

Sensibilizava-nos o destino da lava que fluiu, imparável, para leste, condicionada pelo sopé da vertente oposta da Bordeira, a orla elevada e escarpada da vasta e profunda caldeira que mede 9km de diâmetro delimitados por penhascos com 1km de altura.

Intrigavam-nos ainda o como e o porquê de, com tanta ilha do Fogo à sua disposição, lá se terem instalado de armas e bagagens duas povoações, à mercê dos caprichos naturais da maior das montanhas de Cabo Verde, do seu mais jovem, majestoso e intimidante vulcão.

No Cimo Torrado do Fogo

Quatro horas depois, com muitas paragens fotográficas pelo meio, atingimos o cume. Recuperamos energias com snacks convenientes. Aos 2,829 metros do Pico do Fogo, sobre o mais alto a que poderíamos almejar chegar em todo o arquipélago cabo-verdiano, contemplamos a imensidão da caldeira.

E a do Atlântico em redor, abafado por um manto de nuvens bem mais baixas que escondia os picos aguçados da ilha vizinha de Santiago e lhe trazia um conveniente filtro solar, naquela altura invernal e ainda seca do ano, nem pensar em chuva.

Passamos para o lado de lá da orla da cratera, com cuidado redobrado para evitarmos tropeços que nos poderiam fazer rebolar por ali abaixo. Por fim, um trilho interno leva-nos a uma passagem protegida pela rocha.

Aproveitamo-la para nos apoiarmos e espreitarmos o fundo arredondado do cone que nos sustinha.

As suas vertentes revelavam-se também elas curvas. Explicava-se, assim, que tranquilizados pelo facto de a última erupção dali saída datar do ano longínquo de 1769, vários dos visitantes do Pico do Fogo lá descessem e deixassem testemunhos – na sua maioria de identidade e de amor – escritos com pedras claras sobre o solo cinzento escuro.

Guia de Chã das Caldeiras, pico do vulcão Fogo, Cabo Verde

Guia João da Silva contempla o oceano Atlântico em redor da ilha do Fogo

Contornamos alguns metros adicionais do interior do cone. Em breve, regressamos ao lado de fora e à vista descomunal da caldeira. Vencemos um lajedo atulhado de pedras mal fixas ao solo poroso.

Ultrapassado esse obstáculo, deparamo-nos com o Pico Pequeno, uma das aberturas do vulcão que, em 2014, deu origem à última das erupções e a fluxos de lava de estilo havaiano, lentos, mas inexoráveis.

Do Cume, aos saltos, de Volta ao Sopé

Sucede aos pedregulhos um declive acentuado, coberto de uma areia vulcânica volumosa e poeirenta. João faz-se a ela numa correria alternada com longos saltos. Seguimos-lhe o exemplo. Chegámos, assim, em três tempos, mas com as botas cheias de detritos, ao cimo da cratera secundária onde tresandava a enxofre e fazia um calor redobrado.

João detém-se para nos mostrar o quão activo e energizado se mantinha ali o vulcão. Reúne alguns galhos, coloca-os sobre uma fenda enegrecida e fica a olhar para a obra. Quinze segundos depois, os galhos sucumbiam ao fogo do Fogo.

Descida do cume, vulcão Fogo, Cabo verde

Guia João da Silva salta vertente abaixo em direcção à cratera do Pequeno Fogo, de onde tinham tido origem as últimas erupções

O resto do percurso, cumprimo-lo ao longo do sopé, entre as vinhas e as figueiras que antecediam as habitações. Chegamos à pousada de um dos seus dez irmãos, Alcindo.

Lá repousamos na companhia de uma turma de alunos franceses numa privilegiada viagem escolar.

E de lá nos mudamos para a pousada dos vizinhos Adriano e Filomena, ela um dos muitos Montronds que, a determinada altura, tomaram conta da Chã.

A História e Descendência Prolífica dos Montrond

Os Montrond não chegaram directos àquelas paragens de fim de mundo, nem nada que se parecesse. A sua história começa com um conde francês nascido em Grenoble.

Por alguma razão – especula-se que descontentamento político e ideológico, necessidade de fuga por dívidas ou até ambas, entre outros possíveis motivos – François Louis Armand de Montrond deixou França com destino ao Brasil. Em 1872, aportou em São Vicente. Depressa se encantou com a proximidade com a terra e com o calor afável de Cabo Verde.

Explorou outras ilhas. Mas acabou por se instalar na do Fogo. Lá se entregou a sucessivos romances. Sabe-se que se apaixonou por Clementina, por Camila, Demitília, Josefa, Antónia, Guelhermina e Jesuína. Todas elas, mães dos seus muitos filhos. Cada parceira mereceu-lhe a construção de um sobrado – em Achada Maurício, Baluarte, Mosteiros, São Filipe e outros sítios.

Alguns deles foram construídos com materiais que encomendou em França e estiveram na origem de novas povoações da ilha, como Genebra (hoje Luzia Nunes) que ele próprio baptizou, inspirado por um monte nas imediações de Grenoble.

Culto, dotado de formação aristocrata, filantropo, Armand Montrond empregou os seus conhecimentos (incluindo médicos) e influência no serviço dos nativos.

Plantou vinhas com videiras também trazidas da terra natal, e produziu café em quantidade suficiente para exportar para Portugal. Montrond ganhou o respeito e afecto dos nativos. De tal maneira que o povo de D’jar Fogo o começou a tratar por Nho Erman di França.

Os genes de Montrond depressa se disseminaram por toda a ilha. Mais tarde, via emigração baleeira mas não só, também pelos Estados Unidos e outras partes do mundo.

Jovens moradores de Chã das Caldeiras, ilha do Fogo, Cabo Verde

Tiago e Aírson, crianças descendentes do clã; Montrond, um alourado como, com o tempo, se tornou comum na Chã das Caldeiras

Mas o que mais interessa à Chã das Caldeiras é que, apesar das erupções recentes e recorrentes de 1847, 1852 e 1857, os filhos de Armand Montrond, Manuel da Cruz e Miguel, para lá se mudaram com as suas famílias.

Esta curta migração ainda justifica que, hoje, em nenhuma outra parte da ilha do Fogo ou de Cabo Verde sejam os genes e os visuais francófonos tão óbvios e abundantes.

A Gente Resiliente da Chã das Caldeiras

Instalamo-nos no quarto que Adriano e Filomena nos haviam reservado. Almoçamos. Em seguida, navegamos pelo mar de lava sólida, entre os destroços dos lares por ela engolidos. Exploramos o que restava de Portela e de Bangaeira.

Ambas as povoações foram habitadas até que a lava libertada pela erupção dramática de Novembro de 2014, avançou na fatídica direcção, no mais temido, mas também mais lógico dos sentidos: aquele que desce do sopé do Pico do Fogo rumo à enorme abertura leste da caldeira.

Acompanhamos os esforços de reconstrução de algumas das famílias então expulsas pela erupção, mas que decidiram persistir. Vemo-las amontoar blocos de cimento e tijolos. Acertar placas de tectos e molduras de janelas, tudo feito por eles, só em casos raros, com a ajuda de um ou dois operários contratados nas terras mais baixas da ilha.

Algumas, mantêm bancas de artesanato à beira da estrada e correm para o tentar vender sempre que intuem a passagem de visitantes. “Levem umas recordações, senhores. É tudo feito cá por nós!” diz-nos uma rapariga com tom determinado.

Casinhas miniatura, Chã das Caldeiras, Vulcão Fogo, Cabo Verde

Casinhas de lava vendidas por nativos, à entrada do PN Fogo.

Admiramos as casinhas de lava, colmo e sementes que os nativos criam em menos de cinco minutos com material à mão, mas que, ainda assim, emulam na perfeição as reais, tantas delas enchidas de lava pelas mais recentes erupções.

Umas são cabanas básicas; outras maiores e mais complexas, outras ainda colocadas no cimo de penhascos afiados. Já tínhamos decidido trazer presentes de Cabo Verde. Encontramos ali algo que nos agradava e que, ao mesmo tempo, nos permitia contribuir para o esforço de reconstrução dos nativos.

Uma Cratera Prolífica mas que a Lava Não Poupa

Despedimo-nos e regressamos à caminhada. Damos com o que restava dos pomares que abasteciam os nativos e os visitantes.

E com as figueiras e as vinhas que se crê terem sido introduzidas pelo conde Montrond, a origem do vinho manecom ali produzido de forma artesanal, diz-se que, renovado, mais tarde, com vinha “Jacquez” importada dos Estados Unidos por Néné Fontes, nativo de Cova Figueira.

Malgrado o aspecto inóspito da paisagem, o vinho do Fogo em geral e da caldeira em particular, foi de tal forma aprimorado que está prestes a conquistar a sua própria denominação de origem “Vinho Chã das Caldeiras”.

Encontramos as crianças exóticas da Chã, com longos cabelos louros. E adolescentes e adultos com peles e olhos claros, improváveis em Cabo Verde, não fosse o contributo genético dos Montrond.

Escurece. Até se desvanecer, a luz solar poente incide e aquece o Pico do Fogo. Quando se vai de vez, regressamos ao abrigo de Adriano e Filomena. Devastados pela longa ascensão da manhã, adormecemos bem mais depressa do que desejávamos.

Adriano & Filomena Montrond, Chã das Caldeiras, ilha do Fogo, Cabo Verde

Filomena Montrond, descendente directa e o marido Adriano, na sua casa invadida pela lava.

Despertamos cedo a condizer e espreitamos a propriedade do casal, envolta pelo caudal de lava que ali quase tudo arrasou. Do terraço em frente à sala de refeições, vemos Adriano e Filomena passarem no quintal afundado do lar que antes usavam.

Descemos e interrompemos a lida de Filomena que estendia roupa em frente a portas e janelas de que espreitavam pontas atrevidas de lava. Sem querermos forçar-lhes o drama que viveram, abordamos o sempre curioso tema da génese Montrond.

Indagamo-los sobre a pele alva e os olhos verdes-água de Filomena. Adriano não se furta a esclarecer: “Eu também poderei ser em parte, mas a minha mulher é que tem o apelido e tudo.

Até há uns tempos, esta era a Casa Tito Montrond, o pai dela que morreu em 2011.

Montrond (s) aqui na Chã e por esse Fogo fora, nunca hão de faltar!”

 

A TAP voa directamente de Lisboa para a cidade da Praia, Cabo Verde. Da Praia, poderá voar para São Filipe, na ilha do Fogo.

Ilha do Fogo, Cabo Verde

À Volta do Fogo

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Santo Antão, Cabo Verde

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São Nicolau, Cabo Verde

São Nicolau: Romaria à Terra di Sodade

Partidas forçadas como as que inspiraram a famosa morna “Sodade” deixaram bem vincada a dor de ter que deixar as ilhas de Cabo Verde. À descoberta de Saninclau, entre o encanto e o deslumbre, perseguimos a génese da canção e da melancolia.
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Boa Vista não é apenas a ilha cabo-verdiana mais próxima do litoral africano e do seu grande deserto. Após umas horas de descoberta, convence-nos de que é um retalho do Sara à deriva no Atlântico do Norte.
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Santa Maria e a Bênção Atlântica do Sal

Santa Maria foi fundada ainda na primeira metade do século XIX, como entreposto de exportação de sal. Hoje, muito graças à providência de Santa Maria, o Sal ilha vale muito que a matéria-prima.
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Cidade Velha: a anciã das Cidades Tropico-Coloniais

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O Deslumbre Árido-Vulcânico de Soncente

Uma volta a São Vicente revela uma aridez tão deslumbrante como inóspita. Quem a visita, surpreende-se com a grandiosidade e excentricidade geológica da quarta menor ilha de Cabo Verde.
PN Bromo Tengger Semeru, Indonésia

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Ilha do Pico, Açores

Ilha do Pico: o Vulcão dos Açores com o Atlântico aos Pés

Por um mero capricho vulcânico, o mais jovem retalho açoriano projecta-se no apogeu de rocha e lava do território português. A ilha do Pico abriga a sua montanha mais elevada e aguçada. Mas não só. É um testemunho da resiliência e do engenho dos açorianos que domaram esta deslumbrante ilha e o oceano em redor.
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O Mais Mediático dos Cataclismos por Acontecer

A BBC divulgou que o colapso de uma vertente vulcânica da ilha de La Palma podia gerar um mega-tsunami. Sempre que a actividade vulcânica da zona aumenta, os media aproveitam para apavorar o Mundo.
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São cinco os vulcões que fazem da ilha grande Havai aumentar de dia para dia. O Kilauea, o mais activo à face da Terra, liberta lava em permanência. Apesar disso, vivemos uma espécie de epopeia para a vislumbrar.
São Nicolau, Cabo Verde

Fotografia dess Nha Terra São Nicolau

A voz da saudosa Cesária Verde cristalizou o sentimento dos cabo-verdianos que se viram forçados a deixar a sua ilha. Quem visita São Nicolau ou, vá lá que seja, admira imagens que a bem ilustrem, percebe porque os seus lhe chamam, para sempre e com orgulho, nha terra.
Chã das Caldeiras a Mosteiros, Ilha do Fogo, Cabo Verde

Chã das Caldeiras a Mosteiros: descida pelos Confins do Fogo

Com o cimo de Cabo Verde conquistado, dormimos e recuperamos em Chã das Caldeiras, em comunhão com algumas das vidas à mercê do vulcão. Na manhã seguinte, iniciamos o regresso à capital São Filipe, 11 km de caminho para Mosteiros abaixo.
Brava, Cabo Verde

A Ilha Brava de Cabo Verde

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Santiago, Cabo Verde

Santiago de Baixo a Cima

Aterrados na capital cabo-verdiana de Praia, exploramos a sua pioneira antecessora. Da Cidade Velha, percorremos a crista montanhosa e deslumbrante de Santiago, até ao topo desafogado de Tarrafal.
Santo Antão, Cabo Verde

Porto Novo a Ribeira Grande pelo Caminho do Mar

Desembarcados e instalados em Porto Novo de Santo Antão, depressa constatamos duas rotas para chegar à segunda maior povoação da ilha. Já rendidos ao sobe-e-desce monumental da Estrada da Corda, deslumbramo-nos com o dramatismo vulcânico e atlântico da alternativa costeira.
Ponta do Sol a Fontainhas, Santo Antão, Cabo Verde

Uma Viagem Vertiginosa a Partir da Ponta do Sol

Atingimos o limiar norte de Santo Antão e de Cabo Verde. Em nova tarde de luz radiosa, acompanhamos a azáfama atlântica dos pescadores e o dia-a-dia menos litoral da vila. Com o ocaso iminente, inauguramos uma demanda sombria e intimidante do povoado das Fontainhas.
Mindelo, São Vicente, Cabo Verde

O Milagre de São Vicente

São Vicente sempre foi árida e inóspita a condizer. A colonização desafiante da ilha submeteu os colonos a sucessivas agruras. Até que, por fim, a sua providencial baía de águas profundas viabilizou o Mindelo, a urbe mais cosmopolita e a capital cultural de Cabo Verde.
Nova Sintra, Brava, Cabo Verde

Uma Sintra Crioula, em Vez de Saloia

Quando os colonos portugueses descobriram a ilha de Brava, repararam no seu clima, muito mais húmido que a maior parte de Cabo Verde. Determinados em manterem ligações com a distante metrópole, chamaram a principal povoação de Nova Sintra.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Leão, elefantes, PN Hwange, Zimbabwe
Safari
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O Legado do Saudoso Leão Cecil

No dia 1 de Julho de 2015, Walter Palmer, um dentista e caçador de trofeus do Minnesota matou Cecil, o leão mais famoso do Zimbabué. O abate gerou uma onda viral de indignação. Como constatamos no PN Hwange, quase dois anos volvidos, os descendentes de Cecil prosperam.
Fiel em frente à gompa A gompa Kag Chode Thupten Samphel Ling.
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Às Portas do ex-Reino do Alto Mustang

Antes do século XII, Kagbeni já era uma encruzilhada de rotas comerciais na confluência de dois rios e duas cordilheiras em que os reis medievais cobravam impostos. Hoje, integra o famoso Circuito dos Annapurnas. Quando lá chegam, os caminhantes sabem que, mais acima, se esconde um domínio que, até 1992, proibia a entrada de forasteiros.
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Com boa parte do território acima do Círculo Polar Árctico, os finlandeses respondem ao clima com soluções eficientes e uma obsessão pela arte, pela estética e pelo modernismo inspirada na vizinha Escandinávia.
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Ficou para a história que um acolhimento generoso assim fez Vasco da Gama elogiar a região. De 1731 em diante, os portugueses desenvolveram Inhambane, até 1975, ano em que a legaram aos moçambicanos. A cidade mantém-se o cerne urbano e histórico de uma das províncias mais reverenciadas de Moçambique.
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Diz-se que os finlandeses criaram os SMS para não terem que falar. O imaginário dos nórdicos frios perde-se na névoa das suas amadas saunas, verdadeiras sessões de terapia física e social.
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A 25 Dezembro, exploramos o interior elevado, bucólico mas tropical do norte de Queensland. Ignoramos o paradeiro da maioria dos habitantes e estranhamos a absoluta ausência da quadra natalícia.
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Soam os Tambores, Resistem os Índios

Com mais de 500 tribos presentes, o pow wow "Gathering of the Nations" celebra o que de sagrado subsiste das culturas nativo-americanas. Mas também revela os danos infligidos pela civilização colonizadora.
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Jipe cruza Damaraland, Namíbia
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Namíbia On the Rocks

Centenas de quilómetros para norte de Swakopmund, muitos mais das dunas emblemáticas de Sossuvlei, Damaraland acolhe desertos entrecortados por colinas de rochas avermelhadas, a maior montanha e a arte rupestre decana da jovem nação. Os colonos sul-africanos baptizaram esta região em função dos Damara, uma das etnias da Namíbia. Só estes e outros habitantes comprovam que fica na Terra.
Singapura Capital Asiática Comida, Basmati Bismi
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Singapura

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Não é Nenhum “Barco do Amor”. Quebra Gelo desde 1961

Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.
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Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
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Escravos foragidos subsistiram séculos em redor de um pantanal da Chapada Diamantina. Hoje, o quilombo do Remanso é um símbolo da sua união e resistência mas também da exclusão a que foram votados.
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À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
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Se a Nova Zelândia é conhecida pela sua tranquilidade e intimidade com a Natureza, Wanaka excede qualquer imaginário. Situada num cenário idílico entre o lago homónimo e o místico Mount Aspiring, ascendeu a lugar de culto. Muitos kiwis aspiram a para lá mudar as suas vidas.
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Puerto Plata, República Dominicana

Prata da Casa Dominicana

Puerto Plata resultou do abandono de La Isabela, a segunda tentativa de colónia hispânica das Américas. Quase meio milénio depois do desembarque de Colombo, inaugurou o fenómeno turístico inexorável da nação. Numa passagem-relâmpago pela província, constatamos como o mar, a montanha, as gentes e o sol do Caribe a mantêm a reluzir.
Celebração newar, Bhaktapur, Nepal
Religião
Bhaktapur, Nepal

As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
Chepe Express, Ferrovia Chihuahua Al Pacifico
Sobre Carris
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Mahu, Terceiro Sexo da Polinesia, Papeete, Taiti
Sociedade
Papeete, Polinésia Francesa

O Terceiro Sexo do Taiti

Herdeiros da cultura ancestral da Polinésia, os mahu preservam um papel incomum na sociedade. Perdidos algures entre os dois géneros, estes homens-mulher continuam a lutar pelo sentido das suas vidas.
Amaragem, Vida à Moda Alasca, Talkeetna
Vida Quotidiana
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
Parque Nacional Everglades, Florida, Estados Unidos, voo sobre os canais dos Everglades
Vida Selvagem
Parque Nacional Everglades, Flórida, E.U.A.

O Grande Rio Ervado da Flórida

Quem sobrevoa o sul do 27º estado espanta-se com a vastidão verde, lisa e ensopada que contrasta com os tons oceânicos em redor. Este ecossistema de pântano-pradaria único nos EUA abriga uma fauna prolífica dominada por 200 mil dos 1.25 milhões de jacarés da Flórida.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.