Vale de Fergana, Usbequistão

Uzbequistão, a Nação a Que Não Falta o Pão


Orgulho
Vendedora exibe um pão num mercado de Samarcanda.
Remessa
Vendedoras trazem mais pães para um mercado de beira de estrada da região de Fergana.
Maruf’ Jon
Padeiro Maruf'Jon e um ajudante cozem pães na sua padaria em Margilan.
Montra
Uma montra numa padaria de beira de estrada de Fergana.
Jovem vendedora
A mais nova das vendedoras do mercado mostra um pão com decoração exuberante.
Massa, farinha e telemóvel
Padeiro amassa mais pão numa padaria familiar.
Exemplar
Uma vendedora exibe mais um pão prodigioso.
Almoço com pão
Trabalhadoras de uma fábrica de tecidos acompanham a sua refeição com pão.
Abundância
Pães da região de Fergana em grande quantidade e diversidade.
Maruf’ Jon
O padeiro Maruf'Jon segura a pá que usa para arrancar os pães do tecto do seu forno.
Nova Carga
Vendedoras transportam uma nova remessa para a banca em que trabalham.
De bata e avental
Jovens vendedoras posam para a fotografia num curto momento de descontração.
Fila
Parte de uma longa sequência de vendedoras a trabalhar num mercado de beira de estrada dedicado apenas ao pão.
Poucos países empregam os cereais como o Usbequistão. Nesta república da Ásia Central, o pão tem um papel vital e social. Os Uzbeques produzem-no e consomem-no com devoção e em abundância.

Ravshan e Nilufar nunca começavam a sua shur’va (sopa de vegetais e carne) sem a adensar com pedaços de non.

Seguiam-se lagman (massa com outros vegetais e carne) ou dimlamla (guizado). Tendo em conta os seus físico contidos, surpreeendia-nos que os comensais continuassem a dar conta do pão amarelo colocado sobre a mesa.

Fazia-lhes uma certa confusão o facto de não sermos pãozeiros. “De certeza que não querem?” Perguntavam-nos à laia de insistência. “Cá, comemos sempre imenso non à refeição” reitera Nilufar. “Na verdade, a toda hora… possivelmente até um pouco demais.” e ri-se com a espontaneidade da sua adolescência prolongada.

Almoço atrás de almoço, jantar após jantar, acabamos por perceber quanta verdade havia naquelas palavras. E que não poderia ser de outra maneira.

Uzbequistão: o Celeiro da Ásia Central

A Ucrânia sempre teve a fama de mega-produtora de cereais, reforçadora prodigiosa da capacidade da URSS. Se tivermos em conta os tamanhos dos territórios, mesmo se a principal cultura do país é o algodão, o Uzbequistão tornou-se num celeiro prolífico.

Durante a sua era despótica, o Presidente todo-poderoso Islam Karimov congratulou os agricultores da nação pela colheita farta de 2011 que, com 7 milhões de toneladas de grãos, suplantou a anterior em quase 300.000.

Ainda assim, o preço do pão social – o mais simples – subiu 10%, 50 sums (2 cêntimos). A população sentiu o novo aumento como uma facada nas costas. “Parece pouco…” diz Farida Akhmedshina à imprensa nacional “. Na realidade, o aumento foi de 100 sums. Os empregados das lojas sempre nos deram rebuçados como trocos pequenos e é o que vai acontecer quando pagarmos os 550 com 600 ou até com 1000 sums”.

pao em abundancia, nacao, pao, uzbequistao

Pães da região de Fergana em grande quantidade e diversidade.

Mais que a saciedade do povo uzbeque que fica afectada com estes aumentos anuais, é a sua vida, a começar pelo relacionamento social.

A Preponderância Social do Pão do Uzbequistão

Nas zonas mais tradicionais, a primeira coisa que as pessoas levam a casa de outras como prenda é um non. À despedida, os anfitriões fazem questão de oferecer um de volta aos visitantes.

Nas casas que possuem os seus próprios fornos, as mulheres preparam os pães que a família consome e que irá oferecer. Batem, acariciam, voltam a sovar a massa até conseguirem a consistência desejada.

Depois, fazem afundar o centro e desenham o padrão decorativo próprio da zona, da aldeia ou até o familiar. Cada região tem as suas variedades, o obi non mais comum os shirma de Samarcanda e os de Bukhara, polvilhados com sésamo ou nigela e que têm um aroma inconfundível.

Os katlama de Andijon e Qashqadaryo – preparados com natas, manteiga e flocos estaladiços – são igualmente aromáticos. De acordo com a tradição, eram e ainda são servidos durante encontros casamenteiros.

Já os lochira da capital Tashkent têm a forma de um prato. São confeccionados com leite, manteiga e açúcar. Outros incorporam carne, cebola, frutos secos esmagados, tomate, passas e distintos complementos.

Cada região, ou aldeia ou até padeiro, pode ter o seu próprio fermento especial que conserva e protege da concorrência sempre que pode.

trabalhadoras de fabrica, nacao, pao, uzbequistao

Trabalhadoras de uma fábrica de tecidos acompanham a sua refeição com pão.

A maior parte dos lepyoshkas (o nome russo para o pão) são ultimados em tandyres, poderosas fornaças de argila reforçada que garantem o ponto ideal de cozedura entre apenas 4 a 8 minutos.

Os tipos não tandyr de pão, mais raros, foram aperfeiçoados pelas tribos nómadas que, perante a impossibilidade de transportarem grandes fornos, os coziam em kazans (caldeirões) sobre uma base de leite.

Já tínhamos percorrido parte significativa do país. Mudamo-nos por alguns dias para o vale de Fergana e as imediações de Andijan.

Foi em Fergana que, a meio dos anos 2000, se cozinhou uma forte contestação ao Presidente Karimov e que acabou por ser palco de uma resposta brutal ao movimento alegadamente extremista islâmico responsável. A chacina consequente ficou conhecida no Mundo como o massacre de Andijan.

Passaram-se oito anos. Somos testemunhas de que toda esta comoção político-militar não afectou a famosa hospitalidade da província.

A Grande Padaria Uzbeque de Margilan

Nilufar já nos tinha ouvido gabar a beleza do pão da sua pátria vezes sem conta. Quando passamos por Margilan, pede ao novo motorista Muhit Din para estacionar numa rua conhecida pela abundância de padarias e fornos tandyr.

padeiro amassa pao, nacao, pao, uzbequistao

Padeiro amassa mais pão numa padaria familiar.

De um momento para o outro, damos por nós num périplo enfarinhado. Jovens moldam e alinham a massa, à conversa e sempre de olho nos seus telemóveis envelhecidos.

Logo ao lado, uma dupla com visual exótico encarrega-se do trabalho mais árduo. O forno irradia para o exterior uma temperatura de sauna descontrolada. Ma’ruf Jon, o padeiro mais experiente resiste. Coloca mais e mais pães no interior, como se fosse imune ao desconforto.

padeiro e ajudante, nacao, pao, uzbequistao

Padeiro Maruf’Jon e um ajudante cozem pães na sua padaria em Margilan.

O seu rosto está cozinhado pelo calor, com as veias e outros vasos sanguíneos dilatados e feridos sob uma pele fina, cada vez mais escarlate. O padeiro alterna com um colega, provavelmente aprendiz. Ainda assim, assume a maior parte do sacrifício que o destino lhes impôs.

Por razões que os uzbeques consideram óbvias, os padeiros do país são todos os homens. Homens especiais, com uma força de vontade superior. Sentimos que Ma’ruf Jon é um veterano daquele ofício.

padeiro, nacao, pao, uzbequistao

O padeiro Maruf’Jon segura a pá que usa para arrancar os pães do tecto do seu forno.

A determinada altura, sugere que o experimentemos provavelmente para darmos ao seu ofício o valor merecido. Nilufar traduz o repto: “Vá, pega na pá! Chega de fotografias. Agora é a vossa vez.”

À primeira vista, a tarefa parece simples. Só temos que arrancar dois ou três pães já cozidos, colados ao tecto e às paredes do forno em pré-brasa e atirá-los para um cesto. Mas não nos conseguimos aproximar daquele inferno mais que uns segundos.

Como consequência, apressamos a operação. Deixamos ficar pedaços agarrados à superfície do forno e danificamos a forma preciosa do alimento.

Quando devolvemos a pá ao mestre, estamos algo envergonhados e não nos restam grandes dúvidas: a profissão só poderia ser desempenhada por corpos resistentes ao flagelo e por espíritos inabaláveis. Não tardaríamos a descobrir um lado menos dantesco do negócio.

vendedora exibe pao, nacao, pao, uzbequistao

Uma vendedora exibe mais um pão prodigioso.

Um Grande Mercado de Beira-Estrada, só de Pão

Deixamos Margilan de regresso a Tashkent. Ainda antes de atravessarmos a fronteira para a província de Namangan, Muhit Din tem que parar num posto de controle policial. Pouco depois, encontramos um mercado de estrada, com vendedores organizados para fornecer os melhores produtos de Fergana a quem viaja para a capital.

Ali, vemos dezenas de mulheres em trajes tradicionais atrás de uma longa banca improvisada sobre blocos de cimento e caixotes, preenchida por exemplares dos pães da região, dourados como o Sol.

fila de vendedoras, nacao, pao, uzbequistao

Parte de uma longa sequência de vendedoras a trabalhar num mercado de beira de estrada dedicado apenas ao pão.

Detêm-se fornecedores e clientes à beira da estrada. Os primeiros equilibram tabuleiros com mais espécimes. Os últimos percorrem a banca a todo o comprimento a avaliar a mercadoria oferecida.

É então que, em sequência, cada vendedora os tenta capturar com pregões e chamamentos encantadores em uzbeque ou russo, dependendo dos alvos.

jovem vendedora, nacao, pao, uzbequistao

A mais nova das vendedoras do mercado mostra um pão com decoração exuberante.

Os clientes precisam daqueles pães para distintas ocasiões, mais ou menos solenes. É raro regressarem aos carros de mãos a abanar.

vendedoras, nova carga, nacao, pao, uzbequistao

Vendedoras transportam uma nova remessa para a banca em que trabalham.

No Uzbequistão, muitas famílias continuam fiéis aos antigos costumes. Colocam um pão debaixo da cabeça dos recém-nascidos para lhes desejar uma vida longa e sem problemas.

Mais tarde, quando o bebé dá os seus primeiros passos, o pão é mudado para entre as pernas como uma bênção para o resto do caminho.

Se o bebé é rapaz, anos depois, quando chega a altura de cumprir o serviço militar ou se for recrutado para uma guerra, a sua mãe fá-lo-á comer um pedaço de pão para que regresse o mais depressa possível.

A importância do non alcança as mais elevadas instâncias politicas e diplomáticas.

montra de padaria, nacao, pao, uzbequistao

Uma montra numa padaria de beira de estrada de Fergana.

Em 2011, os 20 anos de independência do novo país foram comemorados no parque Bobur de Tashkent com um grande “Non Sayli”, um festival nacional do pão.

Usbequistão

Viagem Pelo Pseudo-Alcatrão do Usbequistão

Os séculos passaram. As velhas e degradadas estradas soviéticas sulcam os desertos e oásis antes atravessados pelas caravanas da Rota da Seda. Sujeitos ao seu jugo durante uma semana, vivemos cada paragem e incursão nos lugares e cenários usbeques como recompensas rodoviárias históricas.
Tbilisi, Geórgia

Geórgia ainda com Perfume a Revolução das Rosas

Em 2003, uma sublevação político-popular fez a esfera de poder na Geórgia inclinar-se do Leste para Ocidente. De então para cá, a capital Tbilisi não renegou nem os seus séculos de história também soviética, nem o pressuposto revolucionário de se integrar na Europa. Quando a visitamos, deslumbramo-nos com a fascinante mixagem das suas passadas vidas.
Comida do Mundo

Gastronomia Sem Fronteiras nem Preconceitos

Cada povo, suas receitas e iguarias. Em certos casos, as mesmas que deliciam nações inteiras repugnam muitas outras. Para quem viaja pelo mundo, o ingrediente mais importante é uma mente bem aberta.
Samarcanda, Usbequistão

O Sultão Astrónomo

Neto de um dos grandes conquistadores da Ásia Central, Ulugh Beg preferiu as ciências. Em 1428, construiu um observatório espacial em Samarcanda. Os seus estudos dos astros levaram-lhe o nome a uma cratera da Lua.
Margilan, Usbequistão

Um Ganha Pão do Uzbequistão

Numa de muitas padarias de Margilan, desgastado pelo calor intenso do forno tandyr, o padeiro Maruf'Jon trabalha meio-cozido como os distintos pães tradicionais vendidos por todo o Usbequistão
Khiva, Uzbequistão

A Fortaleza da Rota da Seda que a União Soviética Aveludou

Nos anos 80, dirigentes soviéticos renovaram Khiva numa versão amaciada que, em 1990, a UNESCO declarou património Mundial. A URSS desintegrou-se no ano seguinte. Khiva preservou o seu novo lustro.
Mercados

Uma Economia de Mercado

A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
Suzdal, Rússia

Em Suzdal, é de Pequenino que se Celebra o Pepino

Com o Verão e o tempo quente, a cidade russa de Suzdal descontrai da sua ortodoxia religiosa milenar. A velha cidade também é famosa por ter os melhores pepinos da nação. Quando Julho chega, faz dos recém-colhidos um verdadeiro festival.
Samarcanda, Uzbequistão

Um Legado Monumental da Rota da Seda

Em Samarcanda, o algodão é agora o bem mais transaccionado e os Ladas e Chevrolets substituíram os camelos. Hoje, em vez de caravanas, Marco Polo iria encontrar os piores condutores do Uzbequistão.
Tóquio, Japão

O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
Mar de Aral, Uzbequistão

O Lago que o Algodão Absorveu

Em 1960, o Mar de Aral era um dos quatro maiores lagos do mundo mas projectos de irrigação secaram grande parte da água e do modo de vida dos pescadores. Em troca, a URSS inundou o Uzbequistão com ouro branco vegetal.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Leões juvenis num braço arenoso do rio Chire
Safari
PN Liwonde, Malawi

A Reanimação Prodigiosa do PN Liwonde

Durante largo tempo, a incúria generalizada e o alastrar da caça furtiva vitimaram esta reserva animal. Em 2015, a African Parks entrou em cena. Em pouco tempo, também beneficiário da água abundante do lago Malombe e do rio Chire, o Parque Nacional Liwonde tornou-se um dos mais vivos e exuberantes do Malawi.
Jovens percorrem a rua principal de Chame, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Competição do Alaskan Lumberjack Show, Ketchikan, Alasca, EUA
Arquitectura & Design
Ketchikan, Alasca

Aqui Começa o Alasca

A realidade passa despercebida a boa parte do mundo, mas existem dois Alascas. Em termos urbanos, o estado é inaugurado no sul do seu oculto cabo de frigideira, uma faixa de terra separada dos restantes E.U.A. pelo litoral oeste do Canadá. Ketchikan, é a mais meridional das cidades alasquenses, a sua Capital da Chuva e a Capital Mundial do Salmão.
Salto Angel, Rio que cai do ceu, Angel Falls, PN Canaima, Venezuela
Aventura
PN Canaima, Venezuela

Kerepakupai, Salto Angel: O Rio Que Cai do Céu

Em 1937, Jimmy Angel aterrou uma avioneta sobre uma meseta perdida na selva venezuelana. O aventureiro americano não encontrou ouro mas conquistou o baptismo da queda d'água mais longa à face da Terra
bebe entre reis, cavalhadas de pirenopolis, cruzadas, brasil
Cerimónias e Festividades
Pirenópolis, Brasil

Cruzadas à Brasileira

Os exércitos cristãos expulsaram as forças muçulmanas da Península Ibérica no séc. XV mas, em Pirenópolis, estado brasileiro de Goiás, os súbditos sul-americanos de Carlos Magno continuam a triunfar.
Vilanculos, Moçambique, Dhows percorrem um canal
Cidades
Vilankulos, Moçambique

Índico vem, Índico Vai

A porta de entrada para o arquipélago de Bazaruto de todos os sonhos, Vilankulos tem os seus próprios encantos. A começar pela linha de costa elevada face ao leito do Canal de Moçambique que, a proveito da comunidade piscatória local, as marés ora inundam, ora descobrem.
fogon de Lola, comida rica, Costa Rica, Guapiles
Comida
Fogón de Lola, Costa Rica

O Sabor a Costa Rica de El Fogón de Lola

Como o nome deixa perceber, o Fogón de Lola de Guapiles serve pratos confeccionados ao fogão e ao forno, segundo tradição familiar costarricense. Em particular, a família da Tia Lola.
Noiva entra para carro, casamento tradicional, templo Meiji, Tóquio, Japão
Cultura
Tóquio, Japão

Um Santuário Casamenteiro

O templo Meiji de Tóquio foi erguido para honrar os espíritos deificados de um dos casais mais influentes da história do Japão. Com o passar do tempo, especializou-se em celebrar bodas tradicionais.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Em Viagem
Morondava, Avenida dos Baobás, Madagáscar

O Caminho Malgaxe para o Deslumbre

Saída do nada, uma colónia de embondeiros com 30 metros de altura e 800 anos ladeia uma secção da estrada argilosa e ocre paralela ao Canal de Moçambique e ao litoral piscatório de Morondava. Os nativos consideram estas árvores colossais as mães da sua floresta. Os viajantes veneram-nas como uma espécie de corredor iniciático.
Mulheres com cabelos longos de Huang Luo, Guangxi, China
Étnico
Longsheng, China

Huang Luo: a Aldeia Chinesa dos Cabelos mais Longos

Numa região multiétnica coberta de arrozais socalcados, as mulheres de Huang Luo renderam-se a uma mesma obsessão capilar. Deixam crescer os cabelos mais longos do mundo, anos a fio, até um comprimento médio de 170 a 200 cm. Por estranho que pareça, para os manterem belos e lustrosos, usam apenas água e arrôz.
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

Curieuse Island, Seychelles, tartarugas de Aldabra
História
Île Felicité e Île Curieuse, Seychelles

De Leprosaria a Lar de Tartarugas Gigantes

A meio do século XVIII, continuava inabitada e ignorada pelos europeus. A expedição francesa do navio “La Curieuse” revelou-a e inspirou-lhe o baptismo. Os britânicos mantiveram-na uma colónia de leprosos até 1968. Hoje, a Île Curieuse acolhe centenas de tartarugas de Aldabra, o mais longevo animal terrestre.
Ilha do Norte, Nova Zelândia, Maori, Tempo de surf
Ilhas
Ilha do Norte, Nova Zelândia

Viagem pelo Caminho da Maoridade

A Nova Zelândia é um dos países em que descendentes de colonos e nativos mais se respeitam. Ao explorarmos a sua lha do Norte, inteirámo-nos do amadurecimento interétnico desta nação tão da Commonwealth como maori e polinésia.
lago ala juumajarvi, parque nacional oulanka, finlandia
Inverno Branco
Kuusamo ao PN Oulanka, Finlândia

Sob o Encanto Gélido do Árctico

Estamos a 66º Norte e às portas da Lapónia. Por estes lados, a paisagem branca é de todos e de ninguém como as árvores cobertas de neve, o frio atroz e a noite sem fim.
José Saramago em Lanzarote, Canárias, Espanha, Glorieta de Saramago
Literatura
Lanzarote, Canárias, Espanha

A Jangada de Basalto de José Saramago

Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.
Os vulcões Semeru (ao longe) e Bromo em Java, Indonésia
Natureza
PN Bromo Tengger Semeru, Indonésia

O Mar Vulcânico de Java

A gigantesca caldeira de Tengger eleva-se a 2000m no âmago de uma vastidão arenosa do leste de Java. Dela se projectam o monte supremo desta ilha indonésia, o Semeru, e vários outros vulcões. Da fertilidade e clemência deste cenário tão sublime quanto dantesco prospera uma das poucas comunidades hindus que resistiram ao predomínio muçulmano em redor.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Vulcão ijen, Escravos do Enxofre, Java, Indonesia
Parques Naturais
Vulcão Ijen, Indonésia

Os Escravos do Enxofre do Vulcão Ijen

Centenas de javaneses entregam-se ao vulcão Ijen onde são consumidos por gases venenosos e cargas que lhes deformam os ombros. Cada turno rende-lhes menos de 30€ mas todos agradecem o martírio.
tarsio, bohol, filipinas, do outro mundo
Património Mundial UNESCO
Bohol, Filipinas

Umas Filipinas do Outro Mundo

O arquipélago filipino estende-se por 300.000 km² de oceano Pacífico. Parte do sub-arquipélago Visayas, Bohol abriga pequenos primatas com aspecto alienígena e as colinas extraterrenas de Chocolate Hills.
Sósias dos irmãos Earp e amigo Doc Holliday em Tombstone, Estados Unidos da América
Personagens
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Vista aérea de Moorea
Praias
Moorea, Polinésia Francesa

A Irmã Polinésia que Qualquer Ilha Gostaria de Ter

A meros 17km de Taiti, Moorea não conta com uma única cidade e abriga um décimo dos habitantes. Há muito que os taitianos veem o sol pôr-se e transformar a ilha ao lado numa silhueta enevoada para, horas depois, lhe devolver as cores e formas exuberantes. Para quem visita estas paragens longínquas do Pacífico, conhecer também Moorea é um privilégio a dobrar.
Casario de Gangtok, Sikkim, Índia
Religião
Gangtok, Índia

Uma Vida a Meia-Encosta

Gangtok é a capital de Sikkim, um antigo reino da secção dos Himalaias da Rota da Seda tornado província indiana em 1975. A cidade surge equilibrada numa vertente, de frente para a Kanchenjunga, a terceira maior elevação do mundo que muitos nativos crêem abrigar um Vale paradisíaco da Imortalidade. A sua íngreme e esforçada existência budista visa, ali, ou noutra parte, o alcançarem.
Chepe Express, Ferrovia Chihuahua Al Pacifico
Sobre Carris
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Amaragem, Vida à Moda Alasca, Talkeetna
Sociedade
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
Casario, cidade alta, Fianarantsoa, Madagascar
Vida Quotidiana
Fianarantsoa, Madagáscar

A Cidade Malgaxe da Boa Educação

Fianarantsoa foi fundada em 1831 por Ranavalona Iª, uma rainha da etnia merina então predominante. Ranavalona Iª foi vista pelos contemporâneos europeus como isolacionista, tirana e cruel. Reputação da monarca à parte, quando lá damos entrada, a sua velha capital do sul subsiste como o centro académico, intelectual e religioso de Madagáscar.
Rottnest Island, Wadjemup, Australia, Quokkas
Vida Selvagem
Wadjemup, Rottnest Island, Austrália

Entre Quokkas e outros Espíritos Aborígenes

No século XVII, um capitão holandês apelidou esta ilha envolta de um oceano Índico turquesa, de “Rottnest, um ninho de ratos”. Os quokkas que o iludiram sempre foram, todavia, marsupiais, considerados sagrados pelos aborígenes Whadjuk Noongar da Austrália Ocidental. Como a ilha edénica em que os colonos britânicos os martirizaram.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.