Reunião

O Melodrama Balnear da Reunião


Perigo: correntes
Nadador-salvador traz um banhista arrastado pelas fortes correntes ao largo de Boucan Canot. As intervenções dos nadadores-salvadores são permanentes em Boucan Canot.
Descanso a salvo
Banhistas conversam numa zona de litoral protegida da ondulação e dos tubarões por uma barreira de rochas.
Boucan Canot
A praia de Boucan Canot, a mais famosa da Reunião também devido aos frequentes ataques de tubarões que já lá ocorreram.
R.I.P. Elio
Um memorial homenageia e recorda Elio Canestri, um surfista promissor que, com apenas treze anos, sucumbiu ao ataque de um tubarão.
Descanso a salvo II
Banhistas descontraem numa das raras zonas da ilha Reunião protegida dos tubarões por uma barreira de recife.
Índico feroz
Onda forte agita os banhistas no limiar do areal de Boucan Canot, uma praia que, além das correntes e dos tubarões que forçaram à instalação e a manutenção de uma rede protectora é batida por uma ondulação violenta.
Um Surf arriscado
Surfistas e bodyboarders fazem-se às ondas de Boucan Canot, próximo do local em que Elio Canestri foi vitimado por um tubarão.
Banhistas vs Índico
Banhistas divertem-se à beira do oceano Índico, em Boucan Canot.
Nem todos os litorais tropicais são retiros prazerosos e revigorantes. Batido por rebentação violenta, minado de correntes traiçoeiras e, pior, palco dos ataques de tubarões mais frequentes à face da Terra, o da ilha da Reunião falha em conceder aos seus banhistas a paz e o deleite que dele anseiam.

Projectada do fundo dos mares como uma de tantas erupções massivas de lava que o clima moldou e tornou luxuriante, a ilha da Reunião tem rebordos e litorais quase sempre bruscos e abruptos. Apontámos a Boucan Canot, um dos mais famosos.

Disso se queixam os moradores da capital Saint-Denis, desejosos de evasão à altura do isolamento e da rotina que, malgrado o nome, a ilha que os acolheu lhes impõe. Thomas nascera em Versailles.

Deixou o requinte e a proximidade da metrópole parisiense em busca de aventura e de uma carreira de professor mais solarenga e remunerada nos confins meridionais da União Europeia. Como sempre acontece, só em parte o plano lhe correu como esperado.

Em termos sociais e culturais, a pequena Saint-Denis mantinha-o espartilhado, algo deprimido. Thomas contava com a praia para recuperar o ânimo.

Gabou-nos e aconselhou-nos Boucan Canot como a meca de areia, água, sal e melanina a que se habituara a peregrinar.

Banhistas vs Índico

Banhistas divertem-se à beira do oceano Índico, em Boucan Canot.

Omitiu, na íntegra, o lado sombrio que lhe viríamos a descobrir.

Dia de Praia em Boucan Canot

Chegou o dia de nos fazermos a sul. Boucan Canot destacava-se do mapa e continuava a estimular-nos a memória. Não tardámos a visá-la.

Metemo-nos na estrada que ligava Saint-Denis a Saint-Paul.

Bastaram umas centenas de metros para percebemos o quão extrema e exigente se podia provar a Reunião.

Em parte deste percurso, a costa revelava-se de tal forma íngreme e escarpada que nunca concedera uma via, por mais estreita que fosse. Rendidas às evidências, as autoridades francófonas ergueram um viaduto sobre o mar.

Mesmo assim, a sequência rodoviária desse viaduto era uma estrada submissa à falésia, sobre a qual, com demasiada frequência, se precipitavam enormes calhaus.

Só redes de aço resistentes evitavam que estas bombas-relógio causassem danos mais sérios. O drama atenuado eram as longas filas de trânsito sem escapatória.

À hora a que nos fazemos ao caminho, todavia, tudo corre pelo melhor. Não nos chegamos a deter em Saint-Paul.

Boucan Canot, distava uns poucos quilómetros. Surge-nos como um desvio inesperado da via litorânea.

Boucan Canot: uma praia frenética

Estacionamos. Passamos para diante da torre de vigia cimeira da praia, habitada por nadadores-salvadores sempre a postos.

Dali, contemplamo-la em formato panorâmico, entre a linha recuada de coqueiros e a da rebentação.

Nuvens carregadas que a sobrevoam adensam a luz.

A praia de ,Boucan Canot, ilha da Reunião

A praia de Boucan Canot, a mais famosa da Reunião também devido aos frequentes ataques de tubarões que já lá ocorreram.

Escurecem o dourado do areal, desafogado e moldado por mil pés. De tão extensa que era, a praia estava longe de à pinha.

Uma óbvia sede pela frescura espalhada pela rebentação faziam concentrar a maior parte dos veraneantes junto à beira-mar.

Também nós por lá nos instalamos. Examinamos à pressa o perfil das vagas. Acalorados pelo dia abafado, juntamo-nos a uma turba de banhistas já dentro de água.

Uma laje de rochas coberta de pedras complicava os passos anfíbios inaugurais. A força das ondas a desfazer-se no areal, agravava ainda mais a vulnerabilidade de quem tentava mergulhar.

Por fim, conseguimos entrar.

Num ápice, damos connosco numa espécie de cuba de máquina de lavar marinha.

Rebentação da praia de Boucan Canot, ilha da Reunião

Onda forte agita os banhistas no limiar do areal de Boucan Canot, uma praia que, além das correntes e dos tubarões – que forçaram à instalação e a manutenção de uma rede protectora – é batida por uma ondulação violenta.

Ondas e Correntes, além dos Tubarões

Propulsionadas por uma tempestade para sul no oceano Índico, as ondas chegavam sem um padrão de vigor definido.

Rebentavam mais à frente ou mais atrás e surpreendiam banhistas que assim se viam atrapalhados e arrastados para a zona pedregosa e o areal e a chocar uns nos outros.

Para aqueles que, como nós, tinham decidido avançar para salvo da rebentação e ficar sem pé, o panorama não era muito melhor.

Correntes intermitentes apanhavam desprevenidos alguns dos aventureiros mais incautos e puxavam-nos em direcção a alto-mar.

De tal maneira e com tal frequência que os nadadores-salvadores já tinham desistido de entrar e sair da água. Permaneciam, em posições estratégicas, sobre grandes longboards.

Resgatavam, um atrás do outro, os banhistas em apuros.

Salvamento de banhista em Boucan Canot, ilha da Reunião

Nadador-salvador traz um banhista arrastado pelas fortes correntes ao largo de Boucan Canot. As intervenções dos nadadores-salvadores são permanentes em Boucan Canot.

Apesar de toda a ondulação e respectiva comoção, mais que habituados à violência do mar português, chapinhamos, mergulhamos por baixo da rebentação e só não apanhamos boleias das ondas porque terminariam, dolorosas, sobre a tal laje rochosa e pedregosa que nos havia dificultado a entrada.

Refrescamo-nos como merecíamos, já então com a consciência de que aquela incursão no mar rebelde de Boucan Canot, tinha sido, só por si, uma enorme benesse.

A Praga dos Tubarões-Touro

Devido aos sucessivos acidentes mortais que lá tiveram lugar, pela perspectiva realística e penosa de se repetirem, Boucan Canot passa boa parte do tempo encerrada a banhos. Os culpados são, desde há muito, os mesmos: os tubarões-touro que sulcam as águas em redor da ilha, ávidos por se banquetearem com carne vulnerável.

Na Reunião, os ataques a banhistas repetem-se mais que no vasto litoral australiano, provavelmente o mais badalado no que ao tema concerne. De tal maneira que, em termos estatísticos, esta ilha francófona é o lugar com a maior probabilidade de se darem à face da Terra.

Só de 2010 a 2016, a ilha foi palco de 19 ataques com consequências trágicas, 16% dos 491 registados em todo o mundo. Destes 19, oito foram mortais. Em Boucan Canot e imediações, registaram-se dois só em 2011. Um em 2015 e, o último nesta praia, em 2016.

Memorial ao jovem Elio Canestri, vítima de ataque de tubarão, Boucan Canot, ilha da Reunião

Um memorial homenageia e recorda Elio Canestri, um surfista promissor que, com apenas treze anos, sucumbiu ao ataque de um tubarão.

O incidente de 2015 vitimou Elio Canestri, um campeão juvenil de surf admirado pela comunidade local de surfistas mas não só.

Elio contava treze anos. Sucumbiu à investida de um tubarão que começou por o morder na barriga, arrastou para longe da prancha e o devorou como se de uma pequena foca se tratasse.

Em Agosto de 2016, Laurent Chardard, de 21 anos, surfava com amigos quando outro tubarão o feriu com tal gravidade num braço e num pé que as feridas obrigaram à amputação.

O Esquecimento dos Eventos Passados pela Psicologia de Grupo

Nestes dois casos, como em quase todos, os jovens surfistas entusiasmaram-se com as ondas enormes e bem formadas que dão à costa.

O facto de surfarem em grupos de adolescentes faz com que ignorem os eventos passados e a proibição oficial de surfarem na maior parte do litoral da ilha. Bem como os respectivos avisos das autoridades – e pensem que nada lhes irá acontecer.

As várias tragédias obrigaram as autoridades francófonas da Reunião a dotarem as praias mais populares de redes anti-tubarão, como aconteceu em Boucan Canot e/ou de outros sistemas protectores.

Ainda assim, numas situações, os surfistas aventuraram-se em lugares não protegidos por estas redes.

Surfistas e bodyboarders, Boucan Canot, Ilha da Reunião

Surfistas e bodyboarders fazem-se às ondas de Boucan Canot, próximo do local em que Elio Canestri foi vitimado por um tubarão.

Noutros, os tubarões entraram por fendas geradas entre as verificações levadas pelos mergulhadores, ou sobre as redes que, de quando em quando, as vagas massivas fazem rebaixar.

Teorias e Mais Teorias

No intervalo dos períodos de luto pelos ataques, a inexplicavelmente dinâmica economia do surf e do bodyboard de Boucan Canot e da ilha em geral ressente-se.

As lojas e escolas de surf e até os hotéis e resorts à beira-mar fecham as portas. Passado algum tempo, a memória esvanece-se. As redes são remendadas ou substituídas e os adolescentes recuperam a inconsciência do costume. Os tubarões não perdoam o mínimo deslize e causam novas vitimas.

Resta saber ao certo o que faz com que a Reunião tenha, em comparação com outras parte do mundo, um número tão elevado de ataques de tubarão.

Quando convivemos com moradores da ilha, não disfarçámos a curiosidade que, enquanto banhistas forasteiros mas não só, o tema nos despertou. Tentámos esclarecer-nos apenas para chegarmos à conclusão de que só as teorias abundam.

Falaram-nos de antigos matadouros nos arredores da capital Saint-Denis que antes despejavam o sangue e até carcaças dos animais para o mar e assim atraíram enormes cardumes de tubarões, principalmente os ali mais abundantes e activos tubarões-touro.

Mencionaram-nos a culpa das frotas de pesca chinesas que, com os seus enormes arrastões, fizeram escassear as presas habituais dos tubarões.

Estes, aumentaram desde que, em 1999, a ilha baniu a sua pesca por se ter apurado que a carne de tubarão continha níveis elevados da toxina ciguatera, produzida por um pequeno organismo do plâncton que acaba por se acumular na carne dos super-predadores que a Reunião antes consumia e exportava.

Ambientalistas vs Surfistas, o Confronto à Margem do Drama

Seja qual tenha sido a razão, os ferozes tubarões-touro proliferaram e habituaram-se a compensar a falta de alimento com os humanos que se põem a jeito, sobretudo os surfistas e bodyboarders.

Tal como a razão para o drama, as medidas a tomar para lá das falíveis redes e sistemas de protecção complementares despertaram uma polémica internacional. Centenas de artigos na imprensa apelidaram a ilha de “a ilha dos tubarões”, “aquário de tubarões”, “capital mundial dos ataques de tubarões” etc., etc.

Acirraram mais e mais adversários de uma recém-formada contenda. De um lado, estão os ambientalistas que defendem que os tubarões patrulham o mar em redor da Reunião há milénios e que são os surfistas e banhistas que devem respeitar a lógica natural da sua existência.

Praia protegida dos tubarões por recife, ilha da Reunião

Banhistas descontraem numa das raras zonas da ilha Reunião protegida dos tubarões por uma barreira de recife.

Do outro, a comunidade surf mundial que se arrepia com as tragédias da ilha mas defende o direito dos surfistas de lá surfarem sem arriscarem as suas vidas.

A Intervenção Mediática de Kelly Slater

Em 2017, Kelly Slater, onze vezes campeão mundial de surf, reagiu ao ataque do início desse ano com um post na sua página de Instagram : “Honestamente, não vou ser popular por dizer isto mas é preciso levar a cabo um abate sério na Reunião e devia acontecer todos os dias….”

“ Se todo o mundo tivesse este rácio de ataques, ninguém usaria o oceano e literalmente milhões de pessoas morreriam desta maneira.”

Como seria de esperar, o post globalizou de vez o conflito. Muitos fãs mostraram-se desiludidos com Slater ao constatar que este sacrificava a sua habitual postura ambientalista por, do outro lado, estarem surfistas.

Os ambientalistas defendem que as autoridades deviam apostar em redes mais eficientes e na consciencialização dos surfistas.

Mas, acima de tudo, na recuperação dos ecossistemas coralíferos ao largo da ilha, devastados pela sobrepesca de arrastão. Boucan Canot recebeu recentemente novas redes e sistemas de protecção.

Desde 2016 que não sofre ataques. O último, na Reunião, deu-se há pouco mais de um ano e os seus banhistas e surfistas já se terão voltado a esquecer. Tendo em conta a improbabilidade de a ilha se livrar dos tubarões que a cercam, resta saber até quando.

Banhistas, ilha da Reunião

Banhistas conversam numa zona de litoral protegida da ondulação e dos tubarões por uma barreira de rochas.

Mais informações sobre esta ilha francesa do oceano Índico no site do Turismo da Reunião

Cilaos, Reunião

Refúgio sob o tecto do Índico

Cilaos surge numa das velhas caldeiras verdejantes da ilha de Reunião. Foi inicialmente habitada por escravos foragidos que acreditavam ficar a salvo naquele fim do mundo. Uma vez tornada acessível, nem a localização remota da cratera impediu o abrigo de uma vila hoje peculiar e adulada.
Piton de la Fournaise, Reunião

O Vulcão Turbulento da Reunião

Com 2632m, o Piton de la Fournaise, o único vulcão eruptivo da Reunião, ocupa quase metade desta ilha que exploramos, montanhas acima, montanhas abaixo. É um dos vulcões mais activos e imprevisíveis do oceano Índico e à face da Terra.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, colina Normatior
Safari
PN Amboseli, Quénia

Uma Dádiva do Kilimanjaro

O primeiro europeu a aventurar-se nestas paragens masai ficou estupefacto com o que encontrou. E ainda hoje grandes manadas de elefantes e de outros herbívoros vagueiam ao sabor do pasto irrigado pela neve da maior montanha africana.
Fiel em frente à gompa A gompa Kag Chode Thupten Samphel Ling.
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 15º - Kagbeni, Nepal

Às Portas do ex-Reino do Alto Mustang

Antes do século XII, Kagbeni já era uma encruzilhada de rotas comerciais na confluência de dois rios e duas cordilheiras em que os reis medievais cobravam impostos. Hoje, integra o famoso Circuito dos Annapurnas. Quando lá chegam, os caminhantes sabem que, mais acima, se esconde um domínio que, até 1992, proibia a entrada de forasteiros.
planicie sagrada, Bagan, Myanmar
Arquitectura & Design
Bagan, Myanmar

A Planície dos Pagodes, Templos e Redenções Celestiais

A religiosidade birmanesa sempre assentou num compromisso de redenção. Em Bagan, os crentes endinheirados e receosos continuam a erguer pagodes na esperança de conquistarem a benevolência dos deuses.
Pleno Dog Mushing
Aventura
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.
Danca dragao, Moon Festival, Chinatown-Sao Francisco-Estados Unidos da America
Cerimónias e Festividades
São Francisco, E.U.A.

Com a Cabeça na Lua

Chega a Setembro e os chineses de todo o mundo celebram as colheitas, a abundância e a união. A enorme sino-comunidade de São Francisco entrega-se de corpo e alma ao maior Festival da Lua californiano.
Corrida de camelos, Festival do Deserto, Sam Sam Dunes, Rajastão, Índia
Cidades
Jaisalmer, Índia

Há Festa no Deserto do Thar

Mal o curto Inverno parte, Jaisalmer entrega-se a desfiles, a corridas de camelos e a competições de turbantes e de bigodes. As suas muralhas, ruelas e as dunas em redor ganham mais cor que nunca. Durante os três dias do evento, nativos e forasteiros assistem, deslumbrados, a como o vasto e inóspito Thar resplandece afinal de vida.
Comida
Comida do Mundo

Gastronomia Sem Fronteiras nem Preconceitos

Cada povo, suas receitas e iguarias. Em certos casos, as mesmas que deliciam nações inteiras repugnam muitas outras. Para quem viaja pelo mundo, o ingrediente mais importante é uma mente bem aberta.
Espectáculo Impressions Lijiang, Yangshuo, China, Entusiasmo Vermelho
Cultura
Lijiang e Yangshuo, China

Uma China Impressionante

Um dos mais conceituados realizadores asiáticos, Zhang Yimou dedicou-se às grandes produções ao ar livre e foi o co-autor das cerimónias mediáticas dos J.O. de Pequim. Mas Yimou também é responsável por “Impressions”, uma série de encenações não menos polémicas com palco em lugares emblemáticos.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Cruzeiro Navimag, Puerto Montt a Puerto-natales, Chile
Em Viagem
Puerto Natales-Puerto Montt, Chile

Cruzeiro num Cargueiro

Após longa pedinchice de mochileiros, a companhia chilena NAVIMAG decidiu admiti-los a bordo. Desde então, muitos viajantes exploraram os canais da Patagónia, lado a lado com contentores e gado.
vale profundo, socalcos arroz, batad, filipinas
Étnico
Batad, Filipinas

Os Socalcos que Sustentam as Filipinas

Há mais de 2000 anos, inspirado pelo seu deus do arroz, o povo Ifugao esquartejou as encostas de Luzon. O cereal que os indígenas ali cultivam ainda nutre parte significativa do país.
arco-íris no Grand Canyon, um exemplo de luz fotográfica prodigiosa
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 1)

E Fez-se Luz na Terra. Saiba usá-la.

O tema da luz na fotografia é inesgotável. Neste artigo, transmitimos-lhe algumas noções basilares sobre o seu comportamento, para começar, apenas e só face à geolocalização, a altura do dia e do ano.
Moa numa praia de Rapa Nui/Ilha da Páscoa
História
Ilha da Páscoa, Chile

A Descolagem e a Queda do Culto do Homem-Pássaro

Até ao século XVI, os nativos da Ilha da Páscoa esculpiram e idolatraram enormes deuses de pedra. De um momento para o outro, começaram a derrubar os seus moais. Sucedeu-se a veneração de tangatu manu, um líder meio humano meio sagrado, decretado após uma competição dramática pela conquista de um ovo.
El Nido, Palawan a Ultima Fronteira Filipina
Ilhas
El Nido, Filipinas

El Nido, Palawan: A Última Fronteira Filipina

Um dos cenários marítimos mais fascinantes do Mundo, a vastidão de ilhéus escarpados de Bacuit esconde recifes de coral garridos, pequenas praias e lagoas idílicas. Para a descobrir, basta uma bangka.
Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo
Inverno Branco
Lapónia, Finlândia

Em Busca da Raposa de Fogo

São exclusivas dos píncaros da Terra as auroras boreais ou austrais, fenómenos de luz gerados por explosões solares. Os nativos Sami da Lapónia acreditavam tratar-se de uma raposa ardente que espalhava brilhos no céu. Sejam o que forem, nem os quase 30º abaixo de zero que se faziam sentir no extremo norte da Finlândia nos demoveram de as admirar.
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Literatura
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
hipopotamos, parque nacional chobe, botswana
Natureza
PN Chobe, Botswana

Chobe: um rio na Fronteira da Vida com a Morte

O Chobe marca a divisão entre o Botswana e três dos países vizinhos, a Zâmbia, o Zimbabwé e a Namíbia. Mas o seu leito caprichoso tem uma função bem mais crucial que esta delimitação política.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Leão, elefantes, PN Hwange, Zimbabwe
Parques Naturais
PN Hwange, Zimbabwé

O Legado do Saudoso Leão Cecil

No dia 1 de Julho de 2015, Walter Palmer, um dentista e caçador de trofeus do Minnesota matou Cecil, o leão mais famoso do Zimbabué. O abate gerou uma onda viral de indignação. Como constatamos no PN Hwange, quase dois anos volvidos, os descendentes de Cecil prosperam.
Tequila, cidade de Jalisco, México, jima
Património Mundial UNESCO
Tequila, JaliscoMéxico

Tequila: a Destilação do Oeste Mexicano que Anima o Mundo

Desiludidos com a falta de vinho e de aguardente, os Conquistadores do México aprimoraram a aptidão indígena milenar de produzir álcool. No século XVII, os espanhóis estavam satisfeitos com a sua pinga e começaram a exportá-la. A partir de Tequila, o pueblo, hoje, centro de região demarcada. E nome por que se tornou famosa.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Personagens
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Santa Maria, ilha do Sal, Cabo Verde, Desembarque
Praias
Santa Maria, Sal, Cabo Verde

Santa Maria e a Bênção Atlântica do Sal

Santa Maria foi fundada ainda na primeira metade do século XIX, como entreposto de exportação de sal. Hoje, muito graças à providência de Santa Maria, o Sal ilha vale muito que a matéria-prima.
Chiang Khong a Luang prabang, Laos, Pelo Mekong Abaixo
Religião
Chiang Khong - Luang Prabang, Laos

Barco Lento, Rio Mekong Abaixo

A beleza do Laos e o custo mais baixo são boa razões para navegar entre Chiang Khong e Luang Prabang. Mas esta longa descida do rio Mekong pode ser tão desgastante quanto pitoresca.
Chepe Express, Ferrovia Chihuahua Al Pacifico
Sobre Carris
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Sociedade
Dali, China

Flash Mob à Moda Chinesa

A hora está marcada e o lugar é conhecido. Quando a música começa a tocar, uma multidão segue a coreografia de forma harmoniosa até que o tempo se esgota e todos regressam às suas vidas.
Retorno na mesma moeda
Vida Quotidiana
Dawki, Índia

Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
Bando de flamingos, Laguna Oviedo, República Dominicana
Vida Selvagem
Laguna de Oviedo, República Dominicana

O Mar (nada) Morto da República Dominicana

A hipersalinidade da Laguna de Oviedo oscila consoante a evaporação e da água abastecida pela chuva e pelos caudais vindos da serra vizinha de Bahoruco. Os nativos da região estimam que, por norma, tem três vezes o nível de sal do mar. Lá desvendamos colónias prolíficas de flamingos e de iguanas entre tantas outras espécies que integram este que é um dos ecossistemas mais exuberantes da ilha de Hispaniola.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.