Christiansted, St. Croix, Ilhas Virgens Americanas

Nos Fundos das Antilhas Afro-Dinamarquesas-Americanas


The Boardwalk
A marginal histórica e lúdica de Christiansted.
Património do Açúcar
O Velho Moinho da Cana-de-Açúcar de Christiansted, destacado na boardwalk.
Jovens Crentes
Acólitas de uma missa pentecostal prestes a começar na velha igreja de Christiansted.
Travessia na História
Casal atravessa uma das ruas seculares de Christiansted.
Velho Casario
Carro quebra a uniformidade colorida da frente de casas de Christiansted.
Canhões às Caraíbas
O forte de Christiansvaern com as suas armas de defesa ainda apontadas ao Atlântico.
Forte Christiansvaern
Uma perspectiva mais tropical do principal forte de Christiansted
Forte Christiansvaern
A grande e velha fortaleza de Christiansted, vista do mar.
O Edifício Steeple
A antiga igreja luterana de Christiansted, destacada acima do casario da cidade.
Hora de Missa
Jovens crentes nos assentos da frente da igreja situada no Steeple Building.
Entrada na Missa
Jovens fiéis inauguram mais uma missa no Steeple Building de Christiansted.
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Forte Christianvaern entre árvores portentosas e o oceano Atlântico.
Munição
Balas de canhão guardas como testemunho da era de disputa colonial das Antilhas e das Caraíbas em geral.
ChristianGade
Casario de Christiansted, erguido em madeira e pintado de todos os tons pastel.
Mangueirada
Casal rega o jardim da sua casa de Christiansted.
Kirke Gade vs Church Street
A "rua da igreja" de Christiansted.
Relvado e Casario
Um relvado desafogado separa o forte Christianvaern do casario histórico de Christiansted.
Em 1733, a Dinamarca comprou a ilha de Saint Croix à França, anexou-a às suas Índias Ocidentais em que, com base em Christiansted, lucrou com o trabalho de escravos trazidos da Costa do Ouro. A abolição da escravatura tornou as colónias inviáveis. E uma pechincha histórico-tropical que os Estados Unidos preservam.

Ao darmos entrada na Waterfront de Charlotte Amalie partilhamos um inevitável espanto.

O ferry que temos pela frente e em que estamos prestes a embarcar parece saído de uma qualquer ficção científica de terceira categoria.

Denomina-se “QE IV”. A sua cabine centrada, repleta de janelas redondas de aquário, assenta em quatro flutuadores independentes, os frontais, elevados face aos posteriores, em jeito de grandes socas náuticas.

Olhamos para a embarcação e um para o outro com vontade de nos beliscarmos. Vivemos essa incredulidade quando os restantes passageiros começam a embarcar e nos trazem à realidade.

Estávamos no fim de Outubro, em plena época dos furacões das Antilhas e Caraíbas. Como se não bastasse, a Saint Croix que tínhamos como destino era a única das Ilhas Virgens Americanas isolada das restantes, 70 km para sul do Mar das Caraíbas.

A Navegação Suavizada do Excêntrico Ferry “QE IV”

Eram motivos para ficarmos de pé atrás e até de nos arrependermos. Em vez, subimos a bordo, instalamo-nos e esperamos para ver.

Contados vinte minutos, o “QE IV” deixa a enseada protegida de Charlotte Amalie e a sombra marinha da ilha de Saint Thomas. Tal como receávamos, o barco passou a enfrentar um mar cavado. De tal maneira, que, a espaços, pelas janelas de aquário, dele tínhamos uma perspectiva quase subaquática.

Onda após onda, percebemos melhor a excentricidade da embarcação. O “QE IV” subia. O “QE IV” descia. Pouco ou nada oscilava para os lados ou sofria embates das vagas. Navegava com uma elegância e suavidade que pensávamos impossível.

Muitas ondas, duas horas depois, atracamos. São cinco da tarde.

O Acolhimento Providencial da Família Shelley

Na doca da Baía de Gallows, esperam-nos os anfitriões Stewart e Sarah Shelley, um casal de origem mórmon que deixou o Utah e, mais tarde os Estados Unidos continentais, dispostos a disseminarem a sua fé e a viverem uma aventura caribenha, com tudo o que daí viesse, incluindo alguns dos piores tufões porque as Ilhas Virgens Americanas passaram.

Os Shelleys conduzem-nos à sua vivenda semi-perdida no meio de Saint Croix. Lá nos apresentam Miles e Gabe, os seus miúdos, e oferecem-nos um jantar em comunhão, em que os conhecemos e começamos a admirar a todos, pelas mais variadas razões.

Na manhã seguinte, Stewart tinha um serviço religioso matinal para conduzir. Dá-nos boleia até ao âmago histórico de Christiansted.

Às 8h30, já estamos à descoberta da capital secular de Saint Croix.

Na sua génese, Christiansted desenvolveu-se colonial, esclavagista e tenebrosa, como quase todas as Índias Ocidentais em redor.

Christiansted: a Capital Bela e Amarela de Saint Croix

Nesse dia, àquela hora, exibia-se solarenga, bela e amarela, a cor actual do Forte Christiansvaern e, por alguma obsessão de harmonia urbana, de vários outros edifícios históricos da cidade.

Quando o vimos pela primeira vez das janelas do “QE IV”, o amarelo-torrado da sua estrutura contrastava com o azul denso do Mar das Caraíbas a que quase se sobrepunha.

À segunda, encontramo-lo além do mar de relva aparada que atapeta boa parte do Christiansted National Historic Site.

Dela se projectam palmeiras e outras árvores tropicais com copas massivas, pousos de umas poucas iguanas esquivas.

Enquanto o calcorreamos percebemos que escasseavam os visitantes.

Os do forte e, dava-nos cada vez mais a sensação, os de Christiansted e até de Saint Croix em geral.

Os 70 km para sul da ilha, desviavam-na da rota dos cruzeiros que navegam as Antilhas, que vimos ancorados ao largo de Charlotte Amalie – a capital da ilha de Saint Thomas e das Ilhas Virgens Americanas – e que, por norma, percorrem o arquipélago de cima a baixo.

Hoje, a realidade destas paragens é de uma tranquilidade e peculiaridade afro-caribenha que deslumbra quem tem o privilégio de as visitar.

Só os forasteiros mais interessados no passado se inteiram de forma condigna das atrocidades por detrás dos monumentos e da civilização com que se deparam.

No caso das Ilhas Virgens Americanas, a história oculta um protagonista improvável.

A Inusitada Presença da Dinamarca nas Caraíbas-Antilhas

Das viagens de Cristóvão Colombo em diante (entre 1492 e 1504), as potências coloniais habituais das Caraíbas foram a Espanha, a Holanda, a França e a Inglaterra.

Menos conhecida é a acção do reino da Dinamarca-Noruega e, mais tarde, do da Dinamarca, tanto nestas partes das Américas como na Costa do Ouro africana.

Decorria a segunda metade do século XVII quando o reino da Dinamarca-Noruega logrou coordenar ambas as expansões.

Por essa altura, uma fatia significativa do comércio de escravos provinha da Costa do Ouro de África em que, a partir de 1452, com a fundação da fortaleza de São Jorge da Mina, os portugueses abriram caminho às futuras rivais coloniais.

O Comércio Triangulado:  Dinamarca – Costa do Ouro – Índias Ocidentais Dinamarquesas

Ao mesmo tempo que se apoderavam de parte das actuais Ilhas Virgens Americanas, os dinamarqueses-noruegueses apreenderam aos holandeses o Castelo de Osu, (mais tarde Castelo de Christianborg) e o de Carlsborg, hoje, em Acra, a capital do Gana.

Entre 1680 e 1682, o primeiro ainda passou para a posse dos portugueses. Numa fase inicial, as duas fortalezas asseguraram aos dinamarqueses-noruegueses o sucesso das transacções sobretudo de ouro e marfim.

Quando a concorrência se revelou demasiada e estas comodidades escassearam, o reino escandinavo aderiu ao comércio de escravos. Em simultâneo, nas Américas, consolidou as suas próprias Índias Ocidentais.

Durante quase 250 anos – de 1672 a 1917 – os dinamarqueses encheram-nas de plantações de algodão, de café e, sobretudo, de cana-de-açúcar.

O Trabalho Forçado nas Plantações Caribenhas

A mão-de-obra, foi assegurada por outras Companhias dinamarquesas e nórdicas, dedicadas ao fornecimento de escravos, mas não só, que realizaram para cima de sessenta expedições de comércio triangular.

Estima-se que, parte dos “bens” transacionados, os dinamarqueses-noruegueses e a independentizada Dinamarca tenham transportado de África para as Caraíbas, em redor de 120.000 mil escravos.

Em grandes plantações como as de La Grange e Bethelem de Saint Croix, ilha mais plana que as restantes, devido às condições execráveis de sobrevivência e às doenças tropicais, morreram sempre mais escravos do que nasceram.

Assim aconteceu até que, em 1848, confrontados com uma revolta contra um recém-deliberado abolicionismo faseado, os colonos dinamarqueses se viram obrigados a conceder aos escravos a liberdade.

De imediato, as plantações e o comércio, até então, altamente rentáveis, tornaram-se inviáveis. Como insustentável se provou a manutenção das longínquas Índias Ocidentais Dinamarquesas.

Os dinamarqueses partiram. Os ex-escravos ficaram. À imagem do sucedido nas restantes Índias Ocidentais, os seus descendentes constituem a maioria dos habitantes de cada ilha.

Quando encerramos a deambulação pelo forte e percorremos a Kirke Gade (Church Street), depressa testemunhamos uma expressão religiosa do que é, hoje, a sua vida.

Missa em Ritmo Gospel, na Velha Igreja Luterana de Christiansted

De entre as sucessivas moradias de madeira colorida da rua, destacava-se a torre da antiga Igreja Luterana da cidade, o actual Steeple Building.

Como a víamos do exterior da arcada que antes garantia sombra aos enriquecidos proprietários, uma bandeira Stars ‘n Stripes ondulava, invertida pelo vento morno.

Fotografávamos o seu frenesim azul-vermelho quando jovens afro-acólitas trajadas de vestidos e albas brancas e faixas vermelhas se agruparam à entrada.

Cruzamos a rua. Metemos conversa.

Apuramos que estava prestes a ter início uma missa.

Na sua génese, a igreja pode ter sido dinamarquesa e luterana. A cerimónia desenrolar-se-ia ao ritmo Baptista-Pentecostal característico do sul dos Estados Unidos.

Subimos ao coro. Admiramos a veemência do pastor e os Gospels contagiantes entoados pelos fiéis que complementavam o seu, já de si, semi-cantado, sermão.

De regresso à Church Street e à Christiansted em volta, cruzamo-nos com famílias estadounidenses. 

Umas com casas veraneantes em Saint Croix, outras, como os Shelleys, residentes em pleno, apostados numa existência mais simples, suave ou aventureira que a proporcionada pelos E.U.A. continentais.

Passado mais de um século, a capital de Saint Croix mantém o nome dinamarquês e o colapso caribenho da Dinamarca continua a favorecer os americanos.

O Abandono da Dinamarca e a Aquisição Oportunista dos Estados Unidos

Em 1916, o resultado de um referendo nacional ditou que 64.2% dos dinamarqueses eram a favor da venda das suas Índias Ocidentais.

Os Estados Unidos concordaram em pagar 25 milhões de dólares, em ouro. A transferência das ilhas oficializou-se em 1917. Dez anos depois, os nativos das recém-renomeadas Virgin Islands conquistaram a cidadania dos E.U.A.

Saint Croix faz parte do Território Organizado e Não-Incorporado das U.S.Virgin Islands.

Enquanto caminhamos pela boardwalk da cidade, as distintas eras de Christiansted continuam a insinuar-se.

Uma velha torre de moinho de cana-de-açúcar que resistiu à destruição dos furacões Irma e Maria, remete para os tempos dinamarqueses da escravatura.

Logo ao lado, no The Mill Boardwalk Bar e no Shupe’s Boardwalk, americanos em modo tropical, emborcam cervejas a ver futebol-americano na TV.

Aqui e ali, distraídos pelos mergulhos dos pelicanos a rasar as esplanadas dos estabelecimentos.

Virgin Gorda, Ilhas Virgens Britânicas

Os "Caribanhos" Divinais de Virgin Gorda

À descoberta das Ilhas Virgens, desembarcamos numa beira-mar tropical e sedutora salpicada de enormes rochedos graníticos. Os The Baths parecem saídos das Seicheles mas são um dos cenários marinhos mais exuberantes das Caraíbas.
Elmina, Gana

O Primeiro Jackpot dos Descobrimentos Portugueses

No séc. XVI, Mina gerava à Coroa mais de 310 kg de ouro anuais. Este proveito suscitou a cobiça da Holanda e da Inglaterra que se sucederam no lugar dos portugueses e fomentaram o tráfico de escravos para as Américas. A povoação em redor ainda é conhecida por Elmina mas, hoje, o peixe é a sua mais evidente riqueza.
Saba, Holanda

A Misteriosa Rainha Holandesa de Saba

Com meros 13km2, Saba passa despercebida até aos mais viajados. Aos poucos, acima e abaixo das suas incontáveis encostas, desvendamos esta Pequena Antilha luxuriante, confim tropical, tecto montanhoso e vulcânico da mais rasa nação europeia.
San Juan, Porto Rico (Parte 2)

Ao Ritmo do Reggaeton

Os porto-riquenhos irrequietos e inventivos fizeram de San Juan a capital mundial do reggaeton. Ao ritmo preferido da nação, encheram a sua “Cidade Muralhada” de outras artes, de cor e de vida.
San Juan, Porto Rico

O Porto Rico e Muralhado de San Juan Bautista

San Juan é a segunda cidade colonial mais antiga das Américas, a seguir à vizinha dominicana de Santo Domingo. Entreposto pioneiro da rota que levava o ouro e a prata do Novo Mundo para Espanha, foi atacada vezes sem conta. As suas fortificações incríveis ainda protegem uma das capitais mais vivas e prodigiosas das Caraíbas.
Soufrière, Saint Lucia

As Grandes Pirâmides das Antilhas

Destacados acima de um litoral exuberante, os picos irmãos Pitons são a imagem de marca de Saint Lucia. Tornaram-se de tal maneira emblemáticos que têm lugar reservado nas notas mais altas de East Caribbean Dollars. Logo ao lado, os moradores da ex-capital Soufrière sabem o quão preciosa é a sua vista.
Santo Domingo, República Dominicana

A Mais Longeva Anciã Colonial das Américas

Santo Domingo é a colónia há mais tempo habitada do Novo Mundo. Fundada, em 1498, por Bartolomeu Colombo, a capital da República Dominicana preserva intacto um verdadeiro tesouro de resiliência histórica.
Martinica, Antilhas Francesas

Caraíbas de Baguete debaixo do Braço

Circulamos pela Martinica tão livremente como o Euro e as bandeiras tricolores esvoaçam supremas. Mas este pedaço de França é vulcânico e luxuriante. Surge no coração insular das Américas e tem um delicioso sabor a África.
Saint-Pierre, Martinica

A Cidade que Renasceu das Cinzas

Em 1900, a capital económica das Antilhas era invejada pela sua sofisticação parisiense, até que o vulcão Pelée a carbonizou e soterrou. Passado mais de um século, Saint-Pierre ainda se regenera.
Fort-de-France, Martinica

Liberdade, Bipolaridade e Tropicalidade

Na capital da Martinica confirma-se uma fascinante extensão caribenha do território francês. Ali, as relações entre os colonos e os nativos descendentes de escravos ainda suscitam pequenas revoluções.
Guadalupe, Antilhas Francesas

Guadalupe: Um Caribe Delicioso, em Contra-Efeito Borboleta

Guadalupe tem a forma de uma mariposa. Basta uma volta por esta Antilha para perceber porque a população se rege pelo mote Pas Ni Problem e levanta o mínimo de ondas, apesar das muitas contrariedades.
Montserrat, Pequenas Antilhas

A Ilha do Vulcão que se Recusa a Adormecer

Abundam, nas Antilhas, os vulcões denominados Soufrière.  O de Montserrat, voltou a despertar, em 1995, e mantém-se um dos mais activos. À descoberta da ilha, reentramos na área de exclusão e exploramos as áreas ainda intocadas pelas erupções.  
Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã "Francês" à Mercê do Fogo

Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    
Passo do Lontra, Miranda, Brasil

O Brasil Alagado a um Passo da Lontra

Estamos no limiar oeste do Mato Grosso do Sul mas mato, por estes lados, é outra coisa. Numa extensão de quase 200.000 km2, o Brasil surge parcialmente submerso, por rios, riachos, lagoas e outras águas dispersas em vastas planícies de aluvião. Nem o calor ofegante da estação seca drena a vida e a biodiversidade de lugares e fazendas pantaneiras como a que nos acolheu às margens do rio Miranda.
Castro Laboreiro, Portugal  

Do Castro de Laboreiro à Raia da Serra Peneda - Gerês

Chegamos à (i) eminência da Galiza, a 1000m de altitude e até mais. Castro Laboreiro e as aldeias em redor impõem-se à monumentalidade granítica das serras e do Planalto da Peneda e de Laboreiro. Como o fazem as suas gentes resilientes que, entregues ora a Brandas ora a Inverneiras, ainda chamam casa a estas paragens deslumbrantes.
Grande Zimbabwe

Grande Zimbabué, Mistério sem Fim

Entre os séculos XI e XIV, povos Bantu ergueram aquela que se tornou a maior cidade medieval da África sub-saariana. De 1500 em diante, à passagem dos primeiros exploradores portugueses chegados de Moçambique, a cidade estava já em declínio. As suas ruínas que inspiraram o nome da actual nação zimbabweana encerram inúmeras questões por responder.  
Izamal, México

A Cidade Mexicana, Santa, Bela e Amarela

Até à chegada dos conquistadores espanhóis, Izamal era um polo de adoração do deus Maia supremo Itzamná e Kinich Kakmó, o do sol. Aos poucos, os invasores arrasaram as várias pirâmides dos nativos. No seu lugar, ergueram um grande convento franciscano e um prolífico casario colonial, com o mesmo tom solar em que a cidade hoje católica resplandece.
Cape Coast, Gana

O Festival da Divina Purificação

Reza a história que, em tempos, uma praga devastou a população da Cape Coast do actual Gana. Só as preces dos sobreviventes e a limpeza do mal levada a cabo pelos deuses terão posto cobro ao flagelo. Desde então, os nativos retribuem a bênção das 77 divindades da região tradicional Oguaa com o frenético festival Fetu Afahye.
Fish River Canyon, Namíbia

As Entranhas Namibianas de África

Quando nada o faz prever, uma vasta ravina fluvial esventra o extremo meridional da Namíbia. Com 160km de comprimento, 27km de largura e, a espaços, 550 metros de profundidade, o Fish River Canyon é o Grand Canyon de África. E um dos maiores desfiladeiros à face da Terra.
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, colina Normatior
Safari
PN Amboseli, Quénia

Uma Dádiva do Kilimanjaro

O primeiro europeu a aventurar-se nestas paragens masai ficou estupefacto com o que encontrou. E ainda hoje grandes manadas de elefantes e de outros herbívoros vagueiam ao sabor do pasto irrigado pela neve da maior montanha africana.
Aurora ilumina o vale de Pisang, Nepal.
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 3º- Upper Pisang, Nepal

Uma Inesperada Aurora Nevada

Aos primeiros laivos de luz, a visão do manto branco que cobrira a povoação durante a noite deslumbra-nos. Com uma das caminhadas mais duras do Circuito Annapurna pela frente, adiamos a partida tanto quanto possível. Contrariados, deixamos Upper Pisang rumo a Ngawal quando a derradeira neve se desvanecia.
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De volta aos Anos 30 – Calhambeque Tour

Numa cidade reerguida em Art Deco e com atmosfera dos "anos loucos" e seguintes, o meio de locomoção adequado são os elegantes automóveis clássicos dessa era. Em Napier, estão por toda a parte.
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Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
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Viagem No Tempo ao Mundo Perdido do Monte Roraima

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aggie grey, Samoa, pacífico do Sul, Marlon Brando Fale
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Em 1964, Katsura Morimura deliciou o Japão com um romance-turquesa passado em Ouvéa. Mas a vizinha Île-des-Pins apoderou-se do título "A Ilha mais próxima do Paraíso" e extasia os seus visitantes.
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Um Teleférico Chamado Ensejo

O cimo da garganta do rio Debed esconde os mosteiros arménios de Sanahin e Haghpat e blocos de apartamentos soviéticos em socalcos. O seu fundo abriga a mina e fundição de cobre que sustenta a cidade. A ligar estes dois mundos, está uma cabine suspensa providencial em que as gentes de Alaverdi contam viajar na companhia de Deus.
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Mesmo em tempos de paz, detectamos militares por todo o lado. A postos, nas cidades, cumprem missões rotineiras que requerem rigor e paciência.
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Dizer que Tóquio não dorme é eufemismo. Numa das maiores e mais sofisticadas urbes à face da Terra, o crepúsculo marca apenas o renovar do quotidiano frenético. E são milhões as suas almas que, ou não encontram lugar ao sol, ou fazem mais sentido nos turnos “escuros” e obscuros que se seguem.
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Wadjemup, Rottnest Island, Austrália

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No século XVII, um capitão holandês apelidou esta ilha envolta de um oceano Índico turquesa, de “Rottnest, um ninho de ratos”. Os quokkas que o iludiram sempre foram, todavia, marsupiais, considerados sagrados pelos aborígenes Whadjuk Noongar da Austrália Ocidental. Como a ilha edénica em que os colonos britânicos os martirizaram.
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O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.