Luz do quase ocaso acima da sombra da base da igreja.
Estátua de Joaquim Silvestre Serrão
Pormenor arquitectónico e histórico da capital da ilha de São Miguel.
Sombras e Reflexos
Sombras e luz no fim de dia de Ponta Delgada.
À Procura de Cetáceos
Embarcação de busca de cetáceos repleta de passageiros.
Casario da Beira-Mar
Edifícios e monte vulcânico nos arredores de Ponta Delgada.
Igreja Matriz ou São Sebastião
Sombras contra o branco da igreja matriz de Ponta Delgada.
A Marginal
Nuvens carregadas sobre a marginal de Ponta Delgada.
Com Todos-os-Santos
Casal passeia em frente à Igreja de Todos-os-Santos.
O Estabelecimento Prisional
A prisão à beira-mar de Ponta Delgada.
O Jardim dos Namorados
Harmonia entre a Natureza e a arquitectura do Jardim dos Namorados.
Através das Portas
A harmonia arquitectónica da grande cidade dos Açores.
Mural do Mar
Mural decora um beco de Ponta Delgada.
Ocaso Dourado
Ocaso doura recantos iluminados de Ponta Delgada.
Os Paços do Concelho
Estátua no meio dos edifícios que delimitam os Paços do Concelho de Ponta Delgada.
Rua Ponta-Delgadense
Arquitectura da cidade, iluminada com suavidade.
Ponta Delgada histórica e Moderna
O novo e o antigo fazem fronteira, na capital de São Miguel.
As Portas de Ponta Delgada
Lusco-fusco empresta cor à entrada simbólica de Ponta Delgada.
Durante os séculos XIX e XX, Ponta Delgada tornou-se a cidade mais populosa e a capital económico-administrativa dos Açores. Lá encontramos a história e o modernismo do arquipélago de mãos-dadas.
Texto: Marco C. Pereira
Imagens: Marco C. Pereira-Sara Wong
Um dos obstáculos que Ponta Delgada sempre encontra, no que diz respeito à sua notoriedade, é estar cercada pelo grande éden açoriano de São Miguel.
São tantos e de tal forma deslumbrantes os cenários naturais em redor que, com demasiada frequência, quem aterra com o programa de desvendar a ilha, acaba por ignorar a cidade portuária que lhe serve de porta de entrada.
Em direcções opostas, estão lugares de sonho como as Sete Cidades e as suas lagoas.
Os panoramas inverosímeis a partir dos miradouros da Boca do Inferno e a Vista do Rei, para mencionar apenas alguns.
Estão ainda as termas da Caldeira Velha e a Lagoa do Fogo. No extremo leste da ilha, o Vale das Furnas e o seu mundo sulfuroso e surreal. Podíamos prolongar as referências por alguns parágrafos mais, mas, repetiríamos a injustiça.
Em vez, foquemo-nos na beleza insular e peculiar de Ponta Delgada.
O Ocaso Suave do Sul de São Miguel
Ficou-nos, para sempre, a memória de como a derradeira luz do dia se amarelava e quase alaranjava sobre a cidade.
Como se sobrepunha à sombra rastejante e parecia incendiar o cimo das velhas igrejas, as suas torres, os frontões e as cruzes que os coroam.
Projectado de ocidente, a cada fim de tarde, é de soslaio que o arrebol toma conta de Ponta Delgada, das suas ruas e do casario.
Por efeitos e trejeitos da luz, carrega o negro das silhuetas.
E faz realçar a elegância da arquitectura, a sagrada e a profana que, em Ponta Delgada, se provam complicadas de destrinçar.
Antecede o tri-arco que faz de Portas da Cidade, uma calçada a preto-e-branco, repleta de ondas e de encordoado que nos mantem a mente atracada ao Atlântico.
Quando o sol cai para trás do oceano, a iluminação artificial faz disseminar o quente crepuscular.
Então, as portas em arco destacam-se num azul eléctrico que ofusca o desvanecente celeste.
A Chegada das Ordens Religiosas e os Templos Cristãos Correspondentes
A Ponta Delgada histórica foi erguida em basalto e calcário, os materiais convenientes mais à mão.
Privilegiaram a tal dicotomia lítica, as ordens religiosas do costume – Jesuítas, Franciscanos, Agostinianos, Gracianos e outras – que assentaram e abençoaram a cidade desde os primeiros tempos da colonização de São Miguel.
Do lado de lá das Portas, a Igreja Matriz de São Sebastião destaca-se da sua própria calçada de estrelas, numa arquitectura barroca, com muito de estilo manuelino.
Ou, de acordo com a perspectiva, ao invés.
Seja como for, guarda um dos maiores tesouros açorianos de arte sacra, de estatuária, de obra de ourivesaria e de paramentos, incluindo duas dalmáticas e duas casulas com seis séculos.
A noroeste, a pouca distância, erguem-se a Igreja de Nª Srª da Conceição e o mosteiro homónimo. O convento vizinho da Nª Srª da Esperança acomoda outro espólio sagrado, o Tesouro do Senhor Santo Cristo, feito de ouro, cravejado de pedras preciosas e, de acordo, outro dos conjuntos patrimoniais religiosos com maior valor de Portugal.
Nas imediações, surpreende-nos ainda a intrincada Igreja de Todos-os-Santos, paredes-meias com o Jardim Antero de Quental, também tratado por Jardim dos Namorados, em que dois ou três casais fazem por justificar o baptismo.
A reverência a Deus e os templos da sua adoração não se ficam por aí. Há ainda a Ermida da Santíssima Trindade, próxima da de São Braz.
E, a fechar o centro histórico a norte e a leste, a Igreja de Nª Srª de Fátima, as Ermidas da Nª Srª das Mercês, de Sant’Ana e da Mãe de Deus e, já quase à beira-mar, a Igreja de São Pedro.
A revolução liberal inaugurada em 1820, passou de forma decisiva por Ponta Delgada. De lá partiram as forças de D. Pedro IV que estabeleceram o cerco ao Porto.
O triunfo dos Liberais ditou, em 1834, a extinção das ordens religiosas.
Como continuámos a admirar, às voltas pelo centro histórico, subsiste, em Ponta Delgada, o legado monumental dos seus edifícios de retiro e culto.
Às horas de missa, alguns deles, acolhem as maiores concentrações de ponta-delgadenses com que nos deparamos. Já passaram os meses de Verão quando visitamos a cidade.
Com menos de setenta mil habitantes, dispersa por uma considerável área do sudoeste da ilha, Ponta Delgada não aparenta ser urbe de grandes multidões.
Aliás, não fosse um capricho geológico, a capital de São Miguel seria outra.
Resistiria uns 25km para oriente.
A Ascensão de Ponta Delgada, acelerada pelo Infortúnio de Vila Franca do Campo
O povoamento de São Miguel foi levado a cabo a partir de 1444, parte de uma capitania do sudeste açoriano que integrava também a ilha de Santa Maria.
Em Ponta Delgada, começaram por se instalar-se homens nobres, com posses e influência nos destinos micaelenses.
Por essa altura, a grande povoação, tanto de São Miguel como dos Açores, era Vila Franca do Campo, a sede da Capitania.
Em 1525, destruiu-a um terramoto poderoso que ficou para a história como Subversão de Vila Franca.
Estima-se que o sismo tenha vitimado mais de quatro mil habitantes.
Inviabilizou a vida na vila e forçou as gentes crentes de Deus e os religiosos que os guiavam a mudar-se.
Boa parte, para Ponta Delgada, localidade que se desenvolveu em função da alfândega lá criada em 1518, mas, sobretudo, do infortúnio e despromoção de Vila Franca.
Da Vila de Santa Clara, à Ponta Delgada Capital de São Miguel
Nem sempre a povoação se denominou Ponta Delgada.
Durante algum tempo, a terminologia oscilou entre o sagrado e o profano. Gaspar Frutuoso, um dos cronistas incontornáveis do povoamento de São Miguel descreveu-a no português arcaico de então “Ponta Delgada é assim chamada por estar situada junto de uma ponta de pedra de biscouto, delgada e não grossa como outras da ilha, quase raza com o mar, que depois, por se edificar mui perto d’ela uma ermida de Santa Clara, se chamou ponta de Santa Clara…”.
Estimamos que o cenário explanado correspondesse à actual área de costa a sul do Farol de Santa Clara, luz já secular da freguesia homónima que, por um temporal de Dezembro de 1942 ter mandado abaixo o do porto de Ponta Delgada, se viu transferido de Lisboa, da Torre de Belém que, até então, o acolhia.
Decorridas duas décadas de reconstrução apressada de tudo o que havia sido perdido na ex-capital, convencido com a importância administrativa do seu ofício de Juiz de Fora (único nos Açores) e do porto, Dom João III decretou Ponta Delgada cidade.
Dotada do forte de São Brás, a nova capital de São Miguel pôde defender-se dos ataques de piratas.
Habituou-se a receber e a servir as naus apontadas à Índia, numa dinâmica logística e comercial que atraiu um número considerável de empresários, de seus funcionários e servos.
E navegou uma onda inexorável de bonança e favorabilidade.
A Fertilidade das Terras de São Miguel e o Engenho dos Micaelenses
Como por quase toda a ilha, as terras vulcânicas em redor eram férteis. Produziam trigo, urzela, vinha, batata-doce, milho, inhame, pastel, linho, laranja e até a preciosa cana-de-açúcar.
As laranjas, em particular, tornaram-se um produto exportado em enormes quantidades para o principal “cliente” estrangeiro dos Açores, a Inglaterra.
Com o tempo, os agricultores dedicados da ilha garantiram novos cultivos altamente lucrativos, o tabaco, a espadana, a beterraba, a chicória e, claro está, o chá e o ananás, ambos, ainda hoje, com lugar de destaque em São Miguel, fundidos com a mais recente e proveitosa de todas as actividades, o turismo.
Em 1861, na sequência de uma intensa reivindicação a que aderiu Antero de Quental com o seu famoso artigo “Necessidade de uma Doca na ilha de São Miguel”, as autoridades encetaram as obras do novo porto artificial de Ponta Delgada que veio favorecer as exportações de todos aqueles produtos e mais alguns.
Os Cetáceos, o Turismo e a Evolução de Ponta Delgada, São Miguel
Quando, nas décadas mais recentes, o resto do mundo descobriu e valorizou o apelidado “Havai Europeu” o porto de Ponta Delgada passou a servir para as incursões relâmpago em que operadores locais levam os visitantes ao encontro dos cetáceos.
Dos golfinhos, baleias e cachalotes abundantes e que os forasteiros anseiam admirar.
Também de lá partimos a bordo de uma lancha com motores poderosos, a tal velocidade que tememos sair disparados borda fora.
Acompanhamos grupos de golfinhos endiabrados e cachalotes que os micaelenses tratam por nomes só seus.
Com o estio já para trás, as baleias andavam já por outras paragens atlânticas.
Antecipamos, assim, o regresso às águas tranquilas do porto, à Baixa de São Pedro e à Marina que faz de fronteira litoral entre o Centro Histórico e o leste modernizado de Ponta Delgada, com os seus hotéis, parques e zonas balneares que a estendem à iminência do Ilhéu Rosto de Cão.
Em plena evolução e expansão do século XX, malgrado o seu entorno natural e rural, Ponta Delgada chegou a ser a oitava maior cidade portuguesa.
Nos anos mais recentes, muitas das cidades do continente a ultrapassaram tanto em dimensão como em número de habitantes. Mantém-se a maior cidade açoriana e a capital económica e administrativa dos Açores.
Vários opinados afiançam que se tornou a verdadeira capital do arquipélago. Trata-se de uma já velha contenda insular em que nenhum continental se deve imiscuir.
Surpreendemo-nos, na maior ilha dos Açores, com uma caldeira retalhada por minifúndios agrícolas, massiva e profunda ao ponto de abrigar dois vulcões, uma enorme lagoa e quase dois mil micaelenses. Poucos lugares do arquipélago são, ao mesmo tempo, tão grandiosos e acolhedores como o verdejante e fumegante Vale das Furnas.
Uma biosfera imaculada que as entranhas da Terra moldam e amornam exibe-se, em São Miguel, em formato panorâmico. São Miguel é a maior das ilhas portuguesas. E é uma obra de arte da Natureza e do Homem no meio do Atlântico Norte plantada.
Por um mero capricho vulcânico, o mais jovem retalho açoriano projecta-se no apogeu de rocha e lava do território português. A ilha do Pico abriga a sua montanha mais elevada e aguçada. Mas não só. É um testemunho da resiliência e do engenho dos açorianos que domaram esta deslumbrante ilha e o oceano em redor.
Foi a primeira do arquipélago a emergir do fundo dos mares, a primeira a ser descoberta, a primeira e única a receber Cristovão Colombo e um Concorde. Estes são alguns dos atributos que fazem de Santa Maria especial. Quando a visitamos, encontramos muitos mais.
A comunidade mundial de velejadores conhece bem o alívio e a felicidade de vislumbrar a montanha do Pico e, logo, o Faial e o acolhimento da baía da Horta e do Peter Café Sport. O regozijo não se fica por aí. Na cidade e em redor, há um casario alvo e uma efusão verdejante e vulcânica que deslumbra quem chegou tão longe.
De uma costa da ilha à opostoa, pelas névoas, retalhos de pasto e florestas típicos dos Açores, desvendamos o Faial e o Mistério do seu mais imprevisível vulcão.
Por fim, desembarcarmos na Graciosa, a nossa nona ilha dos Açores. Mesmo se menos dramática e verdejante que as suas vizinhas, a Graciosa preserva um encanto atlântico que é só seu. Quem tem o privilégio de o viver, leva desta ilha do grupo central uma estima que fica para sempre.
17 km2 de vulcão afundado numa caldeira verdejante. Uma povoação solitária assente numa fajã. Quatrocentas e trinta almas aconchegadas pela pequenez da sua terra e pelo vislumbre da vizinha Flores. Bem-vindo à mais destemida das ilhas açorianas.
Abundam, nos Açores, faixas de terra habitável no sopé de grandes falésias. Nenhuma outra ilha tem tantas fajãs como as mais de 70 da esguia e elevada São Jorge. Foi nelas que os jorgenses se instalaram. Nelas assentam as suas atarefadas vidas atlânticas.
Por norma, quem chega ao Pico desembarca no seu lado ocidental, com o vulcão (2351m) a barrar a visão sobre o lado oposto. Para trás do Pico montanha, há todo um longo e deslumbrante “oriente” da ilha que leva o seu tempo a desvendar.
Angra do Heroísmo é bem mais que a capital histórica dos Açores, da ilha Terceira e, em duas ocasiões, de Portugal. A 1500km do continente, conquistou um protagonismo na nacionalidade e independência portuguesa de que poucas outras cidades se podem vangloriar.
Chegamos à (i) eminência da Galiza, a 1000m de altitude e até mais. Castro Laboreiro e as aldeias em redor impõem-se à monumentalidade granítica das serras e do Planalto da Peneda e de Laboreiro. Como o fazem as suas gentes resilientes que, entregues ora a Brandas ora a Inverneiras, ainda chamam casa a estas paragens deslumbrantes.
Foi chamada Ilha de Jesus Cristo e irradia, há muito, o culto do Divino Espírito Santo. Abriga Angra do Heroísmo, a cidade mais antiga e esplendorosa do arquipélago. São apenas dois exemplos. Os atributos que fazem da ilha Terceira ímpar não têm conta.
Onde, para oeste, até no mapa as Américas surgem remotas, a Ilha das Flores abriga o derradeiro domínio idílico-dramático açoriano e quase quatro mil florenses rendidos ao fim-do-mundo deslumbrante que os acolheu.
Deixamos as fragas da Srª da Peneda, rumo a Arcos de ValdeVez e às povoações que um imaginário erróneo apelidou de Pequeno Tibete Português. Dessas aldeias socalcadas, passamos por outras famosas por guardarem, como tesouros dourados e sagrados, as espigas que colhem. Caprichoso, o percurso revela-nos a natureza resplandecente e a fertilidade verdejante destas terras da Peneda-Gerês.
Prosseguimos num périplo longo e ziguezagueante pelos domínios da Peneda-Gerês e de Bouro, dentro e fora do nosso único Parque Nacional. Nesta que é uma das zonas mais idolatradas do norte português.
Mudamo-nos das Terras de Bouro para as do Barroso. Com base em Montalegre, deambulamos à descoberta de Paredes do Rio, Tourém, Pitões das Júnias e o seu mosteiro, povoações deslumbrantes do cimo raiano de Portugal. Se é verdade que o Barroso já teve mais habitantes, visitantes não lhe deviam faltar.
Descoberta durante uma volta do mar tempestuosa, Porto Santo mantem-se um abrigo providencial. Inúmeros aviões que a meteorologia desvia da vizinha Madeira garantem lá o seu pouso. Como o fazem, todos os anos, milhares de veraneantes rendidos à suavidade e imensidão da praia dourada e à exuberância dos cenários vulcânicos.
A jornada começa com uma aurora resplandecente aos 1818 m, bem acima do mar de nuvens que aconchega o Atlântico. Segue-se uma caminhada sinuosa e aos altos e baixos que termina sobre o ápice insular exuberante do Pico Ruivo, a 1861 metros.
Curva atrás de curva, túnel atrás de túnel, chegamos ao sul solarengo e festivo de Paul do Mar. Arrepiamo-nos com a descida ao retiro vertiginoso das Achadas da Cruz. Voltamos a ascender e deslumbramo-nos com o cabo derradeiro de Ponta do Pargo. Tudo isto, nos confins ocidentais da Madeira.
Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
A meio do século passado, a caça excessiva extinguia boa parte da fauna do reino da Suazilândia. Ted Reilly, filho do colono pioneiro proprietário de Mlilwane entrou em acção. Em 1961, lá criou a primeira área protegida dos Big Game Parks que mais tarde fundou. Também conservou o termo suazi para os pequenos fogos que os relâmpagos há muito geram.
Despertamos em Chame, ainda abaixo dos 3000m. Lá avistamos, pela primeira vez, os picos nevados e mais elevados dos Himalaias. De lá partimos para nova caminhada do Circuito Annapurna pelos sopés e encostas da grande cordilheira. Rumo a Upper Pisang.
De viagem pelo Novo México, deslumbramo-nos com as duas versões de Taos, a da aldeola indígena de adobe do Taos Pueblo, uma das povoações dos E.U.A. habitadas há mais tempo e em contínuo. E a da Taos cidade que os conquistadores espanhóis legaram ao México, o México cedeu aos Estados Unidos e que uma comunidade criativa de descendentes de nativos e artistas migrados aprimoram e continuam a louvar.
Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
New Orleans é o berço do jazz e o jazz soa e ressoa nas suas ruas. Como seria de esperar, numa cidade tão criativa, lá emergem novos estilos e actos irreverentes. De visita à Big Easy, aventuramo-nos à descoberta do Bounce hip hop.
Encaixada num cenário lacustre mágico, a antiga capital do povo Bai manteve-se, até há algum tempo, um refúgio da comunidade mochileira de viajantes. As mudanças sociais e económicas da China fomentaram a invasão de chineses à descoberta do recanto sudoeste da nação.
São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
Em 1619, as autoridades de Mérida ditaram a povoação do território em redor. Da encomenda, resultaram 19 aldeias remotas que encontramos entregues a comemorações com caretos e pauliteiros locais.
Banidas em grande parte do Primeiro Mundo, as lutas de galos prosperam nas Filipinas onde movem milhões de pessoas e de Pesos. Apesar dos seus eternos problemas é o sabong que mais estimula a nação.
Durante 25 horas, percorremos a NH13, uma das mais elevadas e perigosas estradas indianas. Viajamos da bacia do rio Bramaputra aos Himalaias disputados da província de Arunachal Pradesh. Neste artigo, descrevemos-lhe o trecho até aos 4170 m de altitude do Sela Pass que nos apontou à cidade budista-tibetana de Tawang.
A Nova Zelândia é um dos países em que descendentes de colonos e nativos mais se respeitam. Ao explorarmos a sua lha do Norte, inteirámo-nos do amadurecimento interétnico desta nação tão da Commonwealth como maori e polinésia.
O tema da luz na fotografia é inesgotável. Neste artigo, transmitimos-lhe algumas noções basilares sobre o seu comportamento, para começar, apenas e só face à geolocalização, a altura do dia e do ano.
Em pleno Pacífico Sul, uma comunidade numerosa de descendentes de indianos recrutados pelos ex-colonos britânicos e a população indígena melanésia repartem há muito a ilha chefe de Fiji.
Os romanos conheciam as Canárias como as ilhas afortunadas. Fuerteventura, preserva vários dos atributos de então. As suas praias perfeitas para o windsurf e o kite-surf ou só para banhos justificam sucessivas “invasões” dos povos do norte ávidos de sol. No interior vulcânico e rugoso resiste o bastião das culturas indígenas e coloniais da ilha. Começamos a desvendá-la pelo seu longilíneo sul.
No século XIV, religiosos ortodoxos inspiraram-se numa ermida que um monge havia erguido a 4000 m de altitude e empoleiraram uma igreja entre o cume do Monte Kazbek (5047m) e a povoação no sopé. Cada vez mais visitantes acorrem a estas paragens místicas na iminência da Rússia. Como eles, para lá chegarmos, submetemo-nos aos caprichos da temerária Estrada Militar da Geórgia.
Situado no limiar ocidental do vale do Rift, o parque nacional lago Manyara é um dos mais diminutos mas encantadores e ricos em vida selvagem da Tanzânia. Em 1933, entre caça e discussões literárias, Ernest Hemingway dedicou-lhe um mês da sua vida atribulada. Narrou esses dias aventureiros de safari em “As Verdes Colinas de África”.
É o lugar mais baixo à superfície do planeta e palco de várias narrativas bíblicas. Mas o Mar Morto também é especial pela concentração de sal que inviabiliza a vida mas sustém quem nele se banha.
Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Uma vastidão lítica desponta do cerrado em redor de Pirenópolis e do âmago do estado brasileiro de Goiás. Com quase 600 hectares e ainda mais milhões de anos, aglomera inúmeras formações ruiniformes caprichosas e labirínticas. Quem a visita, perde-se por lá de deslumbre.
Foi a primeira povoação fundada por europeus abaixo do Trópico de Câncer. Em tempos determinante para expansão portuguesa para África e para a América do Sul e para o tráfico negreiro que a acompanhou, a Cidade Velha tornou-se uma herança pungente mas incontornável da génese cabo-verdiana.
Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Sábado após Sábado, o recanto sudoeste da República Dominicana entra em modo de descompressão. Aos poucos, as suas praias e lagoas sedutoras acolhem uma maré de gente eufórica que se entrega a um peculiar rumbear anfíbio.
Aos primeiros laivos de luz, a visão do manto branco que cobrira a povoação durante a noite deslumbra-nos. Com uma das caminhadas mais duras do Circuito Annapurna pela frente, adiamos a partida tanto quanto possível. Contrariados, deixamos Upper Pisang rumo a Ngawal quando a derradeira neve se desvanecia.
A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
Diz-se que os finlandeses criaram os SMS para não terem que falar. O imaginário dos nórdicos frios perde-se na névoa das suas amadas saunas, verdadeiras sessões de terapia física e social.
De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.
Em 1989, o petroleiro Exxon Valdez provocou um enorme desastre ambientai. A embarcação deixou de sulcar os mares mas a cidade vitimada que lhe deu o nome continua no rumo do crude do oceano Árctico.
Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.